quarta-feira, 12 de maio de 2010

Canecão só chega ao fim se quiser

por Eli Halfoun
Não chegou a ser nenhuma surpresa a retomada do Canecão pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.  A briga era antiga - a casa estava instalada há anos em um terreno da universidade -  e a UFRJ tinha certeza de que poderia novamente utilizar o local. Fazia muitos planos para isso, entre os quais o de construir um prédio de quatro andares para ali instalar uma grande biblioteca médica da Universidade e fazer na cobertura uma moderna área de esportes. Agora o reitor fala de mais planos: uma casa de espetáculos a preços populares, além de um pólo cultural para cursos de teatro, cinema, música e outros mais. O Canecão vinha rolando essa briga judicial há muitos anos e enquanto ocupou o espaço pagava um irrisório e simbólico aluguel mensal que não passava de mil reais. O Canecão faz parte da história da nossa música, fará falta para público e artistas, mas uma biblioteca médica e outras ofertas culturais para os universitários preencherão perfeitamente a lacuna que eventualmente o Canecão poderá deixar. Se bem que só deixará se quiser: pode perfeitamente instalar-se em outro local com um novo Canecão preparado especialmente para shows com acústica e iluminação ideais, o que, convenhamos, nunca ocorreu na antiga casa que nasceu para ser uma cervejaria e nunca foi mais do que isso porque nunca teve o menor interesse de investir na casa: sabia que mais dia menos dia teria que devolver o local pra a UFRJ. O Rio não está perdendo o Canecão. Está ganhando um novo ponto de cultura e o Canecão pode repito partir para um novo endereço. Endereços estão sobrando no Rio, especialmente agora que se quer revitalizar o centro da cidade.

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