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A Lava Jato completou cinco anos e, se não fosse o vídeo pornô que Bolsonaro distribuiu para o mundo, teria sido o assunto largamente dominante nos meios de comunicação. Foi médio. Falou-se dos políticos presos, dos empresários livres, a maioria, já que viraram caguetas premiados e estão de boa, das propostas de novas leis, das irregularidades e dos projetos eleitorais dos personagens da operação.
Desde que a Lava Jato começou, o Brasil já produziu novos fatos - como se pode notar nos galhos do laranjal do partido do novo governo nas últimas eleições -, que poderão abastecer novas investigações. Não é possível garantir que ocorrerão ou se haverá seletividade recorrente.
Na mídia, faltou explorar um aspecto da Lava Jato: o da operação como geradora de business e produtos de marketing cultural. Sim, se algumas empresas e empreiteiras indutoras da corrupção tiveram prejuízos após o escândalo, a operação, sob outro ângulo, tornou-se uma 'indústria' a gerar lucros.
Filmes, séries em streaming, livros, circuito de palestras, consultorias, expansão do setor de compliance em empresas, debates a cachês em universidades, eventos de premiação bancados por marcas, seminários e cadernos editoriais patrocinados nos grandes veículos e até camisetas e banners à venda compuseram ou compõem o portfólio do novo negócio.
Enquanto a edição impressa da Veja teve tempo de registrar o caso bizarro do vídeo pornô, a Época dessa semana destacou "A boa vida dos delatores", com o notório Léo Pinheiro na capa. Segundo a revista, a Lava Jato conseguiu recuperar quase 14 bilhões de reais de empresas e executivos criminosos. Parte desse dinheiro veio das contas dos delatores que meteram a mão no bolso secreto para se livrar das grades. Apesar disso, a Época reconhece que houve casos de "colaborações" com resultados pífios em termos de denúncia comprovadas. O preço da liberdade pode ter sido alto, mas os X-9 pagaram sem reclamar e, a julgar pelo que se vê, valeu a pena. Pelo menos um deles, já voltou a operar no mercado. Vida que segue.
Outra consequência econômica da Lava Jato resultou em nova polêmica - esta que estourou nas redes sociais nos últimos dois dias e que ficou fora do alcance das revistas semanais impressas - sobre o destino e a gestão dos bilhões recuperados. Ocorre que procuradores do MPF e juízes têm decidido com relativa autonomia encaminhar valores para pagamentos de aposentados e pensionistas do estado e reforma de escolas (casos do Rio de Janeiro) e para setores do Ministério da Educação. Até aqui, injeção de recursos públicos em órgãos públicos
A polêmica mais recente surgiu quando as redes sociais descobriram que, no Paraná, o MPF criou uma fundação privada para receber R$2,5 bilhões devolvidos em acordo pela Petrobras. Supostamente, o dinheiro será destinado para projetos que "reforcem a luta da sociedade brasileira contra a corrupção". Ainda não há informações definitivas sobre quem irá gerir os recursos, executivos, estrutura, funcionários etc ou como se dará a seleção de beneficiados. A própria cúpula do MPF diverge sobre a criação do fundo privado.
Talvez por saber os riscos.
Já dizia Paulinho da Viola:
"Dinheiro na mão é vendaval. É vendaval. Na vida de um sonhador. De um sonhador. Quanta gente aí se engana. E cai da cama. Com toda a ilusão que sonhou"...
Um comentário:
Maldita Lava jato, que trouxe ao conhecimento do povo brasileiro a orgia e as roubalheiras que houveram nos governos Petistas com o ex–presidente que se encontra preso numa cadeia de Curitiba à frente da gangue que roubava, através do sistema de propinas as estatais brasileiras.
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