Os primeiros dias de 2020 jogam na praia da mídia e das redes sociais uma nova polêmica: a das estatísticas possivelmente fakes.
Inicialmente, uma suposta pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop) trombeteou que as vendas de fim de ano tiveram um acréscimo de mais de nove por cento. Lojistas de uma entidade dissidente, a Associação Brasileira dos Lojistas Satélites, contestaram os números (70% dos seus filiados afirmaram que as vendas foram iguais ou inferiores às do ano passado) e o Ibope, a quem a Alshop atribuiu a confirmação das informações, publicou nota afirmando que não repassou dado algum para o tal levantamento.
O número de pessoas em Copacabana também levanta dúvidas. Segundo veículos da grande mídia, cerca de 3 milhões de pessoas assistiram nas areias de Copacabana à tradicional queima de fogos. O cálculo seria da PM. Nas redes sociais, moradores de Copacabana falam sobre impressão contrária: a de mais espaços vazios do que no ano passado. Já a prefeitura do Rio de Janeiro divulgou que a cidade recebeu exatos 1 milhão e 700 mil turistas, mas não informa como chegou a esse número. Em réveillons anteriores, a mídia deu destaque às ocorrências de violência ou arrastões e, principalmente, roubos de celulares. A PM não divulgou ainda o balanço total de ocorrências, mas informa que deteve apenas dez pessoas, número considerado bem baixo já em em 2015, 2017 e 2018 as cenas de delegacia lotada de turistas vítimas de roubo foram recorrentes.
Embora não tenha divulgado os números oficiais finais, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) esperava alcançar 100% das vagas ocupadas no Rio de Janeiro. A conferir.
No ano das fake news, em que o governo federal foi várias vezes flagrado divulgando números falsos, as estatísticas oficiais saem abaladas e entram em 2020 sob fortes dúvidas.
Em geral, a mídia divulga os números tal como os recebe. Na prática, deveriam ser checados por agências especializadas ou correm o risco de se transformarem em instrumentos de propaganda política ao gosto do freguês.
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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quinta-feira, 2 de janeiro de 2020
sábado, 21 de julho de 2018
Computador fica maluco e escala Grêmio e Flamengo entre os dez melhores times do mundo. Na real, nem as respectivas torcidas acreditam nisso...
por Niko Bolontrin
O site Club World Ranking, como o nome diz, lista semanalmente os melhores clubes de futebol do mundo. Baseia-se em estatísticas e critérios próprios de pontuação. A lista mais recente aponta o Grêmio como o 4° e Flamengo como o 10° melhor time do mundo.
Antes da Copa, outro ranking, o da Fifa, colocava o Brasil como a segunda melhor seleção do mundo, perdendo apenas para a Alemanha. No campo, sem firulas matemáticas, na real, o Brasil ficou em 6° lugar e a Alemanha na 22ª posição.
Até o começo da década de 1970, os principais times brasileiros faziam longas excursões à Europa e enfrentavam as melhores equipes do continente. Faturavam algum e preparavam os times para a temporada. Essas excursões acabaram não só pelos calendários, lá e cá intensos, mas, principalmente, porque ninguém mais quer pagar para ver time brasileiro jogar. Pagava-se para ver Pelé, Garrincha, Rivelino, Coutinho, Vavá, Bellini, Dida, Nilton Santos, Didi etc. Desde os anos 1990, de Romário a Ronaldo, Rivaldo, Juninho, Ronaldo Gaúcho, os melhores jogadores do país já são "europeus".
Daí, são raros os confrontos com equipes europeias, restando o desprestigiado mundial de clubes. A comparação dos times em jogo, com bola rolado e não em softs de computação, que é o que vale, não mais existe.
Qualquer um que assista a Premier Ligue, a Bundesliga, La Liga, a Liga Italiana vai duvidar do ranking do CWR.
O Flamengo, por exemplo, está em 10°, à frente do Chelsea, dos Manchester City e United, do Roma, do PSG e do Arsenal, entre outros. O Grêmio está em 4° lugar. Não há overdose de chimarrão que justifique isso. Recorde-se que em um raro confronto com time de ponta, os gaúchos perderam para o Real Madrid no mundial de clubes do ano passado. O Flamengo foi desclassificado da Libertadores pelo San Lorenzo que está em 30°.
Nem os torcedores do Flamengo e do Grêmio acreditam nesse ranking.
Em tempo: o ranking é semanal, o que significa dizer que nesse dias os clubes europeus estão em férias ou preparando-se para a temporada 2018-2019. Mesmo sem jogar, Real Madrid e Barcelona lideram esse cômico ranking.
O site Club World Ranking, como o nome diz, lista semanalmente os melhores clubes de futebol do mundo. Baseia-se em estatísticas e critérios próprios de pontuação. A lista mais recente aponta o Grêmio como o 4° e Flamengo como o 10° melhor time do mundo.
Antes da Copa, outro ranking, o da Fifa, colocava o Brasil como a segunda melhor seleção do mundo, perdendo apenas para a Alemanha. No campo, sem firulas matemáticas, na real, o Brasil ficou em 6° lugar e a Alemanha na 22ª posição.
Até o começo da década de 1970, os principais times brasileiros faziam longas excursões à Europa e enfrentavam as melhores equipes do continente. Faturavam algum e preparavam os times para a temporada. Essas excursões acabaram não só pelos calendários, lá e cá intensos, mas, principalmente, porque ninguém mais quer pagar para ver time brasileiro jogar. Pagava-se para ver Pelé, Garrincha, Rivelino, Coutinho, Vavá, Bellini, Dida, Nilton Santos, Didi etc. Desde os anos 1990, de Romário a Ronaldo, Rivaldo, Juninho, Ronaldo Gaúcho, os melhores jogadores do país já são "europeus".
Daí, são raros os confrontos com equipes europeias, restando o desprestigiado mundial de clubes. A comparação dos times em jogo, com bola rolado e não em softs de computação, que é o que vale, não mais existe.
Qualquer um que assista a Premier Ligue, a Bundesliga, La Liga, a Liga Italiana vai duvidar do ranking do CWR.
O Flamengo, por exemplo, está em 10°, à frente do Chelsea, dos Manchester City e United, do Roma, do PSG e do Arsenal, entre outros. O Grêmio está em 4° lugar. Não há overdose de chimarrão que justifique isso. Recorde-se que em um raro confronto com time de ponta, os gaúchos perderam para o Real Madrid no mundial de clubes do ano passado. O Flamengo foi desclassificado da Libertadores pelo San Lorenzo que está em 30°.
Nem os torcedores do Flamengo e do Grêmio acreditam nesse ranking.
Em tempo: o ranking é semanal, o que significa dizer que nesse dias os clubes europeus estão em férias ou preparando-se para a temporada 2018-2019. Mesmo sem jogar, Real Madrid e Barcelona lideram esse cômico ranking.
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