terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Fotomemória - Em Copacabana, o carnaval que não acabou em tumulto

Blocos na Avenida Atlântica, 1954; "Os "Pinguins do IAPTEC" foram os campeões
do"banho de mar de Copacabana".. Foto de Salomão Scliar./Reprodução 

Os "Independentes do Leblon" venceram na categoria escolas de samba. Foto de Salomão Scliar/Reprodução

Na Copacabana dos anos 50 o carnaval não acabou em tumulto. Foto Salomão Scliar/Reprodução 

Um fenômeno recente do carnaval carioca - os megatrios comerciais, na verdade shows nada disfarçados - estão em discussão.

Por servirem de palcos para cantores conhecidos e celebridades da TV costumam atrair grandes multidões. Nos últimos anos, já haviam registrado tumultos. Dessa vez, a vítima foi Copacabana, que virou uma autêntica praça de guerra em pleno domingo de sol e com a praia lotada de banhistas que nada tinham a ver com a história.

Em vão, uma semana antes do caos, os moradores recorreram às autoridades na tentativa de mostrar os riscos que um show naquelas condições traria para o bairro e para o público.

Claro que são inevitáveis as mudanças que atualizam o carnaval de rua ao longo do tempo. O fenômeno popular em que os blocos cariocas se transformaram fez a festa democrática renascer em muitos bairros. O sucesso naturalmente atrai produtores de shows e cantores que pegam carona na visibilidade que o Rio proporciona. Para estes, o carnaval de rua é um empreendimento comercial que pede grandiosidade. O show que bagunçou Copacabana, do "bloco" da Favorita, já havia sido proibido de se apresentar no bairro no ano passado. Foi deslocado para o Centro, como outros grandes trios, mas se recusou a sair de Copacabana e não foi pra rua em 2019. Este ano, encontrou uma brecha para ocupar a praia e deu no que deu.
O carnaval da Avenida Atlântica, como esse que a Manchete mostrou em 1954, é apenas memória de uma época. Os foliões de hoje provavelmente tirariam um cochilo enquanto o bloco passasse. Mas diante do que aconteceu no último domingo aquela calmaria daria alguma saudade.

Se o poder público resistir a pressões e ao lobby dos influentes megatrios (basta colocá-los em locais adequados para grandes shows, como o Parque Olímpico e o Maracanã) o carnaval de rua do Rio de Janeiro terá chance de permanecer como uma festa para os cariocas e turistas, sem passar a terrível imagem de caos, como a do último domingo, que, aliás, está repercutindo muito mal na mídia internacional.

O texto da Manchete que acompanhava as fotos acima também era bem mais ameno do que as matérias que relatam o pânico de domingo. "Copacabana já está vivendo o Carnaval de rua há uma semana. E a folia começou na praia exatamente. Saiu do escurinho das boites e do abafado do clubes para o samba livre do asfalto e das areais. Foi o bando de mar a fantasia. Os banhistas não muito carnavalescos se assustaram com a invasão da praia grã-fina por uma multidão de foliões, escolas de samba dançando ao ritmo da cuíca e do tamborim. Copacabana é contraste até no carnaval. Enquanto no Cassino Atlântico, ali no Posto 6, aconteceu um baile onde predominaram as lutas corpo a corpo, os pileques de lança-perfume e a mais desenfreada bacanal, na praia a alegria é pura e realmente carnavalesca".

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Prefeitura do Rio promove o caos em Copacabana

Reprodução You Tube
Moradores de Copacabana bem que avisaram e até entraram na Justiça para pedir a proibição do tal show de abertura do carnaval carioca, ontem. Mas havia altos interesses em jogo, da Riotur, Bloco da Favorita, promoters, artistas, hotéis etc e Copacabana não conseguiu se defender.

A Justiça foi cega, surda e deu aval para o caos. Não apenas os moradores de Copacabana foram prejudicados. O show colocou em risco a multidão que disparou em pânico, as pessoas que foram vítimas de bandidos e perderam celulares, dinheiro e documentos, foram expostas a bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo e enfrentaram o sufoco de um metrô superlotado, sem esquema especial.

Milhares levaram horas tentando voltar para casa.

