Jornalismo, mídia social, TV, atualidades, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVII. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
sábado, 4 de junho de 2022
O reality show dos Windsor. Saiba porque em 2023 acontecerá o Jubileu.2.
Elizabeth com Charles, o eterno sucessor. Foto Manchete |
A mídia destaca o jubileu da rainha Elizabeth II. Mais do que o longo reinado, a vida dos Windsor está em cartaz há muito anos. Só com Elizabeth no quarto vip são 70 anos. Houve de tudo no reality: de escândalos sexuais a cancelamentos, traições, paredão, confessionario, tal qual um movimentado BBB, um autêntico Big Brother Buckingham.
O jubileu tem sido um espetáculo. Atrai turistas e residentes.
Mas, atenção, ano que vem tem mais. A mídia omite, mas o que se comemora agora são os 70 anos e Elizabeth no trono que ela assumiu em 1952. Só no ano que vem completam-se os 70 anos da sua coroação, quando acontecerá o Jubileu.2. A revista Manchete, fundada em 1952, cobriu a cerimônia de coroação em 1953. Elizabeth foi capa da revista pela primeira vez. Ao longo da trajetória da Manchete, que saiu das bancas nos anos 2000, a rainha foi capa inúmeras vezes, quase igualando as campeãs Luiza Brunet e Xuxa.
sexta-feira, 3 de junho de 2022
O enigma da seleção brasileira
Um colunista do Globo, hoje, coloca o Brasil como favorito da Copa do Catar. É otimista. O calendário de seleções da Europa se fechou e Brasil e Argentina não tem confrontos com a elite do futebol para aferir, de fato, a qualidade dos seus esquemas coletivos de jogo. Craques ambas as seleções têm. A Argentina, por ser a atual campeã da Copa América, teve a oportunidade de jogar contra a Itália, campeã da Copa de UEFa, disputando a taça intercontinental Finalíssima. Futebol é confronto. Amistosos contra equipes muito inferiores equivalem a treinos. E como diziam os antigos craques só jogo é jogo, treino e treino. Esse isolamento das seleções sul-americana em relação à Europa já vem de algum tempo. Os resultados aí estão: nas últimas três copas o Brasil foi surpreendido e eliminado por Alemanha, Holanda e Bélgica. Só no Catar saberemos de o jogo alto e baixo, o arco e flecha, a transição e demais jargões usados por Tite vão funcionar. Não é apenas o colunista do Globo que não leva isso em consideração é está otimista. Muitos outros do jornalismo esportivo também comemoraram o desempenho do time de Tite contra a Coreia do Sul. Algumas dessas opiniões fazem parte do esquenta comercial para a copa que irão transmitir. Normal. Se a mídia esportiva não acreditar no favoritismo do Brasil o anunciante pode não se motivar a comprar a cota de anunciante. Então é hora de bater o bumbo. O fato é que a seleção não testada pra valer é caixa verde-amarela fechada. O que tem dentro? Nem Tite sabe.
quinta-feira, 2 de junho de 2022
Johnny Depp ou Amber Heard - Difícil escolher: será que o melhor é torcer pela briga?
Amber e Depp: encrencas. Foto Divulgação |
Difícil escolher um lado judicial nas intermináveis brigas jurídicas do ex-casal Johnny Depp x Amber Heard. Julgados por difamação - um processou a outra e o outra processou um - a atriz foi condenada a pagar 10 milhões de dólares ao ator e este terá que pagar à ex cerca de 2 milhões de dolares. As sessões do julgamento foram rumorosas e se transformaram em um show midiático. Nas redes sociais, os fãs se dividiram.
Depp e Heard foram casados durante apenas dois anos, entre 2015 e 2017, mas produziram encrencas bem mais intensas. Agressões, ameaças, abusos, ambos se acusam de quase tudo. O ator teria histórico de problemas, de brigas em bares a explosões de ciúmes e entreveros com policiais. A linda Amber Heard, por sua vez, é criticada pelas posições de ultra direita que assume publicamente. Já publicou nas redes sociais posts racistas, fez piadas contra babás e empregadas latinas, é fã de Trump, a favor de armas e quer ação policial rigososa contra imigantes ilegais. Grupos feminisas defendem Heard - no que têm razão, agressões a mulheres devem ser denunciadas e combatidas - mas esquecem de citar o radicalismo conservador da texana.
