quarta-feira, 21 de outubro de 2009

E os jovens favelados?

É muito fácil do alto de um mandato de Presidente de um País soltar frases feitas, a torto e à direita, como se fosse salvar ou consertar situações como a do Rio de Janeiro com relação ao banditismo e o tráfico de drogas que domina essa cidade. Não será com Tropas Especiais de assalto que acabará com o bandido das favelas. Resultará em muitas mortes, é verdade, mas não acabará com o bandido. O banditismo no Rio se tornou um problema social e só com soluções sociais, a longo prazo, teremos, senão erradicado, pelo menos substancialmente reduzida a bandidagem que hoje impera e manda na cidade, que dizem "maravilhosa".
Escolas primárias muitas escolas no entorno das favelas. Postos de saúde, saneamento básico nas favelas, urbanização dessas favelas, transformando os seus barracos em moradias dignas e saudáveis. Fazendo essas obras o Rio terá recuperado os jovens favelados, que perdidos num mundo sem objetivos se voltam para o crime como única alternativa para a sua vida, pobre e miserável. Não será com a força e muita bala de fuzil AR-15, que esse problema será resolvido.

A censura avança

Depois da Globo, que, segundo informações veiculadas pela imprensa, instituiu normas internas sobre os blogs, twitters, sites etc dos seus contratados, os estúdios de Hollywood anunciam que pretendem restringir facebooks e twitters dos seus atores para evitar vazamento de imagens e conteúdos dos seus filmes. Atores como Cameron Diaz e Mike Myers já teriam renovado seus respectivos contratos sob as novas normas. Diz-se que a NBA, a liga de basquete americana, também estuda censurar atletas e treinadores. A livre circulação de informações parece assustar algumas instituições, a própria mídia, especialmente no segmento de entretenimento. Obviamente, empresas e entidades têm o direito de preservar informações essenciais de iniciativas, projetos e estratégias. Assim como os profissionais contratados e envolvidos nessas operações têm o dever de preservar tais informações. Mas é preciso cuidado para que tanto controle não venha a sufocar os direitos pessoais e as manifestações de opinião.
É o grande risco. E seria uma censura inadmissível.

Perguntar não ofende

por Eli Halfoun
1 - Por conta do recente conflito que mais uma vez apavorou a gente pacata do Rio, o presidente Lula ganhou a manchete do Jornal do Brasil com essa declaração: “É preciso limpar a sujeira que traficantes impõem ao Brasil”. Não só essa, mas corre o risco do Brasil acabar com toda a água e sabão do planeta se decidir realmente limpar toda a sua sujeira. Quando é que finalmente vamos fazer isso?
2 - Durante o recente, mas certamente não o último, conflito entre traficantes e policias no Rio o ministro da Justiça, Tarso Genro, veio a público e colocou à disposição do governo carioca a ajuda da Força Nacional de Segurança. O governador recusou dizendo um simples “ainda não precisa”. Não precisa como? Ainda como? Tá esperando o que: os bandidos tomarem conta de tudo, inclusive do Palácio Guanabara?
3 - Com imagens cedidas pelo SBT, que não tem muito do que se orgulhar em sua programação, a CNN em espanhol e a CNN internacional deram destaque ao conflito do Rio que chamaram ( e não sem motivo) de “quase uma guerra civil” lembrando em todos os textos que o Rio acaba de ser escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016. É bom que a gente não esqueça disso...
4 – Nem todos que assumem importantes cargos públicos no Brasil entram no jogo de tentar empurrar a sujeira e a verdade para baixo de um já imundo tapete. É o caso de Luiz Fernando Corrêa, diretor da Polícia Federal: “O Brasil não controla a diarréia como é que vai controlar o uso ilegal de drogas”. Precisa dizer mais?

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A eleita

A senhora dona Dilma Roussef, candidata a Presidência da República do Brasil, daquele que não se pode dizer o nome, vem a púlblico e declara solenemente, com toda a empáfia e arrogância de quem sabe que é poderosa, que o Mensalão nunca existiu e o senhor José Dirceu é uma criatura perseguida e injustiçada, pelo seguimento político da sociedade e pela opinião pública. Parece até que não houve uma CPI do Congresso, que conclui que existiu sim o Mensalão, tanto que alguns corruptos foram cassados e entre eles o senhor José Dirceu. Com essa declaração, estapafurdia e idiota, a senhora dona Dilma Roussef desrespeita a decisão soberana e justa do Congresso.
O que podemos pensar sobre a CPI do Congresso depois das palavras dessa Senhora? Que o Congresso não tem idoneidade para tal decisão? Ou devemos acreditar piamente na afirmação da dona Dilma? Afinal ela será a primeira mulher a ser eleita Presidente do Brasil.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Viver a vida real...


