Foi cena recorrente em 2019. É uma espécie de calvário.
Jornalistas que são escalados para cobrir aquela paradinha abjeta em forma de "coletiva" que Bolsonaro oferece à nação todo dia, no portão do Alvorada, já saem das redações sabendo que vão para um cercadinho ser xingados, que as mães serão ofendidas, que ouvirão gritos, palavões e grosserias.
E, por tabela, também serão moralmente agredidos e ameaçados pela claque que é incentivada a aplaudir cada xingamento como se estivesse no auditório do Ratinho, do Datena ou do Sílvio Santos.
A culpa é do Bolsonaro? Claro, essa é a política oficial de comunicação. Mas o capitão inativo não é o único responsável pela cena deplorável de todas as manhãs. Os principais veículos têm coparticipação no espetáculo de assédio moral diário. Editores de fino trato continuam enviando os jornalistas para o curral da vergonha, com se mandassem gado para o abate.
Se fossem solidários, coleguinhas mais empoderados, como colunistas políticos e de mercado, articulistas fixos e convidados, editorialistas, âncoras de telejornais etc deveriam se voluntariar para substituir os pobres repórteres na "coletiva" do escracho, pelo menos durante um ou dois dias na semana.
Já tem plantonista apelando para o espírito cristão.
Afinal, tem mãe de jornalista que não aguenta mais ser esculhambada pelo presidente.
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2 comentários:
O pior é que se fizerem um protesto do tipo abaixar câmeras e microfones serão demitidos sumariamente pelo patroes.
Ele faz essas entrevistas para alimenta o gado seguidor. Não tem nem valor jornalístico.
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