quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Revista francesa destaca ataques à liberdade de expressão no Brasil

por Jean-Paul Lagarride
No mesmo momento em que os museus d’Orsay e o da Orangerie, em Paris, relançam uma campanha que fez sucesso em 2015 para atrair pais e filhos às suas exposições, o Brasil é notícia na Paris Match em sentido oposto: o da censura às artes, da perseguição a artistas e das agressões físicas promovidas por grupos conservadores e de fundamentalistas religiosos a quem ousa frequentar determinadas mostras e performances em museus.





Paris Match publica hoje matéria sobre o cancelamento de eventos culturais após intervenções violentas de milicias organizadas de orientação conservadora e fundamentalista.

A revista cita quatro casos recentes: a censura à peça "O Evangelho Segundo Jesus, a Rainha dos Céus", em Jundiai (SP); a performance de um artista nu no MAM, também em Sâo Paulo; o caso da exposição "Queemuseu", em Porto Alegre (RS);  e a proibição por parte do prefeito do Rio, o pastor Marcelo Crivella, da exibição da mesma mostra no MAR, Museu de Arte do Rio de Janeiro.

Paris Match lembra que o Brasil, na ditadura, foi marcado pela censura de Estado, mas o que se vê agora é a censura praticada por movimentos conservadores e da direita radical, igualmente agressivos.

Rio deprê: por essa nem Vinicius esperava, a melô do prefeito Crivella é a "Marcha da Quarta-Feira de Cinzas". "Acabou nosso carnaval"...

Atitudes sempre revelam bem mais do que discursos. O prefeito do Rio deve sofrer de suores noturnos e alucinações fanáticas ao ouvir a palavra Carnaval. Só isso explica porque ele e sua equipe aparentam estar trabalhando intensamente para fazer do carnaval do Rio um desastre administrativo com data marcada.

Recentemente, a prefeitura anunciou com pompa e circunstância um calendário de eventos para 2018. Segundo a claque oficial, serão 104 realizações, entre shows, luau, festival de gastronomia, torneios esportivos etc. A maioria já existia. Alguns, como um espetáculo de fogos na Lagoa, serão novidades, isso se realmente acontecerem. Por enquanto, o cenário é duvidoso.

Notícias sobre a indefinição do tradicional Réveillon, por exemplo, há muito circulam na mídia. Um turista que pretende vir para Copacabana na virada no ano pode pensar duas vezes ao ler que a prefeitura, em outubro, ainda não tem patrocínio para a festa e não faz ideia do que organizará.

Os ensaios da escolas de samba, que atraiam milhares pessoas ao sambódromo durante todo o mês de janeiro, incluindo, é claro, muitos turistas, já foram cancelados. Para os desfiles propriamente ditos, em fevereiro, Crivella cortou verbas e mesmo o valor reduzido e acertado com as escolas ele ainda não pagou.

Os blocos, que se tornaram um atrativo a mais no verão carioca, também atraindo milhões de pessoas, nada sabem, por enquanto, sobre a infraestrutura essencial de segurança, banheiros etc, que terão para fazer seus desfiles. Essas notícias sobre a possível precariedade do carnaval de rua também há muito circulam.

Desde o primeiro carnaval, logo após a posse, Crivella já mostrou que não é o prefeito de todos os cariocas e acintosamente desprestigiou qualquer evento ligado a carnaval. Caso o prefeito, apesar da ojeriza, se colocasse no lugar de um turista que pretendesse passar o carnaval no Rio, ele poria fé numa festa que, nesse momento, parece um fiasco anunciado?

Se a prefeitura do Rio não consegue viabilizar manifestações cariocas tradicionais, como esperar que seu "calendário de eventos" não passe de uma fantasia do tipo banho-de-loja? E se o seu histórico, ao longo desse ano, foi o de cancelar eventos, o que é bem mais fácil e cômodo do que tentar viabilizá-los, qual a sua credibilidade no assunto ?

Dizem que no "calendário de eventos" de Crivella, cada acontecimento terá um "selo de qualidade".

Resta torcer para que não seja um selo de amadorismo qualificado.

Carlos Lyra compôs a "Marcha da Quarta-Feira de Cinzas", em 1963. Vinicius de Moraes fez a bela letra. Poucos anos depois, a canção se encaixou no clima pesado do país e virou um hino de protesto contra a ditadura. O que Vinicius jamais imaginou foi que o carnaval do Rio de Janeiro teria pela frente um pesadelo chamado Crivella jogando contra os cariocas e que sua letra ganharia outro sentido, também de protesto contra o obscurantismo.

"Acabou nosso carnaval / Ninguém ouve cantar canções / Ninguém passa mais / Brincando feliz / E nos corações / Saudades e cinzas / Foi o que restou"...  

