terça-feira, 4 de maio de 2010

Álbum de família?

O Arquivo Fotógrafico da Massa Falida da Bloch Editores foi vendido por R$300 mil. No leilão, hoje, no Fórum do Rio de Janeiro, o pregão foi aberto com a cifra de R$1,8 milhão. Como não houve lances, o leiloeiro reduziu o valor para 900 mil reais. Ainda sem ofertas, partiu para a etapa seguinte: a do "quem dá mais". Um interessado, Luiz Fernando Fraga Barbosa ofereceu, então, os R$300 mil. O lance foi aceito em "sob condiçoes". A compra terá que ser aprovada pela Massa Falida, a Justiça, que conduz o processo de falência, e o próprio representante da empresa falida. A quem perguntava sobre o que faria com um acervo de 20 milhões de cromos, negativos e ampliações fotográficas, o comprador apenas dizia que "comprou para a família". Não se sabe se representava alguém ou algum grupo.

3 comentários:

Eli Halfoun disse...

Um dia em uma conversa com o Jaquito (superintendente da Bloch) ele me disse que as coisas não valem o quanto a gente acha ou pede,mas sim o quanto pagam por elas. Acho que ele estava prevendo o que aconteceria, como aconteceu, com o maravilhoso arquivo fotográfico da Bloch. Vender um acervo como ese pela bagatela de 300 mil reais é vender a história fotográsfica do Brasil e do mundo a preço de banana. Lamentável, mas se é como o Jaquito me falou só vale mesmo os 300 mil que foi o quie oferceram pr ele, o arquivo que nos foi muito útil para editar as revistas da Bloch. O trabalho dos brilhantes fotógrafos da Bloch merecia mais respeito e atenção.

debarros disse...

Acredito que a compra não será aprovada pela Massa Falida, apesar desta administraçào ter se mostrada incompetente em algumas ocasiões, como no caso da Receita Federal, que numa bobeada da Massa, abocanhou 25 milhões dos ex-empregados da Bloch Editores.

Gonça disse...

Concordo com o debarros, dificilmente esse valor será aprovado. Juiza, Ministério Público, Massa Falida e o próprio representante da empresa falida terão que, por lei, concordar com a venda. Acho que o impasse vai continuar, o que não é bom para a conservação do arquivo. Em condições ideais, essa conservação é muito cara. Boa a observação do Eli, o problema é achar quem pague o valor justo de um acervo que é patrimônio cultural e jornalístico. Para os fotógrafos, o ideal seria que uma empresa jornalística o adquirisse e o usasse, remunerando os devidos direitos autoriais. Dizem que os interessados se afastam porque seria alto o custo de digitalização de todo o arquivo. As fotos do Correio da Manhã estão hoje no Arquivo Nacional, que promove exposições e dá acesso a pesquisadores. Não sei se comercializa fotos para livros, por exemplo ou para a mídia, deveria, mais uma vez, remunerando os fotógrafos. Também não acredito que alguém, o adquira para uma "família". Para evitar a destruição do acervo, se esse impasse continua, melhor que um Museu da Imagem do Som, Biblioteca Nacional e o próprio Arquivo Nacional se habilitem a comprá-lo por um valor justo.