por Eli Halfoun
Noticiar e opinar não são as únicas e principais funções do jornalismo. Uma das mais importantes (talvez a mais) é a prática do jornalismo de denúncias, o jornalismo investigativo (o José Esmeraldo já escreveu - e bem - sobre isso). Essa era uma prática exercida diariamente na época em que atuei por muito tempo como repórter: havia sempre uma preocupação, quase obrigação, de buscar fatos que mostrassem (ns verdade empurrassem) para a necessidade realizar investigações oficiais e de não permitir que os leitores continuassem a ser enganados e o país a ser vergonhosamente roubado. Muitas investigações foram feitas através de denúncias levantadas pelos jornais. De uns tempos para cá o jornalismo investigativo perdeu força porque os jornais passaram a ser uma espécie de prees-realise dos acontecimentos, como se isso fosse suficiente para fazer um bom jornalismo de verdade. Há muito para denunciar nesse país e continuo acreditando que esse é o mais importante papel da imprensa. Felizmente o jornalismo de denúncias (só vale se as denúncias estiverem fundamentadas, ou seja, se existirem provas) está voltando. A recente reportagem (reportagem é isso) do “Fantástico” sobre a vergonhosa manipulação do dinheiro público provocou uma imediata reação da população e até que enfim das autoridades: mostrou que só com o jornalismo exercendo um papel realmente investigativo será possível evitar que muitas coisas continuem acontecendo abusivamente nesse país da ainda impunidade. O “Fantástico” levantou a bola e agora cabe à população ficar de olho até que os responsáveis pelas absurdas falcatruas sejam realmente punidos. É muito importante também saber que o jornalismo do “Fantástico” pode vir a fazer toda a imprensa redescobrir uma de suas principais funções: a de denunciar. Talvez as denúncias feitas pela imprensa não acabem com a corrupção, mas sem dúvida tornarão bem mais difícil continua entrando impunemente nesse jogo sujo. (Eli Halfoun)
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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