Reprodução Twitter
A grande mídia noticiou, mas não deu tanto espaço assim ao caos, principalmente os principais veículos digitais. Pelo menos em um primeiro momento, a maioria das matérias fez questão de ressaltar, embarcando na defesa dos organizadores, que o tumulto começou uma hora após o fim do show. E daí? O evento atraiu uma multidão e é também responsável pela segurança das pessoas na dispersão. É como se um circo pudesse pegar fogo desde que o espetáculo já houvesse se encerrado.

A triste realidade está nos comentários, fotos e vídeos publicados nas redes sociais e na imprensa internacional.

No mesmo instante em que Copacabana era uma praça de guerra, o Centro da cidade estava deserto e adormecido. Seria o local ideal para o show.  Tem espaço, cinco estações de metrô, avenidas não residenciais e não expulsaria da praia, já por volta da 1 hora da tarde, boa parte dos cariocas de todos os bairros e suas crianças que desfrutavam de um habitual domingo de lazer.

Já que o poder público é inconsequente, artistas e patrocinadores deveriam ter um pouco mais de consciência e não se tornar coadjuvantes desse tipo de caos previsível. Alguma porção da imagem deles também ficou espalhada pelas ruas caóticas e sujas de Copacabana.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Racismo e assédio da mídia explicam "asilo" do casal Harry e Meghan Markle no Canadá.

Ao anunciar que deixa de representar a Família Real em protocolos e vai trabalhar para viver, dispensando o subsídio público e as mordomias que sustentam os royals, o casal Harry e Meghan expôs a mídia britânica a novos episódios de racismo.

Megan Markle, na BBC, é apresentada
como "barraqueira". Reprodução 

Pela segunda vez, a BBC é acusada por caricaturar com estereótipos um personagem que representa a americana. No programa Meghan Markle’s Royal Spark, da emissora, ela aparece como uma "barraqueira" que usa linguagem grosseira. Antes, a BBC comparou o recém-nascido herdeiro Archie, a um chimpanzé.

Os tabloides ingleses, principalmente, estão caindo de pau em Harry e Meghan e assumindo a versão de "desrespeito" com a rainha e "traição".
As primeiras análises demonstram que ao decidir pelo afastamento - que as redes sociais apelidaram de Megxit - o casal aponta como motivo precisamente essas duas questões: o racismo e o assédio da imprensa.

Harry carrega o trauma da vida e morte de Diana, sempre perseguida por paparazzi. Meghan admite que não suporta mais as agressões racistas. Eles esperam que ao abdicar da realeza possam criar o filho no Canadá longe do assédio dos tabloides e da intolerância racial. Na prática, optaram por um "asilo" que esperam seja protetor.

sábado, 11 de janeiro de 2020

A mídia neoliberal e o jornalismo de mercado na ilha da fantasia





por Flávio Sépia

Em relação ao governo Bolsonaro, a mídia neoliberal tem, como se vê, duas linhas claras; apoia ferozmente a política econômica, o ajuste fiscal selvagem, os cortes de programas sociais e a supressão de direitos trabalhistas, previdenciários etc, e reserva algum espaço para críticas nos campos ambientais, de educação, política externa e temas de comportamento.

No fim de dezembro, essa mídia exaltou um suposta recuperação da economia, saudou previsões do mercado e passou dias soltando fogos de artifício editoriais a estatísticas, inclusive uma sobre aumento de vendas do comércio no fim de ano que se revelou inconsistente.

Foram os efeitos do espírito de Natal, dos fogos de artifício e do espumante?

O ano virou e a realidade veio à superfície. Inflação acima da meta, ao contrário do que os jornalistas e colunistas de mercado festejaram, queda brusca da produção industrial, explosão do endividamento das famílias, aumentos de produtos, serviços e alimentos, além de queda das exportações e uso das reservas estratégicas em dólar, o que significa começas a queimar o colchão que evita o caos nas contas.

Se no dia da divulgação desses números desfavoráveis a abordagem foi discreta, hoje o assunto praticamente sumiu das primeiras páginas. A exceção é a Folha que, mesmo assim, atribuiu as nuvens negras que jogaram água no chope neoliberal apenas à carne.

A ilha da fantasia começou o ano sob terremoto.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Tóquio 2020: fabricante avisa que camas da Vila Olímpica são de papelão e só podem suportar duas pessoas de cada vez. Ménages não vão ganhar medalhas...

