sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
Diploma de nazi
por Flávio Sépia
É chocante a foto que mostra um estudante gaúcho, da UFRGS, durante a cerimônia de formatura usando uma suástica pintada no rosto. O criminoso - sim, não parece, ninguém vai pra cadeia por isso - mas apologia do nazismo é crime no Brasil. Não vamos reproduzir aqui a imagem desse canalha. Trata-se de um formando em engenharia
É preciso ter muita convicção ideológica para receber um diploma usando uma suástica de maneira tão acintosa. O sujeito só pode ser um nazista raiz, é corajoso, assume o que faz, quer botar pra quebrar. Certamente vai arrumar emprego fácil em alguns bolsões do Sul.
Uma análise a tirar desse triste acontecimento serve àqueles que pregam a "pacificação" do "Brasil dividido", a anistia, o abraço dos contrários, o fim da polarização. Não contem comigo.
A essa altura, a pacificação é rendição.
Desconfie dos editorias e das declarações desses "pacificadores" tão suspeitos que ainda não têm coragem de usar a suástica em público mas já ostentam o símbolo nos seus pijamas.
Sério, dá para "pacificar" com esse elemento desprezível?
Wall Street Journal junta dois meliantes em uma mesma página
![]() |
Do Wall Street Journal - Na Argentina, a vez do estelionatário Milei... |
![]() |
...no Brasil o cerco ao golpista e vendedor de jóias e relógios Bolsonaro. |
Os dois líderes do fascismo no Cone Sul, Bolsonaro e Milei, têm muitas afinidades extremistas: são serviçais apaixonados por Donald Trump, cortejam as elites e têm visão própria e bastante flexibilizada do que é honestidade. Os dois acabam de sair graficamente juntos no Wall Street Journal classificados como golpistas e trambiqueiros. Bolsonaro por conspirar contra a democracia, além de já estar indiciado por afanar jóias e relógios caros do acervo da Presidência da República, e por de vários outros crimes. Milei foi protagonista explícito de um estelionato coletivo. Ele usou suas redes sociais para promover a criptomoeda Libra. Em poucas horas a moeda se valorizou para em seguida, caracterizada a fraude, despencar. Nesse intervalo o pessoal mais chegado ao estelionatário fascista Milei faturou milhões de dólares. As primeiras denúncias indicam que um assessor do presidente da Argentina recebeu um agrado de cerca de milhões de dólares. Seria a propina a ratear. A oposição quer a condenação de Milei. Difícil. Ele tem controle das instituições, tem apoio confortável no Congresso. O chamado mercado está com ele. Mais ou menos como acontece no Brasil. Os bolsonaristas trabalham por uma anistia que pode sair antes mesmo da conclusão dos processos que incluem Bolsonaro e sua organização criminosa.
Um detalhe curioso sobre o golpe financeiro que envolve Milei. A mídia internacional destacou a jogada. Já a mídia neoliberal brasileira , que ama Milei, minimizou o episódio e registrou mais a defesa do presidente argentino do que a acusação. Trump também não falou sobre os acontecimentos que envolve seus dois serviçais.
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
O cinema retratou Trump e Musk e você já viu esses filmes
![]() |
"Trump" em trip delirante a maneira do Adenóide Hynkel de Charles Chaplin em o Grande Ditador. |
![]() |
"Musk" no trono da Casa Branca replica o Aladeen do filme O Ditador de Sasha Baron. |
por Ed Sá
Após Trump mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, o oligarca Elon Musk quer renomear o Canal da Mancha. "Aquela porção de água", como ele diz, "passará a se chamar Canal George Washington em homenagem ao primeiro presidente dos Estados Unidos".
A performance autoritária de Donald Trump e sua gangue de ultra direita tem produzido momentos ridículos que remetem a dois filmes. Um deles, com o ator Sasha Baron, é O Ditador. A trama se desenrola na República de Wadiya comandada por pelo general Aladeen que se dedica a impedir que a democracia não chegue ao seu país.
Ao estilo que Trump exibe, o ditador de Wadiya, entre outras megalomanias, cria seus próprios Jogos Olímpicos.
O outro filme é mais genial. O Grande Ditador, de Charles Chaplin, é uma sátira do nazismo de Adolf Hitler e do fascismo de Mussolini. Se tivessem vivido da Alemanha nazista, Trump e Musk nem precisariam fazer estágio na Juventude Hitlerista ou na temida SS. A julgar pelas atitudes e idéias de ambos, hoje, já estavam credenciados para o núcleo duro e íntimo do Fuhrer. O mais duro possível.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
Vivemos pra ver isso - O elenco do BBB25 é tão ruim que está boicotando a própria Globo. O BBB26 pode não acontecer?
por O.V. Pochê
Para uma parte dos brasileiros, o tal BBB da Globo é irrelevante. Os números a cada audiência demonstram isso. Nem equivalem aos programas populares da TV aberta do passado. Aliás a TV aberta é como o galã ou a estrela que fazem tantas plásticas, lipos e botox que se desfiguram até que as mães não o reconheçam.
Mas há quem curta as fofocas agora bombadas pelas redes sociais. O BBB25 parece ser um desastre para a Globo. Os personagens da casa são insuportáveis, segundo os números da audiência claudicante. Não seriam convidados para uma festinha de subúrbio tal a irrelevância. Se fossem para um churrasco no sítio do Zeca Pagodinho, em Xerém, jogariam no chão a fama de animação dos churrascos do cantor. O pessoal é chato. Tem um par de irmãos ex-atletas que de tão pentelhos comprometeram o astral até da quadra da Mangueira em festa de comemoração de título de campeã. E como falam de doenças e traumas e dramas. Algum marqueteiro de realities deve ter dito para eles que desgraça dá ibope. Para a Globo, o castigo veio de dentro. Sem dúvida, o reality passará por avaliação ao fim da trmporada. Até aqui o elenco do BBB25 é tão ruim em comparação com muitas das edições anteriores que deixa no ar o risco de não haver BBB26. Afinal o programa é uma potência em faturamento publicitário e os anunciantes também assistem ao eventual fracasso
Carnaval Carioca - Bloco Imprensa que Eu Gamo faz seu último desfile
![]() |
O Imprensa na volta de despedida. Foto de Jussara Razzé. |
![]() |
"Valeu, Rio". Foto de Jussara Razzé |
por José Esmeraldo Gonçalves
O Imprensa, que nunca foi corporativo e nem exigiu crachá, (sempre recebeu todos os públicos) fechou sua trajetória que, ao longo de três décadas, reuniu várias gerações de jornalistas. Alguns coleguinhas só se encontravam uma vez por ano durante o desfile. Uma jornalista brincou: "estamos fazendo prova de vida".
