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sábado, 26 de julho de 2025

O dia em que trabalhei (de graça) no Globo • Por Roberto Muggiati

Eu estava à toa na vida, no final de 1965, recém-casado, recém-chegado ao Rio e desempregado. Era jornalista há onze anos, mas interrompera a carreira nos dois anos de bolsa em Paris e nos três em que trabalhara na BBC de Londres. 

Rogério Marinho.
O Globo/Divulgação

Por recomendação do meu cunhado, Secretário Geral do IBC, procurei o dr. Rogério Marinho no Globo. Recebeu-me com fidalguia e me encaminhou ao chefe da reportagem Alves Pinheiro que, incontinenti, me passou uma pauta: “Você vai cobrir o encontro mundial da Interpol no Hotel Glória.”

Embarafustei-me na balbúrdia daquela babel, poucos minutos me bastaram, o repórter ainda não precisava fazer a famosa “apuração”. Nem depuração: a pauta banal não exigia muita criatividade. A volta à redação – aí é que a coisa pegava – envolvia toda uma logística. De um telefone fixo (indisponível no Glória) ou de um orelhão, você ligava para uma central radiofônica, dava suas coordenadas, e uma viatura do Globo vinha te buscar. Bati o texto de uma lauda e meia e deixei na mesa do chefe de reportagem, veterano pé-de-boi que tinha saído para um lanchinho. Virei as costas para a redação soturna da rua Irineu Marinho e nunca mais voltei. A redação da Frei Caneca era ainda mais sinistra, mas um mês depois eu caía nos braços dos Bloch para passar 35 anos na Manchete.

O mundo dá voltas curiosas. Cinquenta anos depois, trabalhei – dessa vez remunerado – para a filha de Rogério Marinho, Ana Luísa, casada com o saxofonista Mauro Senise, que me elegeu como redator oficial dos press releases do marido.


domingo, 31 de janeiro de 2016

"Alô, burguesia de Ipanema": é o Simpatia na Avenida...


FOTOS DE FERNANDO MAIA/RIOTUR






É o 32° Carnaval do Simpatia. Ontem, cerca de cem mil cariocas e turistas homenagearam Chico Buarque, recentemente hostilizado por playboys e coxinhas desocupados no Leblon. O bloco volta a desfilar no próximo domingo. Abaixo, a letra do samba, com referência a Chico Buarque e ao personagem "Esmeraldo Simpatia é Quase Amor", criado por Aldir Blanc e inspiração do bloco fundado em 1984.  Fotos de Fernando Maia/Riotur

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Rio, 450 anos: o maior carnaval do mundo já está nas ruas...

Escravos da Mauá - Tatá Barreto -Riotur

Céu na Terra - Foto de Fernando Maia- Riotur
Sá Pereira- Foto Alexandre Macieira-Riotur
Nos últimos anos, ao lado do mega espetáculo das escolas de samba, o Rio reinventou o Carnaval. E, mais uma vez, a iniciativa e a alegria vieram do povão. Não há paralelo, no mundo, de uma ocupação popular de uma cidade por uma legião festiva de blocos espontâneos. O Rio rejeitou as "cordinhas" e "abadás" e ainda resiste - embora o poder público já acomode um tipo ou outro de bloco comercial, nada mais do que iniciativas privilegiadas de marketing chamativos para turnês patrocinadas - à privatização que significa exclusão do folião comum do carnaval de rua. É bom ficar atento; uns e outros tentam furar esse cerco. O carnaval de Salvador, por exemplo, está preso nessa tendência de transformar a festa em curralzinho vip. Nomes da música com prestígio para descolar patrocínio público fazem do carnaval um milionário evento privé, com o povão que não pode comprar abadá relegado à periferia. Isso já foi tentado no Rio pelos blocos de marcas comerciais e trios importados. A cada ano, tentam de novo. Até cordinhas os caras de pau já quiseram botar aqui no nosso terreiro. Por enquanto, com a reação dos blocos autênticos, o Rio dá um exemplo: carnaval é do povo e não de "promotores de eventos" que mamam em verbas públicas. Nas fotos, abaixo, veja o povo que se diverte e ocupa as ruas, sem grife comercial e até com dificuldades financeiras para botar os blocos nas ruas. Isso é carnaval, o resto é  'business'. Chope, alegria, malandragem e rejeição aos picaretas, a hora é essa. A rua é do povo. Em vários blocos de bairros cariocas, chama a atenção a presença de crianças. Positiva, e também nessa linha de rejeitar a tutela comercial ou de celebridades influentes, é a onda que faz crescer o carnaval de rua de São Paulo Começa a se impor. O povão já ocupa a Vila Madalena. E a tendência é que a ofensiva aumente no ano que vem. É isso aí: abaixo a privatização das ruas, camarotes e afins, com cordinhas que garantem faturamento milionário em ruas. Os cariocas estão mostrando que aqui carnaval do tipo lava-jato não vai emplacar.
Cordão do Boitatá. Foto Tatá Barreto-Riotur
Imaginô? Agora Amassa. Foto Fernando Maia-Riotur

Xupa mas não baba - Foto Alexandre Macieira- Riotur
Simpatia Quase Amor - Foto Instagram
Em São Paulo, o bloco Filhos da Foto, formado por profissionais da fotografia...
Bloco Filhos da Foto, na Limeira, SP - Foto fotos Publicas

Alegoria do Filhos da Foto. Foto Fotos Publicas
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