Reprodução Twitter

por Niko Bolontrin

Duas informações sobre a Olimpíada 2020, em Tóquio, chamam atenção, hoje, das redes sociais.

Uma, é o aviso do Comitê Olímpico Internacional sobre as regras que impedem manifestações políticas durante as cerimônias de abertura, de encerramento ou nos pódios. Os atletas, contudo, não estão impedidos de emitir opiniões em entrevistas nas áreas reservadas à imprensa.

A outra é sobre as camas da Vila Olímpica, que são ecológicas e feitas de papelão. Talvez ciente de que as acomodações dos jovens atletas podem se transformar em um espécie de pódio do sexo, o fabricante Airwave alerta que apenas duas pessoas, de cada vez, podem usar o móvel. Mais do que isso, a cama politicamente correta vai desabar. Ou seja, ménages serão materialmente inviáveis.

Não é segredo a agitação das Vilas Olímpicas onde a testosterona alcança níveis estratosféricos. Basta dizer que na Rio 2016 foram distribuídas 450 mil camisinhas entre os atletas.

Nas redes sociais há que diga que 80% dessas camas de papelão não resistirão às maratonas noturnas.

Sufoco no cafofo do Barbosa

Desde que a bolsonarista Letícia Dornelles foi nomeada para a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa, polêmicas e controvérsias rondam a instituição. A nomeada foi criticada por não ter qualificação para o cargo. A ausência de currículo seria agravada pelo fato de a Casa não é apenas guardar acervos de escritores, mas funcionar como um importante centro de pesquisa literária.
Ao Globo, ela mesma citou como qualificação o fato de ter trabalhado no "Fantástico" e de ter feito um curso de gestora.
A presidente já afastou diretores dos centros de Filologia, História e Direito.
Entre as primeiras realizações de Dornelles estão, segundo O Globo, homenagens a Margaret Thatcher e Ronald Reagan, que serão temas de palestras e exposições. Não por acaso, essa dupla dinâmica da direita é idolatrada pelos bolsominions. A nova presidente alega que tem tudo a ver a celebração da ex-primeira ministra britânica e do ex-presidente estadunidense porque "Rui Barbosa era diplomata", o que, segundo ela, justifica o projeto "Países & Personalidades".
O nome do projeto é aliás, amplo, e pode abrigar qualquer coisa. A presidente não antecipa os próximos homenageados. O que não quer dizer que os apoiadores do novo governo não possam sugerir pautas. Uma exposição sobre a vida e obra do astrólogo Olavo de Carvalho, por exemplo, faria a nova gestão ganhar pontos no Planalto. "Países & Personalidades" é uma parceria da FCRB com o Ministério das Relações Exteriores, hoje um fortim direita radical. A vida do primeiro-ministro da Hungria (Viktor Orbán), outro ícone do governo atual, poderia render um seminário para militantes, assim como o "Terraplanismo e a Literatura". Um evento interessante seria "Um Passeio na Biblioteca de Donald Trump que Rui Barbosa não Conheceu". Tudo bem que o tour vai durar menos de um minuto, mas vale por mostrar esse aspecto desconhecido do maior amigo do presidente brasileiro depois do Queiroz.
Se a Dornelles puder ler algo além das redes sociais bolsonarianas, é recomendável o "Metrópole à Beira-Mar - o Rio Moderno dos Anos 20". Ela vai gostar de um trecho em que o autor, Rui Castro, fala de Ruy Barbosa, quando senador:
"Em 1900, derrubou a emenda que instituía o divórcio no Brasil. Em 1904, votou contra Oswaldo Cruz e a vacina obrigatória. Em 1922, deu o voto decisivo que permitiu a Epitácio Pessoa decretar o estado de sítio na sequência da rebelião do forte de Copacabana. (...). O Brasil deveu a Ruy cinco anos sem garantias constitucionais".
Além do que o livro relata, sabe-se que Rui Barbosa mandou destruir milhares de documentos referentes à escravidão no Brasil.
Tudo isso é praticamente a antecipação do ideário bozoroca que a Casa da Mãe Joana, desculpe, a Casa Rui Barbosa, passa a cultuar.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Filantropia: nudes para ajudar a Austrália


Reprodução Twitter

Através do seu perfil no Twitter a modelo Kaylen Ward, 20 anos, se comprometeu a mandar fotos nudes exclusivas para quem doar 10 dólares, e comprovar isso, para ajudar as vítimas dos incêndios na Austrália. Ela tem mais de 300 mil seguidores. A modelo alega que após a publicação do apelo filantrópico foi rejeitada pela família e pelo namorado, mas se mantém firme na missão humanitária. Nas redes sociais, Ward informa que já arrecadou 1 milhão de dólares. Ela vem publicando comprovantes de repasses a instiuições australianas.

