quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A ideia da grife Zara era homenagear os xerifes do Velho Oeste. Mas o figurino virou polêmica por lembrar uniforme de campo de concentraçao


Os designers da grife Zara criaram um pijama para crianças e na estampa tentaram homenagear os xerifes do Velho Oeste. Mas alguma coisa deu errado. Ou tudo. Mal as peças chegaram às lojas, os pijamas viraram polêmica e foram tristemente confundidos com os uniformes listrados dos campos de concentração. Com direito até a uma estrela amarela. Com a repercussão inesperada - a Europa enfrenta um avanço da direita com certa onda de antissemitismo e o tema é sensível -, a Zara cancelou a produção. The Guardian publicou matéria sobre o assunto e destacou que a estrela exibe a inscrição "Sheriff" mas em letras muito pequenas. Como a primeira impressão é a que fica, a mercadoria foi retirada das lojas.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Balançaram o pé de votos... mas essa pesquisa já chega com prazo de validade vencido. Hoje tem debate. O que virá depois?

por BQVManchete
Saiu a pesquisa Ibope que mostra o efeito Marina Silva nas candidaturas de Aécio Neves e Dilma Rousseff. Os números estimulados (quando os pesquisadores mostram aos eleitores um cartão com os nomes do candidatos) dão a Dilma 34%; Marina Silva, 29%; Aécio Neves, 19%. Caso haja segundo turno e as duas damas se enfrentem, a ex-senadora teria 45% e a atual presidente, 36%. Em relação à pesquisa anterior, Dilma e Aécio perderam quatro pontos, cada um. Eduardo Campos tinha 9%, o que significa que Marina atraiu 20% a mais de votos. Além do percentual que tirou de Dilma e Aécio, ela ganhou votos de eleitores que antes estavam indecisos (o índice caiu de 11% para 8%) e de votos em branco (os percentuais caíram de 13% para 8%). Na pesquisa espontânea, os números são: Dilma - 27%; Marina - 18%; 
Aécio - 12%. 
Daqui a pouco, acontecerá o primeiro debate. O que significa dizer que essa pesquisa já chega praticamente desatualizada. Vamos ver que efeito o debate terá, ou não terá, na cabeça e no saco do eleitor. 

Convocação: Ex-Empregados credores da Massa Falida da Bloch Editores têm assembléia marcada para sexta-feira, 29, no Sindicato dos Jornalistas

A Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores (CEEBE) convoca os ex-empregados credores da Massa Falida a comparecerem na próxima sexta-feira, 29 de agosto, às 11 horas, a mais uma assembléia no auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, à Rua Evaristo da Veiga 16 /17 andar.
Na ocasião, serão divulgadas as últimas ações tomadas em favor dos ex-empregados e serão tratados relevantes temas relativos aos interesses dos colegas. 
É importante o comparecimento de todos.

José Carlos Jesus 
(pela CEEBE)

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A nova Shaparova?

Bouchard vai desbancar Sharapova? Foto: French Open-Reprodução
por Omelete
A tenista Eugene Bouchard, franco-canandense, tem apenas 20 anos e muita estrada pela frente. Mas tem sido comparada à campeão Maria Sharapova. Pela beleza, inclusive. Mas entre entrevista a New York Post, a nova musa se irritou com a comparação e falou algo assim: "Eu não quero ser a próxima 'alguém", eu quero ser a primeira 'eu'.

Hora da xepa...