OUÇA VINICIUS E TOQUINHO CANTANDO "MARCHA DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS"
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Tiroteio em Las Vegas: a cobertura da mídia americana, perguntas ainda sem respostas e vídeos impressionantes




Na mídia americana, o tom da cobertura da tragédia do Mandalay Bay é de perplexidade. Algumas características da chacina em Las Vegas não batem. Comum no país, esse tipo de crime é, geralmente, cometido por jovens psicologicamente perturbados, por vingança, frustração, intolerância, raiva, surtos.

Stephen Paddock, o atirador de Las Vegas não tinha antecedentes nem qualquer ligação conhecida até agora com grupos terroristas ou de supremacia branca, neonazistas, algo do tipo. A família não sabia do seu interesse por amas. Era um aposentado, bem de vida, que apenas gostava de gastar dinheiro em cassinos.

A mídia tenta aprofundar um perfil do atirador ouvindo ex-colegas, vizinhos, funcionários de cassinos que ele frequentava. Foram localizadas duas ex-mulheres de Paddock, mas ainda não deram entrevistas.

A cobertura do crime faz mais perguntas do que as responde. O mistério só aumenta. Veja algumas das questões levantadas:

1) A polícia quase que imediatamente, antes da perícia, concluiu que o atirador se suicidou. Foram levantadas provas disso? Houve testemunha visual, provas técnicas?

2) Havia duas janelas quebradas e armas sobre tripés. A hipótese de um segundo atirador está sendo investigada, foi tecnicamente descartada ou nem foi considerada? A polícia não informou se foram colhidas impressões digitais ou outros indícios que garantam que Paddock esteve sempre sozinho no quarto de hotel. Também não foram reveladas imagens das câmeras do hotel, saguão, recepção etc que mostrem movimentação do atirador desde que se hospedou no Mandalay Bay.

3) O irmão do atirador confirmou que ele nunca teve experiência militar e não sabia da sua habilidade em manejar armas. No entanto, o atirador, segundo a polícia conhecia o equipamento e teria sido até capaz de transformar armas semi-automáticas em automáticas. Não apenas é livre a venda de armas nos Estados Unidos, dispositivos que transformam rifles em armas capazes de dar rajadas, como uma metralhadora, são legais no país.

4) Paddock transferiu 100 mil dólares para uma conta nas Filipinas uma semana antes do tiroteio. A polícia ainda não informou sobre destinatário e outros detalhes da transação.

5) Mesmo antes de ouvir a namorada de Paddock, Mariolu Danley, que estava nas Filipinas, a polícia concluiu que "provavelmente" ela não tinha nada a ver com o crime. Ela chegou ontem aos Estados Unidos e seu depoimento ainda não foi revelado. Não deu entrevistas, por enquanto. Mesmo que não tenha nada a ver com o massacre, a polícia espera que ela trace um perfil do atirador e dê alguma pista dos seus interesses, ideias ou do que se passava na cabeça do sujeito.

6) O número de armas e a presença de explosivos indicaria que Paddock estava preparado para um confronto ou planejava outros ataques.

7) As câmeras instaladas por ele na suite e no corredor tinham dispositivos de gravação local ou na nuvem ou eram apenas para observação e vigilância on line?

8) Qual a motivação de Stephen Paddock, de 64 anos? Ele, segundo o irmão, não tinha problemas mentais. De fato, o crime foi planejado com antecedência de semanas. O atirador não teve um surto e saiu disparando. A polícia ainda não encontrou mensagens, cartas ou posts em redes sociais que forneçam pistas.

9) Donald Trump já deu seu veredito antes mesmo dos peritos. Disse que Paddock é "demente". Mas do que uma explicação leiga é mal-intencionada. Trump quer assim defender a poderosa indústria de armas, grande financiadora da sua campanha e de centenas de deputados e senadores republicanos e, em número menor mas expressivo, também democratas.

10) Paddock entrou no hotel com dez malas com armas, instalou uma câmera sobre a porta do seu apartamento e outra em um carrinho de serviço no corredor. Passou três dias com um aviso de "não perturbe" pendurado na maçaneta. Nada disso chamou a atenção dos funcionários do hotel.

COMPILAÇÃO DE NOVOS VÍDEOS DA TRAGÉDIA DO MANDALAY BAY.
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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Um referendo para retalhar o Brasil...



por Flávio Sépia

Em 2006, a revista Superinteressante publicou uma matéria bem-humorada sobre a possível divisão do Brasil em várias nações.

O referendo da Catalunha e dois plebiscitos previstos na Itália - Veneto e Lombardia - reacendem a pensata. Tanto na Espanha quanto na Itália há regiões que se consideram vítimas das políticas  neoliberais de ajuste fiscal e se queixam de que mandam muito mais dinheiro do que recebem dos governos centrais. No Brasil, tratando-se de questão fiscal, não é muito diferente, a máquina federal também é centralizadora e gulosa.

Como o tema está em pauta global, veja como ficaria o Brasil, segundo a Superinteressante, se fizesse uma reforma territorial.

(da Superinteressante, matéria de 2006) 

Um país em retalhos

O território que hoje é o Brasil poderia se dividir em 10 nações independentes

Amazônia Ocidental (sob tutela da ONU)

CAPITAL: Manaus

O Amazonas assumiria seu papel de reserva florestal da humanidade, e a tutela da ONU (e seu contingente de “capacetes azuis”) seria imprescindível para proteger a mata de madeireiros ilegais, ecopiratas, grupos militares e paramilitares, além de criminosos comuns. A elite cabocla amazonense tomaria o poder e, aproveitando a preocupação global com ecologia, se beneficiaria de alianças com o primeiro mundo.

República do Baixo Amazonas

CAPITAL: São Luís

Apesar de estar na região amazônica, a porção norte do Pará e do Maranhão se separaria do Amazonas por ter uma característica muito própria: a floresta pluvial aliada à mineração forte. Apesar de ser menor que Belém, a cidade de São Luís seria o maior pólo econômico da região, já que abriga o porto por onde escoa o minério que chega por trem de Carajás.

Estados Unidos do Cariri

CAPITAL: Fortaleza

As praias na curva norte do litoral brasileiro se tornariam um rico pólo turístico, freqüentado sobretudo por visitantes europeus, que ocupariam os diversos resorts costeiros. Já o interior… A região sertaneja tenderia a ser relativamente despovoada e com atividade econômica pouco relevante.

República Socialista de Pernambuco

CAPITAL: Recife

Eis a Cuba brasileira, com território comprido, capital litorânea e tendência ao socialismo. Palco de revoltas como a Revolução Pernambucana (1817), ela poderia se isolar e virar uma república socialista. Temendo o surgimento de um dublê de Fidel Castro na América do Sul, a Otan ficaria de olho nela.

República do Cerrado

CAPITAL: Brasília

É o império do agronegócio. A região foi ocupada por migrantes dispostos a desbravar e cultivar terrenos gigantescos. Ali fica um bolsão que abriga um mar de soja, além de algodão e muito gado. Resultado: um novo país com economia forte em uma geografia parecida com a da Austrália (com pouca população e grande extensão territorial).

Estados Unidos do Sudoeste

CAPITAL: São Paulo

São Paulo e Mato Grosso do Sul se uniriam por terem uma forte ligação agropecuária. Pólo industrial consolidado, esse país poderia ser comparado, em termos de importância para o continente, à África do Sul. Concentraria, ainda, o poderio bélico sul-americano – bastaria adaptar parte do parque industrial já instalado.

República Quilombola da Bahia

CAPITAL: Salvador

Raízes históricas e semelhanças culturais e econômicas fariam desse pedaço da Bahia uma espécie de Nigéria americana. Foi dessa região da África que veio a maioria dos escravos – e graças à sua presença, os baianos incorporaram palavras do idioma ioruba (“acarajé”, por exemplo) e o candomblé, além da música e da dança. Assim como na Nigéria, a economia seria baseada em petróleo e cacau. Por conta disso tudo, o novo país se ligaria à OUA (Organização da Unidade Africana) e ficaria de costas para a América.

República Farroupilha

CAPITAL: Porto Alegre

O forte sentimento regionalista dos sulistas tornaria natural e indolor a separação de Rio Grande do Sul e Santa Catarina dos territórios do norte. A República Farroupilha seria um país de economia forte e população relativamente pequena. A indústria vinícola se aperfeiçoaria para garantir as exportações para o exigente público de Rio e São Paulo.

República do Rio de Janeiro

CAPITAL: Rio de Janeiro

Ex-capital do Brasil, o Rio tem um sentimento de autonomia em relação ao resto do país que o faria optar por ficar sozinho com seu petróleo – extraído da Bacia de Campos, a maior reserva do Brasil – e seu turismo. Estaria para a América do Sul como Cingapura está para a Ásia, pois contaria com um dos portos mais movimentados do mundo, com turistas de todas as partes e uma elite cosmopolita.

República dos Inconfidentes

CAPITAL: Belo Horizonte

Um país formado por Minas Gerais e Espírito Santo configuraria um “acordo ganha-ganha”. Econômica e politicamente forte, Minas enfim teria a sua saída para o mar. O Espírito Santo, por sua vez, vestiria a carapuça de praia dos mineiros – mas, para isso, barganharia bastante e ganharia poder na negociação dos interesses regionais. Católica até a medula e dona de um importante patrimônio histórico, a República dos Inconfidentes se assemelharia bastante à Espanha.


A Superinteressante ainda aponta alguns focos de possíveis conflitos 
em meio à reforma territorial. Veja os pontos críticos.

1. Acre

A Bolívia poderia pedir o Acre de volta. Mas, como a fronteira é meio vazia e os fazendeiros da região são brasileiros, seria mais fácil os acreanos tomarem mais um pedacinho da Bolívia.