![]() |
O ritmista Nilton Retchman, ex-Manchete e ex-Furiosa, a bateria do Salgueiro. Foto Arquivo Pessoal |
Na bateria do Imprensa, um integrante lembrava na camiseta uma publicação identificada com o carnaval carioca. Era o ex-funcionário da Bloch Nilton Retchman, ritmista que fez parte da lendária Furiosa do Salgueiro.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
A revista que se recusa a desaparecer - Manchete volta às bancas
![]() |
2008 - A capa da última edição da Manchete. Foto de Dani Barcelos |
por José Esmeraldo Gonçalves
O jornalista Roberto Muggiati, o editor que por mais tempo esteve à frente da Manchete, costuma dizer que a revista parece ter um pacto de ressurreição com o príncipe romeno Vlad III, aquele que atendia pela alcunha de Conde Drácula. A Manchete saiu das bancas quando atingida no peito por uma estaca representada pela falência da Bloch Editores (em agosto de 2000), mas se recusou a deixar o imaginário de muitos leitores.
Seu conteúdo gerou dezenas de livros e teses universitárias. Seu arquivo de fotos construído por gerações de fotojornalistas permanece desaparecido, mas o sumiço não impede que imagens marcantes sejam reproduzidas em jornais, revistas e até em documentários sobre fatos e personagens presentes nas coberturas da revista.
Digitalizada pela Biblioteca Nacional a coleção da Manchete de abril de 1952 ao ano 2000 venceu o tempo e pode ser consultada por pesquisadores, jornalistas, antigos leitores, historiadores, estudantes etc.
Aquela estaca da falência em 2000 não conseguiu encerrar a trajetória da Manchete. Em periodicidade semanal, a revista voltou às bancas em 2001 editada por Roberto Barreira e Lincoln Martins à frente de uma cooperativa de jornalistas formada por ex-funcionários da Bloch. O expediente citava então que a publicação era autorizada pela Massa Falida da Bloch Editores e supervisionada por um Conselho Curador formado por Murilo Mello Filho, Roberto Barreira, Lincoln Martins, José Rodolpho Câmara, Roberto Antunes, Marcos Salles e Elço Ferreira. Em fevereiro de 2001, a tradicional Manchete de carnaval chegava às bancas de todo o Brasil. Especialistas com DNA do sambódromo, como Wilson Pastor, David Junior, Jussara Razzé, Alex Ferro, Armando Borges, João Mário, Alexandre Loureiro, Orlando Abrunhosa, Alberto Carvalho, José Carlos Jesus, Maurício Chicrala, Maria Alice Mariano, J. A. Barros, Orestes Locatel, Regina D'Almeida, Marcelo Horn, Pedro Borgeth, Eliane Peixoto, Enilson Costa, Renato Sérgio e Vicente Datolli, entre tantos outros colaboradores, abriram alas para épicas, novamente, edições de carnaval.
Os jornalistas que bancaram aquela volta resistiram o quanto puderam, até que mais uma estaca, dessa vez financeira, retirou a revista da bancas.
Tempos depois o editor e empresário Marcos Dvoskin arrematava em leilão alguns títulos da Bloch, incluindo Manchete. A partir de 2004 a Editora Manchete, de Dvoskin, lançou edições de Carnaval até 2008. Após isso, a publicação - a última capa está reproduzida no alto - saiu das bancas mais uma vez.
Agora a Manchete ressuscita. Sites especializados noticiam que o jornalista Marcos Salles - que, a propósito, como citado acima, fez parte do Conselho Curador das edições pós-falência -, acaba de adquirir de Marcos Dvoskin o título Manchete. Salles, que foi diretor de O Dia e até recentemente esteve à frente do Correio da Manhã, relançará a revista no dia 17 de março, em apresentação festiva no Teatro Adolpho Bloch, no edifício que sediou as redações da Bloch Editores, na Rua do Russell, Rio de Janeiro.
Manchete volta em edição mensal, impressa. Além disso, os vídeos das entrevistas poderão ser acessados por QR Code nas páginas da revista que levam ao portal R7, do Grupo Record e serão exibidos na TV Max, na NET.
Segundo as informações divulgadas, a primeira edição trará uma grande reportagem sobre o Carnaval. Uma referência simbólica a um tipo de pauta, entre tantas outras especiais, que marcaram a trajetória da Manchete.
O Panis cum Ovum surgiu há quase 16 anos como expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", coletânea que reuniu textos de jornalistas e fotógrafos que trabalharam na Bloch. Temos a revista na veia e, agora, exclusivamente na memória.
O mercado mudou, mas muitas publicações impressas encontraram seus espaços no novo mercado. O blog deseja sucesso à iniciativa. Força, equipe. Que Manchete aconteça mais uma vez.
"Justiça Feita" é a chamada da edição da Fórum. Só que o bolsonarista que assassinou o petista Marcelo Arruda não esquentou lugar na cadeia. Ele foi condenado a 20 anos de prisão em regime inicial fechado mas a caneta rápida de um desembargador o mandou para prisão domiciliar. A Justiça ainda não chegou
por José Esmeraldo Gonçalves
A capa da Fórum dessa semana registra a condenação do assassino bolsonarista e ex-policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, que matou o guarda municipa e ex-tesoureiro do PT Marcello Aloizio de Arruda.
Na quinta-feira, 13, após decisão do juri popular, a juíza Mychelle Pacheco Stadler determinou uma pena de 20 anos para o homicida, em regime inicial fechado. Guaranho foi encaminhado ao presídio, mas nem chegou a esquentar o chão da cela. Um dia depois de receber a pena (em 14/2) e antes mesmo do lançamento da edição da Fórum, o desembargador Garnaliel Seme Scaff, provavelmente a caneta mais rápida da Justiça do Paraná (TJPR), ordenou que o assassino voltasse para a prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. A defesa argumentou que o criminoso bolsonarista tinha problemas de saúde e Scaff aceitou o argumento. Cabe recurso.
O crime aconteceu em 9 de julho de 2022, a poucos meses das eleições presidenciais. Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos e o assassino passou de carro diante do salão de festas, por duas vezes, em atitude provocativa, tocando músicas de apoio a Bolsonaro. Houve uma discussão e pouco depois Guaranho invadiu a festa e atirou em Arruda. O petista, caído e mortalmente ferido, chegou a revidar e atingir o assassino, mas faleceu no hospital. Arruda deixou viúva Pâmella Silva e os quatro filhos do casal.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
Trump já tem um campo de concentração pra chamar de seu
![]() |
Reprodução Folha de São Paulo. Charge de Cláudio Mor. Guantánamo e a simetria criticada. |
Trump já dispõe de um campo de concentração para chamar de seu (Guantánamo). Seu espaço para desovar traficantes, estupradores e pedófilos, como ele acha que todos os morenos são. O empreendimento do oligarca estadunidense não tem vagões de trem para transportar levas de latinos, mas usa jatos militares abarrotados que despejam os rejeitados além fronteiras. A capa da Libération o chama de Agente do Caos. Errado. Caos é algo fora de controle. Trump, ao contrário, sabe o que quer. Está cercado de oligarcas de extrema direita e cada uma das suas ações tem correlação com um dos períodos mais cruéis da história da humanidade. Você já identificou o nome dessa era. Agora, o magnata decidiu anexar Gaza e expulsar mais de dois milhões de palestinos. Pretende construir sobre os mortos condomínios de luxo, resorts, campos de golfe, marinas, hotéis, restaurantes, saúnas, centro de convenções etc. Será a "Riviera" do Oriente Médio. A essa altura, seus arquitetos, como "Alberts Spears" resgatados do inferno, já desenham o luxo que vai ser erguido sobre cadáveres de milhares de mães, pais e crianças.
