terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Com bens bloqueados, Luma de Oliveira é notícia. Infelizmente nada a ver com o Carnaval, onde virou lenda

A última capa de Luma na Manchete.  Em
2005, a revista já não
saía semanalmente. Essa Manchete foi
especial do carnaval, editada por
Lincoln Martins, com uma equipe de profissionais
que fez muitas coberturas no Sambódromo,
entre os quais, Jussara Razzé, David Jr., Enilson
Costa, Filipe Martins, Alex Ferro, Alexandre Loureiro,
Orestes Locatel, Wilson Pastor,
Eliane Peixoto e Maria Alice Mariano.  
Luma de Oliveira foi capa da Manchete dezenas de vezes, desde 1987, quando surgiu à frente da bateria da Caprichosos de Pilares. Se ela não inventou o posto de rainha, foi sua mais completa expressão. Embora causasse impacto ao longo do ano com tantas capas da Playboy - é recordista de ensaios na versão brasileira da revista - seu nome estava ligado ao Carnaval. Mesmo que -  principalmente depois que se casou com o empresário Eike Batista - permanecesse discreta ao longo do ano, chegando o verão e, com ele, o clima de carnaval, abria-se a temporada Lumática. Nos últimos carnavais, ela não esteve na pista do sambódromo carioca. Assistiu das frisas. Mas não havia escola que ao passar na avenida deixasse de saudar a musa. Componentes de bateria, especialmente, tiravam o chapéu para aquela que consideram a eterna rainha. Não diria que as baterias fizeram uma paradinha não programada, mas foi quase isso.
A performance de Luma na avenida era sempre marcante mas em pelo menos dois momentos foi especial: o belo e classudo topless, sem silicone, que não era moda, à frente da Caprichosos, em 1987; e quando se ajoelhou na pista, em 2001, saudando a paradinha da Viradouro. uma cena que fez tremer as arquibancadas da Sapucaí.
Luma à frente da Viradouro. Reprodução
Uma madrinha que sabia sambar e, mais do que isso, parecia vibrar a cada passo com a bateria que apresentava à plateia.
Luma é notícia, hoje, a poucos dias do grande espetáculo das escolas, Infelizmente, por um motivo que passa longe do sambódromo. Embora separada de Eike Batista, ela teve seus bens e contas bloqueados pela Justiça Federal em função da derrocada do império do ex-marido. Um samba totalmente atravessado.
No próximo fim de semana, muitas rainhas de bateria passarão pela avenida. Algumas escolas oferecem o posto a meninas da comunidade; outras abrem espaço para celebridades que buscam mídia. A maioria consegue o tal retorno em "presença vip". Difícil é conseguir que as arquibancadas as aplaudam de pé, como faziam com a bela e carismática Luma de Oliveira, que era um enredo à parte na apoteose do samba.
Luma em 1987, na Caprichosos. Veja o vídeo no You Tube. Luma aparece aos 18:30 minutos e muito mais aos 35:45. Clique AQUI
  

Enquanto o arquivo fotográfico permanece desaparecido, coleções de Manchete, Fatos&Fotos, Amiga e outras revistas da Bloch estão disponíveis para consulta na Hemeroteca do Estadão. Pelo menos essa parte é boa notícia.


