domingo, 14 de junho de 2009

Uma data para não esquecer

No dia 1º de agosto de 2000, oficiais de justiça chegaram à sede da Bloch Editores e deram alguns minutos para que centenas de funcionários recolhessem seus pertences e deixassem o prédio. E assim foi feito. Até cerca um ano atrás, no antigo departamento fotográfico da Manchete, pouso de várias gerações de brilhantes fotógrafos, bolsas espalhadas pelo chão empoeirado, ordens de serviço preenchidas, baterias, crachás, embalagens de filmes e coletes abandonados sobre as mesas era a imagem precisa de um local que havia sido abandonado às pressas, tal qual - e assim era - um barco prestes a afundar. Nove anos depois, resta o drama de cerca de 3 mil ex-funcionários da Bloch e suas famílias. Essa legião de profissionais - repórteres, fotógrafos, gráficos, laboratoristas, publicitários, arquivistas, pessoal do administrativo, entre dezenas de outras categorias que construiram uma das maiores editoras do Brasil - ainda luta na justiça para receber o que a empresa falida lhes deve. Recentemente, foi leiloado o prédio da Rua do Russell, o bem mais valioso da Massa Falida. Os ex-funcionários da Bloch aguardam, agora, que a Justiça tenha a sensibilidade de desobstruir os entraves e use o valor arrecadado e já depositado para quitar os débitos trabalhistas. Não é favor, é obrigação constitucional.

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