Foto: Cortesia da Oficina de Asuntos Históricos - Havana ainda fervia com seus cassinos e clubes de striptease quando... |
jovens cubanas aderiam à guerrilha e... (Foto: Cortesia da Oficina de Asuntos Históricos/Havana) |
...recebiam treinamento do próprio Fidel Castro. Célia Sanchez, que observa o comandante, foi a primeira guerrilheira a chegar a Sierra Maestra. Foto: Cortesia da Oficina de Asuntos Históricos/Havana |
Fidel e Che Guevara na prisão, no México. Foto: Cortesia da Oficina de Asuntos Históricos/Havana |
por Flávio Sépia
O escritor e jornalista Tony Perrottet visitou Cuba, pela primeira vez, em 1996. Desde então, voltou várias vezes à Ilha. Fascinado com a história do pequeno país do Caribe, ele passou a vasculhar arquivos fotográficos, documentos e a levantar relatos sobre a Cuba do fim dos anos 1950, quando a ação do guerrilheiros nas montanhas ainda convivia com a face Sin City de Havana, seus cassinos e clubes de striptease.
A pesquisa de Perrottet resultou no livro "Cuba Libre!: Che, Fidel e a Revolução improvável que mudou o mundo"", lançado há poucas semanas, com imagens raras e crônicas reveladoras sobre o período.
Além das fotos pouco conhecidas, o escritor reuniu informações não exatamente bélicas sobre a guerrilha. Um desses aspectos inéditos é o dos livros que estavam "infiltrados" entre balas e fuzis. Che Guevara, por exemplo, admitiu que a vida nas montanhas, quando não havia combates, tinha momentos de extremo tédio. E a melhor maneira de combater o monotonia era ler. Ele mesmo quase foi morto em um ataque aéreo porque estava distraído lendo "A história do Declínio e Queda do Império Romano", de Edward Gibbon. Fidel recomendava aos guerrilheiros a leitura de "A Pele", de Curzio Malaparte, sobre as brutalidades das tropas que ocuparam Nápoles depois da Segunda Guerra Mundial. O comandante esperava que o livro ajudasse os homens a se comportarem quando entrassem vitoriosos em Havana. Um livro de Émile Zola, "A Besta Humana", também circulava nas trincheiras. Ainda sobre a face literária da campanha, o livro conta que Fidel Castro extraiu lições de guerrilha em "Por quem os sinos dobram". Por abordar as Brigadas Internacionais, na Guerra Civil Espanhola, Ernest Hemingway passa na obra a experiência de uma luta irregular, do ponto de vista político e militar, em muito semelhante àquela que os combatente de Sierra Maestra enfrentavam.
Em Cuba Libre! não tem edição em português ainda, mas está disponível na Amazon, Perrottet cobre o período entre 1956-1959, quando o mundo ainda estava fascinado com a Revolução Cubana e com os jovens que derrotaram os 40 mil homens do sanguinário ditador Fulgencio Batista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário