quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
Monica de Bolle, a analista que deixa "guedistas " de "saia justa", é a nova colunista do El Pais
Pizza de assédio al dente
por O.V. Pochê
Se esse caso de assédio explícito virar pizza, como parece, a Assembleia de São Paulo vai legalizar o ato de encoxar. Ninguém vai estar a salvo nos corredores da Casa. Vão liberar o uísque antes e o salve-se quem puder depois. "Tirar o sofá da sala" vai ser substituído "por tirar as câmeras do recinto". Um perímetro de 200 metros em torno do prédio vai virar área de risco. Meninas, não se aventurem.
Fotomemória da Rua do Russell: o restaurante que fazia revistas
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O staff posa na cozinha da Bloch: com o chef Severino Dias, no alto, aparecem, entre outros, Zé Maria, Nunes, China, Geraldo e Dona Arminda. Foto: Acervo José Carlos Jesus |
O prédio da Manchete, na Rua do Russell, tinha três restaurantes e uma cozinha industrial. No décimo andar ficava o espaço mais restrito, destinado aos diretores e convidados. No terceiro andar - que também era frequentado pela cúpula da empresa - e no térreo ficavam as praças de alimentação dos funcionários. A comida era de qualidade e, durante anos, 0800. Lá pelo fim dos 70, foi instituído um ticket que era descontados dos salários.
Nos tempos da boca-livre, quando o prédio ainda não abrigava a TV, o restaurante do terceiro andar tornou-se um point da cidade. Não um endereço aberto ao público, mas bastante apreciado por artistas, empresários, publicitários, amigos da casa, visitantes ocasionais. Alguns eram nem um pouco ocasionais. Havia um ator famoso como vilão no cinema que era quase um colega, de tanto descolava o rango da Bloch. Geralmente ia ao Russell a pretexto de falar com o Justino Martins e se deixava ficar, ora consultava o relógio, ora ia à janela apreciar a vista, até que a redação descia para almoçar e ele se incorporava ao grupo. O vilão não escapava da ironia de Oscar Bloch dirigida ao próprio Justino. "Ele agora trabalha aqui?", repetia a pergunta semanalmente, mensalmente, anualmente. O pessoal de teatro e cinema, menos abonado, era, digamos, mais rotineiro. Um humorista que vivera melhores dias e estava em baixa também era um apreciador dos pratos do chef Severino. Na pior, a fome para ele não era piada.
É dessa época a frase "Manchete é um restaurante que faz revistas". Muitas vezes as duas habilidades se realizavam ao mesmo tempo. Da cozinha saiam os sanduíches das madrugadas que serenavam estômagos durante as longas e exaustivas horas de fechamentos de edições especiais ou de revistas atropeladas por fatos relevantes e urgentes. Ou, ainda, no Carnaval, levando uma boia fast food para as redações de Manchete, Fatos & Fotos e Amiga virando noites. No menu, invariavelmente, o tradicional pão francês com ovo que inspirou o nome deste blog segundo a versão latina por Carlos Heitor Cony.
A Manchete também oferecia muitas recepções monumentais. A principal talvez fosse por ocasião da entrega do Prêmio Tendência. A cada ano a revista de economia da editora premiava ministros e empresários. O PIB ia jantar no Russell ao lado de presidentes, tecnocratas em geral, economistas e os donos das maiores agências de publicidade do país. A foto acima, com todo o staff embecado e reunido na cozinha é, provavelmente, dos bastidores de uma dessas ocasiões.
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
Fotomemória: paisagens removidas de um Rio que não se emendou...