Como se diz popularmente, o caso aí é de torcer... pela briga.
Brasil ganhou do time do K-Pop. Oh!
por Niko Bolontrin
A seleção brasileira jogou hoje contra a Coreia do Sul. Ganhou por 5 x 1. Amistoso inútil. Uma pelada entre casados e solteiros na Granja Comari teria sido melhor. A seleção talvez aprendesse mais se jogasse contra os meninos no BTS, o badalado grupo de K-Pop asiático.
O time de Tite agora vai jogar no Japão, mesmo tempo perdido. Enquanto isso, a Argentina jogou contra a Itália. Venceu por 3X0 e ganhou a taça intercontinental Finalíssima disputada pelas campeãs da Eurocopa e da Copa América. Alguns comentaristas brasileiros desvalorizaram a conquista da Argentina - "a Itália está mal" - e, ao mesmo, exaltaram o "desempenho" da seleção brasileira contra a medíocre Coréia do Sul.
Imaginem só como o índice de arrogância e ufanisno estará alto quando seleção e mídia esportiva desembarcarem no Catar para a Copa do Mundo, taça que, a propósito, o Brasil não ganha há quatro edições.
"Sharia" do governo proibe produtos alimentícios com aspecto erótico
Imagem reproduzida do Twitter |
por O V. Pochê
O Ministério da Justiça está com problemas, precisa de ajuda especializada. Há que se deitar no divã . Segundo resolução estilo "Sharia", o sistema de leis do Islã, produtos alimentícios que se assemelhem a órgãos sexuais só podem ser consumidos por quem tem 18 anos ou mais. Os moralistas estariam incomodados com lojas que vendem waffles e sorvetes com formatos eróticos. A queixa partiu de senhoras de Ipanema, no Rio - bairro que já foi símbolo da modernidade, descontração e bom humor. O risco é saber até onde essa fixação sexreligiosa pode chegar. No twitter circula uma foto de um cuscuz nordestino. Parece com peitinho? Não pode. E o pepino, a banana? Certas vagens não devem ser abertas em público? O pior é que o índex talibã pode extrapolar na velocidade da imaginação moralista. Obeliscos são fálicos? Melhor meter a picareta. Opa, meter não pode. O prédio da Central do Brasil, no Rio, insinua ereção? Que isso! Manda demolir. Se o barnabé-mor for a Recife vai derrubar o famoso monumento criado por Brennand e que está no cartão postal da cidade. Pode chegar um momento em que se você sair exibindo salsicha e caneloni na rua pode ser levado para um camburão com gás.
Frase do Dia: equação atual
"Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito."
Albert Einstein
quarta-feira, 1 de junho de 2022
Tristeza e destruição em Recife. Chega de botar a culpa em São Pedro. Os responsáveis estão à vista de todos.
Recife sob ataque climático somado à incompetência dos governos. Foto de Cleber Caetano/PR |
por J.A.Barros
Chuvas torrenciais, dessa vez sobre Recife, fazem deslizar encostas, inundam ruas, casas e barracos. A maiorias das construções erguidas em morros é arrastada em um bolo de terra, lama, barro e vidas.Já são mais de 100 vítimas fatais.
Há poucos meses um temporal de tal violência, com toneladas de águas de chuva durante horas seguidas, desabou sobre a cidade serrana, Petrópolis, destruindo casas encasteladas nas abas dos seus morros e levando no seu poder destruidor muitas vidas de moradores. Mais de 200 mortos foram contados depois de passada a tormenta. Milhares de famílias perderam tudo o que construíram em todas as suas vidas. Ficaram sem teto, sem roupas, ao relento ou abrigados e em clubes eescolas, alimentando-se graças a doações fornecidas fornecidas pelo povo solidário na hora do infortúnio.
Não é por acaso que essas tragédias caem sobre tantas vítimas. Existe um culpado que, por incompetência, permitiu que famílias perdessem seus tetos, permitiu a morte de centenas de moradores. Por razões climáticas, os temporais de repente explodem em aguaceiros torrenciais e cada vez mais catastróficos. Populações ficam estáticas olhando para o nada, para o vazio em que se descortina os seus futuros.