Coleções das revistas da Bloch, incluindo Manchete, na Hemeroteca do Estadão. Reprodução Instagram
Exemplar da Manchete na
Hemeroteca do Estadão. Reprodução Instagram
Para professores, pesquisadores, jornalistas, escritores, fotógrafos e alunos de universidades, as coleções das revistas Manchete, Fatos & Fotos, Desfile, ElaEla, Amiga, Geográfica e outras publicações da editora Bloch são atualmente valiosas fontes de pesquisa sobre fatos, personalidades comportamento, eventos esportivos, políticos, culturais, ecológicos, desenvolvimento urbano etc, de várias épocas da vida brasileira e do mundo em mais de meio século. A busca é por textos e referências jornalísticas, entrevistas marcantes, reportagens históricas, publicidade e fotos. Não é fácil a tarefa para quem precisa levantar tais informações e imagens para livros, teses universitárias e documentários. No ano passado, uma pesquisadora de Pernambuco recorreu a entrevistas com jornalistas que atuaram na Bloch, obteve microfilmes da Biblioteca Nacional e percorreu sebos cariocas. Pelo menos dois fotógrafos ainda tentam localizar negativos de suas fotos para a produção de livros sobre suas vidas e trajetórias. Há alguns anos, jornalistas que lançaram o livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata) tiveram que usar reproduções e acervos pessoais para ilustrar aquela coletânea. O arquivo de fotos da Manchete e demais revistas da Bloch está, pelo que se sabe, desaparecido após ter sido leiloado pela Massa Falida. Junto com o acervo de fotos, o comprador teria levado também coleções encadernadas e preservadas de todas as revistas da extinta editora. Também não se sabe que fim levou, se ele vendeu as tais coleções. Não são conhecidas igualmente as condições em que estão armazenados milhões de cromos, negativos, e ampliações. Também não se sabe se a pessoa que adquiriu o arquivo em leilão já o vendeu, fatiado ou não, e, se vendeu, onde está. Há alguns meses circulou entre fotógrafos um rumor não confirmado de que um grupo de comunicação teria adquirido o arquivo. A fonte seria um curador que tentou viabilizar uma exposição. Pelo que se sabe, ou não se sabe, não passou de boato. Ou não, como diria Caetano. Diante dessa situação crítica que coloca em risco uma importante memória do jornalismo e da própria história do Brasil, é uma boa notícia saber que o Estadão passou a disponibilizar em sua Hemeroteca coleções encadernadas das revistas da Bloch. Assim, nem tudo se perde. Com exceção da Biblioteca Nacional, que, por lei, recebia exemplares de cada periódico e tem coleções em arquivo, é espantosa, no caso, a omissão, especialmente em relação ao Arquivo Fotográfico, de órgãos como o Ministério da Cultura, Arquivo Nacional, Museu da  Imagem e do Som do Rio de Janeiro (cidade que era a sede da Manchete), de instituições como a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), mesmo a Academia Brasileira de Letras, à qual não faltariam recursos para ajudar a preservar um acervo de importância cultural e até literária (grandes escritores brasileiros colaboraram com as revistas da Bloch, alguns publicaram na Manchete crônicas que hoje são clássicos do gênero), ou fundações privadas que tanto recebem recursos públicos e bem poderiam prestar esse serviço à memória nacional, no que seria uma oportuna contrapartida.
Como nada disso aconteceu, a Hemeroteca do Estadão é uma ótima notícia e sua abertura ao público uma demonstração de cidadania.
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domingo, 8 de fevereiro de 2015

Rio, 450 anos: o maior carnaval do mundo já está nas ruas...

Escravos da Mauá - Tatá Barreto -Riotur

Céu na Terra - Foto de Fernando Maia- Riotur
Sá Pereira- Foto Alexandre Macieira-Riotur
Nos últimos anos, ao lado do mega espetáculo das escolas de samba, o Rio reinventou o Carnaval. E, mais uma vez, a iniciativa e a alegria vieram do povão. Não há paralelo, no mundo, de uma ocupação popular de uma cidade por uma legião festiva de blocos espontâneos. O Rio rejeitou as "cordinhas" e "abadás" e ainda resiste - embora o poder público já acomode um tipo ou outro de bloco comercial, nada mais do que iniciativas privilegiadas de marketing chamativos para turnês patrocinadas - à privatização que significa exclusão do folião comum do carnaval de rua. É bom ficar atento; uns e outros tentam furar esse cerco. O carnaval de Salvador, por exemplo, está preso nessa tendência de transformar a festa em curralzinho vip. Nomes da música com prestígio para descolar patrocínio público fazem do carnaval um milionário evento privé, com o povão que não pode comprar abadá relegado à periferia. Isso já foi tentado no Rio pelos blocos de marcas comerciais e trios importados. A cada ano, tentam de novo. Até cordinhas os caras de pau já quiseram botar aqui no nosso terreiro. Por enquanto, com a reação dos blocos autênticos, o Rio dá um exemplo: carnaval é do povo e não de "promotores de eventos" que mamam em verbas públicas. Nas fotos, abaixo, veja o povo que se diverte e ocupa as ruas, sem grife comercial e até com dificuldades financeiras para botar os blocos nas ruas. Isso é carnaval, o resto é  'business'. Chope, alegria, malandragem e rejeição aos picaretas, a hora é essa. A rua é do povo. Em vários blocos de bairros cariocas, chama a atenção a presença de crianças. Positiva, e também nessa linha de rejeitar a tutela comercial ou de celebridades influentes, é a onda que faz crescer o carnaval de rua de São Paulo Começa a se impor. O povão já ocupa a Vila Madalena. E a tendência é que a ofensiva aumente no ano que vem. É isso aí: abaixo a privatização das ruas, camarotes e afins, com cordinhas que garantem faturamento milionário em ruas. Os cariocas estão mostrando que aqui carnaval do tipo lava-jato não vai emplacar.
Cordão do Boitatá. Foto Tatá Barreto-Riotur
Imaginô? Agora Amassa. Foto Fernando Maia-Riotur

Xupa mas não baba - Foto Alexandre Macieira- Riotur
Simpatia Quase Amor - Foto Instagram
Em São Paulo, o bloco Filhos da Foto, formado por profissionais da fotografia...
Bloco Filhos da Foto, na Limeira, SP - Foto fotos Publicas

Alegoria do Filhos da Foto. Foto Fotos Publicas
Em

Olha a cobra! Não é mentira: Jennifer Lawrence repete fotos de Nastassja Kinski, 34 anos depois...