Trios comerciais invadem o carnaval carioca. É o circuito Crivella de megatrios elétricos

Reprodução O Globo de 09-01-2020

A coluna de Ancelmo Gois (O Globo) noticia hoje uma opinião de Rita Fernandes, presidente da Sebastiana (Associação de Blocos de Rua da Zona Sul ) sobre a invasão dos megatrios comerciais no carnaval do Rio de Janeiro.

De fato, nos últimos anos e no ritmo do lobby, empresários têm conseguido liberar as ruas para trios alienígenas enquanto blocos de bairros ganham vetos ou sofrem dificuldades para atender às exigências oficiais.

A nota cita os trios de Cláudia Leitte, Lexa, Anitta, Ludmila e o sertanejo Chora, Me Liga. Existem outros, como o da Preta Gil e o das Favoritas.

Em geral, impulsionam marcas, divulgam shows e fazem o marketing de cantores que se apresentam em turnês carnavalescas em outras capitais.

O prefeito Marcelo Crivella adota para o carnaval a política de desmonte do Rio que prevalece em sua administração. Trata a festa com desprezo enquanto estimula a invasão de ambulantes nas ruas, deixa as vans à solta, não fiscaliza efetivamente as construções ilegais, se omite no caos das chuvas, permite os cercadinhos vips e a invasão de praias por empreendimentos comercias e quer liberar ruas e encostas para altos gabaritos de espigões.

Crivella odeia o Rio, na verdade. 

Atende a todos, menos à tradição e cultura cariocas.

Segundo O Globo, até 7 de janeiro, mais de 60% dos blocos não tinham ainda autorização da PM e dos Bombeiros (no caso, de responsabilidade estadual) para desfilarem. Um dos encargos: blocos com mais de mil pessoas deve contratar ambulância, maqueiros, médicos e enfermeiros. De um desses blocos foi exigido disponibilizar seis equipes médicas, número difícil de ver até em desabamentos de encostas nas chuvas de verão.

Ao contrário dos megatrios, a maioria dos blocos de bairro que reocuparam a cidade e fizeram o carnaval de rua renascer a partir de iniciativas autênticas e localizadas não tem condições de atender tudo isso. Foram eles que fizeram o Rio voltar a se divertir nas ruas e criaram o fenômeno que hoje atrai milhões de turistas.

É nessa onda que os megatrios empresariais, que podem cumprir os encargos com facilidade, pegam carona.

Pena que, para isso, desloquem o verdadeiro espírito da festa.     

Censura: o segundo atentado contra o Porta dos Fundos

Os sinais do Brasil sob regime arbitrário são agora lançados diariamente. Perseguições, ameaças, preconceitos, mentiras, difamação de opositores, decretos, assassinatos de ambientalistas e índios,  até atentados com artefatos incendiários e a volta da censura. Na mesma semana em que a TV Brasil - onde o veto a determinados temas parece ter se  tornado uma prática editorial - corta trecho de uma reportagem sobre uma exposição que revivia a história do Pasquim, eliminando a referência sobre a prisão dos jornalista na ditadura, um desembargador manda que a Netflix retire do ar o especial humorístico do Porta dos Fundos, a sátira "A primeira tentação de Cristo".
É uma espécie de segundo atentado ao grupo, depois de um bando lançar coquetéis molotov contra a sede da produtora.
O desembargador Benedicto Abicair alegou que "o direito à liberdade de expressão, imprensa e artística não é absoluto", daí a censura. Curiosamente, o mesmo desembargador se manifestou, em 2007, sobre um processo contra Jair Bolsonaro, em argumentação contrária. A propósito de declarações homofóbicas e racista do então deputado no programa CQC, Abicair declarou em seu voto, segundo reportagem do Globo, hoje, que não via como "em uma democracia censurar o direito o direito de manifestação de quem quer que seja".
Ou desembargador mudou de opinião ou deve-se considerar que o Brasil não está mais em uma democracia.
ATUALIZAÇÃO: A Netflix recorreu ao STF e o ministro Dias Toffoli liberou o especial do Porta dos Fundos, cancelando a decisão do desembargador.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