Rio, 1964: Favela do Pasmado. Foto de Domingos Cavalcanti/Manchete |
O Túnel do Pasmado no mesmo ano. Foto: Domingos Cavalcanti/Manchete |
Favela da Catacumba, na Lagoa, em 1968. Foto Manchete |
1959: a brincadeira emblemática das crianças e, ao fundo, a Av. Epitácio Pessoa. Foto Alberto Jacob/Manchete |
Sem grandes aparatos, sem coletes nem Caveirão, a polícia detém três suspeitos. O cortejo se dá na hoje elegante Epitácio Pessoa. Foto Manchete |
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
O fim noir de Leon Eliachar • Por Roberto Muggiati
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Leon Eliachar, anos 70, em frente ao Hotel Glória, no carro da moda: o Karmann Ghia. |
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Em um "home office" precoce e premonitório. |
Reprodução de matéria da Manchete, em 1987. |
Todo humorista é um chato. Esta máxima, de minha autoria, pode soar um tanto radical, mas foi comprovada ao longo de décadas de trato com os profissionais do riso. Quem faz humor para ganhar a vida acaba perdendo a graça como pessoa. Quando Guilherme Figueiredo publicou o Tratado Geral dos Chatos, seus detratores definiram o livro como sua autobiografia. Leon Eliachar fugia desse perfil. Cansava um pouco com a insistência de se dizer “cairoca” – nasceu no Cairo e veio pequeno para o Rio – mas, apesar de certos cacoetes obsessivos no trabalho – acabou se tornando companhia agradável para os colegas. Metódico, atento para os números e não só as letras – devia ser a herança árabe dos algarismos e algoritmos – vendeu montanhas de livros nos anos 1960 com títulos como O Homem ao Quadrado, O Homem ao Cubo, A Mulher em Flagrante, O Homem ao Zero.
Seu humor era feito de pequenos aforismos: • “Biquini: Um pedaço de pano cercado de mulher por todos os lados.” • “Pontualidade é a coincidência de duas pessoas chegarem com o mesmo atraso.” • “Saca-rolhas é esse instrumento que foi inventado pra empurrar a rolha pra dentro da garrafa.” Do casamente, tinha uma visão cáustica: • “O homem se casa por descuido. A mulher, por precaução.” • “Um homem casado vale por dois. A maioria deles sustenta duas casas.” • “Mulher que se preza não mente: inventa verdades.” • “As mulheres são sempre muito queridas. Umas quando chegam, outras quando partem.”
Veterano revisteiro, Leon voltou a colaborar para a Manchete no meu início como editor-chefe, em meados dos anos 70. Sua página fechava no caderno do miolo, às quintas-feiras. Na tarde de terça trazia de casa algumas frases e datilografava outras na redação. No dia seguinte já havia juntado 60 frases, que mandava copiar em várias laudas e distribuía pelo prédio inteiro, do laboratório fotográfico e da barbearia do Robertinho à cozinha e ao transporte; da fotocomposição e produção às redações, da administração à tesouraria. Vocês não imaginam a mão de obra que dava, mas Leon – “professor de astúcia” no apelido clássico do Alberto de Carvalho – realizava uma espécie de ibope interno que lhe garantia: as 30 frases escolhidas para a seção eram as melhores.
Humorista (amador, por favor), criei um slogan para o Leon. Inspirei-me nas coisas que nosso crítico de arte Flávio de Aquino me ensinava sobre Picasso. O grande Pablo ora dizia “Eu não procuro, eu acho”, ora se desdizia “Eu não acho, eu procuro.” Eu dizia, num sotaque iídiche caricato: “Eli não procurar, Eli achar...”
O que Leon acabou achando não foi nada engraçado. Em maio de 1987, já alguns anos fora da Manchete, virou notícia, ao ser assassinado com um tiro na nuca em seu apartamento na Avenida Rui Barbosa, defronte ao Pão de Açúcar. Estava tendo um caso com a mulher de um rico fazendeiro paranaense. O marido contratou dois pistoleiros para matar Leon. Usou como chamariz Sheila, uma dançarina de boate carioca, que facilitou a entrada dos assassinos no apartamento de Leon. A vaidade traiu a dançarina: na véspera tirou fotos com Leon e as esqueceu no local do crime. A polícia as revelou, prensou Sheila, que entregou o mandante. Dançarina, fazendeiro e os dois pistoleiros foram condenados. Antes da virada do século já estavam todos soltos, o Brasil é assim.
Leon Eliachar acabou virando O Homem ao Zero. Livro que continha uma de suas frases clássicas, que perdeu totalmente a graça: “Adultério é o que liga três pessoas sem uma saber.”
Cyber troops: a oficina do ódio
O Media Talk, do JC & Cia pergunta: será que a saída de Trump da presidência e do Twitter vai diminuir a manipulação política nas mídias sociais?
O Oxford Internet Institute responde: não.
Pesquisa da instituição apurou um aumento de quase 20% no número de países em que tropas cibernéticas a serviço de governos manipulam a opinião pública. São governo, influenciadores, partidos políticos e empresas de comunicação. O Brasil marca palpite quadruplo nesse esquema que dedica-se a elogiar atos do governo, atacar e difamar adversários, promover a polarização da sociedade e ataques à liberdade de imprensa.
Fotomemória da Redação: boleiros da Bloch Educação em excursão a Teresópolis
domingo, 24 de janeiro de 2021
O jogo sujo
...no registro do anos 1930 do futebol alemão, o genocida reverenciado .
Através da história, o futebol sempre foi assediado por quem busca popularidade. E muitos jogadores, cordatos e mansos, continuam se prestando a esse papel ignorando a realidade muitas vezes trágica por trás dos sorrisos e reverências.
São fatos que ficam na história. E nesse jogo político o futebol sempre sai perdendo.
Dilma divulga nota sobre artigo de Míriam Leitão. A jornalista está entre os assuntos mais comentados agora no Twitter. E não são elogios...
NOTA SOBRE O ARTIGO DE MIRIAM LEITÃO
Miriam Leitão comete sincericidio tardio em sua coluna no Globo de hoje (24 de janeiro), ao admitir que o impeachment que me derrubou foi ilegal e, portanto, injusto, porque, segundo ela, motivado pela situação da economia brasileira e pela queda da minha popularidade. Sabidamente, crises econômicas e maus resultados em pesquisas de opinião não estão previstos na Constituição como justificativas legais para impeachment. Miriam Leitão sabe disso, mas finge ignorar. Sabia disso, na época, mas atuou como uma das principais porta vozes da defesa de um impeachment que, sem comprovação de crime de responsabilidade, foi um golpe de estado.
Agora, Miriam Leitão, aplicando uma lógica aburda, pois baseada em analogia sem fundamento legal e factual, diz que se Bolsonaro “permanecer intocado e com seu mandato até o fim, a história será reescrita naturalmente. O impeachment da presidente Dilma parecerá injusto e terá sido.” O impeachment de Bolsonaro deveria ser, entre outros crimes, por genocídio, devido ao negacionismo diante da Covid-19, que levou brasileiros à morte até por falta de oxigênio hospitalar, e por descaso em providenciar vacinas.
O golpe de 2016, que levou ao meu impeachment, foi liderado por políticos sabidamente corruptos, defendido pela mídia e tolerado pelo Judiciário. Um golpe que usou como pretexto medidas fiscais rotineiras de governo idênticas às que meus antecessores haviam adotado e meus sucessores continuaram adotando. Naquela época, muitos colunistas, como Miriam Leitão, escolheram o lado errado da história, e agora tentam se justificar. Tarde demais: a história de 2016 já está escrita. A relação entre os dois processos não é análoga, mas de causa e efeito. Com o golpe de 2016, nasceu o ovo da serpente que resultou em Bolsonaro e na tragédia que o Brasil vive hoje, da qual foram cúmplices Miriam Leitão e seus patrões da Globo.
DILMA ROUSSEFF
O último conselho de Larry King aos âncoras brasileiros
Larry King/Foto CNN |
Faz sentido.
Espera-se que os âncoras da TV brasileira, especialmente da Globo News e da CNN Brasil, releiam esse conselho. Algumas perguntas feitas aos entrevistados e aos comentaristas das próprias bancadas das emissoras são geralmente tão longas que a introdução quase esmaga a resposta.
Um dia, um entrevistado menos gentil e entediado com o tamanho da "apresentação da pergunta" vai responder apenas com um conformado "É isso aí, falou".