Já a charge publicada pela Folha de São Paulo, que sugere o campo de concentração de Guantánamo com um portal de Auschwitz, mostra a mais nova Trump Tower. Registre-se que a charge foi criticada por relacionar o presídio para imigrantes com a estrutura de extermínio concebida por Hitler. Trump certamente não está preocupado com isso. Ele dá sinais de que fará essa simetria ideológica muitas vezes durante o seu governo
JK foi assassinado? Um caso que ainda está aqui...
Fatos & Fotos, agosto de 1976. |
por José Esmeraldo Gonçalves
Em 2021, o Ministério Público Federal havia descartado a hipótese de uma colisão entre um ônibus e o carro que conduzia JK e o seu motorista Geraldo Ribeiro como causa do acidente na Via Dutra, que vitimou os dois ocupantes. A colisão de fato aconteceu, mas o MPF registrou em inquérito que foi "impossível afirmar ou descartar" a hipótese de um atentado político a partir de uma sabotagem no Opala que tenha levado ao descontrole e capotagem do carro. Essa suposição é conhecida, foi amplamente explorada por jornais, revistas e até no livro "O Beijo da Morte", de Carlos Heitor Cony e Anna Lee. Juscelino Kubitscheck, como João Goulart, então exilado no Uruguai, e Carlos Lacerda (este apesar de ser um dos mentores civis do golpe e da ditadura de 1964 não era mais figura de confiança dos "gorilas" desde que tentou organizar uma frente política contra o governo militar) eram alvos do regime. Jango morreu em dezembro de 1976 e Lacerda em maio de 1977.
O que este blog acrescentou ao chamado mistério da morte de JK foram relatos exclusivos de acontecimentos igualmente suspeitos ou, no mínimo, estranhos, que agitaram os bastidores do velório de JK e Geraldo Ribeiro no hall do prédio da Bloch na Rua do Russell, Glória, Rio de Janeiro.
Se o leitor tiver interesse em conferir uma ponta erguida do tapete que abafou alguns sinais inusitados do caso, pode conferir no link abaixo uma matéria de Carlos Heitor Cony e José Esmeraldo Gonçalves sobre o fato histórico em aberto.
https://paniscumovum.blogspot.com/2016/08/memorias-da-redacao-ha-40-anos-morria.html
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Israel: Gaza é aqui! • Por Roberto Muggiati
![]() |
Bandeira de Israel: simbolo do território ocupado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Foto:Reprodução X. |
Na imagem do Google Maps, a "terra prometida" do narcopentecostalismo. |
A violência nossa (carioca) de todo dia abalou esta manhã o Complexo de Israel, provocando o fechamento da Avenida Brasil e da Linha Vermelha. As polícias Civil e Militar foram acionadas após receberem informações de que o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão,– um dos criminosos mais procurados do Rio – estaria escondido lá. Atingido pelos bandidos, um helicóptero da PM fez um pouso de emergência. Entre os feridos na confrontação, os mesmos de sempre: três pais de família da periferia na penosa e perigosa jornada para o trabalho
Bandidos atearam fogo a barricadas, a um caminhão e a uma passarela para dificultar a entrada dos agentes nas comunidades. Também conhecida como Tropa de Arão, a facção narcopentecostalista do Complexo de Israel usa a pregação religiosa como uma de suas táticas, exigindo a conversão e práticas religiosas específicas para adesão e permanência na organização. Enquanto Peixão não cai na rede, o povo pena...
O "Kama Sutra" das celebridades ou o "Carlos Zéfiro" dos famosos
por Clara S. Britto
A antiga mídia impressa do segmento Celebridades já foi acusada de apelar para "revelações" sobre a vida de artistas com o objetivo de vender revistas. Esse tempo passou. Atualmente, as próprias "celebridades" despejam as notícias mais íntimas em sites, canais do You Tube, podcasts e redes sociais em geral. O 'mensageiro", principalmente publicações como Caras, Contigo, Quem, foi abduzido pelo mercado, perdeu relevância e espaço. Alguns títulos impressos resistem, mas exibem números risíveis se comparados com a circulação que alcançavam nos anos 90 e 00. Contudo, o interesse do público pela "intimidade" dos "famosos" permanece voraz. A diferença é que as próprias celebridades e princpalmente as subcelebridades agora se encarregam de saciar a massa. Vejam o BBB 25. Um ex-atleta, por exemplo, já não sabe mais o que contar sobre traumas, acessos de pânico, humilhações, injustiças, traumas etc que sensibilizem a audiência. Aparentemente, o "coitadismo" funciona junto ao público. O dito ex-atleta seria um dos favoritos para ganhar o prêmio.
Houve uma época que as revistas corriam atrás de depoimentos sobre "síndrome do pânico". rolava uma espécie de epidemia no meio artístico. Atualmente, revelar assédios sexual e moral também marcam pontos. Intolerância à lactose dá algum "ibope", mas não bomba. Revelar os "podres" da Globo, geralmente em entrevistas de ex-globais e apenas quando convenientemente demitidos, faz sucesso nas redes. Um programa de entrevistas de uma humorista global também aborda desejos incendiários que as redes sociais frequentemente repercutem. Ocorre que a entrevistadora é especializada em escavar os porões sexuais das celebridades. Com habilidade, ela arranca algumas liberalidades das atrizes, como abrir acesso preferencial à back door, participar de trisal, se posicionar sobre o dilema "cospe ou engole". A lista é longa, a turma parece saber tudo sobre o Kama Sutra. Alfred Kinsey, o homem do Relatório Kinsey, um extenso dossiê sobre comportamento sexual que abalou os anos 1950, adoraria.
Os podcasts vão mais fundo: arrancam dos entrevistados que já perderam a esperança de voltar à emissora-líder especulações vagas - eles têm o cuidado de não personalizar as supostas revelações - sobre uma série de "quartos" mantidos nos estúdios, o do "pó" e o do "sofá" entre outros. Jamais dizem que frequentaram tais ambientes, mas sabem de alguém que foi lá.
