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Reprodução Twitter |
Bolsonaro tem muitas semelhanças com Collor.
Ambos foram eleitos por um partido pequeno, os dois evitavam debates (no caso do Collor, no primeiro turno), os dois apregoaram a "honestidade" antes de se envolverem em operações suspeitas, Collor se encrencou com o cheque do Fiat Elba, o outro com o cheque do Queiroz, os dois usaram verde-amarelo na propaganda eleitoral e os dois detonaram a Cultura.
Deu no que deu.
Segundo os jornais, Collor é o mais novo conselheiro de Bolsonaro. Deve ter dado a dica.
A galera de camisa amarela que foi para as ruas, com a ajuda da mídia de direita, e apoiou o golpe contra Dilma Rousseff, presidente eleita democraticamente, pode comemorar, hoje, a PEC da Impunidade. A instituição do regime do vale tudo. O AI-5 Legislativo.
É possível saber como um golpe começa, mas não é previsível saber como termina nem quando termina.
O Brasil paga, mais uma vez, o preço cobrado pelas elites que investem no atraso em proveito próprio.
A cantora Preta Gil, assim como quem não quer nada, fez um comentário fofo sobre a polêmica Karol Conká. Nada de mais, afinal, quase que o Brasil inteiro se manifestou nas redes sociais sobre a participantes mais tóxica do BBB, que acabou eliminada na última terça-feira. Só que o post de Preta Gil, como se vê nas hastags que a própria adicionou ao comentário, era patrocinado pela Amstell. Ou seja, a cantora faturou algum com o comentário.
Sem citar Preta Gil, a cantora Maria Rita criticou quem negocia publi para dar opinião sobre "questões éticas". "Estão colocando preço em empatia? Eu não canso de me chocar, real, real, real"
por José Esmeraldo Gonçalves
O Brasil assistiu ontem a um derrame de fake news, provavelmente um dos maiores já registrados na grande mídia. A mentira foi levada aos leitores em forma de matéria paga. Os jornais O Globo, Folha de São Paulo, O Povo, Jornal do Commércio (PE), Estado de Minas, Correio Braziliense, Correio (BA), e Zero Hora (RS) publicaram o anúncio assinado por bolsomédicos de Pernambuco, que provavelmente seguem os ensinamentos do "Dr. Bolsonaro", representados por uma certa "Associação Médicos Pela Vida", pregando o uso de remédios como hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina no combate à Covid-19.
A ineficácia desses medicamentos para o combate à Covid-19 está exaustiva e cientificamente comprovada por cientistas e institutos de pesquisa em níveis nacional e mundial, além da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O estranho anúncio tem muito de ideologia e nada de ciência.
A publicação do material comprovadamente mentiroso levantou uma questão; se os jornais apregoam "código de conduta" para o conteúdo jornalístico, como não exigir ética e honestidade das matérias pagas? Basta pagar que o jornal veicula?
A repercussão foi péssima e hoje alguns jornais, como a Folha e O Globo, caíram na real é publicam matérias demonstrando a falsidade das alegações dos bolsomédicos. Melhor que essa contestação tivesse sido publicada na mesma edição da fake news paga. O material circulou por 24 horas e certamente ajudou a disseminar perigosas "informações" sobre a pandemia.
De qualquer, forma, mesmo tardia, desmascara a informação falsa. Agências de checagem também desmentiram o tosco e suspeito "manifesto".
ATUALIZAÇÃO EM 25/02/2021 - O Centro Knight de Jornalismo, ligado à Universidade do Texas, fez matéria em português e nas versões internacionais do site sobre a repercussão da polêmica matéria paga publicada em jornais brasileiros. A reportagem é assinada por Julio Lubianco, Leia a seguir:
Para que o processo avance é necessário demonstrar o apoio da sociedade à petição em poder do TPI. Em reforço a Raoni, o Cacique Raoni Metuktiré, chefe do povo Kayapo-Mebengokré colhe assinaturas para sensibilizar o tribunal, solicitando a urgente abertura das investigações.
O abaixo-assinado está no site Change.org.
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Foto Twitter City Lights Books |
Ferlinghetti concebia a livraria como um “ponto de encontro literário”, onde escritores e leitores se congregassem para trocar ideias sobre poesia, ficção, política e arte. Dois anos depois, ele iniciou a editora City Lights Publishers, com o objetivo de provocar uma “fermentação dissidente internacional”.