A jornalista Eliane Furtado, que brilhou na Rede Manchete, foi convidada pelo autor Manoel Carlos para dar um depoimento ao fim do capítulo 30 da novela Viver a Vida. Belas palavras e um emocionante exemplo. Eliane, que é frequentadora deste paniscumovum, mantém o blog Sentença ou Renovação, um dos nossos recomendados aí ao lado na barra lateral. O detalhe curioso é que durante o depoimento aparece, ao fundo, à esquerda da imagem, em discretíssima participação, a jornalista Maria Alice Mariano, também deste blog e amiga da Eliane. Confira o vídeo no link Eliane Furtado em Viver a Vida

Maioria massacrada

Por Eli Halfoun
Não é preciso nenhuma estatística do IBGE para saber que a maioria da população que vive no Rio, (incluindo os que por injustiça social são obrigados a ocupar barracos caindo aos pedaços nos muitos morros - hoje favelas - que nos cercam) é de gente boa e honesta. Essa certeza joga pro alto a velha teoria de que a maioria sempre vence a minoria. Não é o que estamos vendo: os bandidos vencem – e de goleada – a maioria. Viramos prisioneiros de meia dúzia de marginais que nos fazem assustados reféns de nossa conquistada (mas, como se vê, nem tanto) liberdade de ir e vir. Não é possível que não haja uma maneira de nos livrarmos dessas algemas invisíveis. Não dá mais para ficar esperando por um milagre.A impressão que se tem é a de que governantes e alguns policiais graduados até gostam desses confrontos: é inegavelmente uma maneira de aparecer no noticiário, fazer mais e mais discursos demagógicos que se repetem há anos. Mas solução que é bom.... Até quem tem o dever (afinal, pagamos por isso) de nos proteger, ou seja, a polícia é cruelmente assassinada. E se violência gera violência, certamente não será com gentileza e muito menos com discursos que conseguiremos um pouco - pelo menos um pouco - de paz. Há sempre os que argumentam que é fundamental respeitar os direitos humanos, mas como fazer realmente isso se essa covarde minoria (só age em grupo e nunca mostra a cara) não se importa e não tem o mínimo de respeito por nossos direitos. Ora, também somos humanos. E a maioria. Quando se pede a intervenção das Forças Armadas o argumento de é o de que Exército, Marinha e Aeronáutica são para garantir a segurança de nossas fronteiras. Não seria, então, o caso de estabelecer fronteiras nos morros (quase todos) dominados pelo inimigo. Afinal, estamos (e não há como negar isso) em guerra. Outro argumento é de que não se pode invadir morros porque muita gente boa e honesta mora (mora?) neles. Não é o caso de tirar dos morros essa gente boa e honesta que tem servido como uma espécie de trincheira para os marginais? Aí combate ficaria bem mais fácil e justo. O que não se pode é continuar permitindo que a minoria vença a maioria. Até porque isso não tem lógica.

(na reprodução, a repercussão da guerra carioca no jornal italiano La Stampa)

deram um balão na mídia

Esse episódio do menino que voou mas não voou em um balão, nos Estados Unidos, é curioso. Mostra, acho, que pegadinhas típicas da internet chegam cada vez mais à mídia tradicional. No caso do garoto do balão, haveria, segundo a polícia americana, um "projeto de marketing" dos pais, que queriam ganhar fama e visibilidade para participar de um reality show. Há suspeitas também de que um emissora de TV sabia da farsa e ajudou a financiá-la. Hoje, qualquer um, com uma câmera, um editor de imagem e acesso ao You Tube pode simular uma situação "jornalística" ou de ficção e transformá-la em "notícia". No caso do baloeiro americano, as imagens correram o mundo com a informação de que o menino poderia estar ainda bordo ou já teria despencado do tosco balão. Todos "compraram" a "tragédia" sem desconfiança. A concorrência entre as TVs, principalmente, faz com que os editores joguem imediatamente no ar a suposta notícia e faturem a audiência. Sem checagem ou confirmação antes de pôr a farsa na tela outras armações da internet cairão na rede facilmente.