Ativistas americanos criam site para ajudar a identificar participantes da milícia de Trump que depredou o Capitólio
Os invasores do Capitólio postaram milhares de vídeos no Parler, já que muitos deles estavam bloqueados no Twitter. Mas núcleos de ativistas americanos foram lá e capturaram 6 mil rostos dos milicianos de Donald Trump. Com o material, montaram um site público onde pedem a quem conhecer cada um dos invasores que identifique o sujeito. Internautas já identificaram 827 trumpirocas. Os organizadores do site pedem aos apoiadores que "não tentem suas própria investigações" e que denunciem o sujeito diretamente ao FBI. Pedem também que avisem sobre imagens incorretas. A quem critica a iniciativa por achar policialesca um aviso: os adeptos de Trump que invadiram o Capitólio atacaram a democracia, numa ação que deixou cinco mortes. Nas ruas, essas milícias armadas combatem a diversidade e são violentas, já assassinaram pessoas. A pedido de Trump em mais de um discurso, eles vão continuar ativos e é preciso deter a escalada fascista.
Para os curiosos, o link do site https://facesoftheriot.com/
sábado, 23 de janeiro de 2021
Edilberto Coutinho queria ser Gene Tierney • Por Roberto Muggiati
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Edilberto Coutinho |
Joe Biden no Twitter: enfim a linguagem democrática... depois da diarreia fascista de Donald Trump
Uma das primeiras providências da Casa Branca foi limpar o @POTUS, a conta oficial do twitter para o presidente dos Estados Unidos. Todo o lixo que Donald Trump deixou foi transferido para um arquivo, fica fora das vistas, acessível a pesquisadores.
A informação é do site Mashable.
Quando Joe Biden disparou seu primeiro post, boa parte dos Estados Unidos respirou aliviada. Depois de quatro anos de mentiras, fake news, agressões e ódio, veio uma mensagem normal.
“Não há tempo a perder quando se trata de enfrentar as crises que enfrentamos”, escreveu Biden. "É por isso que hoje estou indo para o Salão Oval para começar a trabalhar, entregando uma ação ousada e alívio imediato para as famílias americanas."
Palavras simples, tranquilas, longe dos odiosas recados do antecessor. Um jornalista definiu a nova fase da rede social do homem mais poderoso do mundo como "refrescante", depois depois de um período de trevas e ira.
Soprano elogia perfomance de Lady Gaga ao cantar ao vivo o hino americano, que não é para qualquer cantora de estúdio...
Impune no Brasil, enquadrado em Haia
Como presidente da Câmara, Rodrigo Maia amarelou e não aceitou para análise os mais de 30 pedidos de impeachment que recebeu. Rodrigo botou o traseiro em cima das denúncias e não deu bola para a sociedade brasileira. Restou aos brasileiros recorrerem a uma instância internacional. Jornais ingleses noticiam hoje que indígenas e grupos de defesa dos direitos humanos levaram à Corte de Haia uma acusação contra Bolsonaro por crimes contra a Humanidade. O pedido é para o tribunal internacional investigar o desmantelamento das políticas de meio ambiente e violação dos direitos indígenas, qualificados como a prática reiterada de ecocídio.
Fazem parte do grupo que assina o pedido os caciques Raoni Metuktire Almir Suruí
É possível que outras iniciativas nesse sentido e encaminhadas por outras instituições cheguem a Haia. O sociopata poderá ser acusado por provocar mortes durante a pandemia da Cobdi-19 ao pregar contra máscaras e isolamento, "receitar" publicamente remédios condenados, deliberadamente não implantar uma política nacional contra a pandemia e nada fazer para prevenir a devastação de vidas em Manaus, onde pessoas morreram por falta de oxigênio nos hospitais.
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
O demorado chute no traseiro
quinta-feira, 21 de janeiro de 2021
Mídia: o papel do digital
por José Esmeraldo Gonçalves
A queda vertiginosa dos meios impressos no Brasil é um fenômeno a ser estudado mais profundamente. Claro que os novos modelos digitais de mass media explicam muito sobre a mudança radical do mercado em todo o mundo nas duas últimas décadas. Mas, no nosso caso não parece fazer sentido a velocidade da queda. Péssima distribuição de renda, baixa escolaridade, pouco hábito de leitura e concorrência da internet são apontados como fatores relevantes no diagnóstico da crise.
Em países da União Europeia os números da tiragem física de revistas e jornais decaíram em ritmo bem mais lento. Nas grandes cidades da UE as bancas de jornais ainda são estantes jornalísticas em número menor mas ainda expressivo.
