Televisão paga quer 35 milhões de assinantes, mas para isso precisa melhorar e parar de enganar o público

por Eli Halfoun

Aumentar dos atuais 13 milhões para 35 milhões de assinantes até 2015 é a meta das televisões pagas. O número foi estabelecido a partir de uma nova lei sancionada há dias e com regulamentação prevista para o próximo mês de março. A informação está em reportagem de O Globo publicada no último dia 2. O Globo informa ainda que "a mola propulsora dessa expansão será a entrada das operadoras de telecomunicações nesse segmento, pois elas representam uma rede nacional de cabos de fibra ótica, uma das tecnologias tradicionais da TV por assinatura". O governo é o maior interessado na expansão, o que lhe permitirá oferecer banda larga para todo o país.

Não há dúvidas de que a parte tecnológica é fundamental, assim como não existem dúvidas para a necessidade da TV paga oferecer ao público mais e melhor conteúdo.

 O que se tem visto até agora podemos chamar sem exagero de um engodo: as emissoras de televisão por assinatura cobram caro (muito caro) e não oferecem qualidade de serviços e muito menos de programação: serviços deixam sempre a desejar e a programação se repete limitando-se na maioria das vezes a reprisar filmes que o público não aguenta mais. Isso sem falar nos constantes aborrecimentos com cobranças indevidas, ou seja, não acordadas no contrato de prestação de serviços. Pode-se até dizer que diante do atual número de assinantes a televisão paga brasileira é um grande fracasso, já que a previsão inicial era de que conquistasse rapidamente o dobro de assinantes que conseguiu até agora. Portanto, fica claro que é fundamental que a desejada e prometida expansão só acontecerá se as emissoras oferecerem melhor conteúdo de programação, de serviços jornalísticos (especialmente os relacionados a saúde e educação) e mais, muito mais jornalismo informativo e de opinião. Além de maior disponibilidade de acesso via internet. Se isso não acontecer a televisão paga brasileira será bem menos tentadora do que a televisão convencional que é ruim na maioria das vezes, mas pelo menos é de graça e não engana ninguém como costuma fazer a televisão paga. (Eli Halfoun)