Nesses dias finais de 2020, os principais jornalistas de mercado estão usando seus programas e comentários nos jornais, revistas, rádio, TV e redes sociais para divulgar as previsões da economia para 2021. Parecem felizes com o que, segundo eles, vem por aí. É uma espécie de coro dos contentes.
Será que esse pessoal não poderia dar uma um busca nas análises que fizeram no ano passado? Como a maioria é fã de Paulo Guedes e como os números vêm do mercado que apoia o ministro, invariavelmente, as tais previsões também foram super otimistas. Um jornalista encantado com as frases e bordões de Paulo Guedes chegou a escrever que o ministro é "brilhante".
Os jornalistas de mercado quebraram a cara em 2020 ao falar em "retomada", "emprego", "investimentos" etc. E o desastre não veio apenas pela Covid - onde o governo errou tanto na questão sanitária quanto na econômica. Os dois primeiros meses de 2020 já apontavam para uma explosão do desemprego. Os sêniores, as moças e os rapazes comentaristas de mercado estão de novo acreditando e reverberando um 2021 promissor nos quesitos "inflação", "reformas", "privatizações", "teto", "equilíbrio fiscal". Nenhum deles fala em contenção da escalada do desemprego e recuperação de vagas, em tirar brasileiros da miséria extrema, em combater o aumento da fome no país.
Para muitos, o país profundo, as pessoas reais, não existem.
O mercado financeiro é o altar supremo diante do qual a imensa maioria da população brasileira tem que se sacrificar. Não raro, à custa da própria vida.
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