Nas capitais brasileiras, o cenário, no caso dos jornaleiros, é de devastação. A maioria das bancas permanece como pontos comerciais onde jornais e revistas são agora acessórios entre variadas mercadorias.
Não é possível fixar a data do fim dos impressos. Há 15 anos, vários especialistas decretaram esse the end absoluto em até os cinco anos seguintes. A previsão falhou, mas vai se realizar em um futuro qualquer. Essa tendência é infelizmente muito clara.
A Folha divulgou hoje um quadro atualizado da circulação digital e impressa dos três principais jornais brasileiros.
Aponta uma boa performance digital para o cenário brasileiro. No quadro da Folha, os números da circulação impressa chamam a atenção. A ocupação do espaço digital é um trabalho em progresso.
O veículo que melhor fez a transição de modelo foi o New York Times, o principal jornal em língua inglesa do mundo. Em 2020 alcançou 6,5 milhões de assinantes, um número que inclui 5,7 milhões de assinaturas digitais. O impresso soma 1 milhão e 200 exemplares nessa conta. O NYT pretende chegar a 10 milhões de assinaturas no total até 2025, mas não espera manter um quinto disso em tiragem física. a escalada não é fácil: só no ano passado a receita da versão digital do NY Times superou pela primeira vez o faturamento da edição impressa, cuja assinatura é mais cara e mais cara também é a tabela de anúncios. As versões digitais dos grande veículos sofre com os preços da publicidade na internet, vandalizados pela concorrência das redes sociais.
O desempenho digital dos três grandes jornais brasileiros é boa notícia tratando-se do complicado cenário brasileiro. Uma presença mais forte da mídia profissional na internet é bem-vinda. E incluo aí a mídia profissional independente que, apesar das dificuldades, mantém veículos de indiscutíveis qualidade e credibilidade. O que é importante, por dois principais motivos: levar a verdade e os fatos ao terreno pantanoso da web e mostrar o contraditório às mentiras das trevas bolsonaristas espalhadas por milícias, fanáticos e robôs financiados.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
Augusto Valentin: o fotógrafo das Certinhas do Lalau era especialista em curvas
por Ed Sá
O Globo noticia hoje a morte de Augusto Valentin na Flórida, onde morava. O fotógrafo ganhou fama por retratar "As Certinhas do Lalau", uma lista de belas garotas, a maioria estrelas do teatro de revista e da TV, que agitavam o Rio nas anos 1950/1960. Lalau era o colunista Stanislaw Ponte Preta, o Sérgio Porto. As eleitas estamparam em épocas diferentes a Última Hora, Fatos & Fotos e O Cruzeiro.
Antes de se especializar nas curvas das mulheres mais sensuais que o Rio já viu, Valentin frequentou outras editorias. Cobriu para o Globo as Olimpíadas de 1948. Foi da equipe de fotógrafos da Manchete a partir de 1952, quando a revista foi lançada. É dessa época uma reportagem que fez sobre o jogo do bicho. Ao lado do repórter Hélio Fernandes, Valentin flagrou a jogatina e os chefões de então em vários pontos da cidade, especialmente na região no Mangue, que era uma espécie de tosca "Las Vegas" carioca.
Para as estrelas consagradas e em ascensão, posar para Valentin era currículo. Em dupla com Stanislaw, o fotógrafo lançou sex symbols que depois brilharam no cinema e na TV. Rossana Ghessa, Marivalda, Célia Azevedo, Esmeraldo Barros, Norma Bengell e Elizabeth Gasper são alguns nomes de um longa dinastia que posaram para Valentin. As Certinhas faziam tanto sucesso que a Fatos & Fotos passou a lançar um calendário que estampava a maioria das borracharias cariocas. Nas várias fases das dez mais sensuais, Stanislaw e Valentin nunca abriram mão de um dogma: anoréxicas - a palavra nem era usada, referiam-se a magrelas mesmo - não entravam. As esquálidas ou as "musas fitness" tortas de músculos que circulam nas redes sociais se aparecessem no estúdio seriam convidadas a se retirarem.