O Brasil vai à guerra no Irã. Verás que os filhos dos outros não fogem à luta








por O.V.Pochê

As redes sociais estão lotadas de memes sobre a crise EUA-Irã. Por enquanto, são piadas, mas tem que esteja levando a sério.
O Brasil já teria avisado a Washington que "estamos aí para o que precisar". Ou seja, se depender do Planalto, o bicho vai pegar. Digamos que o Tio Trump, após bombardear os 52 alvos da terra dos aiatolás, precise enviar tropas terrestres e ligue para o seu ajudante de ordens, o Bozo, pedindo alguns batalhões.
Sabe-se que operações aéreas destroem e matam, mas para conquistar território mesmo, como foi o caso do Iraque, é preciso botar o pé na estrada. É aí que o Brasil pode ser convocado.
O ideal é abrir um voluntariado para formar uma tropa mais motivada. O atual governo tem ministros extremamente bélicos, assim como apoiadores loucos para encarnar os Rambos e Braddocks da nova era. Bolsonaro pode convocar a turma pelo twitter. Deputados, senadores e governadores que foram eleitos na onda do capitão inativo certamente não vão se negar a se alistar nas forças brasileiras que integrarão a coalização que vai botar os aiatolás pra correr.  Olavo de Carvalho pode ser o estrategista principal. O próprio Bolsonaro seria o Churchill tropical. Os zero um, dois e três já estão praticamente treinados para o combate. Damares poderia comandar os pelotões femininos e Janaína Paschoal preencheria a cota de mulheres no Estado Maior. O general Heleno seria o Patton à frente da meia dúzia de tanques brasileiros que ainda rodam. Onyx Lorenzoni poderia ser o motoqueiro do iFood para alimentar as tropas no deserto. O ginasta Diego Hypólito, agora próximo ao clã, cuidaria da preparação física dos soldados. Queiroz seria responsável pela intendência e movimentação financeira da ofensiva. As operações aéreas seriam coordenadas pelo astronauta Marcos Pontes. A equipe do Antagonista se ofereceria para o corpo de correspondentes de guerra ao lado de Ratinho, Sílvio  Santos, Datena e Eliane Cantanhêde. O "bispo" Macedo vai de capelão-mor. Regina Duarte e Márcio Garcia vão  cuidar do entretenimento para as tropas, o que incluirá shows de Gustavo Lima, Zezé di Camargo e Eduardo Costa, entre outros. Mas a festinha após cada batalha vencida ficará por contra de Neymar, o anfitrião das baladas. Empresários não se negarão a trocar seus gabinetes pelas trincheiras. Paulo Skaff faria a Fiesp virar um bravo comando de Seals. Luciano Hang comandaria um batalhão de funcionários da Havan, até uniformes eles já têm. As Lojas Riachuelo podem doar os coturnos de campanha. Dallagnol seria o administrador do grupo de Whatsapp do Alto Comando. As manifestantes que costumam ir às ruas com a camisa da CBF serão enfermeiras-voluntárias e muitas doarão suas ricas aposentadorias para o esforço de guerra.  O jogador Felipe Mello vai se alistar, mas só será utilizado quando os combates entrarem na fase do corpo a corpo.
Após a vitória final, o Brasil, como integrante da coalizão vitoriosa, terá direito a participar do novo governo do Irã. Aí entra o Paulo Guedes que fará as reformas da previdência e trabalhista do país conquistado e privatizará tudo, incluindo as ruínas de Persepólis, que ele não sabe bem pra que servem e que transformará em um condomínio residencial, o "Vivendas de Teerã". Nos campos de petróleo infelizmente não vai poder mexer, é área do Tio Trump.
Como se vê, o Brasil está preparado.
Só falta o Trump dizer quando será o Dia D. Ou melhor, o Dia B.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Com o fim da marca Beatle, o Fusca vira memória e se despede definitivamente. Veja o vídeo que celebra o adeus do mito sobre rodas