Em tempos já jurássicos, as revistas eram procuradas por celebridades ou assessores que ofereciam pautas sobre lançamentos de seus filmes, livros, peças, turnês, músicas. Por conta da divulgação muitos topavam dar entrevistas, mostrar as casas, permitir fotos em viagens etc. Nunca iam tão longe nas "revelações". Agora o buraco, não me interpretem mal, é mais embaixo. Qual o caminho para emplacar "ganchos" que se transformem em pautas para podcasts, páginas de influenciadores com milhões de seguidores e canais do You Tube ou programas de fofocas da TV? Dizer que o entrevistado "topa falar sobre tudo? Parece.
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
As previsões econômicas da "Madame Valéria" do Globo
Suspeita-se que esse editorial do Globo foi escrito por "Madame Valéria". Consigo imaginar o sujeito sob a luz difusa da redação quase vazia jogando tarô antes de formatar suas terríveis previsões. Jornalistas e economistas ligados à extrema direita parecem produzir "análises" enquanto acometidos de transe esotérica. Esse aí não deve conhecer o desespero de um desempregado sem condições de levar comida para casa. Quando consegue emprego, como aconteceu com milhões ao longo de 2024, pode experimentar uma "sensação ilusória", escreveu o editorialista. Geralmente esses *analistas" do caos erram. Dessa vez o fulano usou uma notícia claramente positiva para derramar sua amargura replicando o discurso rentalista e especulativo do "mercado".
Povo, arrume as malas. O Globo anuncia o apocalipse financeiro que vai engolfar o Brasil. Não restará Pix sobre Pix. Não dá para emigrar para os Estados Unidos, - que Trump aguarda com o chicote e sua Gestapo da fronteira -, nem para Portugal onde até turista é xingado nas ruas, e é bom evitar apanhar na Irlanda se falar português em voz alta. Segundo as "Madames Valérias" o caminho deverá ser a Argentina que o "mito" Milei em breve transformará em terra prometida do fundamentalismo neoliberal. Não agora, que os hermanos estão sofrendo com salários baixos e preços altos. Daqui a pouco, dizem, o país será um tigre austral da bonança.
Curiosamente, o editorial do Globo teve o cuidado não falar sobre o denso nevoeiro, esse sim real e ameaçador, que emana do Salão Oval onde Trump dança com o globo terrestre. Os editorialistas do New York Times e do Washington Post estão perplexos com os "atos institucionais" emitidos pelo oligarca. Perdão, "atos executivos" que ele dispara contra o seu maior inimigo, o mundo. Mesmo perplexos não ousam fazer previsões. Trump é errático e pode atirar para todos os lados. Deveriam pedir ajuda às "Madames Valérias" brasileiras que são capazes de antecipar em detalhes todas as desgraças econômicas principalmente aquelas que seus desejos ardentes projetam.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
quarta-feira, 29 de janeiro de 2025
A última chance de Neymar
por Niko Bolontrin
Um olhada em jornais esportivos europeus mostra que o interesse na volta de Neymar ao Santos é mínimo e geralmente cauteloso. Ninguém dúvida mas ninguém avança em previsões sobre a real capacidade do jogador atuar em alto nível. Craque é, mas terá resistência física para exercer técnica e talento?
A mídia brasileira parece acreditar. Canais nas redes sociais vibram e vários dão sinais de impulsão encomendada. Um ex-jogador chegou a viralizar uma "informação": um time da Premier League teria colocado na mesa uma proposta para levar Neymar. Não apareceu. Nem mesmo Miami sinalizou qualquer interesse.
Tudo isso indica que os próximos seis meses no Santos definirão o futuro de Neymar em termos de desempenho e imagem. Seis meses é exatamente a duração do contrato. Os números alcançados em campo dirão ou não se o Neymar voltou. Se mostrar resistência e confiança certamente atrairá interesses. Em paralelo, um retorno à seleção brasileira também a vitrine.que ele precisa. Sabe-se que Neymar buscou propostas de times que jogarão o mundial da FIFA nos Estados Unidos. Esse seria um display ainda mais vistoso, mas não aconteceu. Então, boa sorte para ele no Peixe e no trem ainda sem rumo de Dorival Júnior.
Trump joga War no Salão Oval
Por ordem de Trump Google passa a nomear o Golfo do México como Golfo da América. Isso, por enquanto, apenas para visualização dos usuários estadunidenses. Nos planos do desvairado, virão Oceano da América no lugar do Atlântico, Cataratas da América em vez de Niágara. O oligarca da Casa Branca administra o país como se jogasse War.
O clone de Trump
O bufão Milei vai construir cercas na fronteira da Argentina com o Brasil. Deve ser para impedir os hermanos de virem para Búzios e Camboriú.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Pela primeira vez a Lua é incluída pela WMF em lista de patrimônios mundiais em risco
Neil Armstrong já morreu, mas ele e outros astronautas deixaram 96 sacos resíduos orgânicos na Lua. Foto NASA |
por José Esmeraldo Gonçalves
A Lua acaba de ser incluída na lista de patrimônios mundiais ameaçados. A organização WMF (Fundo Mundial de Monumentos justifica a medida ao constatar que o satélite natural da Terra - tanto o meio ambiente local quanto os sítios históricos - está em risco. A pegada de Neil Armstrong, por exemplo, é uma dessas marcas memoriais de valor cultural. A sucata que sobrou dos módulos lunares, além de veículos dos astronautas (os pequenos "jipes"), robôs e sondas está espalhada na superfície lunar. Tudo junto soma mais de 180 toneladas, segundo a NASA admite. É lixo espacial, sim, mas tem significado histórico. A WMF teme que a retomada das missões tripuladas anunciadas por empresas privadas norte-americanas e países como China e Índia comprometa o acervo da exploração lunar. Estima-se que equipamentos e objetos largados na superfície lunar alcancem cifras de milhões de dólares. Empresários como Elon Musk demonstram interesse nesse "tesouro". E não se pode ignorar a perspectiva de que, em alguns anos, o turismo espacial se consolide. Turistas costumam arrecadar lembrancinhas por onde passam. Devem ser alertados que em meio a colecionáveis há na Lua um item inusitado da época das missões tripuladas: a Apollo deixou lá 96 sacos com conteúdo orgânico. Isso mesmo, ao lado da famosa placa fixada pelos astronautas ("Por toda a humanidade, nós viemos em paz"), os terráqueos presentearam possíveis visitantes extraterrestres com cocô e urina.
