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Reprodução Twitter |
Fotos Reproduçoes Instagram |
por Ed Sá
A Croácia não apenas mandou o Brasil pra casa, como domina a cena em Doha.
A modelo e ex-miss Ivana Kroll desafia as normas do Catar e vai ao limite das leis locais. Quando entrou pela primeira vez na área vip de um estádio, ela abalou a moral dos árabes que sacaram seus celulares para registar a criação divina que adentrava o recinto.
Ele posou em praias, shoppings e piscinas a ponto da patrulha religiosa cogitar de lançar uma sharia para controlar o impacto das curvas de Ivana em um país em que pano pra cobrir mulher é o que não falta.
Jornalista brasileiro apurou Ivana Kroll tem 30 anos, 1,78m, 89 cm de busto, 64 cm de cintura e 95 cm de quadris. Jornalista brasileiro tuitou que um dos 700 príncipes do Catar foi visto dando carona à modelo no seu McLaren 700S.
E tem gente que prefere comer carne com fios de ouro.
Neymar superou lesão e lutou até o fim. Foto de Lucas Figueiredo/CBF/Divulgação
por J.A.Barros
Trabalhei mais de 50 anos em redações de revistas e jornais, no Rio de Janeiro. Fui diagramador e chefe de Arte de várias publicações e lidei com um número imenso de jornalistas.
De todos os jornalistas que conheci e com quem trabalhei tornei-me um admirador da consciência profissional daqueles homens e das suas lutas nas reportagens, críticas e crônicas, sempre ao lado e na defesa da moralidade, da ética, da verdade. Nunca vi nem assisti um jornalista, através de sua matéria, procurar atingir a profissão de quem quer que fosse. O erro sim, se os havia, procuravam denunciar quando atitudes ou atos desonestos atingiam a idoneidade de terceiros.
Entendo que o jornalista, no regime democrático, deve atuar como guardião da honestidade, da igualdade e na defesa de que todos são iguais diante da lei. Na minha opinião, o jornalista é um herói da sociedade. Ele deve ser o "paladino", o defensor da lei, da ordem, dos valores, um vigilante em favor da sociedadee e que, através de suas apurações, entrevistas, pesquisas e reportagens assim construídas leva ao grande público leitor a verdade dos fatos.
E o que é um mau jornalista?
Na televisão, o ex-jogador Casagrande, que se tornou, ou o tornaram, comentarista de futebol, passou a atacar gratuitamente o jogador de futebol Neymar que, sem direito de defesa, assiste seu nome e sua profissão serem enlameados por esse pretensioso jornalista, que nunca foi jornalista, mas se veste como tal
Agora mesmo, nos jogos da Copa do Mundo, ele critiæcou fortemente os jogadores brasileiros Kaká, Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo Fenômeno por estarem na arquibancadas dos estádios, assistindo aos jogos da seleção, vestinto ternos pretos, gravata e paletó. É natural que um comentarista de futebol critique campeões mundias por achar que não estavam vestidos de bermudas ou shorts? Não é querer chamar para si a atenção do público que o assiste?
Talvez Casagrande não saiba, mas a FIFA instituiu o programa Lendas do Futebol através do qual convida craques campeões, de vários países, que marcaram época nos gramados da Copa do Mundo. Casagrande não faz parte desse grupo. Ele foi convocado para a seleção uma única vez, por Telê, em 1986, viajou para o México, mas não entrou em campo: ficou no banco, era reserva de Careca e Muller. E o Brasil perdeu aquela Copa.
O Brasil foi eliminado da Copa do Mundo pela Croácia. Empatou de 1X1 no jogo e perdeu de 4X2 nos pênaltis. O gol do Brasil feito na prorrogação foi de Neymar, aliás um belo gol, driblando o goleiro. Mas, mesmo diante desse único gol feito pelo Neymar, Casagrande foi buscar razões para culpá-lo pela eliminação da Copa. Por decisão do treinador, que o colocou com o quinto jogador brasileiro a cobrar a penalidade, Neymar nem sequer teve a sua vez: a Croácia fechou a conta antes.
