sábado, 26 de agosto de 2017

Ex-chefe de reportagem da Manchete narra incrível 'caso verdade' que viveu em hospital federal

Políticas de ajuste fiscal que privilegiam o mercado e perdoam dívidas de grandes empresas, conglomerados do agronegócio, concessionários de serviços públicos e liberam verbas bilionárias para uma escandalosa compra de apoio político são criminosas. Quando o rentismo explícito leva ao corte de verbas para serviços essenciais de saúde, segurança, de políticas sociais, de meio ambiente, de educação, enquanto favorece grupos e setores, começa a "contingenciar" - a palavrinha que as autoridade usam com o poder destruidor de uma AR-15 de bandidos -  vidas.

A saúde pública tem sido uma vítima maior dos indiciados que governam o país. Cada SUS, cada unidade de emergência, cada hospital público, registra diariamente dramas e tragédias provocadas pelo desmonte de toda uma estrutura que, se sempre teve problemas e carências, hoje é o resultado agudo da construção do caos empreendida pelo desgoverno Temer.

Ontem, o blog recebeu de José Carlos Jesus, ex-chefe de reportagem da Manchete, a mensagem que aqui transcrevemos:

"Estou há um ano esperando vaga no SUS para operar uma hérnia inguinal. Pois bem, finalmente na sexta-feira passada recebi uma ligação que me convocava para internação no Hospital Universitário Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UniRio.  Ao completar quatro dias de internado no Serviço de Clínica Cirúrgica B, e com a indicação da cirurgia para hoje (ontem), fui comunicado por uma jovem doutora de que a operação tinha sido cancelada por falta de material na sala de cirurgia. Várias cirurgias foram canceladas. Imagina a minha cabeça".

José Carlos ressalta o profissionalismo e o atendimento humano de médicos e enfermeiras, vítimas que são da falta da precariedade das condições de trabalho. No mesmo dia, outros procedimentos foram suspensos e os pacientes avaliados como em condição de alta foram liberados.

Os quatro dias de internação serão lembrados como um período de "estágio" ou de "esquenta". Na semana que vem, começa tudo de novo: em princípio, a cirurgia do colega foi remarcada para a próxima terça-feira.

"Vamos esperar que tudo se resolva", finaliza a mensagem.

ATUALIZAÇÃO EM 03/09/2017 - José Carlos Jesus foi operado, já está em casa em passa bem. Ele pediu ao blog que agradecesse às manifestações dos colegas, às boas energias e aos votos de plena recuperação. 

3 comentários:

Nelio Barbosa Horta disse...

Não é de se estranhar que isto tenha acontecido com o colega José Carlos. UM ANO aguardando para ser operado de Hérnia inguinal num hospital do SUS.
Pois bem, eu fiquei TRÊS ANOS, aguardando, aqui em Saquarema, a mesma cirurgia. Uma funcionária do posto me avisou que, devido a crise nos hospitais do SUS, EU NÃO TERIA POSSIBILIDADE DE SER OPERADO AQUI. Desisti. Fui operado, sabe Deus como, na clínica ICARAÍ, de São Gonçalo há um ano. Graças a Deus, os Médicos, os atendentes, e os funcionários de um modo geral,TODOS, foram muito atenciosos. Fiquei internado UM DIA e voltei para casa. Estou bem, Graças a Deus! Estou me preparando para outra cirurgia, mais delicada. O pior é a pressão alta! Tomo dez (10) comprimidos diários para manter os níveis razoáveis, mas estou confiante.

Zé Carlos, se Deus quiser, você vai sair desta! A cirurgia é simples.

Grande abraço, boa recuperação, Nelio B. Horta.

Dora disse...

Oi, querido.
Espero que corra tudo bem com a sua cirurgia.
Que Nossa Senhora das Graças esteja com você.
Beijos
Dora (via email)

Nilton Ricardo disse...

Bom dia, curiosamente a mesma situação do meu irmão que precisa fazer a mesma cirurgia de hérnia. Estava marcada para o dia 23 de agosto, foi transferida para o dia 28 desse mês, hoje recebeu telefonema do hospital avisando que não é possível realizar a cirurgia por falta de material e a cirurgia fica transferida para outra data a ser comunicada...

É isso aí, feliz quem não depende de hospital público.

Um abraço, meu amigo e vamos rezar por dias melhores, rs, rs, rs…

Nilton Ricardo (via email)