por José Bálsamo

O Fusca já se despediu várias vezes na última década. Brasil e México foram os últimos países a dar adeus ao Fusca.
No Brasil, registre-se, saiu de cena duas vezes: em 1986 e 1996 (depois de por intervenção do então presidente Itamar Franco o Fusca voltar a ser fabricado a partir de 1993)
Agora, nos Estados Unidos, acontece o fim da marca Beatle, que não será mais utilizada em nenhum lançamento. O Volkwagen Beetle saiu de linha em 2019 e levou junto um mito do automobilismo.
Para marcar a despedida definitiva, a Volkswagen USA divulgou há poucos dias um vídeo especial chamado "A última milha".
Observe bem que no meio da multidão que aplaude o Fusca aparecem Kevin Bacon, Andy Warhol e Andy Cohen, um conhecido apresentador da TV americana. A trilha sonora Let it Be, dos Beatles, acompanha a última jornada do Fusca que é pontuada por uma frase: "quando uma estrada acaba, outra começa".

VEJA O ADEUS DEFINITIVO DO FUSCA, CLIQUE AQUI 

A loucademia da Inteligência Artificial

por Flávio Sépia
A inteligência artificial está avançando quase na velocidade de um Fórmula 1. A coisa está tão acelerada que começa ficar fora de controle. Com a velocidade de conexão 5G batendo à porta, a cada dia aparece um robô superdotado para ocupar uma atividade antes reservada a humanos. Já existem robôs-jornalistas, robôs-pilotos, robôs-médicos, robôs-faxineiros, robôs-operário, robôs-barmen etc.
A novidade mais recente da dupla inteligência artificial+robô é um sofisticado equipamento para fazer pízzas. Você digita o tipo e tamanho que você quer e a máquina entrega a massa em minutos. A geringonça é capaz de fazer 300 pizzas por hora. O pizzaiolo dança.
A robótica também chega à religião e pastores, padres, rabinos, pais de santo e gurus em geral  etc também correm risco. Em troca de uma moeda e com o simples apertar de um botão o pecador poderá ouvir orações, salmos, pregações a gosto e fala direto com o santo ou com os búzios. Poderá criar, por exemplo, um avatar e levá-lo a visitar um paraíso virtual. Poderá fazer selfies em 3D com a divindade de sua preferência.
O problema vai ser o que fazer com os milhões de desempregados pela tecnologia. O mercado de entrega e comida por aplicativo não vai absorver tanta gente.

sábado, 4 de janeiro de 2020

Drones de guerra: a morte voa em silêncio

O drone MQ-9 Reaper do tipo que explodiu o general iraniano. Reprodução Twitter.


No filme Good Kill, a rotina dos pilotos de drone a milhares de quilômetros do alvo. Na foto,o ator Ethan Hawke, que faz o papel do piloto e a co-piloto interpretada por Zoe Kravitz. Foto: Divulgação

A morte de Qassem Soleimani, o líder da Força Quds, a tropa de elite da Guarda Revolucionária do Irá, é a notícia que abre o ano no planeta. No caso, como diria McLuhan, o meio foi a mensagem. O drone. O auge da guerra tecnológica.

Esqueça Patton e seus tanques e a lama dos campos de batalha. As armas do século 21 são profiláticas.

Assim como fez de Patton um herói, Hollywood mostrou em Good Kill, filme de 2014, a rotina dos operadores do drones que a milhares de quilômetros do alvo cumprem missões como a que explodiu o general iraniano.

Dizem que Soleimani era um estrategista. Se era, esqueceu de olhar pra cima. Não que ele pudesse enxergar o inimigo que voa a mais de 10 mil metros de altura, mas deveria contar com essa possibilidade. Esse tipo de guerra está no Afeganistão, no Iraque, na Síria, no Iémen...