Seu lançamento inaugural foi o primeiro volume da série City Lights Pocket Poets, que abriu novos caminhos para a poesia norte-american. Em 1956, publicou o revolucionário Howl, de Allen Ginsberg, que foi confiscado pelas autoridades americanas, dando início a uma histórica campanha de resistência que acabaria derrubando a censura. Autor de um dos livros de poesia mais vendidos de todos os tempos, A Coney Island of the Mind/Um parque de diversões da cabeça, Ferlinghetti – como outros poetas beats – criou uma forma híbrida e inovadora de arte, em que os poemas eram recitados ao acompanhamento de música de jazz, e muitas vezes improvisados, como ela.
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Foto Reprodução Wikipedia |
O POETA
Lawrence Ferlinghetti
Correndo risco constante
de absurdo e morte
toda vez que atua em cima
das cabeças da audiência
o poeta sobe pela rima
como um acrobata
para a corda elevada que ele inventa
e equilibrado nos olhares acesos
sobre um mar de rostos
abre em seus passos uma via
para o outro lado do dia
fazendo além de entrechats
truques variados com os pés
e gestos teatrais da pesada
tudo sem jamais tomar uma
coisa qualquer
pelo que ela possa não ser
Pois ele é o superrealista
que tem de forçosamente notar
a verdade tensa
antes de ensaiar um passo ou postura
no seu avanço pressuposto
para o poleiro ainda mais alto
onde com gravidade a Beleza
espera para dar
seu salto mortal
E ele um pequeno
homem chapliniano
que poderá ou não pegar
aquela forma eterna e bela
projetada no ar
vazio da existência
(Tradução: Leonardo Fróes)
por Pedro Juan Bettencourt
Cancelamento é uma atitude coletiva em voga nas redes sociais. Tem provocado polêmicas. As reações mais ruidosas contra pessoas, empresas e instituições geralmente são disparadas a partir de vídeos e áudios que comprometem os protagonistas. Quase sempre são cenas ou conteúdos indesculpáveis. Projetam racismo, humilhação, prepotência, machismo, bullying, violência, agressões domésticas, intolerância religiosa, preconceito de gênero, discriminação, assédios moral e sexual etc.
Vale o bom senso. A turba digital também pode expor pessoas inocentes. Já aconteceu. Acusações falsas e montagens de fotos e vídeos podem ser desmascaradas, mas a onda de cancelamentos se forma em cliques rápidos e sempre faz um estrago. Então, que cada um pense antes do clique relâmpago. Que procure identificar o alvo. Os escrotos costumam ter antecedentes e o Google facilmente rastreia os elementos. Veja os vídeos, cheque, verifique comentários, não é difícil. Muitas denúncias são acompanhadas de testemunhos. A mulher racista flagrada na padaria está sendo verdadeira e sincera com as suas podres convicções. Uma rápida pesquisa mostrou outros casos de intolerância ligados à figura. O juiz folgado e filmado que humilha o servidor na praia é, naquele momento, mais verdadeiro do que provavelmente nunca o foi. Vídeo, áudio e testemunhas comprovam. Não tenha receio de cancelar essas figuras.
Comprovada a veracidade do vídeo, da foto ou do áudio em questão, é compreensível a reação de tantos internautas que condenam tais crimes O fenômeno não é local, é universal. Há milhares de registros de pessoas que perderam emprego por postarem conteúdos inaceitáveis e criminosos. E daí? Assumiram o risco. Há igual número de empresas que foram expostas nas redes sociais por adotarem políticas odiosas, como trabalho escravo. Bem feito. Denunciadas e canceladas acabam tomando uma atitude após a justa exposição.
Expor racistas, por exemplo, é autodefesa da sociedade. Expor fascistas, misóginos, geradores de fake news ou autores de crimes, como pastores radicais que atacam centros de religiões afro e imagens da igreja católica, também. Autores de ataques antissemitas ou antislâmicos devem ser expostos. Milicianos não devem ganhar flores. Autoridades que humilham cidadãos devem ir para o pelourinho digital, sim. São tão poderosos, a justiça raramente os alcança, na maioria das vezes o único dissabor que terão é o vexame que a internet lhes proporciona.
A mídia cancela pessoas. Instituições cancelam pessoas. O esporte cancela pessoas. A arte cancela pessoas. Pessoas cancelam pessoas. Governos cancelam pessoas. Não entendo a surpresa Vizinhos cancelavam vizinho ao vivo. Por que a internet não cancelaria? Se cancelamentos se tornam agressões físicas ou morais, aí entra o Código Penal. Se não, significa apenas que você não gosta da atitude do candidato a cancelamento e não o quer na sua timeline.