Nastassja Kinski em ensaio feito pelo fotógrafo Richard Avedon, em 1971, para a Vogue americana. Reprodução

Jennifer Lawrence posou para a Vanity Fair, edição de março de 2015, fotografada por Patrick Demarchelier. Divulgação

Bibliotecas estão bombando... e não é por causa dos livros

Kendra Sunderland: performance lítero-erótica na biblioteca da Universidade de Oregon, nos EUA. Reprodução You Tube
por Omelete
Bibliotecas de universidades, especialmente, têm registrado inesperado aumento de frequência. Na onda do exibicionismo inflado pela internet chegou a vez de performances lítero-eróticas quentíssimas em salas onde o saber cede vez ao prazer. Depois das mobs e selfies, um fenômeno ameaça se espalhar. Em pelo menos três bibliotecas, frequentadoras mais desinibidas gravaram cenas ousadíssimas. Por enquanto, apenas os nerds americanos e australianos testemunharam o fato nas universidades de Oregon e Melbourne.
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Está escrito: capa de revista digital não é feita para ser pendurada na banca da esquina...


Sites especializados costumam escolher as melhores capas de revistas do ano, do mês ou de todos os tempos. É o ranking das impressas. O que começa a chamar a atenção agora é o design das capas das revistas exclusivamente digitais, já que as versões para internet das publicações impressas reproduzem as capas tradicional até por uma questão de sinergia e difusão da marca. A questão aqui é o visual e o impacto chamativo daquelas revistas que passam longe do laser e da graxa das máquinas de impressão. Quando a TV nasceu, herdou e praticou, no início, a linguagem do rádio. Pois as revistas digitais só agora entram na muda e ensaiam trocar a pele analógica por soluções realmente próprias. E são muitos os recursos que as plataformas digitais oferecem, incluindo animação. Capas de revistas digitais que tendem a apenas se inspirar em modelos gráficos podem tornar a leitura pouco confortável. A tendência de sumiço do tablets (que aos poucos são substituídos por smartphones de telas maiores, fato que a queda de vendas em 2014 comprova) pode tornar capas com excesso de chamadas, por exemplo, mais difíceis de serem lidas em formato menor. E, na internet, dificuldade para acessar algo significa que o usuário vai dar um clique rápido e sair para outra. Uma solução que tem sido apresentada é a montagem de dois formatos: um para desktop e tablet e um para smartphones. Lição número um: capas de revistas digitais não são criadas para serem exibidas na banca da esquina. Outra característica: ao contrário da revista que você encontra no jornaleiro, a publicação digital não pode ser folheada: você clica na capa e compra. De onde se conclui que, sem excessos, a capa deve informar algum conteúdo ou deixar claro o conceito da revista. E mais um ponto, não exatamente para a capa: os editores devem evitar a "síndrome da interação", não sobrecarregar os leitores compulsivamente com links para complementos. Se o recurso for usado demais, fica chato, desconcentra e parece impositivo. Ser simples, parece a régua; criatividade sem viajar no cogumelo é o compasso. Mas a reprodução de capas abaixo (do site Talking New Media) mostra que há um longo caminho a percorrer.
Se o formato ideal ainda não apareceu, dá para concluir editores bipolares (aqueles que estão no digital mas pensam como gráficos) poderão ter mais dificuldade em encontrá-lo.
A menos que rasguem a fantasia.
VOCE PODE LER ARTIGOS SOBRE O ASSUNTO NO SITE TALKING NEW MEDIA, CLIQUE AQUI
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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Ministério da Justiça reconhece que peça publicitária é equivocada e tira do ar. Anúncio foi acusado de mostrar que vítima de vazamento de foto é "culpada".


O Ministério da Justiça tirou do ar, ontem, uma das peças da campanha publicitária “Bebeu, perdeu”. A cena insinua que fotos de uma garota feitas quando ela estava de pilequinho vazaram na rede. A menina segura um celular, envergonhada, enquanto outras acessam a foto em questão e riem da mancada. O cartaz foi veiculado no Facebook. O Ministério da Justiça recebeu reclamações de pessoas que viram machismo no conceito, estímulo ao bullying,  além de passar a mensagem de que a vítima desse tipo de vazamento é a principal culpada. Os responsáveis pela campanha se desculparam, admitiram que o cartaz é equivocado e que o objetivo era alertar os jovens para os riscos do álcool. As outras peças da campanha, que não geraram esse tipo de mal entendido, continuam no ar.