Críticas são válidas, torná-las pessoais, não. Tite, o técnico da seleção, não conseguiu, na minha opinião, formar um time de futebol. Não vamos procurar culpados pela eliminação do Brasil. Se erros aconteceram, vamos procurar na origem na formação desta Seleção. E vamos encontrar muito erros e tentar não repeti-los na próxima seleção a ser formada.O treinador Tite já se colocava como demissionário da função, a seu pedido, ganhando ou não a Copa do Mundo. Outro ciclo vai começar.
Mais uma vez perdemos uma Copa do Mundo por erros e interpretações equivocadas do comando da seleção brasileira.
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Reprodução Twitter |
por Clara S. Britto
O sujeito acima seria assessor de imprensa da CBF. A foto mostra o momento em que ele pega um gato que estava na mesa das entrevistas coletivas, no Catar, e joga o animal no chão.
O gesto repercutiu nas redes sociais.
O tal assessor não foi exatamente elogiado. Pegou mal.
Países árabes costumam ser amigáveis com felinos. O próprio Catar tem uma população de gatos na proporção de um para cada habitante. A Turquia tem um apreço milenar por gatos. O motivo é simples: tais animais foram importantes para dizimar ratos durante a peste negra. O tal assessor certamente ignora isso. Nas ruas de Istambul circulam centenas de cachorros - todos com chips para controle - e milhares de gatos de rua, mas não abandonados, que são alimentados pela população.
O assessor também ignora que os gatos foram domenticados ali perto, na Mesopotâmia, há 10 mil anos, Duvido que ele saiba que, um dia, um gato adormeceu na manga da túnica do Profeta e este, precisando sair para rezar, cortou o tecido da veste ao redor do gato para não o incomodar. O assessor não poderia maltratar gatos em lugar algum - no Brasil, por exemplo, é crime - mas resolveu arremessar o bicho no chão em uma região onde os gatos são reverenciados pelo Islã.
Hoje, quando a Croácia despachou a seleção brasileira - e talvez o emprego do "hater" dos gatos -, o felino que ele jogou no chão deve ter se sentido vingado. OU talvez, segundo que as redes sociais, tenha lançado todo oa azar possível sobre certos cobrtadores de pênaltis.
Acredito que os patrocinadores da CBF, cujos logotipos ilustram a cena acima - Itaú, Vivo, Nike, Rappi, Freefire etc - não tenham ficados felizes em ter suas marcas visíveis ao fundo e associadas à brutalidade contra animais.
A foto é um dos símbolos que ficam do fracasso da seleção brasileira em mais uma Copa do Mundo.
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Foto Divulgação |
Quando a bola rola nos estádios do Catar, quando os turistas entram no metrô e quando se deslumbram com a arquitetura brega não lembram que pisam em sangue de imigrantes que ali pereceram em regime de trabalho escravo. Um organização sueca se esforça para não deixar a euforia dos torcedores e dos meios de comunicação silenciarem a tragédia e lança um álbum de figurinhas com os trabalhadores mortos.
VEJA NO LINK
Jeff Thomas e Lula no Gallery, em 1979. Foto de Ruy de Campos/Manchete |
Essa reportagem existiu e foi sugerida à Fatos & Fotos pelo jornalista Jeff Thomas. Ele pretendia convidar Lula para jantar no The Gallery e usar na matéria um título recorrente; "A Classe Operáia vai ao Paraíso", do filme dirigido por Eli Petri com Gian Matia Volontè, de 1971.
Pra variar, Lula foi criticado na época - embora não tivesse cargo público - por quem achava que um líder operário não poderia jamais botar os pés em uma casa da grãfinagem paulista.
A Fatos & Fotos era uma revista que teve fases excelentes, outras nem tanto, e era alvo de crises sanzonais. Semanal, como a Manchete, não podia fazer tanto sucesso a ponto de ameaçar a principal revista da casa. Não apenas muitas vezes anúncios originalmente destinados à FF eram desviados para a Manchete, como matérias inteiras estavam eventualmente sujeitas a seguir o mesmo caminho.