Não existe apenas um culpado. Existem vários culpados, a começar pelo governo federal seguido pelos governos estaduais e por fim pelos governos municipais. Esses administradores não deveriam permitir que seus cidadãos construíssem suas residências em locais tão perigosos, como nas cristas e nas abas dos morros. Esses governos sabem o perigo que os moradores estarão correndo ao escolherem esses pontos para morar.
São culpados porque poderiam, primeiro, impedir construções de casas em áreas críticas; segundo, ter um projeto habitacional permanente para construções de conjuntos populares em locais próprios ou oferecer condições de financiamento para que as famílias levantem suas moradias.
Pela negligência, pela apatia diante desses problemas e pela incompetência oficial essas tragédias se repetem e continuarão a se repetir porque os governos nada fazem para prevenir os desastres. Infelizmente, famílias continuarão a construir suas casas nas cristas e abas dos morros, que serão destruídas nos próximos temporais, e morrerão vítimas da imprudência e do descaso de quem tem a obrigação de criar soluções e de dar a essas famílias moradias dignas e seguras.
Memória da redação: os fotógrafos globetrotters da Manchete
Além de manter sucursais com equipes completas em Nova York, Paris, Lisboa, Milão e colaboradores em Londres e Tóquio Manchete enviava fotógrafos em viagens internacionais especiais. Em uma das edições da revista nos anos 1960 o diretor Justino Martins comentou na "Conversa com o Leitor", que publicava naquele número reportagens fotográficas realizadas na India, no Chile, Colômbia e Argentina. Veja o nível de fotojornalistas: Nicolau Drei, Walter Firmo, Antonio Rudge, Alécio de Andrade e Orlando Abrunhosa. Justino registrou a viagem do Orlandinho, a primeira jornada internacional do fotógrafo paraense, que confessou o sonho de "ver neve". Manchete o enviou para a Argentina, precsamente Bariloche, onde ele fez fotos e texto de uma grande reportagem sobre a estação de esqui então lotada de brasileiros.
segunda-feira, 30 de maio de 2022
Bolsonaro gosta de faltar ao trabalho. Dê sua ajuda, vote pela demissão do incompetente
Matéria da Folha, hoje, mapeou o ócio de Bolsonaro quando não está no Planalto decretando medidas antidemocráticas, antissociais ou beneficiando a facção de amigos. A mídia demorou a calcular as ausências. Há muito o sociopata emenda feriadões, abusa do trabalho em meio expediente, larga tudo para participar de motociatas e quando viaja ao exterior pouco participa de compromissos em troca de fazer turismo. Nas redes sociais, hoje, viralizam as críticas. Mas há quem prefira assim. Faltando ao trabalho Bolsonaro faz tanta merda, imaginem se comparecesse mais ao ofício.
domingo, 29 de maio de 2022
Nazi em Ipanema
Reprodução Estadão |
sexta-feira, 27 de maio de 2022
'"Senhores passageiros, favor embarcar em uma "viagem" pornô" ´Vídeo erótico vaza nos terminais do aeroporto Santos Dumont
Sessão pornô nos vídeos do Aeroporto Santos Dumont. Reprodução Twitter |
por Pedro Juan Bettencourt
A rede de terminais de vídeo do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, fez a temperatura decolar nos salões de embarque na manhã de hoje. Ainda sonolentos, os passageiros que acordaram cedo foram subitamente animados por cenas de sexo explícito exibidas nos telões. Segundo testemunhas, a audiênca foi boa. "As pessoas se aglomeraram para assistir", disse um carregador de malas. A administração do aeroporto ainda não informou o que causou a transmissão pornográfica. Pode ter sido um erro ou a interferência de um hacker brincalhão. O fato viraliza nas redes sociais. Claro, dezenas de celulares reproduziram o incidente.
A brutalidade acima de todos
por José Esmeraldo Gonçalves
Mais uma trágica cena brasileira estampa jornais aqui e lá fora. Trata-se da rotina de brutalidade que ganhou impulso maior nos últimos anos.
