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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Revista francesa destaca ataques à liberdade de expressão no Brasil

por Jean-Paul Lagarride
No mesmo momento em que os museus d’Orsay e o da Orangerie, em Paris, relançam uma campanha que fez sucesso em 2015 para atrair pais e filhos às suas exposições, o Brasil é notícia na Paris Match em sentido oposto: o da censura às artes, da perseguição a artistas e das agressões físicas promovidas por grupos conservadores e de fundamentalistas religiosos a quem ousa frequentar determinadas mostras e performances em museus.





Paris Match publica hoje matéria sobre o cancelamento de eventos culturais após intervenções violentas de milicias organizadas de orientação conservadora e fundamentalista.

A revista cita quatro casos recentes: a censura à peça "O Evangelho Segundo Jesus, a Rainha dos Céus", em Jundiai (SP); a performance de um artista nu no MAM, também em Sâo Paulo; o caso da exposição "Queemuseu", em Porto Alegre (RS);  e a proibição por parte do prefeito do Rio, o pastor Marcelo Crivella, da exibição da mesma mostra no MAR, Museu de Arte do Rio de Janeiro.

Paris Match lembra que o Brasil, na ditadura, foi marcado pela censura de Estado, mas o que se vê agora é a censura praticada por movimentos conservadores e da direita radical, igualmente agressivos.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

E o Brasil pegou o desvio à direita...


Neonazistas, fascistas, fundamentalistas da direita religiosa, terroristas, racistas, intolerantes, preconceituosos...

Um arrastão conservador varre alguns países. A expectativa é que, a partir da posse de Donald Trump e suas milícias políticas, a onda ganhe mais força.

O Financial Times destaca o avanço do neo-nazismo no Brasil. O deputado Jair Bolsonaro é citado na reportagem e seu nome ganhou destaque na repercussão da matéria na mídia brasileira e nas redes sociais. Mas o FT vai muito além e mostra que mesmo descartando-se alguma caricatura as ideias atribuídas a Bolsonaro são cada vez mais disseminadas pela mídia. Duas dúzias de colunistas e articulistas convidados se encarregam de difundi-las sistematicamente nos principais veículos.

Está tudo lá, o ódio, o incentivo a perseguições pessoais, o desprezo por políticas sociais e direitos humanos, o preconceito, a intimidação, a manipulação, o culto ao mercado acima de tudo e a selvageria financeira como dogma.

Muitas dessas ideias estão na superfície. A onda ultraconservadora tem representantes políticos, empresariais, intelectuais e religiosos perfeitamente visíveis, mas são relacionados grupos "subterrâneos" responsáveis por ações mais radicais como ataques a negros, homossexuais, nordestinos e militantes esquerdistas, ambientalistas e sociais.

No título, o FT questiona o mito da harmonia racial no Brasil. Harmonia essa que jamais existiu e foi alimentada ao longo da história apenas pela perspectiva dominante dos brancos.

Os "diferenciados" sabem muito bem o que sofreram e sofrem por baixo da máscara elitista.

A novidade, agora, é a ascensão da direita que dispensa o disfarce e rasga de vez a fantasia.