A reportagem com Lula no The Gallery foi um desses casos. Quando as fotos chegaram de São Paulo, permaneceram muito pouco tempo na mesa do editor da revista. Logo um emissário do oitavo andar veio recolher o material que a direção da casa havia decidido publicar na Manchete. Soube-se depois que desde que Jeff Thomas sugeriu "Lula no paraíso" a ideia foi considerada tão instigante pela direção da editora que a FF foi descartada antes mesmo da pauta se concretizar. No vídeo, Lula se refere a revista Manchete, tal como lhe foi proposto. A Fatos & Fotos foi a última a saber. Coisas da velha Bloch.
Lula no Roda Viva. Reprodução vídeo |
VEJA O VÍDEO COM LULA SE REFERINDO À MATÉRIA DA MANCHETE E RESPONDENDO A QUEM O CRITICOU POR IR JANTAR EM UM RESTAURANTE DE LUXO. CLIQUE AQUI
“No meu tempo a gente tomava gemada, temo que esse bife de ouro dê diarreia – e não na Coreia!”
Neném Prancha retorcendo-se indignado no túmulo.
O treinador da seleção brasileira, o verborrágico Tite, encontrou um motivo para o tropeço da seleção. Segundo ele, a Copa do Mundo drena os cérebros. Deve ter sido por isso que alguns jogadores aceitaram o convite de Ronaldo Fenômeno, que está no Catar a passeio, para degustar bifes com fios de ouro. Talvez Ronaldo promiva um almoço amanhã, antes do jogo contra a Coréia do Sul. No menu nouveau riche, "arroz com rubis", "pão árabe com pasta de notas de 500 dólares diluídas em vinho La Romanée Grand Cru", e "Hambúrguer com Ônix", servido em calota de Ferrari.
Capela Sistina, Vaticano: a invenção do sexo, segundo Miguel Anjo, também conhecido
com Michelangelo..
por J.A.Barros
E a galinha surgiu de bactérias, enzimas e moléculas? Essa geléia geral criou de pulgas a elefantes pesando cinco toneladas quando adultos. Bem, quanto ao homem não temos dúvidas: Deus modelou no barro, à sua imagem, a figura do homem e deu vida com seu sopro mágico a esse hoje todo poderoso ser. Quanto às mulheres, há dúvidas atrozes sobre a sua criação. Alguns autores acreditam que Deus teria comemorando a criação do homem. Foi ao Bar do Paraíso e bebeu muito do vinho dos "deuses". Depois de um porre tremendo, tonto pela primeira ressaca do paraíso, lhe veio a visão da mulher. Entusiasmado, esboçou a primeira fêmas do Jardim do Éden. Quando aquela imagem formosa e curvilínea ganhou vida, Deus presentou o homem comn a sua maior obra prima, até então. Ao homem, humilde e simples, vivendo Deus recomendou que se protegesse dela e também das serpentes que rastejavam pelo jardim, principalmente daquela que se enroscava nos galhos da macieira, porque era pérfida e maldosa. O homem não se protegeu da mulher e por ela foi encantado e da serpente da árvore com muita fome seu fruto comeu. Ah!, pra que!!! Deus veio tomar conhecimento da desobediência das suas criações e em fúria incontida desceu ao Jardim do Éden e aos dois mostrou a porta de saída do paraíso, condenando-os pelo resto da vida a comer o pão que o diabo amassou. E assim se contou a história de quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha.
"Não existe mais time bobinho no mundo do futebol. Bobo é quem ainda não sacou isso...”
(Barão de Itararé e Neném Prancha, trocando figurinhas e retorcendo-se nos respectivos túmulos.
"Com grande fôlego narrativo e acesso a amplo repertório de fontes inéditas, Fabio Victor reconstitui a atuação política dos militares desde a reabertura democrática até o Brasil de Bolsonaro.
As eleições de 2018 assistiram a uma crescente onda fardada: quase mil candidatos de diferentes patentes se lançaram ao pleito eleitoral, e 73 deles se elegeram aos parlamentos nacionais e estaduais. Desde então, graças à aliança entre o chefe do Executivo e representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a politização da caserna e a militarização da Esplanada deram-se em escala impressionante. Em precedente perigoso, oficiais exerceram cargos públicos enquanto ainda estavam na ativa, confundindo sua carreira de Estado com as funções no governo.
