domingo, 18 de julho de 2010

Na contramão

por Gonça
Parece a cartilha do atraso. Sempre que é aprovada uma lei em benefício da população em geral, entidades empresariais que representam setores atingidos fazem um auê, conseguem espaço para isso na mídia comercial e entram na justiça, protestam, colocam-se como vítimas. Preferem o neoliberou geral. Foi assim no caso das leis anti-fumo, da proibição de venda de bebidas alcoólicas à margem das estradas, da "lei seca", da lei que tentou obrigar produtos de origem transgênica a alertar os consumidores na embalagem, das normas que tentam proibir o abuso do telemarketing, do próprio Código de Defesa do Consumidor, e várias outras Brasil afora. Agora, a bola da vez é a lei que tenta coibir ou pelo menos diminuir ou disciplinar o uso de sacolas plásticas. Sabe-se que, tanto quanto as garrafas pet, o plástico polui, entope bueiros, rios e canais e, jogado na natureza, leva um século para se decompor. O presidente de uma das entidades na sua cruzada contra a lei chega a sugerir que a sacola plástica deveria ser cobrada. O preço, de preferência razoável, inibiria, na argumentação do tal empresário, o consumidor a usar as tais embalagens. Ou seja, o seu sonho de consumo é  transformar uma lei de utilidade pública em fonte de lucro. Consciência social é isso aí. 

Um comentário:

Altair disse...

são uns caras que só pensam em lucro. Empresário brasileiro não tem noção da função social de um empresa e é parceiro na corrupção com políticos sem honra e caráter