A dupla alemã de vôlei de praia, Karla Borger e Julia Sude, resolveu boicotar o Circuito Mundial de Vôlei de Praia em Doha, Catar, no mês que vem. Motivo: as rígidas leis islâmicas que proíbem o biquíni e obrigam as atletas a jogarem de camisa e calça comprida.
A Federação Alemã de Vôlei apoiou decisão das jogadoras. Em entrevista, Borger lamentou: "É realmente o único país e o único torneio em que um governo nos diz como temos que fazer nosso trabalho, e isso nós criticamos".
Duplas brasileiras que vão participar do torneio no país islâmico ainda não se manifestaram sobre o assunto. O mais provável é que se submetam sem reclamar às regras abusivas recusadas pelas alemãs.
Episódios como esse levantam uma questão entre os esportistas: países tão rígidos têm condições para receber eventos esportivos internacionais? O Catar sediará a Copa do Mundo de futebol de 2022. Haverá regras de vestimenta o observar, as turistas deverão usar roupas discretas (quem for viajar para lá deve se informar sobre o que o país entende por "discretas").
ATUALIZAÇÃO EM 26/2/2021 - O protesto da dupla alemã valeu. A Federação Internacional do Vôlei de Praia e a Associação do Vôlei do Catar liberaram ontem o uso de biquínis em etapa do Circuito Mundial. O torneio começará no dia 8 de março. Como acontece na Olimpíada, atletas poderão vestir calças e camisetas se o desejarem ou alegarem motivos religiosos. Melhor assim.
Do RSF
"Enquanto a Covid-19 provoca estragos no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro contribui para aumentar o número de mentiras em circulação e segue atacando a imprensa - numa tentativa de esconder sua incapacidade de administrar a crise sanitária. “A verdade nua”, campanha produzida pela agência BETC Paris em parceria com a Repórteres sem Fronteiras (RSF), reitera a importância crucial do jornalismo para garantir o acesso a informações confiáveis sobre a pandemia.
A nova campanha da RSF no Brasil, lançada em 22 de fevereiro de 2021, defende que se mostre “a verdade nua", a crua realidade dos fatos, para além de alegações fantasiosas ou manipuladoras. Uma fotomontagem mostra o chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro, sem roupa*, coberto apenas por uma placa que informa o número de mortes causadas pela Covid-19 e o número de casos confirmados da doença no país**.
Uma forma simbólica de confrontar o presidente Bolsonaro com a realidade nua e crua dos fatos, enquanto ele acusa a imprensa pelo caos instalado no país para desviar a atenção de sua desastrosa gestão da crise sanitária. O Brasil é hoje o terceiro país mais afetado no planeta pela Covid-19 e a campanha reforça a importância de conhecer os fatos para compreender a pandemia e poder agir sobre ela. Fatos aos quais a população brasileira não teria acesso sem o trabalho dos jornalistas.
"Essa campanha propositalmente chocante visa despertar as consciências a reagirem aos ataques permanentes do sistema Bolsonaro contra a imprensa, afirmou Christophe Deloire, Secretário-Geral da RSF. Os ataques não são apenas moralmente intoleráveis, mas também perigosos para a população brasileira que se vê privada de informações vitais sobre a pandemia. O trabalho dos jornalistas é fundamental para relatar os fatos e informar as pessoas sobre a realidade da crise sanitária. Mais do que nunca, o direito à informação, intimamente ligado ao direito à saúde, deve ser defendido no Brasil.”
O trabalho da imprensa brasileira tornou-se particularmente complexo desde que Jair Bolsonaro assumiu o poder em 2018. Insultos, difamação, estigmatização e humilhação de jornalistas passaram a ser a marca registrada do presidente do país. Sempre que informações contrárias aos seus interesses ou aos de sua administração se tornam públicas, ele não hesita em atacá-los com violência. No final de janeiro, por exemplo, Jair Bolsonaro mandou os jornalistas para "a puta que o pariu" e afirmou que a lata de leite condensado era para "enfiar no rabo [...] da imprensa". Essa declaração delirante faz parte de uma estratégia bem azeitada de ataques contra a imprensa coordenados pelo presidente e seus familiares que ocupam cargos eletivos, conforme apresentado pelo relatório da RSF que lista nada menos que 580 ataques apenas em 2020.
“A verdade nua” se alinha com as fortes e irreverentes campanhas de comunicação divulgadas pela RSF para promover a sensibilização do público em geral e da comunidade internacional com relação às violações da liberdade de informar. Produzida com o apoio da agência BETC Paris, a campanha está disponível em quatro idiomas (francês, inglês, espanhol, português).