Sports Illustrated: a tradicional edição Swimsuit 2015 é feita para esquentar o inverno americano


A edição especial da Sports Illustrated é tão esperada pelos leitores americanos quanto o dia de ação de graças. Apesar de ser recheada de biquinis é lançada sempre em pleno inverno, quando principais campeonatos já tiveram suas finais. Outra particularidade que até a modelo Hanna Davis, 24, estranhou; não a levaram para posar em uma praia, como é tradição, mas em uma fazenda do Tennessee com menos água do que na Cantareira. Entrevistada por Jimmy Fallon, no Tonight Show, ela falou que não entendeu nada. Em defesa da SI, diga-se que não é feita para ser coerente mas para ser vista. E dizem que é lançada no inverno porque é entretenimento para quem fica preso pela nevasca em casa. A edição é sempre comentada, reproduzida em tabloides, a garota da capa é convidada para todos programas de TV, shows, e eventos esportivos. Mas o anúncio acima reproduzido também tem chamado atenção. Ao lado de um desfile das mulheres mais bonitas do mundo, a SI, que tem uma espécie de rígido padrão, incluiu pela primeira vez, mesmo que em uma matéria publieditorial, uma modelo plus size
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Vexame na TV: o âncora "cascateiro"

Reprodução imagem NBC
A mentira do apresentador da NBC, Brian Williams, conseguiu resistir por 12 anos. Acabou desmascarada nessa semana. Em 2002, a bordo de um helicóptero de combate, ele narrou para milhões de americanos, com todo o seu dom teatral, que a aeronave em que estava, em pleno front do Iraque, era alvo de um pesado ataque de granadas do inimigo. Em reportagem da revista Stars and Stripes, a tripulação do helicóptero corrigiu agora a "cascata" do jornalista. Brian Williams teve foi uma crise de mitomania. Naquele dia, um helicóptero americano foi realmente bombardeado. Mas não o que o transportava. O bravo repórter chegou ao local mais de uma hora depois do fato em um aparelho que só pousou na área para evitar uma tempestade de areia. Desmascarado, o âncora se retratou com mais de uma década de atraso: "Quero pedir desculpas. Disse que viajava no helicóptero atingido, mas eu estava em outro aparelho". E mais não falou e foi para casa passou um pouco mais de verniz na cara de pau.
Brian Williams não está sozinho no delírio. Fantasiar fatos é mais comum do que pensam os reles mortais. Não faz muito tempo, um sujeito entrevistou um sósia no lugar da figura autêntica e publicou a "exclusiva". Um repórter de uma revista brasileira entregou ao seu editor, certa vez, uma longa matéria sobre violência nos garimpos onde narrava com detalhes como ficou no fogo cruzado de um tiroteio entre grupos rivais. Chegou a ouvir o assobio dos balaços a pouco centímetros da orelha. Para escapar, pulou de uma ponte sobre um rio caudaloso. O fotógrafo que o acompanhava foi cobrado pela falta de fotos da eletrizante sequência e teve que denunciar a 'cascata".  No final dos anos 70, começo dos 80, um jornal carioca publicou uma série de matérias sobre um "justiceiro" que fornecia dois, três "presuntos" por semana nos subúrbios do Rio e da Baixada Fluminense. O tal "justiceiro" nunca existiu. A série de matérias apenas atribuía ao "exterminador de bandidos" os assassinatos de autoria desconhecida que aconteciam rotineiramente. Defunto largado na vala logo ganhava status de vítima do matador misterioso. No mais, tudo era ficção: os cartazes que apareciam junto aos corpos, as declarações do "justiceiro", as circunstâncias dos assassinatos. E esse folhetim da violência fez sucesso junto aos leitores e ajudou a dar uma sobrevida ao jornal em dificuldades. E quem não lembra de uma entrevista feita por um apresentador de uma rede de TV com um traficante da pesada? Revelou-se depois que tudo ali era falso, o traficante, as declarações escritas por um roteirista e até os cabelos louros do entrevistador à base de tintura de farmácia. Há ficções políticas também, como a do rumoroso  "atentado" com uma bolinha de papel sofrido por um candidato a presidente. Os corredores de uma rede de televisão contam que uma equipe foi cobrir um acidente na estrada no qual um caminhão-baú tinha se incendiado. Quando chegou ao local não havia mais fogo. Só que a equipe soube que a concorrência havia filmado as chamas. As vítimas já haviam sido retiradas, a perícia não havia chegado, e alguém não achou nada demais jogar um pouco de combustível na lateral do veículo e "recriar" o fogaréu. E assim foi feito.
Pelo menos, o americano Brian Williams pediu desculpas no ar. Por aqui, a galera fingiu que nem era com ela.

Trabalhar e caminhar ao mesmo tempo? Conheça a mesa-esteira que treina o corpo e estimula a memória...