domingo, 18 de outubro de 2009

Site do fotógrafo André Dusek conta e mostra histórias reais de jornalistas

O livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Desiderata) inovou ao expôr sem segredos a trajetória de grandes veículos jornalísticos e revelar seus bastidores através da vida e das vidas de quem também ajudou a construí-los: repórteres, fotógrafos, editores, produtores, colegas do setor administrativo, diretores etc. O resultado foi um surpreendente, curioso, humano e bem-humorado retrato das redações de revistas como Manchete, Fatos&Fotos, Fatos, Amiga, Desfile, Pais&Filhos, Ele&Ela, Mulher de Hoje, Carinho e outras publicações da extinta Bloch Editores. Nessa tendência, em que os protagonistas são os profissionais que fazem a linha de frente do jornalismo, o fotógrafo André Dusek lançou o site fotocoleguinhas.com com os registros que fez de colegas em entrevistas, plantões e viagens pelo mundo. Entre as histórias curiosas, Dusek narra um episódio entre Gervásio Baptista, o fotógrafo, que brilhou na Manchete e é um dos colaboradores da coletânea Aconteceu na Manchete, e o guerrilheiro Che Guevara. No site, estão reunidas imagens curiosas e "causos" como esse do grande Batistinha. Confira no link Imagens e Histórias da Imprensa

sábado, 17 de outubro de 2009

Rio sob ataque e o Brasil curtindo o fim de semana


O exército francês patrulha o aeroporto Charles De Gaulle e pontos movimentados de Paris. É um reforço legítimo à ação da polícia. Aqui, as Forças Armadas recorrem à Constituição como argumento para permanecer nos quartéis enquanto o pau está comendo aqui fora. Curiosamente, ao longo da história recente, o Exército, a Aeronáutica e a Marinha deixaram o quartel por várias vezes para derrubar governos civis e atropelar precisamente a Constituição que agora tanto, e no caso, "respeitam". A Zona Norte do Rio foi atacada hoje, militarmente, por traficantes. Até helicóptero foi abatido. Policiais militares foram mortos, ônibus foram incendiados. Dizem os especialistas que, hoje, a polícia militar do RJ e grupos de ação especial da Polícia Civli estão mais bem preparados para combate do que as Forças Armadas. Faz sentido. Tanto que já foram requisitados para operações da ONU no Timor Leste e no Haiti. Talvez por isso seja até compreensível que as Forças Armadas prudentemente prefiram ficar na moita. Quem tem tem medo. O Ministério da Defesa pede ao governo mais equipamentos. Caças, tanques, submarinos. Pra que? Pra ficar estacionados nos quarteis, nas bases, nos ancoradouros? É melhor gastar esse dinheiro nos necessários veículos terrestres blindados e helicópteros idem para a PM e a Polícia Civil do RJ. A guerra, infelizmente, é aqui. Se o Brasil vai sediar uma Copa e o Rio uma Olimpíada é hora de agir com os argumentos que o crime armado ouve e entende. É preciso empreender a uma distribuição igualitária da segurança, ou não é? Quem pode contrata guarda-costas particulares e bem armados. Os demais cidadãos só contam com as forças públicas. Na reprodução da imagem da Globo News, a entrevista coletiva do Secretário Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame.

Primavera carioca


Hoje começa o horário de Verão no Rio. Temperatura de 19 graus. Verão?

Na próxima eleição, vote na piada

Pensando bem, há diferença entre o Vesgo e políticos? Entre Sabrina Sato de mini e Suplicy de sunga? Bancadas do CQC, do Pânico, do Casseta, bancadas ruralistas, evangélicas, da saúde, das empreiteiras... Dá para distinguir discurso na tribuna e piada na TV? Onde acaba um e começa a outra? Quem é figurante, quem é protagonista? O país tem constituição ou tem roteiro? Chega de intermediário, vote direto nos humoristas, é isso? Sei não, é tudo praça da alegria e zorra total.