O filme Investigação Sobre Um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita (Indagine su un cittadino al di sopra di ogni sospetto), de Elio Petri, lançado em 1970, conta a história de um comissário de policia que mata a amante e espalha no local do crime todas as provas que o incriminam. Com esse jogo fatal, o policial quer mostrar que, apesar de todos os indícios, a lei jamais o alcançará. O filme de Petri é atualíssimo, disseca a corrupção, a arbitrariedade. a insolência de agentes da lei.
Os brasileiros convivem hoje com maus policiais que agem como gangues de cittadini insuspeitos. O caso que a mídia internacional repercute é quase inacreditável. Givaldo de Jesus Santos, 38, aproximava-se, de moto, de um bloqueio da PRF (Polícia Rodoviária Federal), em Umbaúba (SE) quando foi parado por não usar capacete. A infração lhe custou a vida. Santos foi abordado com violência. Ao ser revistado avisou, segundo testemunhas, que levava no bolso remédio e receita, por sofrer de distúrbios mentais. Os policiais o levaram para a "gaiola" do camburão, lançaram no interior uma bomba de gás e fecharam a porta traseira da viatura.
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Frase do Dia: sem realidade inventada
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
Clarice Lispector
Publimemória: já ouviu falar em telegrama fonado?
O recado do Pato. Reprodução Machete |
por Ed Sá
Manchete publicou esse anúncio nos anos 1970. O mundo era desacelerado, nem sonhava com mensagens imediatas de texto ou de áudio faiscando nos celulares. Os Correios anunciavam uma importante inovação. Você não precisava mais ir às agências "passar" um telegrama. Bastava pegar o telefone, aguardar o sinal (que poderia demorar vários minutos) discar para o número indicado e ditar sua mensagem a ser telegrafada.
Telegrama da atriz Henriette Morineau para o Teatro do Estudante. |
No destino, um funcionário dos Correios recolhia a fita do telégrafo e colava o texto gomado em um formulário, o telegrama. Finalmente, o carteiro (o nome vem de cartas, também extintas) levava a mensagem ao endereço do destinatário. Um "eu te amo" do Pato Donald podia levar horas, um dia ou dois, para chegar a Margarida. E, sim, Telegram é hoje nome de uma rede social, mas os Correios ainda oferecem dois tipos de comunicação impressa para entregar na casa do destinatário: o telegrama e a e-carta enviados pela internet.
Futebol: você torce por qual "ativo financeiro"?
quarta-feira, 25 de maio de 2022
“Stella!” bradou Kerouac como Brando. E morreu... • Por Roberto Muggiati
Vejam só, deixei passar em brancas nuvens o dia 12 de março, centenário de nascimento de Jack Kerouac, logo eu que sou o único brasileiro a manter correspondência com o autor de “On the Road”. Outro dia eu vou contar essa história aqui mesmo. Prefiro agora descolar uma vinheta, uma nota-de-pé-de-página sobre as coincidências irônicas.
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O berro do Brando |
É uma das cenas icônicas do cinema. Bêbado, Brando berra obsessivamente o nome da sua mulher no filme de Elia Kazan Um bonde chamado Desejo (1951), inspirado na peça de Tennessee Williams. Pouca gente sabe que “Stella!” foi o grito desesperado de Jack Kerouac – suas últimas palavras, na verdade – em 20 de outubro de 1969 quando começou a vomitar sangue. Jack pedia socorro a sua mulher Stella Sampas, com quem morava em St. Petersburg, Florida, na companhia da mãe do escritor, Gabrielle , Mémère.
Kerouak com a mulher, Stella Sampas |
Levado ao hospital, com hemorragia do esôfago, Kerouac recebeu 26 transfusões de sangue, mas não pôde ser operado por causa do estado crítico do fígado. O “pai dos beats” morreu às 5:15 da manhã seguinte aos 47 anos. A causa oficial da morte foi hemorragia interna (provocada por varizes esofagais), causada por cirrose hepática, decorrente de décadas de abuso alcoólico.
Um fato curioso: numa carta de 1957 – ano em que o lançamento On the Road causou grande comoção nos meios literários – Kerouac instava Marlon Brando a comprar os direitos para a filmagem do romance.