Estações de trabalho que são um mix de mesa e esteira para exercícios começam a ser instaladas em alguns escritórios. Que são um equipamento contra o sedentarismo - há quem passe dez, doze horas sentados - é óbvio, o que um estudo revela agora é que a mesa-esteira impulsiona também a capacidade intelectual. Pesquisadores canadenses detectaram efeitos positivos na memória de quem alterna ao longo do dia a cadeira e a esteira. O estudo foi publicado na revista Computers.  Um grupo de estudantes foi analisado enquanto caminhava na mesa-esteira por cerca de 1,5 quilômetro; outro grupo foi observado ao desenvolver suas atividades em uma mesa e cadeiras convencionais. Os dois grupos responderam a um questionário e um aparelho de EEG constatou que a memória dos estudantes da esteira foi estimulada e reagiu melhor em um índice de até 39,9% acima do grupo sedentário. Foi demonstrado que a uma velocidade ideal de 1,3 km é confortável combinar andar, ler e escrever com relativa facilidade.
* Essa matéria foi publicada no Mashable com a informação de que o repórter escreveu seu texto enquanto caminhava na esteira.
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Madrugada com Odete Lara em Paris

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Vinicius e Odete. Foto; Acervo Pessoal/Reprodução 
Por ROBERTO MUGGIATI
No dia 1º de julho de 1964, quarta-feira, um trio de amigos deixou Londres com a sacra missão de visitar Vinicius de Moraes em Paris: Fernando Sabino, adido cultural do Brasil em Londres; o jornalista Narceu de Almeida, ao volante do seu Morris Mini-Minor; e eu, radialista da BBC. Narceu e eu éramos meros coadjuvantes: o grande amigo de Vinicius era o Sabino. Num dia esplendoroso de verão, deixamos para trás a verdejante paisagem inglesa, atravessamos de ferry o Canal da Mancha e, por entre infindáveis campos de girassóis, chegamos a Paris. Não lembro como – sem celular – descobrimos o local exato onde encontrar o poetinha.
Embora já passasse das nove da noite, raios dourados de sol ainda banhavam a copa dos castanheiros. E lá estava outro trio, no La Feijoada, em seu primeiro endereço parisiense, num cais da Île de Saint Louis. Um trio bem mais carismático: Odete Lara, Baden Powell e Vinícius. Começou aí uma sucessão de quatro noites de loucas conversas regadas a uísque. Em outra ocasião, fomos beber num bar do qual Vinicius era praticamente sócio, Le Calvados. Mas a grande noite foi mesmo na sexta-feira, no apartamento do Poetinha. Um apartamento térreo num daqueles prédios típicos do seizième, nas cercanias do Champs-Elysées, quase sem decoração, embora Vinicius representasse o consulado do Brasil em Paris. Uma vez iniciados os trabalhos etílicos, sua mulher, Nelita – trinta anos mais moça, Vinicius estava com 51 – se recolheu para dormir. Ao longo da noite, toda vez que um marmanjo precisava ir ao banheiro, ele se via obrigado a passar literalmente por cima de Nelita, apagada na cama de casal que tomava todo o quarto. Muita conversa rolou – principalmente entre Vinicius e Sabino – passaram mais de duas horas discutindo Jayme Ovalle. Bebeu-se muito, também, confesso que quase nada lembro. Uma só imagem gravei fotograficamente: lá pelas cinco da manhã, com o sol já querendo se mostrar, pela janela do rez-de-chaussée aberta para a rua, entram duas fadas, Odete Lara e Mylène Demongeot. (Vinícius sempre se cercou de belas mulheres. Com Odete, aliás, gravou seu primeiro álbum como cantor, com músicas suas e de Baden. Foi o primeiro LP do selo Elenco – ouço agora a faixa Deve Ser Amor, do qual o pianista Bill Evans faria depois três versões.) Lembro ainda de Odete em 1960 com nossa musa curitibana Edla Lucy Van Steen no filme de Walter Hugo Khouri Na Garganta do Diabo, filmado espetacularmente nas Cataratas do Iguaçu.
 Naquela madrugada, Odete limitou-se a ostentar sua beleza plácida, enquanto a espevitada Mylène esbanjou meia hora de charme e sex-appeal antes de se despedir: “Bem, meus amigos, preciso andar. Na França, se a gente chega em casa depois das seis da manhã, isso significa que ela dormiu fora...” Lembro do ar extasiado com que o Poetinha sorveu a bela sonoridade da frase enunciada pelos lábios carnudos de Mylène:  “Ben, les amis, je dois partir. En France, si on arrive chez soi après six heures, ça veut dire qu’on a découché.”
OUÇA "DEVE SER AMOR". CLIQUE AQUI


