quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson 1


A morte de Michael Jackson expôs uma fragilidade da netmídia: a pressa. No fim da tarde, vários portais brasileiros e até uma agência de notícias postaram a informação na correria, na base do quem vai dar primeiro, sem checar a veracidade. Minutos depois, corrigiram. Quase mandam um "foi mal". O cantor estava ainda na uti e não havia confirmação oficial da sua morte. A CNN (na foto) também vacilou. Ou tentou uma certa esperteza. Estampou a informação da morte, explorou o "dies" em maiúsculas, mas se resguardou na segunda linha de caracteres. Deu a notícia mas com um pé atrás. Se não se confirmasse a morte, a culpa - ou "barriga" no jargão jornalístico - estava lá escrito, seria do L.A Times. A internet exige uma velocidade de Fórmula-1 e, para alimentar suas "rotativas" digitais e sair na frente, jornalistas preferem correr risco: teclam, enviam e checam depois. Nesse vai-e-vem, Michael Jackson foi dado como "morto", "ressuscitou" e só "morreu" de vez quase uma hora e meia após a primeira notícia.

2 comentários:

Eliane Furtado disse...

A internet mexeu com um dos setores mais importantes do jornalismo, fundamental para o grande furo: a apuração, a investigação.
É verdade, a pressa em dar notícias em primeira mão está acabando com o melhor desta profissão: o descobrir a verdade na hora exata.

Gonça disse...

Oi Eliane, tem razão. A velocidade nunca foi amiga da perfeição, nem no jornalismo gráfico, mas na Internet isso é levado ao extremo. Aquela regrinha básica de só publicar o que foi apurado e confirmado é esquecida pela pressão de vencer a (grande) concorrência.