2. Noroeste da Amazônia

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia já ocupam essa parte da floresta e continuariam ali. A população local, alguns índios ianomâmis, não teria a vida afetada pelas Farc.

3. Roraima

Um racha no Brasil poderia ser um prato cheio para a Venezuela tentar avançar em Roraima. Acuada, a população local procuraria asilo na Guiana.

4. Amapá

A divisa da Guiana Francesa com o Amapá é a maior fronteira terrestre da França, que tentaria aumentar sua extensão global. Atraídos pela qualidade de vida européia e pelos euros, os brasileirosda região poderiam abraçar a idéia.

5. Alagoas e Sergipe

São dois “estados-tampão”, criados para não deixar a foz do rio São Francisco nem com a Bahia nem com Pernambuco. No fim da disputa, é provável que um armistício entregasse Alagoas a Pernambuco e Sergipe à Bahia.

6. Paraná

Também racharia. O norte do estado, parecido com o interior paulista, ficaria com os Estados Unidos do Sudoeste. Já o sul, identificado com a cultura gaúcha, integraria a República Farroupilha.



Las Vegas: a chacina na primeira página...







Tiroteio em Las Vegas; Executiva da CBS é demitida por dizer que fãs de música country são republicanos e defensores de armas


por Jean-Paul Lagarride

Falou demais no Facebook. Alta executiva da CBS foi demitida "por falta de sensibilidade" ao postar no Facebook sua opinião sobre o massacre em Las Vegas de pessoas que assistiam a um show de música country.

"Se eles não fizeram nada quando as crianças foram assassinadas, não tenho esperança de que os Repugs (*) farão o que é certo. Eu realmente não tenho muita simpatia porque os fãs de música country normalmente são republicanos defensores de armas”, escreveu Harveu Geftman-Gold.

(*) Repugs, de repugnante, é uma analogia depreciativa dirigida aos radicais republicanos.

Há 50 anos, Che Guevara foi assassinado na Bolívia. Seis anos antes, o guerrilheiro foi capa da Manchete, fotografado por Gervásio Baptista

Segundo o site Sputnik Brasil, o presidente boliviano, Evo Morales, promoverá vários atos no dia 9 de outubro, em homenagem ao guerrilheiro argentino Ernesto "Che" Guevara. Há 50 anos, o guerrilheiro, um dos líderes da Revolução Cubana, foi assassinado na Bolívia, um dia depois de ter sido capturado e ferido, quando tentava ampliar a luta armada na América do Sul então dominada por ditaduras militares. Autoridades, parentes de Che, líderes de movimentos sociais e ex-combatentes cubanos participarão das homenagens.

Reprodução do livro "Cuba por Korda" (Cosacnaify)
Ninguém cobriu melhor a trajetória da Che Guevara desde os primeiros combates na Sierra Maestra até a vitória e os dias de governo, em Havana, do que o fotógrafo Alberto Korda.

É dele, como se sabe, a mais famosa foto do guerrilheiro (na sequência ao lado, em reprodução de contato). "Ao pé da tribuna, coberta com crete preta, o olho fixado na minha velha Leica, eu metralhava Fidel e todos aqueles que os cercavam. De repente, através da objetiva de 90mm, surgiu Che. Seu olhar me espantou...", contou o fotógrafo no livro "Cuba por Korda".

Mas os arquivos desaparecidos da Manchete guardavam algumas fotos, se não tão icônicas, também históricas.

Quando visitou o Brasil, em 1961, como ministro das Indústrias de Cuba, Guevara foi recebido e condecorado por Jânio Quadros. Passou apenas algumas horas em Brasília. Tempo suficiente para Gervásio Baptista registrar a visita do guerrilheiro e garantir a capa da Manchete daquela penúltima semana de agosto. Gervásio conta que trocou algumas palavras em portunhol com Guevara:

- "Donde está el cigarrón que usted usa?”, perguntou. 

- "No es cigarrón, eso es puro de Cuba, cigarrón es cosa de americano”, respondeu o guerrilheiro.

Capa da Manchete em agosto de 1961.

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Reprodução

Reprodução
Em outubro de 1992, 25 anos depois da morte de Che Guevara, Manchete relembrou
o guerrilheiro em uma Viagem Imaginária, seção da revista que
revisitava a vida e os cenários de figuras históricas.
Na foto de abertura, o busto de Guevara em La Higuera,
local onde foi executado um dia depois de ser capturado
pelo exército boliviano. 


Oh, que delícia de "prisão!" - Doleira condenada tira onda da Lava Jato

Reprodução/Link para o vídeo abaixo

por O.V.Pochê

O site da Veja mostra um vídeo onde a doleira Nelma Kodama, ex-namorada de Alberto Yusseff, tira uma onda da Lava Jato. Nelma foi condenada por organização criminosa, evasão de divisas e corrupção ativa. Foi solta por Sergio Moro e desfila por aí de tornozeleira eletrônica. Junto com outros delatores, a "Dama do Mercado" parece feliz e descontraída nas imagens que ela própria gravou e postou na redes social. Conta, bem animada, que cruzou outro dia em um restaurante com Youseff, que também está na boa, em prisão domiciliar. Mas esse é expert, dá nó em pingo d'água: já foi premiado em caguetagem duas vezes, no caso Banestado e na Lava Jato.