Mas Good Kill (em tradução livre, Morte Limpa) não apenas celebra a tecnologia. Mostra uma  espécie de angustia que acomete os pilotos de drones. Eles são como funcionários que cumprem expediente, vão à guerra em turnos, no conforto do ar condicionado e, após as missões, voltam para casa e para mulheres e filhos em típicos  subúrbios americanos  O filme dirigido por Andrew Niccol vai muito além do ufanismo e capta os efeitos psicológicos dos top guns da poltrona. O protagonista, um major vivido por Ethan Hawke, passa 12 horas por dia lutando contra o Talibã de um bunker nas imediações de Las Vegas. Na mão, o joystick que comanda drones do outro lado do mundo. O drama existencial do major que o filme focaliza não é inteiramente fictício. A Newsweek fez há algum tempo uma matéria com um ex-operador de drones que viveu o impacto psicológico da função de matar pessoas por controle remoto. A era do guerreiro de home office. Depois de seis anos na Força Aérea, o entrevistado da Newseek voltou à vida civil com estresse pós-traumático e se surpreendeu ao ver que sua ficha registrava participação em 1.626 mortes. Impossível garantir que todos eram terroristas. Quase invariavelmente, inocentes entram na cota do "dano colateral". O que, independentemente da ação comandada por Donald Trump ser mais um ato eleitoral para tirar atenção de um processo de impeachment, está longe de transformar Soleimani em vítima colateral. Ao contrário, ele era o cruel gauleiter de uma ditadura religiosa e fundamentalista como muitas, de vários credos, que ameaçam democracias e que, no Irã, provocou milhares de mortes durante recente onda de protestos.

Fotografia: imagem planejada pinta cena com luz e técnica


Foto planejada por Johnson Barros, fotógrafo e sargento da Força Aérea Brasileira, está entre as tr~es melhores do mundo no ranking da revista especializada Aviation Week.
Veja no site Aeroflat como foi feita essa imagem, AQUI

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

O que os Novos Anos 20 terão a ver com os Loucos Anos 20...



por José Esmeraldo Gonçalves

A edição de janeiro da revista britânica Tatler convidou Nicole Kidman para ilustrar uma capa temática sobre os Novos Anos 20.

A ilação remete a uma era do século passado quando o mundo desbundou de vez. A gíria não existia, mas serve para definir o período entre 1919 e 1929, os Loucos Anos Vinte, quando o planeta parecia girar mais rápido e acelerar mudanças sociais, industriais e culturais.

Depois da tragédia e do sofrimento provocados pela Primeira Guerra, a Europa mandava a mensagem dos seus Années Folles: cair de boca na vida antes que outra guerra acabe com a festa. E o mundo entendeu o recado. Os Estados Unidos embarcaram nos Roaring Twenties e até o Rio de Janeiro, como conta o novo livro de Ruy Castro - Metrópole à Beira-Mar - o Rio Moderno dos Anos 20 - também pirou na modernidade. Que não se entenda mal, aquelas gerações bebiam, dançavam, amavam as drogas e o sexo e com o mesmo dinamismo faziam a literatura, a arte, a música, a arquitetura, o comportamento, os direitos sociais, as indústrias cinematográfica e automobilística, a telefonia, o rádio e o jornalismo avançarem anos-luz. Eram os tempos de Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e Gertrude Stein. Sinclair Lewis, art déco, expressionismo, surrealismo, jazz, Bauhaus, Henry Ford, Man Ray, Max Ernst, Pablo Picasso, André Breton, Joan Miró, Marcel Duchamp e Salvador Dali, entre tantos outros. Aqui, o agito cultural era ditado por nomes como João do Rio, Lima Barreto, Gilka Machado, Álvaro e Eugenia Moreyra, Bidu Sayão, Vila-Lobos, Agripino Grieco, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Sinhô e Pixinguinha. O Rio, como conta Ruy Castro, fazia sua parte e tocava o Brasil para a frente.

Os Loucos Anos 20 chegaram ao fim em uma data precisa: 29 de outubro de 1929, a Terça-Feira Negra que quebrou a Bolsa de Valores de Nova York e espalhou pelo mundo um rastilho que transformou economias em cinzas e desempregou milhões de pessoas.

Não se sabe como serão nem como terminarão os New Twenties que a Tatler anuncia. Aqueles, os do século passado, acabaram em ditaduras e guerras das quais o mundo precisou novamente se recuperar nos anos 1950. Esses que agora começam estão sob a sombra dos avanços da direita, do fundamentalismo religioso, da intolerância e de uma economia que nega prosperidade para bilhões de pessoas,  concentra riquezas em pequeno percentual de bolsos e cofres e, por último mas não menos importante, despreza os impactos do aquecimento global. Mas aí é outro capítulo. 

