sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Dublagem: uma tragédia vocal

deBarros
Em São Paulo, um esperto criou uma escola de dublagem. Por determinada quantia em poucos meses a sua escola forma dubladores para os filmes internacionais. Diante disso entendo porque os filmes que venho assistindo, ultimamente,  na televisão, têm sido por demais frustrantes. O brasileiro, de um modo geral, não tem boa dicção, e o que se tenta ouvir nos filmes dublados são palavras que não se completam. Frases que começam forte e mal terminam sem se entender o que artista quis dizer. Uma tragédia sonora. A arte de representar não se limita apenas à expressão corporal. A força do personagem representado, a força da emoção que o ator quer exprimir está muito na voz, no tom da emoção sentida no momento pelo personagem na ação daquela cena. Ora, isso nenhum dublador, mesmo que já seja uma artista consagrado de teatro, cinema vai conseguir exprimir e muito menos dubladores formados em escolhinhas criados unicamente movidas pelo ganho do dinheiro. Os artistas, quando vão representar uma história ou no teatro ou no cinema, criam um personagem que coincida o melhor com o enredo do drama, ou comédia ou mesmo tragicomédia. E isso é muito pessoal. Se vocês viram – o que não acredito    o filme do "Corcunda de Notre Dame", romance de Victor Hugo, com Charles Laughton, interpretando esse mesmo corcunda, ou Charles Laughton no papel do Inspetor Javert, no filme ”Os Miseráveis”, também de Victor Hugo, iriam entender o que é um artista criando e interpretando um personagem num filme ou mesmo num teatro. O que estão fazendo é um crime com a arte de representar de artista maravilhosos que estudam, fazem laboratórios – na gíria muito especial deles – para criarem os seus personagens. Parem com isso. A dublagem não vai fazer de um dublador um artista.

2 comentários:

Isabela disse...

tudo é uma questão de qualidade. Não sou contra a dublagem mss é preciso que o público tenha sempre as duas opções.

debarros disse...

Isabela, acho que você resolveu o problema. Essa seria uma solução. O telespectador precisa de um mínimo de respeito.