O Brasil ocupa a 107ª posição entre os 180 países incluídos no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, publicado pela RSF."
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Sydney Guilaroff e Marilyn Monroe |
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O primeiro cabelereiro a ter nome nos créditos |
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Guilaroff, o primeiro à esquerda, no enterro da amiga MM |
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Joan Crawford |
https://www.youtube.com/watch?v=DhNMHcRSNdo
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Vivien Leigh |
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Claudette Colbert |
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Judy Garland |
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Lucille Ball |
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Greta Garbo em versão cacheada |
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E a Garbo como Ninotchka |
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Ingrid Bergman com o cabelo que virou moda e foi capa da Time |
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Marlene Dietrich |
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Jean Harlow |
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Guilaroff com Liz Taylor |
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Grace Kelly no altar by Guilaroff. Fotos DP |
Guilaroff nunca se casou e em 1938 se tornou o primeiro solteiro nos Estados Unidos a adotar um filho (chamou-o Jon, em homenagem a Joan Crawford.) O estado da Califórnia tentou sustar a adoção, mas Guilaroff não só venceu a causa, como adotaria mais dois filhos. Em seu livro de memorias, Crowning Glories, ele alega que teve relações românticas com greta Garbo e Ava Gardner. Não só as estrelas o adoravam, Sydney era o cabeleireiro favorito de astros como Cary Grant, Clark Gable, Fred Astaire, James Stewart, Spencer Tracy, Tyrone Power, Robert Taylor e Frank Sinatra.
Satisfeito? Agora você já pode passar no Teste de Cinefilia Sydney Guilaroff…
PS • Nem nossa Pequena Notável escapou de Sydney Guilaroff. Em 1948, o produtor Joe Pasternak convidou Carmen Miranda a fazer dois musicais em cores para a Metro Goldwyn Mayer, A Date with Judy/O Príncipe Encantado e Nancy Goes to Rio/Romance carioca (1950). Particularmente na primeira produção a MGM se esmerou para oferecer uma imagem diferente de Carmen, sem os turbantes típicos e revelando pela primeira vez seus cabelos, com penteados criados por Guilaroff e trocando os trajes de baiana por vestidos e chapéus elegantes desenhados por Helen Rose.
Para alguns governantes, geralmente autoritários, o poder é uma festa. Idi Amin gostava da balada e desafiou a Rainha Elizabeth para se divertir em Uganda e conhecer um "homem de verdade"; Pinochet era abonado e gostava de gastar dólares ao lado de companhias masculinas nas praias da Espanha; parte do PIB das Filipinas era gasto em sapatos para Imelda Marcos; Saddam Hussein dividia os prazeres da riqueza com os filhos. Manter coleções de Ferraris, passar temporadas nos Alpes e fechar boates em Paris até champanhe escorrer nas calçadas era o que a família iraquiana entendia por viver. A Istoé usou na chamada de capa das doces férias do clã poderoso o título de um filme tipo "sessão da tarde". Mas, na ficção da tela, a diversão durava apenas um dia. Para esses tipos, a curtição é interminável e governar com tudo pago é só felicidade.
Cena de O Enigma de Andrômeda. Sem vacina, microrganismo
extraterreste contamina pequena cidade.
por Jean-Paul Lagarride
Em agosto do ano passado, o jornal português Diário de Notícias publicou matéria com o cientista britânico Chandra Wickramasinghe, que defende uma teoria polêmica. Segundo ele, que trabalha no Centro de Astrobiologia de Buckingham, o vírus da Covid-19 chegou à Terra através de um meteorito que caiu na China em 2019, dois meses antes do aparecimento do SARS-CoV2.
Em meio a tantas teorias da conspiração, Wickramasinghe foi levado a sério por alguns - afinal, ele tem cerca de 80 artigos publicados em revistas científicas e a própria tese "espacial" saiu na revista Advances in Genetics - e ironizado e ridicularizado por outros.
A suposta ameaça de vírus extraterrestres não é uma questão nova e não apenas a ciência abordou o assunto. Em 1971, há 50 anos, Andromeda Strain (no Brasil, O Enigma de Andrômeda) impressionou muita gente. No filme, baseado em um livro de Michael Crichton, dirigido por Robert Wise e estrelado por James Olson, Arthur Hill, David Wayne, Charles Dutton e Ruth Leavitt, um grupo de cientistas é convocado para investigar a causa das mortes em uma pequena cidade logo após a queda de um satélite na região.