A iniciativa da WMF tem um objetivo em paralelo à questão ambiental. O predator Elon Musk, que já enviou ao espaço um carro Tesla, pode ter planos inacreditáveis. Por exemplo, levar à Lua um estátua de Hitler, do qual é um admirador, construir um condomínio para trilionários no Mar da Tranquilidade ou, quem sabe, implantar uma usina nuclear para iluminar a face oculta da Lua. Não duvide, Musk já sequestrou até as estrelas. Experimente olhar para cima em uma noite clara, sem nuvens. Um belo céu estrelado? Não exatamente. Aquelas fileiras de luzes que parecem "constelações" ainda não nomeadas por astrônomos são os milhares de satélites estacionários da Starlink em uma altitude de até 500 km. Além de poluir o visual estelar, a "constelação" de Musk tem outro problema. Periodicamente, os técnicos do magnata têm que derrubar satélites queimados, quase sempre danificados pela radiação solar. Diz a Starlink que essas quedas são "controladas". Mas se até os foguetes da empresa explodem no ar... vai saber.
domingo, 26 de janeiro de 2025
Oscar 1960 - O Brasil esteve lá. O filme Orfeu Negro foi premiado mas a França levou a estatueta
por Ed Sá
No momento em que o Brasil comemora a histórica performance de "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, indicado ao Oscar nas categorias Melhor Atriz (Fernanda Torres), Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, vale lembrar o feito igualmente épico de "Orfeu Negro". Lançada em 1959, a coprodução francesa, italiana e brasileira dirigida por Marcel Camus ganhou o Oscar 1960 de Melhor Filme Estrangeiro. Embora falado em português, com elenco quase todo formado por atores e arrizes brasileiros, baseado na peça "Orfeu da Conceição ", de Vinícius de Moraes, com trilha sonora de Tom Jobim e Luis Bonfá, além de canções de Vinicius e Antonio Maria (o cantor Agostinho dos Santos interpetrou a célebre "Manhã de Carnaval"), filmado no Brasil , "Orfeu Negro" foi inscrito pela França, que levou a estatueta. Vinícius se inspirou no mito grego de Orfeu e Eurídice e ambientou a trama em uma favela carioca.
O filme de Camus foi também a primeira produção em lingua portuguesa a vencer o Oscar. Um pouco antes, em 1959, ganhou também a Palma de Ouro, em Cannes. No elenco, Breno Mello como Orfeu, a norte-americana Marpessa Dawn como Eurídice, Lourdes de Oliveira, Léa Garcia, Adhemar Ferreira da Silva, Alexandre Constantino, Waldir de Souza, Chico Bôto, Jorge dos Santos,Tião Macalé e |Cartola.
sábado, 18 de janeiro de 2025
Os saraus da Ceres: patrimônio imaterial da República de Ipanema • Por Roberto Muggiati
![]() |
Ceres Feijó. Ao fundo, pintura de Ana Maria Maiolino |
![]() |
Uma vista da mesa do pato, com as amendoeiras à janela. Fotos Theca Vasques |
Começo do começo, por um casal corajoso: Ceres Feijó e Flávio de Aquino, que deixaram seus cônjuges para formar uma união eterna – ela com três filhos, ele com quatro. Um casal com um dom genial para compartilhar sua alegria de viver com uma seleta legião de amigos. Eu os conheci na Manchete em 1966 e, depois de uma temporada na Veja em São Paulo, aprofundei meu relacionamento com o Flávio na redação do EleEla, um antro de intelectuais, dirigido pelo escritor Carlos Heitor Cony. Enquanto “revista masculina”, entregávamos muito pouco ao leitor, ou quase nada: o que o Cony chamava de “mulherio” de nossas páginas coloridas eram fotos da franquia alemã da revista Jasmin, robustas valquírias de biquínis largões, pois na época toda nudez era castigada pela ditadura militar. Procurávamos valorizar nossa edição mensal com matérias inteligentes e sofisticadas: Mário Pontes com seus achados literários, Paulo Perdigão com as últimas novidades de Hollywood, Cinecittà e adjacências, Flávio der Aquino com sua fabulosa erudição em artes plásticas (lembro de um texto seu sobre a Vênus de Willendorf com suas nádegas e seios fartos) e eu tentando contestar o Sistema com o rock e a contracultura, depois do AI-5, ficou totalmente proibido escrever sobre política. O próprio Cony – nas generosas sobras de tempo do fechamento – escreveu ali o romance Pilatos, que considerava sua obra mais criativa e transgressora.
Em 1978, editor da Manchete, pedi ao Flávio que escrevesse uma série sobre a História dos Papas. O tema se tornara atualíssimo com a morte de Paulo VI e a primeira eleição no Vaticano em 15 anos. E ganhou ainda mais força quando o sucessor, João Paulo I, morreu misteriosamente após apenas 33 dias de pontificado, o que levou a uma nova eleição, a do polonês Karol Wojtyla. Flávio ficou tão satisfeito com a publicação que ofereceu um jantar comemorativo no seu apartamento da Rua Alberto de Campos, em Ipanema, perto da Lagoa.
![]() |
Muggiati, com o filho Roberto, Ceres, Flávio de Aquino, Burle Marx e Zulema Rida. Fotos de Lena Muggiati. |
O bom Flávio sofria de insuficiência renal e submetia-se a sessões regulares de hemodiálise. Nosso último encontro memorável foi uma viagem ao sítio de Burle Marx em Guaratiba. Flávio escreveria uma grande matéria sobre o paisagista, minha mulher Lena faria as fotos. Marx fez questão de nos levar para ver as molduras de portas e janelas de pedra de cantaria que havia comprado de um prédio demolido no centro do Rio. As preciosidades estavam numa parte elevada do terreno. Na descida, debilitado pela doença, Flávio chegou atrasado à biblioteca, onde Burle Marx tocava uma peça barroca num antigo harmônio de igreja. Mirou um convidativo sofá de couro e desabou sobre ele com todo o seu peso. Do couro ressecado, cheio de furos, jorrou um jato de pequenas penas brancas do enchimento, que se chocaram contra o teto e caíram lenta e silenciosamente como neve ao som de uma fuga de Bach. Fellini puro!
Os anfitriões lendários de Ipanema eram o casal Guguta e Darwin Brandão, encastelados no seu apartamento da Rua Redentor, até a morte dele, em 1978. Flávio, o florianopolitano de alma carioca, também nos deixou, em 1987, no dia de São Sebastião. Passado o luto, a discreta Ceres começaria a empunhar o facho dos Brandão, com seu talento natural para a arte de receber. Em sua agenda anual destacavam-se duas datas: a feijoada do seu aniversário, no sábado mais próximo do 28 de julho; e o pato com lentilhas do Ano Novo. Simbolismos não faltam aqui: as lentilhas remetem à prosperidade e fartura. E Ceres na mitologia é a deusa da agricultura, vem dela a palavra cereal.
Lembro-me de meus primeiros patos, no início dos anos 2000, na cobertura da Visconde de Pirajá, acessada por uma escada em espiral. Você tomava o elevador até o sexto andar, abria a porta e se via enclausurado num cubículo retangular forrado de espelhos, a única saída era escalar os três metros da pesada escada de madeira em caracol. A subida até que era fácil. A descida, difícil – quase impossível para alguns – depois de umas e muitas outras... Ao entrar no apartamento, você respirava o clima de montanha do ar condicionado e os aromas convidativos que recendiam da cozinha. Mas, antes do pato, o papo, noblesse oblige. Ele rolava, animado pelo reencontro de velhas amizades e pelo nascimento de novas amizades, estimulado pelos melhores vinhos e uísques.
