por Eli Halfoun
Crescemos ouvindo dizer que “no domingo Deus descansou" e quando assistimos a programação dominical da televisão temos certeza disso. Domingo deve ser mesmo o dia de folga de Deus: do contrário a televisão não nos castigaria com um punhado de programas de gosto e qualidade duvidosos. O que se costuma dizer nos bastidores da televisão é que a programação dominical precisa ser apenas uma diversão, mas não consigo entender o que a televisão acha que realmente é diversão. Programas de auditório repetitivos e sem nenhuma criatividade não divertem ninguém e transformam qualquer domingo em castigo. Essa desculpa de que se dá ao público o que ele quer é mentirosa como é, aliás, qualquer desculpa esfarrapada. Na programação dominical da televisão nunca se deu ao público a oportunidade de escolher entre um programa de auditório ou outra atração de melhor qualidade. Portanto, não há nenhuma prova concreta de que o telespectador quer apenas o que a televisão chama de diversão. Diversão é parte fundamental da vida, mas não precisa ser de mau gosto. Os programas de auditório não se podem simplesmente achar, como acreditam, que estão fazendo a melhor coisa do mundo. Mesmo ruim e violento, o mundo é melhor do que isso. Se Deus descansou no domingo, vamos todos também descansar. Pelo menos deixando de ver o que tentam nos empurrar como diversão de qualidade. Pode ser que assim as coisas mudem. E não só na televisão.
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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