Nelma Kodama é ativa nas redes sociais e já pode ser classificada como uma "influenciadora digital".

Aliás e a propósito, foi por causa dos bem-sucedidos delatores premiados que um grupo de sociólogos se reuniu para redefinir o sistemas de castas no Brasil. A partir desse ano, os delatores ganham seu lugar na hierarquia da sociedade. Segundo esse estudo, os caguetas premiados já fazem parte da elite brasileira.

Entenda o novo fenômeno social

O sistema de castas da Índia é dividido da seguinte maneira:

* Os  brâmanes (sacerdotes e intelectuais), que são descendentes da cabeça de Brahma, o deus indiano não a cerveja.

* Os xátrias (guerreiros) que surgiram dos braços de Brahma;

* Os vaixás (comerciantes) que vêm das das pernas de Brahma;

* Os sudras (servos: camponeses, artesãos e operários) nasceram dos pés de Brahma.

Abaixo dessa categoria estão os párias, que nasceram da poeira sob o pé de Brahma. Traduzindo: vieram do cocô do cavalo do bandido.

E no Brasil como é que é? 

O Brasil também é sabidamente e desde Cabral (o Pedro, não o Sérgio) dividido em castas . A novidade é a entrada dos delatores no novo organograma. Eles estão por enquanto no terceiro patamar, mas podem evoluir dependendo do andamento das delações.

* Nossos brâmanes são os bem-remunerados senadores, deputados, juízes, promotores, governadores, prefeitos, presidentes e ex-presidentes, desembargadores, ministros, altos funcionários ou ex-funcionários, megadoadores de campanhas eleitorais, C.E.Os de igrejas etc.

* Os xátrias brasileiros são os grandes empresários, celebridades, jogadores de futebol, cantores sertanejos, musas do axé, apresentadores de TV, globais em geral, misses bumbum, musas fitness, colunistas de economia, reis do agronegócio, especuladores da Bolsa, blogueiras de moda, marqueteiros de eleição, captadores de patrocínio, palestrantes, promotores de eventos públicos, concessionários, donos de ONGs e Organizações Sociais etc.

* Os vaixás são, agora, os delatores premiados que superaram a Lava Jato e já circulam por aí. Alguns com tornozeleiras eletrônicas, mas isso é o de menos.

* Os sudras e os párias são o resto da galera, do Oiapioque ao Chuí, sendo que mesmo aí há desigualdades, uns são mais sudras e párias do que outros.

VEJA O VÍDEO DE NELMA KODAMA NO SITE DA VEJA, CLIQUE AQUI  

Hoje é só terça-feira, mas esse aqui já é o melhor twitter da semana...


Brasil: o futuro não está mais aqui...


Matéria de capa da Carta Capital analisa dados da instituição britânica Oxfam sobre a desigualdade social no Brasil. Seis empresários - Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Safra), Marcel Hermmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermirio Pereira de Moraes (Grupo Votorantim) - concentram a mesma riqueza de 100 milhões de brasileiros. E os 5% mais ricos empatam em riqueza com os outros 95% da população.

Depois de pequenos avanços nos últimos anos, 3,6 milhões de pessoas vão cair outra vez na pobreza.

Segundo o relatório estudado pela Carta Capital, nesse ritmo, o Brasil vai levar 35 anos para alcançar o atual nível de renda da Alemanha?, da França?, da Suécia?... Não, do Uruguai.

Haja Forças Armadas para conter a violência urbana nas próximas décadas.

Mãe e filha sofrem ataque homofóbico em Brasília. Cuidado: esses loucos da "moralidade" vão votar no ano que vem...

por Ed Sá 

Um vídeo que circula na internet é o próprio retrato do Brasil de hoje. Somos o país da intolerância,  de olhos fechados para grupos organizados que invadem exposições e agridem espectadores, que intimidam professores em escolas, que destroem símbolos religiosos de instituições "inimigas", que até já jogam bombas em centros espirituais, como aconteceu no Rio.

Pode piorar. Já temos os loucos. Faltam as armas fáceis e até isso pode deixar de ser um problema para os fanáticos. No Congresso é forte o lobby para anular o Estatuto do Desarmamento.

