sábado, 7 de janeiro de 2023

Da Rede Estação Democracia - A energia que nos impulsiona

 De LENEIDE DUARTE-PLON*, de Paris




Tarefa de reconstruir o país enche os brasileiros de entusiasmo.



O Brasil foi apontado pela pesquisa Ipsos, realizada em dezembro em 36 países e divulgada esta semana na França, como “o país mais otimista do mundo”. 85% dos brasileiros ouvidos concordaram com a afirmação: “2023 será um ano melhor que 2022”. O otimismo domina corações e mentes. A esperança escancarou portas fechadas a cadeado.

Em matéria de otimismo, seguem o Reino Unido com 53%, a França com 44% e o Japão com 36%.

Os brasileiros têm motivos para ser otimistas e esperar um novo ano melhor ? Sim. Dezenas, centenas de motivos.

Nenhum de nossos governantes teve em seus ombros carga tão pesada, tão difícil, tão épica. Mas nenhum governante brasileiro teve ativistas tão “entusiasmados”, no sentido etimológico, plenos de deus, dessa força ancestral que nos habita. Estamos plenos de todos os deuses africanos, dos deuses dos povos indígenas, do deus dos cristãos, do deus dos judeus e do deus dos muçulmanos. De todos os deuses do Olimpo. A palavra “entusiasmo” deriva-se do grego “enthousiasmos” que significa “ter um deus interior” ou “estar possuído por Deus”. Estamos possuídos dessa energia interior que nos impulsiona para a frente, nos dá forças para a tarefa hercúlea de reconstrução do país.

Reconstruir o maior país da América Latina, devolver otimismo a uma população esmagada, faminta, morando nas ruas, se abrigando sob marquises das grandes cidades. Reconstruir o Sistema Único de Saúde, a Educação, a Cultura, o Ministério do Trabalho, a Ciência, a Tecnologia, a Pesquisa. Dar um ministério aos povos originários, reconhecendo-lhes os direitos pisoteados pelas botas dos militares e pelos usurpadores de terras indígenas, pelos assassinos que agiam na impunidade.

O Brasil não tem motivos para ser o povo mais otimista do planeta ? Temos, agora, um maestro cheio de élan para reger a partitura que todos nós escreveremos. Todos nós? Sim, os democratas, os que não renunciaram à luta, à denúncia dos abusos, os que se indignaram com todos os crimes, a começar pelos crimes contra o meio ambiente que hipotecam nosso futuro.

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