Fogo sobre Arte: uma triste composição (31 anos depois da tragédia do MAM, incêndio consome obras de Hélio Oiticica)



Esta dramática capa da Manchete (foto de Flávio Ferreira) é de 22 de julho de 1978. A revista trazia a emocionada cobertura do incêndio que destruiu o acervo do Museu de Arte Moderna, feita pelo saudoso jornalista e crítico de arte Flávio de Aquino. O fogo consumiu um acervo de mil quadros, entre os quais telas e esculturas de Picasso, Dali, Magritte, Max Ernst, Paul Klee, Matisse, Portinari, Segall e Guignard, além de 80 trabalhos do maior pintor uruguaio, Joaquim Torres Garcia. Na época, restaram as cinzas, nada aconteceu, a direção do MAM não foi responsabilizada, a lição não foi assimilada, e outros museus, no Brasil, permanecem como bombas-relógios sujeitos a destruições semelhantes ou a roubos frequentes de obras de arte. Agora, o drama se repete. Dessa vez, em uma residência particular, não em uma instituição, mas a perda cultural é igualmente incalculável. Na última sexta-feira, um incêndio destruiu parte da casa do arquiteto Cesar Oiticica, irmão do artista plástico Hélio Oiticica, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O fogo atingiu uma sala onde estavam guardadas instalações, pinturas e esculturas do artista plástico. O prejuízo material teria sido estimado em 200 milhões de dólares mas o que as chamas consumiram foi cultura brasileira de valor jamais mensurável. A Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro criou, em 1996, o Centro de Artes Hélio Oiticica, na Praça Tiradentes. Recentemente, os jornais registraram uma polêmica entre parentes do artista, responsáveis pela sua obra, e representantes da Secretaria Municipal. O desentendimento teria levado a família a retirar peças de Oiticica expostas no Centro. Segundo Cesar Oiticica, 90% das obras do irmão foram agora destruidas. A Secretaria teria proposto à família um comodato que permitisse que o acervo ficasse guardado no Centro de Artes mas, diz a secretária Jandira Feghali, a proposta não foi aceita. A sala que guardava o acervo na residência da família tinha, segundo Cesar declarou à imprensa, controle de umidade e temperatura mas não se sabe ainda o que provocou o fogo ou se havia dispositivos de segurança ou alarmes adequados. Após a morte do artista, em 1980, foi criado o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar sua importante obra. Nas ilustrações que acompanham este post, as reproduções da capa da Manchete com o incêndio do MAM e de Hélio Oiticica em uma página do livro Marginália - Arte & Cultura na Idade da Pedrada, de Marisa Alvarez Lima.

E o Muro de Berlim se foi mas gerou filhotes...

em um mundo partido que mantém longe os indesejáveis. Um paredão divide Israel e Palestina; o outro separa Estados Unidos e México.



Queda do Muro de Berlim, 20 anos

No próximo dia 9 de novembro, o mundo festejará os 20 anos da queda do Muro de Berlim. As picaretas que demoliram o paredão e as fortificações policiais que dividiam Berlim marcaram o começo do fim da Guerra Fria e a reunificação das duas Alemanhas. Clique neste link e veja como era o Muro. Tour virtual em Berlim
Atenção, quando acessar, veja a indicação Player e assinale a opção Flash Stream Low Bandwidth/60 kpps. A imagem perderá um pouco de definição mas ganhará velocidade

Fé demais e fé de menos

por Eli Halfoun
Parece que a política absorveu de vez algumas besteiras que fazem parte do futebol como, por exemplo, a mania que os técnicos insistem em ter de fazer mistério (um mistério, aliás, que não esconde absolutamente nada) em torno do time a ser escalado, como se qualquer torcedor, ao contrário do técnico, não soubesse isso de cor. A política vai pelo mesmo caminho: os políticos, que não são técnicos em nada (excetuando as falcatruas) tentam fazer mistério em torno dos nomes que acham governar muito ruim, mas mesmo assim querem o bem pago cargo de Lula. Enquanto os cientistas políticos (sempre eles que quase nunca acertam nada) acham que Lula pode surpreender (surpresa é?) e continuar no poder por conta de sua aprovação imensa, mas intransferível (te cuida Dilma Roussef) popularidade, o povo pode não saber ainda em quem votará, mas já sabe quais os políticos que estarão nos palanques implorando por seus votos – até porque nessa hora (só nessa) todos os políticos lembram (pena que tenham memória curta) que o povo existe. E é importante. Ninguém tinha dúvidas de que Ciro Gomes seria (será) candidato, mas ele só admitiu isso (é o tal do mistério nada misterioso) quando disse apenas um “sou” para um repórter-ator do CQC, que o pegou quando ele se encaminhava apressadamente (devia estar, como se diz popularmente, muito apertado) ao banheiro. Ou seja: a campanha de Ciro Gomes começou no caminho do banheiro. Espera-se que como acontece geralmente com todos tudo na política também não acabe lá.

