quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Na década em que patrocinou mais um golpe de Estado, a Folha agradece aos leitores por "campanha pela democracia".


A Folha aproveita uma revisão da década e faz, hoje, um balanço da sua campanha em defesa da democracia ameaçada por parte de Bolsonaro e suas milícias. É campanha louvável, claro. E, talvez, quem sabe, ensine à própria Folha, mais uma vez, o risco que é atacar as instituições. O jornal tem um histórico antidemocrático. Não só encampou o autoritarismo e a violência que o golpe de 1964 implantou no país, foi colaborador ativo, através da cessão de carros e sabe-se lá o que mais, para ações de repressão da ditadura nos anos 1970. 

A Folha se orgulha de ter apoiado a campanha das Diretas, nascida nas ruas, nos sindicatos, nos diretórios estudantis, em alguns partidos, e em órgãos progressistas de classe. Mas quando se pensava que o jornal tinha aprendido algumas coisa naquela jornada, vem a campanha demolidora e novamente o apoio a um golpe, o  de 2016, que derrubou uma presidente legitimamente eleita. Golpe, sabe-se como começa, como 64 ensinou, e não se faz ideia de como termina. O resultado está aí: o odioso governo de Jair Bolsonaro que tem, na sua origem, as digitais da Folha e dos demais veículos das oligarquias conservadoras da mídia. esclareça-se. 

Uma boa resolução de Ano Novo seria a Folha admitir que ser democrático não se resume a um título no alto de uma página

2 comentários:

Resposta disse...

Quem mantém esses jornalecos e essas revistas revistas ainda vivos? Me pergunto todo santo dia.

Corrêa disse...

Alguma dúvida que a Folha vai tentar derrubar qualquer candidato de esquerda em 2022? E que apoiará no segundo turno qualquer candidato de direita contra qualquer um de esquerda ou centro-esquerda? Até o Queiroz se fosse candidato seria apoiado pela Folha golpista desde sempre.