OUÇA "SAMBA EM PRELÚDIO", CLIQUE AQUI

A Nasa reverencia a tripulação da Apollo 1: vidas em troca da Lua

A tripulação da Apollo 1: Grisson, White e Chaffe. Foto Nasa

O cockpit da nave. Foto Nasa
 No ano passado, o vôo da Apollo 11, que levou à Lua Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins, completou 45 anos. Hoje, a Nasa divulgou fotos de Edward White, Virgil Grisson e Roger Chafee, a tripulação da Apollo 1. Há 48 anos, no dia 26 de janeiro de 1967, os três pagaram o preço de tripular uma nave experimental. Havia uma certa pressa no programa espacial. Seis anos antes, em maio de 1961, John Kennedy dissera uma frase que acabou dando à Nasa um prazo de "fechamento" para o Projeto Apollo: "Eu acredito que esta nação deve se comprometer consigo mesma em atingir o objetivo de, antes que essa década termine, fazer pousar um homem na Lua e trazê-lo de volta a Terra a salvo".
O lançamento da Apollo 1 estava agendado para o dia 21 de fevereiro de 1967, mas White, Grisson e Chaffee morreram no solo, durante um treinamento, quando um curto circuito provocou um incêndio na cabine de comando. Grisson comunicou via rádio que havia fogo no cockpit e que os três iam tentar sair. A perícia constatou que eles tentaram destravar o mecanismo da escotilha de emergência. Por uma falha de construção, a tranca estava emperrada. Quando a equipe externa abriu acesso não havia mais nada a fazer. Embora o macacão espacial tenha protegido os astronautas contra o fogo, não impediu que eles inalassem fumaça tóxica. Para se ter uma ideia da precariedade da Apollo 1, após o acidente, a Nasa teve que fazer cerca de 1.300 modificações apenas nos sistemas do módulo de comando. No meses seguintes, a Nasa, que acusou o golpe, retomou os testes sem tripulantes e lançou cinco naves antes da Apollo 7, em 1968, que levou Walter Schirra, Don Eiselle e Walter Cunningham, no primeiro voo orbital tripulado do Projeto Apollo.

Sem o sacrifício dos astronautas da Apollo 1, alcançar a Lua teria sido uma missão bem mais difícil. Nessa semana, Grisson e Chafee receberam coroas de flores no cemitério de Arlington, em Washington. White, o terceiro tripulante, está enterrado no cemitério de West Point. (Foto Nasa)

Criar "campanha" ou "grupo de trabalho": a melhor maneira de não resolver um problema...

por Omelete
Diz-se que o governo, qualquer governo, quando não tem pressa ou não quer resolver um assunto cria um "grupo de trabalho". Boas intenções - o que não quer dizer resultado prático - à parte, a mania agora é criar "campanhas educativas". Ok, são válidas e louváveis, mas se não se fizerem acompanhar de ações consequentes e efetivas vão ficar só na boniteza. São muitos os exemplos. Quantas campanhas foram feitas na base da "conscientização" do "se beber não dirija"? Ou apelos para que não se jogue lixo nas ruas? Ou pedidos para evitar fumo em locais fechados? Ou anúncios educativos implorando ao povo para não soltar balões? Ou para não adotar a prática esperta de "gatos" de água, energia e TV a cabo? Ou gentis mensagens solicitando às pessoas que não depredem equipamentos públicos? Ou que não maltratem animais?
Dirigentes anunciam agora uma campanha nos estádios pedindo paz às torcidas organizadas. Com todo o respeito, firula, palavrinha comum ao futebol e que significa também "fingir que faz", leva a nada. Calma, não se trata de incentivar um "Estado policial", nem de atirar bala de borracha nos infratores ou chamar os "caveiras". Lá fora, você passa em uma rua limpinha, um jardim bem cuidado, um prédio histórico sem pichação (isso nos centros das cidades porque nas periferias - de Paris, por exemplo-, o bicho pega nas áreas de bidonvilles e banlieus) e louva a educação do "primeiro mundo". Só que os cidadãos "educados" são imediatamente multados se jogarem lixo nas ruas e presos se depredarem bens públicos ou privados. O Rio tem um bom exemplo que é a chamada lei do "lixo zero" que permite ao agente da prefeitura solicitar a identificação de quem for flagrado emporcalhando a cidade, lavrar uma multa e até conduzir o sujeito à delegacia mais próxima caso ele se recuse a fornecer suas informações. Nos bairros onde foi implantada, deu bons resultados. Assim como a proibição de o folião dos blocos de carnaval fazer xixi nas ruas, sob pena de multa e prisão. A Lei Seca, outra iniciativa que a reboque de multas altas e condução a delegacias fez baixar sensivelmente as estatísticas de acidentes fatais provocados por motoristas embriagados. É isso: campanhas são ótimas mas um "cipó de aroeira" simbólico, que machuque o bolso dos boçais é remédio que não falha.
Dito isso, racismo nos estádios e violência das torcidas - na verdade, gangues apoiadas por muito cartolas - estão merecendo um corretivo e não um "papo legal" com os maus elementos.



Roberto Carlos: a imagem do rei chegou ao "volume morto" ou superstições fazem falta?