Impostos-fantasia: a nova criação do governo para 2020...

Parece, mas não é piada. Até porque vai doer no bolso de muitos brasileiros. O governo Bolsonaro-Paulo Guedes extrapola na imaginação e agora cria impostos-fantasia.

Explica-se: a dupla que governa o Brasil decretou que os bancos podem cobrar uma taxa sobre o limite do cheque especial. Ou seja, sobre aquele valor que oferecem em tese ao cliente e que este nem sempre usa ou, em alguns casos, de reserva mais alta, nunca usam.

O outro imposto-fantasia é sobre o sol. Depois de, nos últimos anos, em razão de políticas de incentivo às energias renováveis, propagar o uso da energia solar,  o governo resolveu agora taxar o astro-rei. Na prática, os citados presidente e ministro   consideram que o sol é uma estatal ou um serviço público ao qual o usuário deve remunerar.

2020: a internet vibrou com essas mãos desgovernadas...

Papa Francisco: mão de barra-brava. Reprodução Twitter


Grazi: mão comemorativa... Reprodução Instagram

por Pedro Juan Bettencourt

Dois assuntos são campeões de cliques na internet neste começo de ano. Por acaso, os dois envolvem... mãos.

O primeiro a viralizar foi a cena da mão do papa Francisco que deu uma de barra-brava argentino e mandou um duplo tapa na igualmente mão da devota que lhe deu uns puxões na Praça São Pedro.

Já a mão de Grazi Massafera parece ganhar vida própria em uma foto de amigos em confraternização na Praia do Carneiros, em Pernambuco. Atentas, as redes sociais perceberam que assim como quem não quer nada a 'mão boba' alvejou em ponto estratégico o namorado da atriz, o ator Caio Castro.

Na mídia e nas redes sociais, a onda das fake news chega às estatísticas?

Os primeiros dias de 2020 jogam na praia da mídia e das redes sociais uma nova polêmica: a das estatísticas possivelmente fakes.

Inicialmente, uma suposta pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop) trombeteou que as vendas de fim de ano tiveram um acréscimo de mais de nove por cento. Lojistas de uma entidade dissidente, a Associação Brasileira dos Lojistas Satélites, contestaram os números (70% dos seus filiados afirmaram que as vendas foram iguais ou inferiores às do ano passado) e o Ibope, a quem a Alshop atribuiu a confirmação das informações, publicou nota afirmando que não repassou dado algum para o tal levantamento.

O número de pessoas em Copacabana também levanta dúvidas. Segundo veículos da grande mídia, cerca de 3 milhões de pessoas assistiram nas areias de Copacabana à tradicional queima de fogos. O cálculo seria da PM. Nas redes sociais, moradores de Copacabana falam sobre impressão contrária: a de mais espaços vazios do que no ano passado. Já a prefeitura do Rio de Janeiro divulgou que a cidade recebeu exatos 1 milhão e 700 mil turistas, mas não informa como chegou a esse número.  Em réveillons anteriores, a mídia deu destaque às ocorrências de violência ou arrastões e, principalmente, roubos de celulares. A PM não divulgou ainda o balanço total de ocorrências, mas informa que deteve apenas dez pessoas, número considerado bem baixo já em em 2015, 2017 e 2018 as cenas de delegacia lotada de turistas vítimas de roubo foram recorrentes.

Embora não tenha divulgado os números oficiais finais, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) esperava alcançar 100% das vagas ocupadas no Rio de Janeiro. A conferir.

No ano das fake news, em que o governo federal foi várias vezes flagrado divulgando números falsos, as estatísticas oficiais saem abaladas e entram em 2020 sob fortes dúvidas.

Em geral, a mídia divulga os números tal como os recebe. Na prática, deveriam ser checados por agências especializadas ou correm o risco de se transformarem em instrumentos de propaganda política ao gosto do freguês.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

2020: Rio de luz e cor...

Que venha 2020. Foto Fernando Maia/Riotur/Divulgação

Copacabana: a porta de entrada do Ano Novo. Foto de Alex Ferro/Riotur/Divulgação

O amanhecer de 2020. Foto de Alex Ferro/Riotur/Divulgação