Em meio à pandemia, O Enigma de Andrômeda tornou-se atual. Principalmente porque cientistas da OMS ainda não chegaram a uma conclusão sobre a origem do vírus da Covid-19. Em pesquisas que ainda se desenrolam na China, a equipe descartou a tese de "acidente em laboratório biológico" e ainda não se convenceu da alegada origem do microrganismo em frutos do mar ou animais silvestres.
Se a investigação científica não tem uma resposta e Wickramasinghe insiste na contaminação via meteorito, a ficção científica se apresenta e O Enigma de Andrômeda é buscado no You Tube e nos serviços de streaming. Pelo menos no cinema, o alienígena já esteve entre nós.
por Flávio Sépia
O Brasil perdeu a Revolução Industrial. É, até hoje, um país agrário. Vende apenas e praticamente commodities, o que equivale a trocar bens por espelhos e colares, como faziam os nativos diante do colonizador europeu.
Todas as tentativas de Getúlio Vargas, JK, Jango, Lula e Dilma - e mesmo da ditadura militar - de transformar o país em algo mais do que exportador de grãos e minério de ferro (e, por tabela, de empregos) foram demolidas pela elite empresarial quase sempre aliada a interesses que mantêm o país em eternos subdesenvolvimento e dependência..
O Brasil perde agora a Revolução 5.0, a era da inovação, a que leva trabalhadores a atuar em ambientes onde podem expandir seus conhecimentos e criar soluções e não apenas a repetir processos.
O choque do futuro preconizado por Alvin Toffler chegou e o Brasil não fez check in.
A cada dia, a produção é gerada menos em fábricas e mais em qualquer lugar, em casa, garagens, hotéis, salas de universidades e institutos de pesquisa. As maiores corporações da atualidade não foram construídas em linhas de montagem.
Bem no meio dessa revolução, o Brasil faz uma reforma trabalhista que cria as exóticas categorias de trabalhadores "temporários" e "intermitentes" que tendem a excluir do processo inovador a peça mais criativa, o colaborador da empresa. O "temporário" é o trabalhador com prazo de validade curto e com o carimbo de "vencido" sempre à vista. Seu compromisso tem data para acabar. O "intermitente" é o que diz "bom dia" ao chegar e não sabe se estará ainda no seu posto de trabalho a tempo de dar uma "boa noite" de despedida. Esse nem tempo tem para se integrar a um processo inovador de produção.
E a tendência é que o país se transforme em "intermitente". A modalidade que mais cresce no mercado de trabalho. Tudo a ver: uma das definições para intermitente é ""com interrupções, intervalos; sem continuidade".
Permanente só a exclusão.
Apesar das dezenas de filmes que fizeram, Raymond Burr e Raymond Massey se celebrizaram por um papel marcante: Burr como o esquartejador da Janela indiscreta de Hitchcock (54) e Massey como o pai de James Dean em Vidas amargas (55). Burr – notório vilão de filmes noir – fez ainda sucesso na TV como Ironside, o investigador na cadeira de rodas. A filha de Massey, Anna Massey, brilhou na cena britânica: atuou em Frenzy (75), de Hitchcock, e ao lado de Anthony Hopkins em Casa de bonecas. Uma das darlings do cinema mudo, a canadense Mary Pickford fundou a United Artists com D.W. Griffith, Charlie Chaplin e seu futuro marido Douglas Fairbanks.
Lorne Greene celebrizou-se nos anos 60 no papel do rancheiro patriarca Ben Cartwright, no seriado Bonanza, que ficou 14 anos no ar e foi considerada uma das melhores séries da TV americana. William Shatner interpretou James T. Kirk, o capitão da nave estelar USS Enterprise, na série de TV Star Trek/Jornada nas estrelas. Depois de apenas três temporadas, em 1969, o seriado foi cancelado, mas as reprises fizeram de Shatner, um astro. Leslie Nielsen atuou em mais de 100 filmes e mais de 150 programas de televisão, tendo interpretado cerca de 220 personagens. Fez o capitão do navio em O destino do Poseidon e uma série de comédias malucas como Um astronauta fora de órbita, Apertem os cintos o piloto sumiu, Uma escola muito louca e Corra que a polícia vem aí.
Retomando o fio da nossa meada, quando você se interessar por algum ator/atriz que considera americano ou britânico, confira se por acaso não é canadense. Ou australiano? Ou neozelandês? Mas isso já é outra matéria...