domingo, 22 de janeiro de 2023

Os jornalistas "setoristas de quartel" estão de volta às redações. Não é uma boa notícia. Eles andavam sumidos desde o fim da ditadura.

 

Reprodução Twitter 

por José Esmeraldo Gonçalves

Observação certeira essa do Conrado Ubner. Acho que certos jornalistas logo que acordam ligam pro quartel para saber se a tropa está nervosa. 

No tempo da ditadura, cada redação tinha um especialista em Forças Armadas e órgãos de segurança. Eram valorizados pelo acesso a fontes da caserna. Quando passavam os colegas sussurravam: " cuidado, esse aí tem generais no caderninho". Eram uns *Elio Gaspari" de baixa patente.  

Lembro que um deles foi demitido pouco antes das primeiras eleições diretas para presidente, em 1989. Os militares saíram do noticiário e os brasileiros passaram a desconhecer os nomes dos comandantes. A democracia agradecia a deferência. Os setoristas foram pra reserva não remunerada. Bolsonaro trouxe fardas e coturnos de volta à cena política. E logo  reapareceram os setoristas de quartel.. Ontem, na TV, era um tal de "falei com uma fonte militar", " fiz uma apuração com um quatro estrelas". 

Isso preocupa.  Os militares estão mais badalados do que o BBB da Globo.

Um comentário:

Waldir disse...

Sou dessa época. Essas figuras eram conhecidas. Às vezes faziam uma boa ação como através dos seus contatos localizar colegas presos pela repressão.