Reproduçãç/ 17, março, 1989. |
Em 1989, o Brasil passou por uma eleição tão crítica como a que vem aí. Lula era a "ameaça", Collor a "salvação". O alagoano carregava bandeiras que seduziam os conservadores.
Austeridade e fim das estatais era as duas mais festejadas.
Curiosamente, Bolsonaro anuncia para 2019, 30 anos depois, alguns planos parecidos. Caso eleito, pretende extinguir a maioria das estatais e privatizar outras, prega o arrocho fiscal...
Alguns analistas da grande mídia fizeram piadas com o programa de Bolsonaro. Melhor, não. Entre o quepe e o coturno do capitão e do seu vice não há espaço para caricaturas.
Trump já deu essa lição ao mundo.
No mesmo dia em que divulgou as medidas de Collor, o jornal (veja chamada de editorial "Imperativo Moral" no canto superior à direita) recebeu com aprovação as propostas do presidente que ajudou a eleger ("As profundas mudanças na administração federal instituem uma mentalidade de severa austeridade - e mostram um caminho a seguir aos demais Poderes e níveis de governo do País").
Avalia-se que o mercado, assim como o setor industrial, se aproxima do capitão da reserva e o considera de fácil digestão, é "amigo", tem propostas neoliberais, promete fazer seu próprio puxadinho de reforma trabalhista ao criar um carteira de trabalho alternativa, sem coisas que incomodam os patrões, como direitos e garantias, vai reformar a Previdência etc.
Não será surpresa se ganhar outros poderosos seguidores até chegar à urna. Basta que Bolsonaro tenha como adversário alguém que pense em atropelar o que está divulgado no seu próprio programa de governo ou anuncie que vai revogar o legado do golpe referendado pela caneta de Temer, com o apoio dos mesmos setores que entronizaram Collor de Mello como o gestor do desastre do anos 1990.
Duvida?
Um comentário:
Nenhum brasileiro perdoou o bloqueio das contas bancária em todo o país, realizado pelo governo Collor. E por causa desse confisco, o povo tirou o seu apoio no momento do "impeachment" daquele presidente.
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