Vítima desabafa em vídeo. Foto: Reprodução You Tube
Há poucos dias, em Brasília, mãe e filha saíam de um cinema e foram agredidas física e moralmente por um homem. Ele deduziu que o par era um "casal lésbico", de "cretinas" e "safadas" e atingiu a mulher no rosto. Ela chamou a PM, o elemento foi levado à delegacia e autuado por injúria e lesão corporal. Assinou um Termo de Compromisso para comparecer ao Juizado Especial Criminal e bye, bye. Esta pronto para outra. Crimes de racismo, intolerância religiosa, homofobia, preconceito em geral raramente são punidos. Quando muito, se chegarem a julgamento, recebem penas mais divertidas do que efetivas, além de pouco fiscalizadas do tipo cesta básica para instituição tal ou prestação de serviço a ONG das quantas, ordens para comparecer a delegacias uma vez por mês...

Até que o Mandalay seja aqui.

VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI


segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Globo e Antonio Tabet não são mais amigos. Jornal "desadiciona" o colunista que criticou o "jornalismo esportivo Nutella"

O "barraco" no impresso. Clique na imagem para ampliar. 


Um leitor entrou na discussão por achar que o "jornalismo Nutella" ainda será tema de teses de dotourado...

Difícil é achar mocinho nessa briga de Antonio Tabet, vice-presidente de Comunicação do Flamengo, e o Extra/Globo.

Quando o Extra esculachou e humilhou o goleiro Muralha na primeira página, Tabet protestou.

Depois da derrota para o Cruzeiro e de dar adeus à Copa do Brasil, que era a prioridade do time esse ano, o Flamengo entrou em crise de alta ansiedade. No meio da fogueira, Tabet publicou um post comemorando a audiência do clube em redes sociais. A torcida reagiu, criticou o oba-oba e, com razão, não via nada para comemorar. O Extra abordou o caso. Sob bombardeio, Tabet não gostou e teria proibido que repórteres do jornal fizessem perguntas durante coletiva no Flamengo. O diretor de Comunicação criticou o "jornalismo esportivo Nutella". Aí, foi o Globo que vestiu a carapuça, teve um piti e demitiu o cronista, publicando sua última colaboração e com direito a uma "nota explicativa".

Parece um "barraco de comadres". Melhor não entrar nessa.



Catalunha já foi. Quando é que Brasília vai fazer um plebiscito para se separar do Brasil????




   

por O.V.Pochê
Vale o que está no voto. Depois da Catalunha, a expectativa é que Brasília faça seu referendo para se separar do Brasil. Cadê a urna? 
   

domingo, 1 de outubro de 2017

Ministro de Temer conta como ganhou a guerra do Rio. Só que depois da "Operação Tempestade na Rocinha" traficantes mostram quem manda no pedaço...

por Ed Sá  

O filme é pacifista, foi dirigido por Richard Lester, é cheio de típico humor negro britânico e foi lançado em 1967. Passaram-se 50 anos até que um ministro da Defesa de Temer, o Montgomery da Rocinha Raul Jungman, refilmasse "How I won the war" (no Brasil, "Como Ganhei a Guerra") com locações do Rio de Janeiro de hoje.

O original conta a história de um comandante de uma tropa cuja missão era construir um campo de críquete atrás das linhas inimigas.

A unidade é dizimada aos poucos, mas Goodbody tenta manter as aparências e substitui os soldados mortos por bonecos de plástico.

O ator Michael Crawford vive o comandante trapalhão Goodbody que, no final, para poupar esforços, tenta comprar uma ponte dos alemães em vez de encarar uma cansativa batalha para tomá-la.

John Lennon (na foto à direita) interpreta um soldado que nem luta com muito entusiasmo pois antes da guerra participava de organizações fascistas na Inglaterra.

Na guerra do Rio, Jungman declarou vitória. "A Rocinha está estabilizada", disse. Desde que ele mandou retirar das trincheiras as Forças Armadas, a polícia carioca voltou à rotina e já encarou tiroteios com bandidos duas ou três vezes. A opção de comprar o morro, como no filme, está descartada. Sairia muito caro e comprometeria o ajuste fiscal de Temer. A Rocinha é um dos mais valiosos pontos de venda de drogas do Rio.

Depois da "guerra" e da operação "Tempestade na Rocinha", os traficantes baixaram um medida
provisória para mostrar quem manda na Rocinha. 
Os moradores da favela não fazem ideia do que foi "estabilizado". Só se foi o "governo" dos traficantes que ontem publicaram em um cartaz sua primeira medida provisória após o ministro ir para a TV contar "como ganhou a guerra".

O comandante Jungman podia pelo menos ter deixado uns bonecos de plástico na entrada da Rocinha. Rendia imagem no Jornal Nacional e salvava as aparências militares do governo Temer e dessas desencontradas operações que nem campos de críquete estão construindo.

Repressão na Catalunha: o ditador Franco morreu mas a Espanha ainda é sua viúva inconsolável...



O genocida e ditador fascista Francisco Franco morreu mas deixou seu entulho na Espanha em leis e atitudes. É o que se vê na Catalunha, hoje.

Da prepotência policial ao racismo, da monarquia de fantasia reinventada - apesar de, na época, a população se manifestar pela República, hoje parte da realeza está mergulhada em denúncias de corrupção - à opressiva ligação entre Estado e religião, há muito do espólio podre que emana do túmulo de Franco ainda em vigor.

A reação policial ao plebiscito na Catalunha, que tem cultura, etnia e idioma próprios e luta pela independência, é um sinal de que Franco deixou seu alter ego em muitas gerações de autoridades e seguidores. Em Madri, um reduto franquista até hoje, já foi sucesso de vendas um boneco inflável do ditador feito para que "camisas negras" matassem a saudade. Basta dizer que a Espanha ainda mantém censura sobre centenas de obras literárias colocadas no índex por Francisco Franco.

As redes sociais, hoje, estão divulgando vídeos com cenas de violência quase inacreditáveis na ruas e prédios de Barcelona e outras cidades da Catalunha.

Franco era um puritano militante. Inconfidências palacianas contam que ele só tinha orgasmo em vida quando assistia a sessões de tortura ou se autoflagelava nas madrugadas, Hoje, se ligou sua TV de ectoPlasma, deve estar gozando na cova, chacoalhando os ossos e entrando em modo convulsivo de prazer diante dos vídeos que estão viralizando na web.
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI  

Adriane Galisteu guarda na garagem carro que ganhou de Senna. Veja outras memórias automotivas do piloto


por Niko Bolontrin 
O site Autovídeos exibe um matéria de Roberto Cabrini com uma revelação inédita: Adriane Galisteu, ex-namorada de Ayrton Senna, guarda até hoje na garagem um carro Fiat Uno que ganhou do piloto, em 1993. A apresentadora e ex-modelo comemorava seus 20 anos.

Outra ex-namorada de Senna, a apresentadora Xuxa, também guardou uma lembrança automotiva do tricampeão de Fórmula 1.

No final de 1995, cerca de seis meses após o trágico acidente em Ímola, ela comprou de um ex-sócio do piloto um AudiSR2, marca que Senna representava no Brasil.


A família de Ayrton Senna também preserva alguns carros que pertenceram ao piloto, entre esses, o esportivo Honda NSX, que o brasileiro ajudou a desenvolver.

VEJA NO AUTOVIDEO, ADRIANE GALISTEU ENTREVISTADA POR ROBERTO CABRINI.  
https://autovideos.com.br/fiat-uno-ayrton-senna-presente-adriane-galisteu/




sábado, 30 de setembro de 2017

Quer faturar algum? Fique esperto. Jornal compra seu vídeo...



Cada vez mais os meios de comunicação tradicionais recorrem a informações via what's app e vídeos em coberturas factuais. Nos habituais conflitos em favelas do Rio, imagens de tiroteios e movimentação de traficantes armados geralmente é produzida por moradores, o mesmo vale para acidentes em ruas e estradas, cenas de agressões, de assaltos etc. A maioria, aqui, é 0800, o leitor fica feliz em ter o crédito da foto ou vídeo. Fique esperto. O jornal The Sun, que aliás publica com frequência cenas de violência no Rio de Janeiro, paga e até incentiva colaborações dos leitores.

No filme "O Abutre" o ator Jake Gyllenhaal faz o papel de um desempregado que se equipa com câmeras e um rádio que capta a frequência da polícia e dos bombeiros, passa a registrar acidentes nas madrugadas de Los Angeles e vender material para redes de TV. Na ficção, o personagem se empolga, mexe nas cenas de acidentes e homicídios e até comete crimes.

Você, claro, não vai chegar a esse ponto, mas poderá ganhar um troco extra. Por que não? Não entregue o jogo de graça, valorize sua colaboração.

Na capa da Time: NFL "finaliza" Donald Trump. Mas a revista adverte que o empresário-presidente nunca deixa de reagir...


Além da Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, Irã, Síria, Rússia, México, imigrantes, saúde pública, meio ambiente, pretos, latinos, jornalistas, Hollywood, Angela Merkel, Hillary Clinton, os Obama, refugiados, New York Times, os furacões que o obrigaram a botar o pé na lama etc, Trump acrescenta à sua lista de "vilões" os futebol americano, especialmente os jogadores negros.

O empresário-presidente quer que a população boicote os jogos. Não se conclua, apenas pela patologia do inquilino da Casa Branca, que ele está sozinho. Ao contrário, tem apoiadores. Segundo a Time, alguns restaurantes de regiões mais racistas decidiram não exibir os jogos em aparelhos de TV até que os jogadores deixem de protestar em campo. Há registros de ameaças a jogadores por parte de grupos neonazistas. Donald Trump diz o que a "América profunda", a dos grotões, quer ouvir. 

Há 30 anos, Césio-157 nas páginas da Manchete...

por José Esmeraldo Gonçalves

No dia 13 de setembro de 1987, o Brasil acordou com um título que nenhum país gostaria de ter: o de maior acidente radiológico do mundo e a segunda tragédia radioativa global (só perdia, na época, para Chernobil (1986), hoje, Fukushima (2011), no Japão, assumiu o lugar de vice). Mas o país só saberia do acidente em Goiânia duas semanas depois, quando foi dado o alerta de contaminação.