Longe de ser um fator recente, no entanto, a permanência dos fardados na arena política é algo que caracterizou nosso processo de redemocratização, e ajuda a explicar o atual estado de coisas. Com o processo de reabertura democrática, pautado por acordo vantajoso para as Forças Armadas, poucas medidas foram tomadas que limassem sua influência, e seus interesses foram em grande parte preservados.
Passando pelos governos de Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer até a ascensão de Bolsonaro, este livro urgente mostra como a questão militar ainda representa um dos maiores desafios para o equilíbrio das instituições em nossa sociedade." (Amazon)
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Nesta cena, na roda-gigante de Viena, Orson Welles falou a "frase do dia". |
Fala improvisada por Orson Welles no filme O terceiro homem (1949)
(Matéria publicada na Gazeta do Povo quando Casablanca comemorava os 70 anos da estréia)
Não é de hoje que Hollywood tenta repetir o que deu certo e nem sempre se dá bem. O romance O Grande Gatsby, de Scott Fitzgerald, publicado em 1925, já no ano seguinte ganhava uma versão no cinema ainda mudo. Refilmado em preto e branco em 1949 (com Alan Ladd), Gatsby conquistaria as plateias na versão com Robert Redford e Mia Farrow, uma visão anos 70 dos anos 20.
No drama marítimo O Grande Motim, a versão de 1935 (com Clark Gable e Charles Laughton) ganha de longe das de 1962 (Marlon Brando e Trevor Howard) e 1984 (Mel Gibson e Anthony Hopkins). Há remakes que jamais deveriam ter sido feitos: o de O Fio da Navalha (1946, com Tyrone Power), refilmado em 1984 com Bill Murray; e A Carga da Brigada Ligeira (1936, dirigido por Michael Curtiz, de Casablanca, com Errol Flynn), refeito em 1968 com David Hemmings. O personagem mais vezes levado à tela é Sherlock Holmes, interpretado por vários atores desde a primeira versão, em 1922, com John Barrymore. O detetive Charlie Chan, que também estreou no cinema mudo, aparece em dezenas de filmes. Ironicamente, seus maiores intérpretes foram falsos chineses: o sueco Warner Oland e o americano (de origem escocesa) Sidney Toler.
O exemplo mais bem-sucedido de sequels foi a saga O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola (1972, 74, 90).
O charme macabro de Norman Bates gerou as sequências Psicose II e Psicose III e a prequel Psicose IV O Início, todas estreladas por Anthony Perkins, que dirigiu Psicose III. Desperdício total foi Gus Van Sant copiar em cores, em 1998, quadro por quadro, o Psicose original de Hitchcock, de 1960. Mas aguardem: vem aí Alfred Hitchcock e a filmagem de Psicose, com Scarlett Johansson fazendo a bela do chuveiro e Anthony Hopkins (não Perkins!) como o Mestre do Suspense. Hopkins, a propósito, brilhou nas sequels de O Silêncio dos Inocentes, Hannibal e O Dragão Vermelho, mas não aparece na prequel, Hannibal A Origem do Mal.
Existe coisa pior no cinema do que remakes, sequels e prequels? Existe, sim. Já imaginaram um Casablanca The Musical? Vamos torcer para que a história de amor de Rick e Ilsa continue fechada eternamente entre as quatro paredes do encantado café marroquino.
Rick e Ilsa deixam o heroico Victor Laszlo a ver aviões e têm o seu happy end. Casam, têm filhos e se tornam mais uma família afluente numa cidade-satélite da Sociedade de Consumo. Ou então, numa virada de enredo digna do nosso tempo, Rick e o capitão Renault se aprofundam (literalmente) na sua "bela amizade" e saem pelo mundo em busca de destinos gay-friendly. Laszlo larga a política e se torna gerente de uma rede de hotéis, vivendo pra lá de Marrakesh num harém de dançarinas do ventre. Dooley Wilson, que canta "As Time Goes By" no filme, faz sucesso com um clube de jazz na rive gauche de Paris, o Sam's Café Américain.