Da rica entourage, devo esquecer alguns nomes, mas vou me esforçar para lembrar. Em certa ocasião, um décimo da Academia Brasileira de Letras estava presente: Cícero Sandroni, Ferreira Gullar, Zuenir Ventura (e sua primeira-dama Mary) e Ana Maria Machado, então presidente da ABL. A pintora Marília Kranz – a misteriosa Madame K das degustações do crítico de gastronomia Apicius – era assídua. O crítico de teatro e cinema Wilson Cunha e o dramaturgo e autor de musicais Flávio Marinho também, quando não estavam de férias na Europa. O mestre do design Karlheinz Bergmüller era outro dos comensais, ex-colega de Flávio como professor da pioneira Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) carioca, casado com a ex-fotógrafa Zulema Rida, mãe (do primeiro casamento) de Júlia Pentagna. Júlia casou com o cônsul da Alemanha no Rio, Michael Geier. Amigo da Intelligentsia esquerdista e simpatizante do PT nos seus prolegômenos, Michael prodigalizava viagens oficiais à Alemanha para seus amigos, de A[quino] a Z[iraldo]. Fui incluído na lista em fevereiro de 1979, com minha mulher, Lena Muggiati, fotógrafa de Manchete. Visitei as principais revistas semanais do país: Stern e Der Spiegel em Hamburgo, Bunte Illustrierte em Offenburg, Quick e Bravo em Munique. Fomos também a Berlim, com direito a um concerto da lendária Philarmoniker. Michael Geier, que, depois do Rio, serviu em rincões remotos como Ouagadougou, capital de Burkina Faso, se aposentou com brilho, como embaixador da República Federal da Alemanha em Roma e passou a morar em Berlim com Júlia. Esporadicamente, o casal veio ao Brasil, dando o ar de sua graça na casa da Ceres.
Nos últimos anos, o endereço da festa mudou: um belo apartamento de cobertura na Saddock de Sá, sombreado na frente pelas verdes copas das amendoeiras e, na varanda traseira, com uma vista deslumbrante da Lagoa Rodrigo de Freitas. Foi nesse novo cenário que reencontrei Beatriz, ex-Sra. Fernando Sabino quando ele era, em 1964, o Adido Cultural do Brasil em Londres e eu trabalhava no Serviço Brasileiro da BBC. Sabino e eu formávamos, com o jornalista Narceu de Almeida, os Três Mosqueteiros do Ronnie Scott’s Jazz Club, assistindo a shows memoráveis do pianista Bill Evans e do saxofonista Stan Getz.
O Pato do Jubileu • Compareci ao pato deste ano na companhia de minha agente literária, Thereza Cavalcanti Vasques, que veio de São Paulo passar o réveillon no Rio e combinar a minha agenda de compromissos para 2025. Senti a falta de meu colega bolsista de jornalismo na França Zuenir Ventura, teria feito forfait por problemas de mobilidade. A gravurista Teresa Miranda, 96 anos, estava lá, lépida e fagueira. Guguta Brandão, aos 87, esbanjava jovialidade, como nos tempos em que recebia na Rua Redentor. Karlheinz Bergmüller, 96 anos, era esperado, mas não apareceu, talvez ainda estivesse pegando umas ondas na praia. Com certeza vai dar as caras no Pato de 2026. Dos filhos da Ceres, Quinca, com o marido Noronha, e Nando, com a namorada Verônica, prestigiavam a festa, assim como os filhos de Flávio de Aquino, Maria Helena e Roberto, que concilia miraculosamente as funções de funcionário da Receita Federal e percussionista de escola de samba. Conversei muito com Rosa Freire D’Aguiar, viúva de Celso Furtado e correspondente da Manchete em Paris nos anos 1970, recém-premiada pelo Jabuti por seu livro Sempre Paris. Atualmente ela traduz com Mário Sérgio Conti Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust. Perguntei a Rosa como se pode traduzir uma obra que começa com uma frase intraduzível: “Longtemps, je me suis couché de bonne heure”.
Ano que vem, muitos de nós estaremos de novo reunidos no sarau da Ceres. Esta história daria um belo filme. Eu o chamaria A um pato da eternidade.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Suécia já deu cartão vermelho ao VAR. Agora a Noruega quer acabar com a verificação eletrônica que só traz confusão para o jogo
No jornal português Público, edição de hoje, matéria sobre times da Noruega que se unem para acabar com o VAR nos jogos de futebol no país. Noruegueses alegam que a checagem eletrônica foi idealizada para aperfeiçoar as arbitragens. Ao contrário do previsto veio para confundir e despertar suspeição.
Imaginem se os noruegueses conhecessem o VAR brasileiro, um foco frequente de confusões e desconfiança. Os times noruegueses ainda se queixam que pagam por algo que prejudica o futebol.
A Suécia já deu cartão vermelho ao VAR há muito tempo.
No Brasil a estrutura de verificação digital custa uma fortuna, empresas faturam em cima da geringonça e dificilmente o lobby instalado vai abrir não da bocaça.
Boquita presidencial - Responda rápido: quem inspirou quem?
quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Musk quer mesa no Salão Oval
A capa da New Yorker com data de 20 de janeiro, dia da posse de Donald Trump, antecipa uma competição de egos que promete transformar a Casa Branca em um octógono de UFC. De um lado Donald Trump, do outro Elon Musk, o "czar" a quem o presidente eleito delegou podres poderes. Musk não vai aceitar papel de figurante. Desde que seu nome foi anunciado para "reorganizar os Estados Unidos" e torná-lo uma "corporação" eficiente, ele circula em Washington como se pisasse em tapete vermelho o tempo todo.
A ilustração da New Yorker manda a mensagem: Trump está de olho.
Bolsonaro tem representante no BBB 25
Reprodução X
por Ed Sá
Viralizam nas redes sociais fotos do ex-atleta Diego Hypolito em momentos "fofos" ao lado de Bolsonaro e Michelle. Independentemente de qualquer coisa, ele entra na casa já com torcida dividida, no mínimo. Diego não pode reclamar. A cena bozotoca de sorrisos e afetos tem um preço. Provavelmente, ele agradecia o que Bolsonaro não fez pelo esporte.
segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
domingo, 12 de janeiro de 2025
Comentaristas de economia de correm sério risco de morrer de susto
por Flávio Sépia
A reprodução acima é apenas um dos exemplos que registram as previsões erradas dos chamados "especialistas" em qualquer coisa. São profissionais convidados pela mídia onde lançam toda a empáfia sobre temas diversos: finanças, inflação, mercado, geração de emprego, PIB, futebol, turismo, renda do trabalhador, serviços etc.