Jack assim vendia seu peixe a Marlon: “Estou torcendo para que você compre On the Road e o transforme em filme. Não se preocupe com a estrutura, sei como comprimir o enredo e criar uma estrutura cinematográfica perfeitamente aceitável. Queria que você interpretasse o papel de Dean [Moriarty] porque ele (você sabe) não é desses babacas ligados em corridas de automóvel, mas um irlandês inteligente de fato (na verdade um jesuíta). Você faz Dean e eu faço Sal (Warner Bros decidiu que eu seja Sal) e vou lhe mostrar como Dean atua na vida real.”
Kerouac queria muito ver seu filme nas telas. Brigou com seu agente que não aceitou os 110 mil dólares oferecidos pela Warner, queria 150 mil. Só dez anos depois de sua morte, os direitos de filmagem foram comprados por Francis Ford Coppola, por insistência de uma namorada, o cineasta do Chefão não tinha nenhum tesão pelos beats. Convocou vários diretores – até seu filho Roman – mas nenhum conseguiu engrenar o projeto. Quando viu Diários de motocicleta, em 2004, Coppola teve um estalo e convidou o diretor do filme, Walter Salles, para transformar o romance de Kerouac em filme. O brasileiro topou, mas pediu um tempo. Vestiu sua toga de humildade, afinal ele tinha apenas um ano de idade quando On the Road foi publicado. Em 2005, Salles – que como piloto de corridas participou da GT3 Brasil – refez com uma pequena equipe as viagens de On the Road, entrevistando os remanescentes beats (Ferlingheti, Gary Snyder, a biógrafa de Kerouak, Ann Charters) e simpatizantes como Lou Reed, Philip Glass, Annie Lennox, do Eurythmics. Deu até uma esticada à Inglaterra para ouvir a viúva de Neal Cassady, Carolyn. Walter fazia em média duas ou três entrevistas por dia, durante abril de 2005, do meu Bunker na Real Grandeza, eu lhe fornecia por e-mail um perfil dos entrevistados e sugestões de perguntas. Por essa cobertura de retaguarda, como “consultor beat”, recebi um cachê que valeu mais pelo prestígio do pagante: a produtora Zoetrope, de Francis Ford Coppola.
VEJA MARLON BRANDO NO CLIP DE UM BONDE CHAMADO DESEJO AQUI
Frase foi Dia: Pessoa otimista
"Sinto-me nascido a cada momento, para a eterna novidade do mundo”.
Fernando Pessoa
domingo, 22 de maio de 2022
Mídia - Talibã obriga apresentadoras de TV a cobrirem o rosto
Reprodução Twitter |
sábado, 21 de maio de 2022
Publimemória: do Russell para o mundo. E para o "galinheiro". Entenda porque...
sexta-feira, 20 de maio de 2022
Mulher quer apito, vai Catar na Copa... • Por Roberto Muggiati
Neuza Back: árbitra brasileira na Copa do Mundo. Foto FIFA
Pela primeira vez uma mulher vai apitar um jogo da
Copa do Mundo. Demorou, mas aconteceu: a Copa depois do Catar será a do
centenário, provavelmente no Uruguai, onde tudo começou em 1930. Aconteceu, mas
nem tanto: serão três juízas e três assistentes. As árbitras escolhidas são
Stéphanie Frappart (França), Salima Mukansanga (Ruanda) e Yoshimi Yamashita (Japão).
Stéphanie apitou a final da Copa do Mundo feminina, vencida pelos Estados Unidos
em 2019, e atua regularmente em jogos no campeonato francês masculino. (Foi ela
quem apitou este ano a final masculina da Copa da França vencida pelo Nantes no
Stade de Paris.)
Para o Brasil sobrou uma bandeiragem, a escolhida foi
a catarinense Neuza Back, que atua em São Paulo. Foi auxiliar na primeira
partida da final do Campeonato Paulista de 2020, entre Corinthians e Palmeiras;
participou também da Copa do Mundo feminina de 2019; do Mundial de Clubes da
Fifa de 2020, vencido pelo Bayern de Munique; e dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Neuza Inês Back, 37 anos, nasceu em Santa Catarina na região metropolitana de
Chapecó, numa cidade com o bonito nome de Saudades. Mas está longe de ficar na
saudade: com catorze anos de carreira, ainda tem muito gramado e glória pela
frente.
