Ontem, assistindo a um filme na TV que tinha como tema história policial, nos EUA, levei um susto quando passei a ouvir bips nas falas dos protagonistas. Prestei atenção e entendi que toda vez que um personagem dizia um palavrão, vou exemplificar com o palavrão “fuck you” – para o americano essa palavra corresponde ao nosso “foda-se” – que quando “dublada” deixava-se de ouvir o som e em seu lugar tocava uma sineta. Essa situação é mais decorrente do sistema de dublagem e de certa forma uma censura. Essa solução para encobrir palavrões no filme dublado, pensei, seria interessante se cada vez que o Faustão dissesse um palavrão, ao vivo, em seu programa, tocasse uma sineta em seu lugar. Assim não ficaria ouvindo palavrões gratuitamente. Passei para outro canal onde passava um filme muito antigo, com Richard Burton – já falecido – e Clint Whestwood ainda muito novo, protagonizando uma história de comandos na segunda guerra mundial. Vi esse filme há muitos anos e me interessei em assistir mais uma vez. O problema é que o filme era dublado e por erro técnico, acredito, estava dando eco nas falas e não entendia nada do que estavam falando. Foi assim o filme todo. A dublagem no Brasil é um fracasso, como não podia deixar de ser. Não só por razões técnicas – como foi nesse caso – como por razões artísticas, quero dizer: na minha opinião não há como um dublador conseguir transmitir no uso da sua voz toda a drama-ticidade e emoção que o artista real empresta ao seu personagem, por ele criado, ao interpretar cenas de um filme. Mas, o grande problema, hoje, é que 99 por cento dos filmes que passam em televisão aberta estão sendo dublados. Infelizmente.
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