A história de amor do século entre Rick (Humphrey Bogart) e Ilsa (Ingrid Berman) pode ser resumida num tweet: "Paris: invasão alemã separa amantes. Ela casa com herói da Resistência. Casablanca: mocinho faz amada fugir com marido por um mundo melhor."
O filme era para ser mais uma produção rotineira da Warner. Baseou-se numa peça de teatro não encenada, Everybody Meets at Rick's. O texto passou por muitas mãos e modificações. Casablanca foi rodado em apenas 71 dias, de 25 de maio a 3 de agosto de 1942. As filmagens começaram com apenas metade do roteiro pronta. Depois, as falas e marcações eram escritas na véspera por Howard Koch e pelos irmãos gêmeos Jules e Philip Epstein. Ingrid Bergman não sabia quem devia amar: Rick ou Laszlo? Há quem defenda que essa confusão toda foi uma das causas principais do sucesso de Casablanca.
Frases
O filme é o campeão das frases de efeito, de humor cortante, um tipo de cinismo gerado pelo pathos da guerra.
Nas conversas entre o capitão Renault e Rick, por exemplo: "Que diabos o trouxeram a Casablanca?/ Minha saúde. Vim por causa das águas./ Águas, que águas? Estamos no deserto?/ Fui mal informado."
Uma mulher pergunta a Renault que tipo de homem é Rick: "Rick é o tipo de homem que... se eu fosse uma mulher, e eu não estivesse à mão, eu me apaixonaria por Rick."
E o fecho do filme, quando os dois, acumpliciados na vitória do Bem, se afastam em meio à neblina: "Isto poderia ser o início de uma bela amizade."
O choque de Rick ao reencontrar Ilsa no seu café: "De todos os botequins em todas as cidades do mundo, ela tem de entrar logo no meu!"
Evocando a invasão de Paris: "Lembro cada detalhe: os nazistas estavam de cinza, você de azul."
Convencendo-a do acerto do seu sacrifício: "Ilsa, não sou bom em matéria de nobreza, mas não é muito difícil perceber que os problemas de três pessoinhas não valem coisa alguma neste mundo maluco."
E quando Ilsa, perplexa, pergunta: "E nós?" Rick consola: "Sempre teremos Paris."
O complemento musical é perfeito: "As Time Goes By", composto em 1931 por Herman Hupfeld, pianista de uma taverna suburbana de New Jersey. A letra sublinha os sentimentos do filme: "É a mesma velha história/ A luta por amor e glória/ Um caso de vida e morte./ O mundo acolherá os amantes/ Enquanto o tempo passa..." "As Time..." sublinha o amor de Rick e Ilsa em Paris e o seu reencontro em Casablanca. O piano de Sam em Paris, que só aparece 70 segundos em cena, foi leiloado no dia 14 deste mês, por US$ 602 mil, pela Sotheby's NY.
Filmagens
O elenco era uma verdadeira "legião estrangeira": a sueca Bergman; os ingleses Claude Rains e Sidney Greenstreet; os austríacos Paul Henreid (nascido em Trieste) e Peter Lorre (celebrizou-se como O Vampiro de Düsseldorf); o alemão Conrad Veidt (atuou em O Gabinete do Dr. Caligari), fugiu dos nazistas, mas Hollywood o engessou em papéis de oficiais nazistas, como em Casablanca. E tem, é claro, o diretor Michael Curtiz, húngaro que se mudou para Hollywood ainda no cinema mudo. Durão, foi temido e odiado por todo o elenco, exceto por Ingrid, que Curtiz tratava como uma duquesa.
Bogart era cinco centímetros mais baixo do que Ingrid, o que o obrigou a pisar sobre blocos de madeira ou sentar em almofadas altas para compensar a diferença. O filme todo foi rodado num galpão da Warner em Burbank. A cena final usou um avião de compensado em miniatura, imitando um Loockheed Electra Junior, preparado para o voo por extras anões, para manter a proporção. A produção exagerou no nevoeiro, a fim de disfarçar a bizarra montagem. Havia finais alternativos A e B, até os atores principais só souberam qual deles seria usado dias antes da filmagem. Tentativas de corrigir as cenas finais se tornaram impossíveis depois que Ingrid Bergman cortou os cabelos bem curtos, para interpretar Maria em Por Quem os Sinos Dobram?. A filmagem de Casablanca foi uma comédia de erros em que tudo se encaixou à perfeição para criar uma obra-prima.
