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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A PALAVRA DA HORA H

 

S p u t n i k


A vacina Sputnik V, desenvolvida pelo instituto russo de pesquisa Gamaleya para a Covid-19, teve eficácia de 91,6% contra a doença, segundo resultados preliminares publicados em 2 de fevereiro na revista científica "The Lancet", uma das mais respeitadas do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%. 

A notícia trouxe de volta o nome do primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik 1, lançado em 1957 pela União Soviética. O programa Sputnik, em russo Спутник, Satélite ou Companheiro Viajante,  produziu a primeira série de satélites artificiais concebida para estudar as capacidades de lançamento de cargas úteis para o espaço e os efeitos da ausência de peso e da radiação sobre os organismos vivos. Serviu também para estudar as propriedades da superfície terrestre com vista à preparação do primeiro voo espacial tripulado. 

Sobrou pros beats • Um mês antes, foi lançado o romance-manifesto da geração beat, On the Road, de Jack Kerouac. Imediatamente os beats passaram a ser chamados de beatniks, numa implicação de que eram todos comunistas. Na verdade, o Sputnik não teve nada a ver com isso: nik é um sufixo do iídiche que significa “inho”, e servia para apequenar os beats – os judeus de Nova York odiavam os beats, embora um judeu, Allen Ginsberg, integrasse a Santíssima Trindade Beat, com William Burroughs e Kerouac.


Proustiana
• Dois dias depois do lançamento do Sputnik eu fiz vinte anos. Contraparafraseando Paul Nizan, “eu não deixaria ninguém dizer que [não] é a idade mais bela da vida.” Era jornalista, funcionário público, estudava engenharia, saxofone, japonês, completara a Cultura Inglesa (com diploma de Cambridge) e a Aliança Francesa (com uma futura bolsa em Paris) e vivia intensamente a noite curitibana, turbinada pelo dinheiro das exportações de café do Paraná. Meu gosto da época não era uma madeleine embebida em chá de tília, mas uma dose de Cuba-libre no La Vie En Rose, aconchegante boate da Alameda Cabral, ao som do fabuloso grupo do gaúcho Breno Sauer. Tocava acordeão, piano e vibrafone, gravou uma meia-dúzia de LPs no eixo Rio-São Paulo, depois foi fazer a América e ficou por lá até morrer em 2017 aos 77 anos em Chicago. O Cuba-libre, aquela mistura de rum e Coca-cola num copo alto com gelo e uma rodela de limão fazia sucesso na época. Vinha com um pratinho de amendoim torrado salgado e custava dezoito cruzeiros, o equivalente a um dólar na época.

Enquanto o Sputnik orbitava eu viajava no som sofisticado de Breno Sauer, ouçam sua versão de A Felicidade - Roberto Muggiati

https://www.youtube.com/watch?v=Qtoq0iqXNcs


terça-feira, 19 de janeiro de 2021

A PALAVRA DA HORA H

 

n e g a c i o n i s m o  (da COVID-19)


Passamos a palavra para o Wikipedia, que está completando 20 anos de bons serviços e, ágil como sempre, já verbetou o conceito

A expressão Negacionismo da COVID-19 ou negacionismo do novo coronavírus (ou negacionismo viral) refere-se ao pensamento daqueles que negam a realidade da pandemia de COVID-19 ou, ao menos, negam que as mortes não estão acontecendo da maneira ou nas proporções cientificamente reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde. Essas alegações são consideradas pseudocientíficas e o atual consenso científico apoia os dados emitidos pelos órgãos de saúde dos países. 


Negacionistas
 célebres: O influenciador digital, jornalista e autoproclamado filósofo, Olavo de Carvalho, emitiu declarações polêmicas em suas redes sociais durante a pandemia de COVID-19, doença causada pelo SARS-CoV-2. Em 22 de março de 2020, afirmou que não havia nenhum caso confirmado de morte pelo referido vírus no mundo e que a pandemia seria "uma invenção" e "a mais vasta manipulação de opinião pública que já aconteceu na história humana". Naquela data, a Organização Mundial da Saúde contabilizava mais de 294.000 casos da doença e 12.784 mortes dela decorrentes. Em 12 de maio de 2020, Olavo declarou que a pandemia é, na verdade, uma "historinha de terror" criada para "acovardar a população" desdenhando as medidas restritivas tomadas pelo Brasil. Olavo é guru de Jair Bolsonaro que, desde março de 2020, repete as conclusões do ideólogo do atual regime do Brasil.

A PALAVRA DA HORA H

a s s a s s i n o 

homicida, matador 

(atualmente a palavra mais pronunciada nos panelaços das oito e meia)


Origem: do árabe ashohashin, fumantes de haxixe. Durante as Cruzadas, integrantes de uma seita árabe, sob o efeito dessa droga, matavam a quem seu chefe lhes indicasse. Por isso, a palavra passou a significar “homicida”.

Le Club des Hashishins


O clube do haxixe se reunia no Hôtel de Lauzun,
no Quai d'Anjou, Paris


Uso célebre: Entre 1844 e 1847 funcionou em Paris o Club des Hashishins, um grupo que se dedicava a experiências induzidas pelas drogas e que incluía escritores célebres como Victor Hugo, Honoré de Balzac, Gérard de Nerval, Charles Baudelaire e Alexandre Dumas; o pintor Eugene Delacroix; o psiquiatra Jacques-Joseph Moreau, que aplicou o uso do haxixe no estudo das doenças mentais. Na época o uso recreativo de drogas era amplo e legal nos círculos literários e científicos. O Exército do Oriente de Napoleão e um contingente de 150 cientistas e antropólogos da Comissão de Ciências e Artes trouxe quantidades imensas de haxixe da expedição ao Egito. A conquista francesa da Argélia (1830-47) criou um canal ainda mais amplo e mais próximo, aumentando o consumo do haxixe nos países europeus. Às vezes, o Clube consumia também o Dawamesc, uma pasta esverdeada feita de resina de cannabis misturada com banha, mel e pistache. Baudelaire e Théophile Gautier acabaram desistindo da “droga intoxicante, não que nos causasse algum mal físico, mas porque o verdadeiro escritor só precisa de seus sonhos naturais, sem se deixar influenciar por qualquer agente...”

domingo, 17 de janeiro de 2021

A PALAVRA DA HORA H

f a c í n o r a

homem perverso, assassino, um grande criminoso

Facínora era, em latim, o plural de facinus: “ações” – boas ou más. Como terá passado a “praticante de más ações”, “autor de crimes”, “criminoso”? Possivelmente, facínora derivou do adjetivo latino facinorosus = “que comete ações condenáveis”, “cheio de crimes”, “façanhudo” (de façanha, outro possível derivado de facere), “criminoso”. 


* Uso célebre: Em O homem que matou o facínora, título brasileiro do filme The Man Who Shot Liberty Valance (1962), de John Ford.