Os "especialistas" se surpeendem tanto com as suas próprias previsões que a qualquer hora terão síncopes em série. Economistas, cientistas políticos e comentaristas de geopolítica tombaram grogues de sustos. Os jornalões adoram ouví-los. Quanto os números reais vêm melhores do que esperado invariavelmente admitem que são acometidos de pânico com as estatísticas reais fora das suas métricas de mercado especulativo. Claro que não são motivados pela ciência mas pela política.
Embora tenham errado previsões para 2023 e 2024, os trêfegos "especialistas" estão em campo para anunciar que 2025 vai ser uma mer4a. Como têm sofrido tantos choques emocionais, é recomendável que façam eletrocardiograma, que examinem as carótidas entupidas, que aproveitem o começo do ano para esquiar na Europa e que visitem as Bahamas para ver como anda o saldo nas contas secretas. Façam isso porque tomaram muitos sustos em 2025.
Fogo nos imigrantes
sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
domingo, 5 de janeiro de 2025
sábado, 4 de janeiro de 2025
Virou piada - 2025 começa entre o ridículo e o bizarro. Basta dizer que o hit desse verão é " Nóis vai descer pra BC"
Parece um reality com roteiro medíocre. É impossível prever como será 2025. Por enquanto neste início, o ano dá sinais de que será bizarro. Vejam os primeiros sintomas:
* Janaína Lima, vereadora de direita do PP, não foi reeleita para a Câmara Municipal de São Paulo e mandou retirar privada e pia que, diz ela, foram instaladas com "recursos próprios". O vereador e ex-BBB Adrilles, que assumiu o gabinete desfalcado de vaso sanitário, ficou temporariamente impedido de evacuar no recinto. Provavelmente fez coligação sanitária com a bancada dos com- oanheiro. Janaína, que recebeu descargas de críticas, devolveu as peças sequestradas.
* Outra crise fecal aconteceu em um voo da Air France Paris-Rio após a virada do ano. O avião fez uma escala não prevista em Fortaleza porque um passageiro fez "uso excessivo" do banheiro. Não se sabe o que o indivíduo comeu, mas ele foi capaz de sobrecarregar o sistema de contenção dos resíduos.
* O cantor sertanejo Gusttavo Lima procura partido para se candidatar a presidente em 2026. Bolsonarista fanático, ele passou a ser considerado "traidor" pelos adeptos de Jair Bolsonaro que, apesar do impedimento legal, se diz presidenciável para 2026. As redes sociais se dividiram entre chamar Gusttavo Lima de "o novo padre Kelman", achar que é jogada para aparecer, estratégia política da extrema direita que deve escalar vários candidatos para somar votos no primeiro turno e outras especulações.
* A próxima campanha eleitoral deverá ser recordista em candidaturas de influencers, coachs, e "laranjas" de organizações criminosas.
* Um dos processos menos graves a que Donald Trump responde chega ao fim e magnata corre risco de pagar multa e cumprir 10 dias de prisão antes mesmo da posse.
* A oposição planeja abrir várias CPIs para paralisar o governo Lula. Mídia de direita e o mercado transformarão cada uma delas em "crise" na bolsa, na cotação do dólar etc. Isso é tática de bandido e não de parlamentares sérios.
* A ex-atriz e atual extremista religiosa e ideológica Cassia Kiss agora ataca em público jovens que usam biquíni. A ex-atriz agrediu verbalmente uma menina que usava a parte superior do biquíni ao fazer compras em um supermercado. Cássia desconhece que está no Rio, que confunde com Cabul. Bolsonarismo associado a fanatismo religioso é doença. As redes sociais acham que a "irmã" Cássia andava sumida porque estava no Afeganistão fazendo estágio de como ministrar opressão religiosa em praça pública.
* O primeiro sucesso musical do ano tem a cara desses tempos. "Nóis vai descer, descer pra BC". O clipe de Breno e Matheus está estourado nas redes sociais e no streamings da vida. É hit de verão e tem chance de se tornar hino da praia mais brega do Brasil. BC aí não e Branco Central, refere-se ao reduto dos novos ricos e assemelhados, Balneário de Camboriú, a "Dubai" nacional e bolsonarista. Dizem os críticos que BC deveria construir um monumento à lavagem de dinheiro. Seria uma wash machine gigante cercada de ricaços do agronegócio.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
Desengaveta, Congresso! O ano já virou e a proposta de lei para regular a internet continua barrada pela extrema direita.
Segundo o site de checagem Aos Fatos, em cada 10 anúncios sobre saúde veiculados em grandes portais de notícias do Brasil, nove são enganosos.
E a gangue da extrema direita brasileira ainda tenta impedir a regulação da internet. Excelências, o que acontece no mundo virtual tem impacto na vida real. Essa cascata de anúncios falsos, especialmente tratando-se de saúde, pode matar. E esse é apenas um dos exemplos da terra sem lei no ambiente virtual.
A proposta de criação da Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet em trâmite no Congresso Nacional tem sido barrada por bolsonaristas, eles mesmos produtores em massa de fake news. Uma delas espalha uma fake preferida dos meliantes: a regulação vai interferir na liberdade de expressão. Não passa nem perto disso.
Bom andar rápido porque a IA é um instrumento que em teclados errados vai botar pra quebrar. A democracia pode ser a maior vítima.
domingo, 29 de dezembro de 2024
Previsões de Allan Richard Way II - 2025? Tem mas acabou
Allan Richard Way II diz que 2025 é um ano que nem deveria começar. O problema, ele garante, é o enredo repetitivo somado ao elenco monótono que desempenha papel medíocre. As eleições estão previstas para 2026, mas só se falará nisso em 2025.
Confira alguns tópicos enviados pelo vidente. Se você procura boa notícia, tire as crianças da sala ou não leia essas previsões, aqui não tem auto ajuda, só perrengue . Confira.
* O mercado de criptomoedas continuará crescendo, mas dará sustos nos investidores. Em duas ocasiões muita gente perderá dinheiro virtual em 2025..
* Cantor sertanejo morre em acidente de carro.
* Um grande ídolo da canção brasileira sofrerá um infarto fulminante.
* Acidente aéreo no Sudeste enlutará o Brasil.
* Times brasileiros fracassarão no Mundial de clubes da FIFA realizado nos Estados Unidos.
* Donald Trump mobilizará estados para proibir o aborto nos Estados Unidos sob qualquer circunstância.
* O Palmeiras será campeão brasileiro. O Flamengo vice. O Fortaleza terceiro lugar, São Paulo em quarto, Corinthians em sexto. Bahia, sétimo, Internacional, oitavo.
* Um caso de traição conjugal vai abalar a cúpula e a cópula de elemento da extrema direita brasileira.
* Crise na Alemanha contaminará outros países europeus. Manifestações nas principais capitais agitarão a política no continente ao longo dos anos.
* Um vírus de origem desconhecida dizima os influencers brasileiros. Não há vacina para o mal, mas eles lotam aviões rumo a Orlando em busca de tratamento.
* Um vírus de origem desconhecida extermina os coachs brasileiros. A população sugere que o governo os isole na Ilha da Trindade.