Valentin tinha um filtro natural contra linhas retas. As objetivas gêmeas da sua Rolleiflex gostavam de registrar curvas.
terça-feira, 19 de janeiro de 2021
A PALAVRA DA HORA H
n e g a c i o n i s m o (da COVID-19)
Passamos a palavra para o Wikipedia, que está completando 20 anos de bons serviços e, ágil como sempre, já verbetou o conceito
A expressão Negacionismo da COVID-19 ou negacionismo do novo coronavírus (ou negacionismo viral) refere-se ao pensamento daqueles que negam a realidade da pandemia de COVID-19 ou, ao menos, negam que as mortes não estão acontecendo da maneira ou nas proporções cientificamente reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde. Essas alegações são consideradas pseudocientíficas e o atual consenso científico apoia os dados emitidos pelos órgãos de saúde dos países.
"Hitler" não gostou de ser atropelado por João Dória
As releituras cômicas do "Hitler" sobre a rasteira que João Dória aplicou no Bozoroca pipocam na web.
Veja aqui a versão que circula na rede.
Avião Fantasma - Bagunça da dupla General Pazuello+Bolsonaro faz CNN Brasil pagar o maior mico da cobertura sobre vacinas
Assinada por Wilson Roberto Vieira Ferreira, a matéria está no blog Cinegnose. A cena descrita é hilária. Leia trechos nos destaques abaixo e o texto completo no link ao final.
Olha aí! Vai partir o avião da esperança! Tô quase chorando... vamos bater uma salva de palmas! Clap! Clap! Clap! Imagem histórica...”. Essa cena de causar vergonha alheia tomou conta do “CNN 360” (14/01) no momento em que víamos imagens do Airbus da Azul decolando de Viracopos para, supostamente, ir buscar dois milhões de doses da vacina na Índia. Jornalismo torna-se propaganda para, depois, virar numa barriga jornalística. Desde o início do ano já se sabia que a Índia iria barrar a exportação da vacina AstraZeneca. Por que, então a CNN embarcou na corrida maluca de Pazuello pela vacina em meio ao caos da crise do oxigênio em Manaus?
(...)
Mas certamente uma das barrigadas mais constrangedoras no telejornalismo, pelo menos recente, foi protagonizado nessa última quinta-feira (14/01) no programa “CNN 360”, apresentado por Daniela Lima e a ex-Globo Gloria Vanique.
(...)
Ao vivo, o analista de política Iuri Pitta complementava que o aumento de casos irá antecipar a revisão da quarentena em São Paulo, mas... corta!... “segura aí, fica com a gente!”, exclamou Daniela Lima... “Olha aí! Vai partir o avião da esperança!”, exalta enquanto são mostradas imagens de um avião Airbus da Azul movendo-se na pista do Aeroporto de Viracopos. Adesivado “Vacinação – Brasil imunizado – Somos uma só nação”.
(...)
“O avião que está indo para Recife, e amanhã parte pra Índia. O quê que ele está indo buscar? Dois milhões de doses da vacina de Oxford... pega aí Gloria que eu tô quase chorando...”. E a certamente atônita Gloria Vanique segurou a apresentação e continuou: “teve um pequeno atraso, vai primeiro para Recife e depois, aí sim, vai para a Índia”.
(...)
Depois de falar em “torcer com emoção com joelhos no chão”, imagens do Airbus da Azul decolando: “Olha lá! Lá vai ele!... é o voo da esperança”, exaltava Gloria Vanique, embarcando junto na comoção da companheira de apresentação.
(...)
"Vamos bater uma salva de palmas? Vai, vamo lá!.. Clap! Clap! Clap!... Vai que vai!... um dia muito difícil...” –
Foi isso. O "avião da esperança" não passou do Recife. Era mais uma trapalhado general Pazuello e do capitão Bolsonaro, a Índia abortou o voo: não tem vacina por enquanto. As palmas foram para a decolagem de um voo fantasma que jamais chegou à Índia.
PARA LER A MATÉRIA COMPLETA NO BLOG CINEGNOSE CLIQUE AQUI
A CENA DESCRITA COMEÇA A PARTIR DO PONTO 1:08:00.