A mulher já ocupa o seu lugar na arbitragem do
futebol, mas a coisa ainda continua politicamente correta (e careta) e
paternalista. Quando deixarão uma mulher apitar uma final de Copa do Mundo
masculina? Com certeza não antes que comece a circular o Expresso 2222 de
Gilberto Gil, que “parte direto de Bonsucesso pra depois...”
O presidente do Comitê de Arbitragem da Fifa, o
italiano Pierluigi Collina afirmou que ele e sua equipe estão felizes por terem
conseguido incluir as mulheres no corpo
de arbitragem pela primeira vez na história das copas do mundo. E arrematou: “Espero
que, no futuro, a seleção de árbitras de elite para competições masculinas
importantes seja percebida como algo normal, e não mais como excepcional”.
Va tutto bene,
Collina. Mas logo no Catar? A pergunta que não quer calar: serão elas obrigadas
a usar burka? E outra: poderão atuar
com shortinhos apertados e as coxas à mostra?
O hipócrita segundo a Bíblia
As instituições estão funcionando no modo hipócrita. Reprodução |
Durante a posse dos novos ministros do TST, ontem, Bolsonaro se dirigiu ao ministro do STF Alexandre Moraes e o cumprimentou. Moraes comanda processos em que o conspirador do Planalto é alvo. Bolsonaro ataca o STF e o ministro com irada frequência.
A falsidade de Al Pacino (com John Cazale) em O Poderoso Chefão 2 |
O cumprimento lembra uma cena de O Poderoso Chefão 2. Pouco antes de mandar eliminar Fredo Corleone (John Cazale), que o traiu, Michael Corleone (Al Pacino) afaga o irmão.
No filme, o gesto é um típico recado para um dos guarda-costas cumprir a ordem fatal do chefe. Não estamos no campo da ficção e a contenda entre Bolsonaro e Moraes não terá o desfecho dramático que o diretor Francis Ford Copola impôs ao seu filme: a coincidência se dá apenas no campo da falsidade.
Nenhum dos dois gostou do "carinho" hipócrita. Devem ter tomado banho de sal grosso e mastigado galho de arruda após a encenação. Um pouco antes da cena Bolsonaro não seguiu os aplausos da plateia a Moraes; um pouco depois continuou a atacar o STF, o TSE e lançou mais ameaças sobre as eleições. Para usar a linguagem bolsonariana, diz a Bíblia: "Como dente estragado ou pé deslocado é a confiança no hipócrita na hora da dificuldade". Provérbios 25:19
quinta-feira, 19 de maio de 2022
Memória da redação: bota fé...
Frase do Dia: omissão é adesão
"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."
Martin Luther King
Sinal dos tempos - Escrotoplastia em alta no Brasil
Segundo a Escola Superior de Urologia, a procura por escrotoplastia (que reduz o tamanho do escroto caído) aumentou 20% nos últimos dois anos. A informação é do IG Saúde, hoje. Mas a matéria não esclarece se haverá necessidade de um posto cirúrgico exclusivo no Planalto
quarta-feira, 18 de maio de 2022
Cannes: Letra Z é a polêmica da vez escrita pela guerra na Ucrânia
Em Cannes, filme Z muda de nome para Final Cut. Foto Divulgação. |
O Z nos equipamentos russos. Reprodução Twitter |
por José Esmeraldo Gonçalves
A letra Z pintada em tanques, carros de combate e veículos de transporte de tropas russas é o símbolo que provocou protestos até no atual festival de cinema de Cannes.
O Z de Costa Gavras, com Invés Montand. Reprodução Manchete |
Z também foi o título do filme de Costa Gavras sobre o assassinato do deputado Gregoris Lambrákis pela ditadura de ultra direita dos coronéis gregos nos anos 1960. Na época, a letra Z era pichada nas ruas de Atenas como uma forma de denunciar o crime silenciado na mídia. Z é a primeira letra da palavra grega "Zei" ("Ele Vive").