Márcia Mello Penna e Carlos Humberto
TDC cobriram o acidente do
Césio-157 em Goiânia, setembro de 1987.
Manchete mobilizou suas equipes e deu ampla e imediata cobertura ao caso. Em um primeiro momento, a repórter Márcia Mello Penna e o fotógrafo Carlos Humberto TDC se deslocaram para Goiânia. Na sequência, meses depois, o escritor e jornalista José Louzeiro também fez uma reportagem sobre o assunto.

Mas foi um ano depois, em setembro de 1988, que a repórter Maria Alice Mariano e a fotógrafa Paula Johas surpreenderam a redação da Manchete ao voltar de Goiânia com uma impressionante reportagem que não deixava dúvidas de que a data não era apenas um "aniversário" ou um simples "gancho" jornalístico: a tragédia de Goiânia ainda estava em curso.

Se as atenções do Brasil já não se voltavam tanto para o caso e outros fatos geravam novas pautas, o drama do Césio 157 permanecia intenso e marcava a vida dos sobreviventes. Àquela altura, o tempo mostrou que a partir do momento em que um catador de ferro velho encontrou em um prédio abandonado (onde funcionara uma clínica) uma cápsula de um aparelho de radioterapia e a abriu, pensando em aproveitar o chumbo, mais de 100 mil foram expostas à contaminação.

A maioria sofreria durante anos os efeitos da radiação e dezenas de mortes ocorreriam ao longo da década seguinte, além das quatro vítimas fatais imediatas.


Um ano depois, em 1988, Maria Alice Mariano e Paula Johas voltaram
a Goiânia para constatar que a situação ainda era dramática
para os sobreviventes e os resíduos radioativos não tinham
depósito seguro e definitivo.  
Quando a redação da Manchete pautou uma volta ao local do vazamento de césio para apurar a situação, em setembro de 1988, Márcia Mello Penna seria a repórter naturalmente indicada por ter feito a cobertura inicial do acidente. "Márcia estava saindo em viagem para outra matéria e me passou a pauta", conta Alice, cuja preferência era por pauta "quentes". E Goiânia ainda oferecia isso, literalmente.


Maria Alice e Paula Johas retrataram o drama humano
que o Césio-157 deixou. 
A edição que trazia a matéria das graves consequências do acidente, um ano depois.

Com o fato à distância de 365 dias, Maria Alice e Paula Johas buscaram os dramas humanos e as histórias pessoais. O medo, os traumas silenciosos, cada uma das vítimas convivendo com sua própria dor, as falhas na contenção da radiação e o sofrimento daqueles que em um instante tiveram suas vidas mudadas para sempre.

Naquela edição, as repórteres da Manchete narraram em texto e fotos a tragédia do Césio-157 ainda viva e que, na velocidade do acontecimentos, o Brasil já tendia esquecer.

As vítimas, não.

         

Esporte mostra que racismo, fascismo, nazismo, direita radical, intolerância, opressão e preconceitos em geral não podem entrar em campo...

Nazista pisa na bola: Borussia Dortmund condena direita radical. Reprodução You Tube

Atletas da NFL protestam contra Trump e assassinatos em série de jovens negros por policiais brancos. Reprodução You Tube
Coma bandeira da Catalunha, torcida do Barcelona na luta pela independência. Foto do Site do Barcelona
Três acontecimentos nas últimas semanas geraram reações de atletas. A agressividade de Donald Trump ao pedir boicote aos jogos da NFL - o presidente-empresário se irritou com os protestos dos jogadores contra frequentes e impunes assassinatos de jovens negros por policiais brancos, a ascensão dos neonazistas nas últimas eleições para o parlamento alemão; e a luta da Catalunha para conquistar sua independência às vésperas do plebiscito que a Espanha combate com extrema violência.

Nos três países, atletas mostraram que não estão à margem das respectivas sociedades e dos fantasmas que as ameaçam.

O Borussia Dortmund lançou um vídeo para ilustrar a tese de que nazistas perebas não têm nada a ver com futebol.

E os jogadores da liga de futebol americano, a NFL, se ajoelham sempre que toca o hino nacional antes dos jogos.

Na Catalunha, além do apoio de vários jogadores do Barcelona, a luta pela independência tem o apoio da torcida, que embandeira os estádios

A sociedade e cada um dos seus segmentos não pode esperar que políticos se manifestem. E isso vale para o Brasil. Faz falta, por exemplo, um protesto efetivo dos nossos times - parar o jogo, por exemplo - enquanto a polícia não retirar do estádio e prender torcedores que gritam ofensas racistas contra atletas. E é preciso que torcedores que condenem o racismo se manifestem nessas ocasiões e isolem os preconceituosos.

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