sábado, 7 de janeiro de 2023

O DNA dos bolsonaristas de acampamento

Proteção para o ataque. Reprodução 

Muito além de memes, é preciso entender os bloqueios, os acampamentos na frente dos quartéis, as agressões, o ódio à imprensa, os atentados. 

Primeiro, o que a estética denuncia claramente: as aglomerações exibem, em maioria, um DNA neopentecostal. Os apelos emocionais, a histeria, os gritos, o choro, o descontrole, o desespero, o medo do cataclisma "comunista", o diabo no controle. Isso vem da pregação política dos pastores bolsonaristas. Nasce nas milhares de igrejas espalhadas pelo país. 

Antes que alguém diga que isso é preconceito ou intolerância, religião que faz política e faz campanha eleitoral para eleger bancadas, prefeitos, deputados etc, atua como partido. Prega ideologia e não a bíblia. Nesse sentido, a  violência que resulta desse coquetel místico, é política e partidária. 

Não é novidade ter uma religião por trás de uma tentativa de golpe de Estado. Em 1964, quando eram os católicos a turba que ia para as ruas, também houve ações golpistas ligadas à "fé" a serviço de interesses, financiadas por bancos, empresários e grandes fazendeiros etc. A mídia, na época, também engajada na conspiração antidemocrática, deu ampla cobertura às marchas com deus que pediam intervenção militar. Deu no que deu: torturas, perseguições, assassinatos e sequestros por parte dos militares que as marchas e a imprensa levaram ao poder sem leis. As senhoras que desfilaram brandindo imagens católicas pedindo ditadura morreram com crimes nas consciemências.

A imagem de um bolsonarista de joelhos, descontrolado,  doidão como muitos neopentecostais de acampamentos, lembra as sessões de expulsão do demônio em que ovelhas se submetem a sessões para defenestrar o demônio do corpo. 

Nas ruas, nos bloqueios e manifestações, os bolsonaristas não são nada cristãos: agridem pessoas, botam bombas em caminhão-tanque, atacam violentamente repórteres e cinegrafistas. Mesmo assim, fazem intervalos ao longo dos dias para orar a Jesus e para desfrutar da comida que apoiadores milionários, dos quais são terceirizados, lhes enviam. 

Reconsiderando em respeito aos religioso autênticos e não exibicionistas: o que menos tem.bessas aglomerações bolsonaristas é o espírito e a solidariedade do Jesus que eles diz seguir. Para usar a linguagem deles, estão precisando de um"livramento".  


Um comentário:

Kadu disse...

Tinham vários pastores terroristas. Estavam no ataque não como religiosos mas como terrorista. Acredito que muito desse acampamento parece mesmo com igreja.