O Z no filme A Marca de Zorro, com Tyrone Power |
Finalmente Z a marca de Don Diego de la Vega, o Zorro, personagem fictício de vários filmes sobre o herói da luta contra o domínio espanhol sobre parte dos Estados Unidos . Do cinema também é Guerra Mundial Z, sobre um vírus que provoca um surto apocalíptico de zumbis. Não se sabe ainda se todas essas obras serão levadas a mudar de nome.
Frase do Dia: Prole
Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”
MACHADO DE ASSIS, frase final de Memórias póstumas de Bras Cubas, 1880
terça-feira, 17 de maio de 2022
Arquitetura, memória e crítica
Estou enviando anexo uma foto de um casarão, acho que do século XIX, por achar a construção tão bonita e majestosa, símbolo da criatividade sofisticada do homem voltado para o belo e o seu conforto e para evidenciar aos olhos da cidade o que é uma residência.
Na verdade estou negando a falsa genialidade de um arquiteto brasileiro concebeu prédios enfaixados por metros e mais metros de vidros em forma de janelas que abertas só cediam um terço de ar para o seu interior. Avançando nas suas fantasias copiou o iglu - que é apenas um abrigo temporário dos esquimós quando saem para caçar nas planícies geladas - e o introduziu nas cidades, notoriamente, na cidade de concreto Brasíliane bizarramente na sede do Congresso, sendo um deles de cabeça para baixo lembrando uma bacia de se tomar banho. Em Niterói, concebeu um enorme iglu para ser um cinema. A Catedral de Brasília lembra em posição de descanso fuzis apoiados uns nos outros. Trabalhei em dois prédios concebidos por esse arquiteto. No primeiro, para trabalhar, precisamos instalar ventiladores gigantescos que rodavam o dia inteiro. No segundo, as janelas de vidro só abriam 1/3, o que obrigou a empresa a instalar ar refrigerado para todos os 12 andares do prédio.
Isso é modernidade? Ou tal apreço pela forma, que esquece que quem vai habitar essas formas é o ser humano.
segunda-feira, 16 de maio de 2022
Suplicy denuncia picaretaço no Pacaembu, um dos raros estádios em art déco do mundo
Reprodução do twitt de Suplicy |
Comentário do blog - A concessionária Allegra Pacaembu, que administra o estádio após privatização mas age como dona absoluta do pedaço, está metendo a picarenta em um local tombado. Provavelmente com base em um edital cheio das brechas usuais que acabam não protegendo os bens privatizados e suas funções. Projetado no final dos anos 1930, o Pacaembu adotou o estilo art déco predominante na época. Uma influência visível são as colunatas semelhantes às do Estádio Olímpico de Berlim, sede dos Jogos de 1936, que foram incorporados pelo arquiteto Domínio Pacheco em meio ao clima de grandiosidade das obras públicas do Estado Novo de Getúlio Vargas. No mundo, não são muitas as praças de esporte em art déco: além de Pacaembu e Berlim, o Estádio Olímpico de Los Angeles, erguido para os Jogos de 1932, é exemplo marcante. A Itália também preserva alguns estádios no estilo. Mas a concessionária deve ser ignorante quando a isso. Além de derrubar parte da arquibancada, instalou no antigo gramado agora devastado um enorme barracão para shows, cuja agenda estaria ocupada até o ano que vem. O Pacaembu era uma referência turística e esportiva de São Paulo. O futebol foi jogado para escanteio, assim como o atletismo que o estádio já recebeu. O Pacaembu tornou-se um point de eventos quaisquer. No lugar da antiga concha acústica, já demolida, e do tobogã, a assim chamada arquibancada atrás de um dos gols (cuja construção já foi uma agressão à arquitetura do estádio), será erguido um prédio para escritórios, hotel, shopping etc. A imagem divulgada por Suplicy é triste, é um retrato do desprezo demonstrado por governantes que aceleram a lucrativa indústria da privataria sem respeito pelo patrimônio público.
domingo, 15 de maio de 2022
Frase do Dia: bota mais uma...
“O FÍGADO FAZ MUITO MAL À BEBIDA.”
Aparício Torelly, Barão de Itararé (*)