Foto: Nota reproduzida do Globo, coluna Gente Boa
por Omelete
Dizem que uma característica marcante em Roberto Carlos é a superstição. Ternos azuis, rejeição ao marrom, não se relacionar com o número 13 etc. Em declarações relativamente recentes, ele afirmou que nunca foi supersticioso e assumiu que sofre de TOC (Transtorno Obssessivo Compulsivo). E mais: como forma de superar a síndrome, passou a desafiá-la e chegou até a marcar show para o antes fatídico dia 13. Se, com isso, abandonou os procedimentos supersticiosos, alguma coisa parece ter deixado de funcionar. Com uma carreira de sucesso e imagem idem, RC acumula alguns arranhões públicos. Ultimamente, seu nome foi associado a censura - o tal caso da biografia proibida; ao aparentemente desastrado "Procure Saber", grupo que faz lobby contra a aprovação de leis que permitem as biografias não-autorizadas e a aguardada decisão do SFF sobre o assunto; à polêmica do bifão do Friboi, já que antes da campanha seria vegetariano; a um suposto desprezo a Tim Maia, como registra uma cena do filme, em cartaz, sobre o falecido cantor; e a um documento revelado há duas semanas pelo Arquivo Nacional onde o CIE (Centro de Informações do Exército) o classifica de "aliado do regime". Muito ruído na comunicação. Agora, a coluna Gente Boa, do Globo, revela que a Nestlê, um patrocinador até aqui fiel das suas turnês, decidiu não renovar contrato.
Com se sabe, uma atividade em alta no mundo corporativo é o gerenciamento de crise de imagens. O Brasil tem bons especialistas na área. Estaria a imagem do rei em nível crítico, já na zona do "volume morto"? Ou apenas é o caso de reativar algumas velhas e boas superstições?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Odete Lara, a musa diz adeus

Odete Lara e Norma Bengell em "Noite Vazia",  Divulgação
No filme, o relacionamento das personagens chocou os moralistas da época.

Odete em "Bonitinha mas Ordinária". Foto divulgação

Na capa da Manchete, em 1958 e...

...em 1961

Na Passeata dos Cem Mil, em 1968, contra a ditaduras. Na sequência partir da esquerda; Eva Todor, Tonia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell. Foto Reprodução Pinterest

Em Cannes, no começo dos anos 60. Reprodução Pinterest
A musa do Cinema Novo despede-se da vida. Morreu no Rio, na manhã desta quarta-feira, aos 85 anos, Odete Lara. A atriz sofreu um infarto. Paulista, de origem italiana, ela começou a carreira como garota-propaganda da TV Tupi. Mas foi no cinema que construiu sua trajetória, desde as produções da época da chanchada ("O Gato de Madame", "Absolutamente Certo" e "Mulheres e Milhões") até "Bonitinha, mas Ordinária", "Copacabana Me Engana", "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro", "Os Herdeiros", "Quando o Carnaval Chegar", "Vai Trabalhar Vagabundo" e tantos outros. O seu último filme foi "Barra 68 - Sem Perder a Ternura", de 2001. Cantora, Odete gravou com Vinicius de Moraes e Baden Powell, em 1963, músicas como "Samba em prelúdio", "É hoje só", e "Deve ser amor". O seu filme-emblema é de 1964: o ousado "Noite Vazia", de Walter Hugo Khoury, onde contracenou com Norma Bengell e atuou em cenas que, na época, abalaram o Brasil moralista. Odete era "Cristina" e Norma vivia "Mara", ambas prostitutas, que são contratadas por dois milionários e protagonizam uma sequência de lesbianismo que, em pleno 1964, fez tremer as madames da marcha-com-deus-pela-democracia àquela altura politicamente excitadas.



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Quando essa equação vai ser resolvida? Digital cresce mas publicidade cai e a conta não fecha...

Deu no Meio & Mensagem. Leia mais, clique AQUI

O brasileiro Felipe Nasr faz o melhor tempo nos treinos de hoje da F1, em Jerez de la Frontera

Felipe Nasr na Sauber. Foto Studio Colombo/Pirelli
O piloto brasileiro que se prepara para estrear na Fórmula 1 pela Sauber mostrou hoje em Jerez de la Frontera (ESP) que o carro pode ser modesto mas ele quer voar. Felipe Nasr surpreendeu e fez o  melhor tempo. Kimi Raikkonen, da Ferrari, ficou em segundo e Nico Rosberg, da Mercedes, em terceiro. Felipe Massa, da Williams, foi o quarto. Nasr, 22, começou sua carreira no kart, em Brasília, e acumula vários títulos nacionais e continentais. Em 2011 foi campeão da Fórmula 3 inglesa considerada a melhor escola para a F1. Em 2014, foi piloto de testes da Williams e chegou a participar de treinos oficiais no Bahrein.
Empolgado com a estreia, Nasr colocou no seu site oficial um cronômetro com a contagem regressiva em dias, horas, minutos e segundos para a primeira corrida na F1, na Austrália, no dia 15 de março. 
Além de Nasr, que tem chamado a atenção nos treinos é a pintura do novo carro da Red Bull. Foto Studio Colombo/Pirelli