Palpite triplo

1) Joguinho chato aquele de ontem da seleção sub-20. Seria bom esses garotos assistirem a uns DVDs de artilheiros atuais - com DNA de goleadores, como o Luis Fabiano, o Messi - ou de gerações anteriores como Roberto Dinamite, Zico, Vavá, Careca... Vai ver eles entenderiam que a construção da jogada e a troca de passes devem culminar com o chute a gol. Simples. Futebol não é roda-de-bobo com trocas de passes e firulas sem destino. E, ao contrário do que a TV quis justificar, nem acho que o time perdeu tantos gols assim: quando os meninos chutavam a gol era um totó fraquinho que o goleiro de Gana pegava na boa; quando a bola era cruzada na área, os caras saltavam pouco e as cabeçadas invariavelmente saiam de baixo pra cima e naturalmente seguiam a direção natural da bola... rumo às alturas. É só conferir no replay. Derrota merecida.
2) O jornal diz hoje que Dunga quer controlar tudo na Seleção. Acho ótimo. Grande parte da imprensa esportiva deixou passar sem comentários a farra que aconteceu na Copa da Alemanha. Tudo era festa, alguns jornalistas conhecidos até foram jantar e tomar um vinhozinho com o Parreira com direito a foto e tudo. A ida de jogadores para boates acontecia na cara de todos mas - lembram?- só se tornou pública quando uma agência de notícias europeia distribuiu a foto do fato. Às vésperas do jogo contra o Japão, por exemplo, jogadores de folga (isso, eles tinha folga depois de cada jogo e podiam fazer o que quisessem. E pensar que, em 1958, Garrinha tinha que pular o muro da concentração, na Suécia, para dar umazinha) foram para boates em Dusseldorf. A grande imprensa noticiou? Não. Com a Copa no brejo, apareceram as críticas. Mas aí inês era morta. Resumindo: Dunga está certo em acabar com a festa, impôr horários, não privilegiar TV que entrava na concentração na hora em que queria, Pânico, Cassetas, Jornal Nacional praticamente não saiam dos treinos, está certíssimo em pôr um ponto final nos tais espaços vips e privilégios para convidados dos patrocinadores com trânsito livre até no vestiários. Alguém duvida de que parte da críticas que o treinador sofre tem origem nessa nova disciplina?
3) Há pouco foi o atletismo, agora atletas do ciclismo foram flagrados nos exames antidoping. Melhor as confederações abrirem guerra contra esses falsos esportistas e afastarem a turma de vez. É caso de polícia e envolve tráfico de substâncias controladas ou proibidas. É hora de fazer a faxina e abrir espaço para as novas gerações que pretendem chegar limpas aos Jogos Olímpicos do Rio.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Tela quente: vem polêmica aí

O filme Lula, o filho do Brasil, dirigido por Fábio Barreto e com roteiro de Denise Paraná, deveria ter sua pré-estréia em novembro, no Open Air, no Jockey Club Brasileiro mas a apresentação foi cancelada. Como o longa deve chegar aos cinemas apenas em janeiro, os produtores temiam a pirataria. Veja um trecho no link Lula, o filme

Globo vende Diário de São Paulo: bye, bye Sampa


Em 2001, O Globo desembolsou 200 milhões de reais para adquirir de Orestes Quércia o jornal Diário de São Paulo, ex-Diário Popular. O projeto dos Marinho era concorrer com os grandes jornais paulistanos e, para isso, a Infoglobo mudou o nome do veículo e tentou reposicionar a publicação. Aparentemente não deu certo e, em 2007, os editores voltaram a focar no segmento popular. Fundado em 1884, o Diário chegou a vender nos anos 80/90, sob a direção do jornalista Jorge Miranda Jordão, em torno 150 mil exemplares. Vendia, agora, menos de 60 mil exemplares, atrás da Folha, Estadão, Agora e Lance. O Diário foi vendido para J.Hawila, dono da TV Tem, da Rede Bom Dia de jornais e do grupo de marketing esportivo Traffic.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Descubra como os escritores criam

