A chamada lei de São Francisco - é dando que se recebe - foi popularizada no Brasil como uma espécie de dogma número um do Congresso. Rigorosamente todos os governo molham a mão das suas excelências em troca de aprovação de projetos e outras benesses. Balcão de cargos, distribuição de concessões de rádios, liberação de emendas, vale tudo no mercado de votos. Deputados desonestos empregam assessores desde que estes lhes devolvam parte dos salários. É a "rachadinha"; igrejas aproveitadoras apoiam governos em troca de favorecimentos em verbas para "centros terapêuticos" e perdão de dívidas oriundas de sonegação de previdência, fgts etc; investigadores aliviam punição a instituição financeira e blindam irregularidades desde que a dita compareça com algum para o caixa público.
Aparentemente, os mais diversos setores da vida nacional não mais se indignam com a prática. Aderiram ao método. Em muitos casos, o toma-lá-dá-cá até virou lei: certos tipos de funcionários público ganham bônus apenas para cumprir a obrigação que teoricamente o salário já paga. Em outros, nem precisam de leis e até vão contra a legislação. A prefeitura do Rio, por exemplo, em troca de uns caraminguás, acaba de aprovar uma ilegalidade ao permitir que os quiosques da orla privatizem a praia com "cercadinhos vips" que tomam espaço da multidão que vai assistir ao réveillon. Em troca de uma modesta taxa e do crédito do favor prestado a empresários poderosos. Afinal, ano que vem tem eleição.
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