Maior avião fabricado no Brasil faz seu primeiro voo

KC-390. Foto Ricardo Beccari/FAB
Foto Ricardo Beccari/FAB
A Embraer realizou hoje com sucesso o primeiro voo do novo jato de transporte militar e reabastecimento aéreo, o KC-390. "Este primeiro voo é um passo fundamental para a realização da tarefa com que nos foram confiadas. O KC-390 é o resultado de uma estreita cooperação com a Força Aérea Brasileira e os parceiros internacionais, representando o que é provavelmente o maior desafio tecnológico que a Companhia já encontrou em sua história", disse Frederico Fleury Curado, Diretor-Presidente da Embraer. "O programa continua a avançar conforme o planejado e o KC-390 tem atraído o interesse de vários países ao redor do mundo", completou Jackson Schneider, presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança. O KC-390 é um projeto conjunto da Força Aérea Brasileira e da Embraer para desenvolvimento e produção de um avião de transporte militar tático e ar-ar de reabastecimento que representa um avanço significativo em termos de tecnologia e inovação para a indústria aeronáutica brasileira. A FAB receberá 28 aeronaves KC-390. Existem intenções de compra de outros países, para um total de 32 aeronaves adicionais.
Fonte: Embraer


Segundo Ricardo Feltrin, colunista do UOL, Xuxa vai trabalhar para o "bispo" Macedo


Xuxa Meneghel, às vésperas de completar 52 anos, decidiu fechar contrato com a Record. É a informação que está na coluna de Ricardo Feltrin, no UOL. Desde o ano passado, a apresentadora estava afastada da Globo. O contrato com a emissora evangélica teria sido acertado na segunda-feira, dia 2, em Miami. Segundo o livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata), Xuxa foi descoberta por um funcionário do laboratório da Bloch, chamado Walter, que a viu em um trem e se impressionou com a beleza da menina. O fotógrafo Alexandre Cavalcanti, que trabalhou na Fatos & Fotos, levou uma foto de Xuxa à redação da Carinho, revista feminina dirigida a jovens. A então editora da publicação, a jornalista Daisy Prétola, teve a intuição de que a menina mostrava potencial para modelo e mandou chamá-la. Produzida, maquiada e dirigida, Xuxa, então com 16 anos, foi fotografada no estúdio da Bloch e da sua primeira sessão de fotos profissional saiu sua primeira capa, em 1979. Depois, vieram matérias de moda para a prestigiada Desfile, reportagens na Manchete, Fatos & Fotos, Amiga, Mulher de Hoje e ensaios para a EleEla. A carreira de apresentadora também começou na Rua do Russell. Coube ao diretor Maurício Sherman escalá-la para o programa Clube da Criança, onde estreou em 1983. Três anos depois, deixou a rede Manchete e estreou o Xou da Xuxa, na Globo, em junho de 1986. Ou seja: completaria 30 anos de plimplim só ano que vem. Confirmando-se a saída de Xuxa da Globo, ficam faltando informações sobre que tipo de programa fará na Record. Especula-se que deverá ser algo semelhante ao talk show da apresentadora  Ellen DeGenneres.
Atualização
Segundo o colunista Lauro Jardim, no Radar da Veja on line, Xuxa fará na Record um programa diário no horário da tarde.  

Edward Snowden, o homem que denunciou a atuação da polícia cibernética americana, é indicado para o Prêmio Nobel da Paz

Snowden fotografado em Moscou. Reprodução
Caçado pelos Estados Unidos e atualmente exilado em Moscou, o ex-analista de informações Edward Snowden, o homem que revelou ao mundo o complexo de espionagem de governos, empresas, instituições e pessoas montado pela NSA, a poderosa polícia cibernética americana, acaba de ser indicado para o prêmio Nobel da Paz. É simbólico e é a maneira de as democracias reagirem a práticas totalitárias impostas pelos nichos de "segurança nacional" disseminados em vários países. De órgãos de combate ao terrorismo, tornaram-se sistemas de espionagem industrial e social ativando os vínculos dos "falcões" americanos com o lucrativo complexo industrial-militar do país. Snowden prestou um serviço ao mundo ao expor a invasão de privacidade e o ataque à liberdade dos cidadãos de vários países, inclusive cidadãos americanos, em violação a própria Constituição do país. No ano passado, ele já havia sido agraciado com o "Nobel Alternativo", da Fundação Right Livelihood Award, que recebeu, via videoconferência, no Parlamento sueco. Na ocasião, também foi premiado o diretor do jornal britânico "Guardian", Alan Rusbridger, o primeiro a publicar os documentos vazados pelo ex-analista. Snowden, que está refugiado na Rússia desde junho de 2013, poderá viver na Rússia pelo menos até agosto de 2017. Trabalha em uma empresa privada de tecnologia de informação, mas seu paradeiro é mantido em segredo já que sua vida corre risco.
ATUALIZAÇÃO - O New York Times noticia nesta terça-feira que, após as denúncias, Barack Obama teria mandado a polícia cibernética norte-americana suspender a vigilância sobre líderes mundiais. Só que não, segundo o jornal, já que vários chefes de Estado, incluindo os do Brasil e do México, continuam na mira da "gestapo" hi tech.