Hoje adicionei na barra vertical aí à direita alguns links para blogs amigos ou sites interessantes. Um deles, o blog Pausa do Tempo, da jornalista Valéria Martins, informa sobre uma série de encontros que ela criou, em parceria com o diretor do Laborátório Estação, David França Mendes, para responder a uma estimulante questão: Como os escritores criam?
(Os encontros começam na semana que vem e as inscrições estão abertas no site: http://www.grupoestacao.com.br/laboratorio/)
Valéria diz, com razão, que "todo mundo que gosta de escrever quer saber como os escritores criam". O interessantíssimo tema dos encontros me lembra um livro lançado pela Paz e Terra em 1968, Escritores em Ação. Não sei se foi reeditado, mas guardei um exemplar. Trata-se de um série de entrevistas concedidas por grandes escritores à célebre Paris Review, um revista publicada por americanos na Europa. O coordenador da coletânea, Malcolm Cowley, imagina que há quatro fases na composição de uma história: "primeiro, vem o germe da narrativa; depois, um período de meditação mais ou menos consciente; a seguir, o primeiro rascunho e, finalmente, a revisão (...) que poderá conduzir à redação de vários rascunhos, chegando quase a constituir uma nova obra".
Os escritores, nos seus "processos criativos", são surprendentes. William Faulkner dizia que, para ele, o ambiente não tinha a menor importância. "O melhor emprego que me ofereceram foi o de dirigente de um bordel. Em minha opinião, é o meio perfeito para um artista trabalhar. (...) O lugar é quieto durante as horas matinais, o melhor momento do dia para trabalhar. Há bastante vida social à noite. (...). O único ambiente de que o artista necessita é o que lhe possa proporcionar paz, solidão e qualquer prazer que possa obter por um preço não muito elevado. Segundo minha experiência, as únicas ferramentas de que necessito para meu ofício são papel, comida e um pouco de uísque". Georges Simenon revelou que logo que tinha o começo de uma história não conseguia aguentar muito tempo. "Tomo minha lista telefônica para a escolha dos nomes, apanho meu mapa da cidade para ver exatamente onde as coisas acontecem. E, decorridos dois dias, começo a escrever. O começo será sempre o mesmo, é quase geometria; tenho tal homem, tal mulher, em determinados ambientes. Que poderá acontecer-lhes, a fim de levá-los a situações extremas? Eis aí a questão". Alberto Moravia refazia várias vezes cada livro. "Agrada-me comparar o meu método com o de pintores de há muitos séculos, trabalhando, por assim dizer, de camada em camada. O primeiro rascunho é bastante cru, longe de ser perfeito e, de algum modo, completo - embora mesmo então, mesmo nesse ponto, já tenha sua estrutura final e sua forma já seja visível". Henry Miller contou que não tinha método especial. "Geralmente ponho-me a trabalhar logo após o breakfast. Sento-me logo diante da máquina. Se vejo que não sou capaz de escrever, desisto. Mas não há, via de regra, fases preparatórias". Segundo HM, as idéias lhe surgiam em momentos tranquilos, silenciosos, quando fazia a barba ou até ao conversar com as pessoas. Dizia que Paris fazia bem à sua arte exatamente pelo convívio nas ruas, nos cafés. Aldous Huxley escrevia capítulo a capítulo, isto é, gostava de terminar um, completamente, antes de partir para a sequência. Enfim, cada um na sua, cada um criando e teclando à sua maneira. Não tenho dúvidas de que a série de encontros Como os escritores criam?, promovida pela Valéria, é indispensável a quem quer desvendar um pouco este admirável e fascinante ofício.

Imaginação sem divisão de classes

Para roubar, bandido colarinho branco e bandido pé-sujo gastam imaginação. De um lado, paraísos fiscais, empresas de fachadas, propinas, sonegação, remessa ilegal de dólares, contrabando, notas frias etc. Do outro, "saidinha", sequestro-relâmpago, clonagem de cartões, chupa-cabra em caixas eletrônicos etc. Em São Paulo, a onda agora é a "gangue da marcha ré". Consiste em engatar a dita cuja e demolir portas de loja usando a traseira de jipões ou utilitários 4x4. E a Copa vem aí... Neguinho vai roubar a bola do jogo, a taça e bater a carteira do juiz.