Le Monde: horror e caos em Manaus
A palavra foi abolida pelo economistas nutella. Mas o Brasil dá todos os sinais de que está de volta para a categoria de subdesenvolvido. Desde o golpe, tornou-se quase irrelevante no cenário mundial. A pandemia mostrou o tamanho da cova em que Bolsonaro jogou o pais. A dramática matéria do Le Monde carimba o rótulo. A imagem do Brasil é hoje a de um governo abaixo de medíocre e de aglomerações enlouquecidas em festas, praias e bares, como a que Manaus viveu antes do caos.
Brasil é, por exemplo, o B, do Brics. Pois o R, de Rússia, o I, de Índia e o C, de China correspondem a países que desenvolveram suas próprias vacinas. São autônomos nessa crise sanitária global. Só o Brasil e África do Sul (o S, de South Africa) não têm vacinas própria.
O Brasil vai acabar sendo rebaixado até do Brics.
Patrícia Poeta viraliza na web e ganha elogios e críticas... ("Na TV pede pro pobre ficar em casa")
As redes sociais viraram business para celebridades que atraem milhões de visitantes. Muitas divulgam produtos, outros promovem a própria marca, o nome. Mas, por serem canais abertos, recebem críticas ao lado dos elogios dos admiradores. Essa foto da bela Patrícia Poeta foi publicada no seu Instagram. "Depois de uma boa caminhada... um mergulho no mar... (viva!) pra refrrescar...com direito a água de coco. ótimo domingo, pessoal", escreveu a apresentadora. Entre os comentários dos fãs - "Linda"; "Vivaaaa"; "Uma linda sereia"; "Uma sereia cm perna de mulher. Linda demais"; "Inteligente e bela" - surgiram outros bem menos favoráveis: 'Usou máscara??? Distanciamento social???; "Na TV pedi (sic) o (sic) pobre para ficar em casa, na prática vivem aproveitando a vida e os números da covid só aumentando, essa globo e seus funcionários...; "Enquanto a globo diz, fica em casa...kkkkk.
Na foto, Patricia Poeta parece bem produzida. Uma leitora chamou atenção para o cabelo: "Mergulhou e saiu com cabelo seco kkkkkkk". A qualidade da foto parece indicar duas coisas: é de fotógrafo profissional e não foi feito na correria típica dos paparazzi. É até bem calma e tranquila, como se fosse Ursula Andress saindo do mar da Jamaica na célebre cena de "007 Contra o Satânico Dr. No".
A foto da Patrícia Poeta viralizou nas redes nos últimos dias e foi reproduzida na mídia.
A PALAVRA DA HORA H
a s s a s s i n o
homicida, matador
(atualmente a palavra mais pronunciada nos panelaços das oito e meia)
Origem: do árabe ashohashin, fumantes de haxixe. Durante as Cruzadas, integrantes de uma seita árabe, sob o efeito dessa droga, matavam a quem seu chefe lhes indicasse. Por isso, a palavra passou a significar “homicida”.
O clube do haxixe se reunia no Hôtel de Lauzun,
no Quai d'Anjou, Paris
Uso célebre: Entre 1844 e 1847 funcionou em Paris o Club des Hashishins, um grupo que se dedicava a experiências induzidas pelas drogas e que incluía escritores célebres como Victor Hugo, Honoré de Balzac, Gérard de Nerval, Charles Baudelaire e Alexandre Dumas; o pintor Eugene Delacroix; o psiquiatra Jacques-Joseph Moreau, que aplicou o uso do haxixe no estudo das doenças mentais. Na época o uso recreativo de drogas era amplo e legal nos círculos literários e científicos. O Exército do Oriente de Napoleão e um contingente de 150 cientistas e antropólogos da Comissão de Ciências e Artes trouxe quantidades imensas de haxixe da expedição ao Egito. A conquista francesa da Argélia (1830-47) criou um canal ainda mais amplo e mais próximo, aumentando o consumo do haxixe nos países europeus. Às vezes, o Clube consumia também o Dawamesc, uma pasta esverdeada feita de resina de cannabis misturada com banha, mel e pistache. Baudelaire e Théophile Gautier acabaram desistindo da “droga intoxicante, não que nos causasse algum mal físico, mas porque o verdadeiro escritor só precisa de seus sonhos naturais, sem se deixar influenciar por qualquer agente...”