Culto
A première em Nova York em 26 de novembro de 1942 garantiu que o filme concorresse aos Oscars do ano. Com oito indicações, ganhou os prêmios de melhor filme, melhor direção e melhor roteiro. Comunicólogos e semiólogos tentaram decifrar o "Efeito Casablanca" nas últimas décadas. Umberto Eco acha o filme medíocre, uma história em quadrinhos, uma colcha de retalhos, com baixa credibilidade psicológica e descontínuo em seus efeitos dramáticos." Mas Eco admite também que "Casablanca não é apenas um filme. É muitos filmes, uma antologia. Quando todos os arquétipos explodem desavergonhadamente, atingimos profundezas homéricas. Dois clichês nos fazem rir. Uma centena de clichês nos comove, pois sentimos que os clichês estão conversando entre si e celebrando uma reunião."
Intelectualismos à parte, Casablanca é um filme que fala basicamente à emoção. Cultuado por sucessivas gerações ao longo de 70 anos, deverá continuar, por muito tempo, contando "a mesma velha história da luta por amor e glória." Por tudo isso, depois de 70 anos, tornou-se também imune a remakes e continuações um milagre impossível de se repetir.
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Reprodução Twitter |
Eva Christian, o comediante Canarinho e Francisco di Franco na novela Jerônimo, Heroi do Sertão, na TV Tupi, nos anos 1970. Foto: Manchete/Reprodução |
O face Revista Antigas (link) publicou recentemente a foto acima (o colaborador do paniscumovum, Nilton Muniz, colega na extinta Bloch, nos enviou o post de Marco Antonio Amaral) e fez um referência merecida ao jornalista, escritor e quadrinista Moysés Weltman. Em 1957, há 65 anos, Weltman lançava a publicação em quadrinho Jerônimo, Herói do Sertão, que nos anos 1970 virou novela no TV Tupi e, no anos 1980 foi exibida no SBT. Originalmente, a novela fez enorme sucesso quando foi ao nos anos dourados da poderosa Rádio Nacional, o primeiro veículo a alcançar todo o Brasil.
Também na Bloch, Moyses Weltman teve longa trajetória. Dirigiu a revista Amiga nos anos 1970, e fez uma passagem como editor da Fatos & Fotos. Com grande vivência em televisão, Weltman foi um dos profissionais que trabalhou ao lado de Adolpho Bloch para lançar a Rede Manchete.
Justin Setterfield (Getty Images) fez a foto perfeita do voleio de Richalison. |
Justin Setterfield Reprodução |
O inglês Justin Setterfield fez a foto mais bonita da Copa do Mundo do Catar. A fabulosa imagem do atacante Richarlison no ar, em pleno voleio, a bola que parece pousada no pé direito no exato instante em que ele marca o segundo gol da seleção brasileira, ontem, contra a Sérvia. É uma obra de arte.
Se Richarlison ao acordar hoje puxasse o Google para ver todos os jornais, revistas, veículos digitais, sites, todas as redes sociais de quem ama o futebol, levaria anos para acessar todas as suas fotos e todos os vídeos que eternizam o instante globalizado. A maior parte, sem o devido crédito como quase sempre acontece nos virais da rede.
Pois Justin Setterfield também é um conhecido craque do esporte na modalidade "atrás da câmera". Justin estava no estádio Lusail, em Doha, a serviço da agência Getty Images, para a qual trabalha desde 2013. Em 2019 e 2020, ele ganhou o Sports Journalist Awards, uma espécie de "bola de ouro" para os fotógrafos especializados em esportes. Em 2016, venceu o Football Picture of the Year e o Getty Images European Photography Awards; em 2021 o Motor Sports category World Sports Photography Award