* Um vírus de origem desconhecida fará a turma do stand up mudar para espetáculos "sitting".
* Em 2025 o ex-presidente de Câmara, Arthur Lira entrará na lista de bilionários da Forbes. Alagoas decretará feriado de uma semana para homenagear o filho ilustre.
* A polêmica Jojo Todynho, que estuda advocacia e é a nova musa da extrema direita do Rio de Janeiro, anuncia que em 2025 fará estágio em gabinete de juíza. A jurista vem aí.
* Depois de mudar letra de canção em acesso de intolerância religiosa, Claudia Leitte, fervorosa fundamentalista evangélica, pode estar sem saber o que vai fazer no próximo carnaval da Bahia. Como se sabe, ela substituiu Iemanjá, a Orixá da religião Yorubá, por Yeshua (Jesus) em letra de canção para evitar citar a entidade do candomblé. No próximo carnaval baiano, a cantora não poderá falar acarajé, nem abadá, nem cuíca, nem dendê, nem vatapá, nem pirão, bobó, zabumba, batucada, não pode pedir um cafuné, nem falar que vai na quitanda, não deverá cantar samba, nem comer jiló, não poderá usar tanga... Essas palavras são todas de origem africana e a maioria tem a ver com religiões de matriz africana. A essa altura, Cláudia Leitte deve estar cogitando incluir no trio elétrico um consultor de preconceito religioso para providenciar substituição "cristã" de todos os termos afros.
* É possível que em 2025, a Cãmara dos Deputados crie as emendas "Meu uisquinho", "O Ford Ranger Raptor do papai", "Miami lá vou eu", "Jatinho da Família", "Show de Gustavo Lima no aniversáro da vovó", "Meu touro de raça", "A vaca lá de casa", "Fundo Beneficente Braga Neto, Festa no ap no Balneário Camboriú", "Chá revelação de Damares"e "Jóias para o nosso líder". É para atender o STF e mostrar a destinação do capilé.
* Elon Musk vai convencer Donald Trump a implantar no cérebro um chip mais avançado do que o seu próprio dispositivo microeletrônico. Trump desenvolverá habilidades para identificar imigrantes ilegais em um raio de 300km e poderá se atualizar em 3D sobre a Melania Trump, cujas atividades extra Salão Oval ele desconhece há muitos anos.
* Trump, aliás, será configurado para jogar WAR na vida real. Ele conquistará Panamá, Venezuela, Groelândia, Canadá, Vaticano, os paraísos fiscais Bahamas, Mônaco, Uruguai e será sócio de Milei na concessionárias que administrará a Argentina privatizada.
* Trump virá ao Brasil para avaliar pedido feito por Jair Bolsonaro e seus filhos. O clã Bozo quer que Trump transforme o Brasil no 52 º estado estadunidense.
* Ronaldo Fenômeno não realizará ainda seu sonho de presidir a CBF.
* Filme "Ainda estou aqui" poderá concorrer em duas categorias do Oscar. Ganhará uma estatueta.
* Depois de legalizar as emendas, Câmara dos Deputados tornará constitucional a chamada raspadinha em níveis federal, estadual e municipal. Modalidade será administrada por inteligência artificial.
* Em 2025, Neymar reconhecerá a paternidade de mais três filhos.
* Desabamento de prédio deixa dezenas de vítimas A indicação é imprecisa, segundo o vidente não é possível antever o local da tragédia.
* Bolsonaristas acreditam que Trump decretará sanções contra o Brasil caso Bolsonaro não seja liberado para concorrer à Presidência em 2026.
* Pastor acusado de pedofilia se diz inocente e culpa "algorítmos plantados pelo demônio".
* Guerra na Ucrânia não terminará em 2025. Israel continuará em guerra na Palestina, Líbano, Síria e Iémen. A alegação é que a paz custará empregos na indústria armamentista.
*O conflito Afeganistão-Paquistão escalará em intensidade.
* Morre um ex-beatle.
* Turista erra caminho e é baleado em entrada de favela no Rio de Janeiro.
* Chega ao Brasil a centésima "nova cepa" da Covid.
* Na falta do que privatizar na Argentina, Milei privatiza seu bem mais querido: a irmã.
* Trump invadirá a Groelândia e, em seguida, tomará a cidade de Governador Valadares para deter futuros imigrantes.
* "Minha colega a vidente Baba Venga - diz Allan Richard Way II - afirma que o "fim dos tempos começará em 2025". O primeira sinal do Apocalipse até que não será tão terrível: um ataque cibernético destruirá todas as cópias de música sertaneja que circulam nos bancos virtuais de música.
* Um vulcão tido como extinto entrará em erupção e destruirá todos os quadros de Romero Britto.
* Um tsunami levará no aguaceiro os livros de Olavo de Cavalho, as apostilas restantes do seus "cursos" e o acervo da editora que o lançou no Brasil.
* As calotas polares continuarão derretendo. A inundação decorrente privilegiará certos locais: a redação do Antagonista, a goiabeira onde Damares viu Jesus e todas as gravações do Rogercl Ultrage Bozo serão engolidas pelo aguaceiro.
* Depois dos policiais, médicos do Conselho Federal de Medicina serão obrigados a usar câmeras.
* Militares que prestam serviço em colégios militarizados, também.
* A turma do Banco Central perderá cidadania brasileira. Alguns vão trabalhar no jogo do Tigrinho e em bets.
* Sexólogo denunciará que mulheres estão usando IA para fingir orgasmo.
Democracia em jogo. Para a extrema direita 2025 é o ano do golpe
![]() |
Matéria da Revista Fórum analisa o golpe em gestação |
por Flávio Sépia
Os indícios estão aí. O Congresso ensaia um figurino semelhante ao enredo do golpe que atingiu Dilma Rousseff.
Os golpistas acreditam que a posse de Donald Trump nos Estados Unidos será o fermento que turbinará o bolo dos insensatos. Mercado, agro e a mídia neoliberal potencializam fatores econômicos, preconizam o caos que não existe. No Legislaticvo, a oposicão deforma propostas fiscais em nome de intresses suspeitos e trava a votação do orçamento. Facções de meliantes chantagistas atuam nos corredores e falam abertamente em impeachment do presidente.
Na vida real do bolso e do emprego do povo, os números são bons, indústria, serviços, consumo e emprego avançam. Isso é minimizado na mídia neoliberal e negado pela tempestades de fake news que inunda as redes sociais. O país assiste a uma revolta dos bolsões corruptos indignados não porque o STF lhes tirou provisoriamente o acesso às tetas que expelem emendas escandalosas, mas por exigir que tais verbas sejam rastreadas, nominadas, fiscalizadas e comprovados seus destinos.
Ainda é possível acreditar que os golpistas não passarão. Resta saber se o povo irá às ruas para defender a democracia ou se aceitará que uma espécie de estilo "PCC" de governar seja entronizado na República.