por Omelete
No mundo globalizado, tudo está interligado e tem consequências imprevisíveis. Caiu o governo da Ucrânia, após o golpe apoiado pela União Europeia e Estados Unidos, a crise se agravou e Obama impôs embargos à Rússia e pressionou governos europeus a a adotarem a mesma política. Moscou reagiu e sobrou principalmente para a União Europeia. Ao proibir a importação de frutas, legumes e verduras dos países que se submeteram à decisão dos Estados Unidos, a Rússia inaugurou na Europa a maior xepa do mundo. Sem encontrar comprador para seus produtos de uma hora para outra, países produtores estão quase dando de graça toneladas de hortifrutis. Agricultores já estão pedindo indenização ou subsídios a quem determinou o embargo. Provavelmente, os governos, vale dizer, os contribuintes, comprarão a produção que será distribuída gratuitamente antes que safras inteiras apodreçam. Só a Espanha deve ter um prejú de 337 milhões de euros. As restrições podem derrubar em até 0,2% os pibs de alguns países. Umaq outra consequência é que o excesso de oferta de frutas e legumes derrubou os preços de mercado. Na semana passada, agricultores franceses tentaram impedir que caminhões da Espanha entrassem no país com mercadorias bem mais baratas do que ditam os preços locais. Já há quem sugira mandar os carregamentos de frutas pobres direto para a Casa Branca.
Enquanto isso, o Brasil e países da América do Sul, que não apoiaram a política intervencionista das potências ocidentais, já estão fechando contratos de emergência para exportação de carne, café, frutas, sucos e o que tiver na barraca para vender e o Putin quiser comprar. É na nossa mão, freguês... o Brasil agredece.  

Meninas do Vôlei e Zé Roberto: uma dobradinha de sucesso...



O time inteiro se superou. Fabiana mostrou saque irresistível, e Sheila foi a melhor jogadora do torneio. Fotos FIVB
por Omelete
Se o futebol não é hexa, o vôlei feminino é deca. Pela décima vez, sob o comando do treinador Zé Roberto, o Brasil ganhou o Grand Prix. E o mais importante: uma time que já apresenta renovação e pode chegar voando às Olimpíadas do Rio de Janeiro. As meninas agora partem para o Mundial.

Juliana Silveira na Status


por Omelete
Aos 34 anos, a atriz posou para o fotógrafo Yuri Sardenberg. É capa da Status. Juliana vive atualmente na TV a vilã Priscila, um neonazista, na novela "Vitória", da Record.


Racismo mata: "mãos ao alto" é o tema do momento nas capas das revistas norte-americanas


por BQVManchete
O assassinato de mais um jovem negro norte-americano, fuzilado nas ruas pela polícia, motivou as capas da Time a da New Yorker e a cena do garoto no site da Bloomberg. As estatísticas mostram que o racismo se expressas através de pistolas e fuzis daqueles que são pagos para manter a ordem. Aparentemente, a "ordem", na interpretação policial, é branca. E a morte do adolescente Michael Brown foi apenas mais um caso entre os muitos que raramente vêm a público.
Uma etnia está literalmente de mãos ao alto.

Briga de foice já começou. Por enquanto à luz do dia. Mas será no escuro se Marina mostrar que não é uma "bolha"...


por BQVManchete
Pesquisas já quase concluídas e a serem divulgadas nos próximos dias devem confirmar o que os responsáveis pelas campanhas dos presidenciáveis já esperam: sobe Marina, que atinge em cheio Aécio Neves e abala os flancos de Dilma. A avaliação é que Aécio é a velha política, Dilma é isso que aí está e Marina conseguiria sensibilizar parte do eleitorado desencantado ou aqueles que estão cansados do embate PT-PSDB e quer uma terceira via. A questão é saber se Marina é uma bolha ou se vai consistente até o fim. Há muitos fatores - como os efeitos da propaganda política - a considerar até às urnas.
Mas uma coisa já está visível, a julgar pelas capas das revistas semanais neste domingo. Antes da morte de Eduardo Campos, a mídia atirava contra um só alvo: Dilma Rousseff. Agora, surpreendida com o estrago que Marina tem feito na campanha do seu candidato, Aécio Neves, aponta para as duas damas: Marina e Dilma. E, pode anotar: se Marina não for mesmo uma bolha, a barra vai pesar ainda mais. Ela vai precisar da Lei Maria da Penha de tanto que vai "apanhar".
O que a mídia ainda espera é que Marina desconstrua Dilma e que o segundo turno seja entre a acreana e Aécio. Nesse caso, na reta final, a mídia vai bater na "falta de preparo" de Marina, no "medo" do mercado financeiro, tocar o "terror" no agronegócio e assustar criancinhas com o "futuro imprevisível". De resto, nada que não tenha feito antes. O fato é que queda do Cessna abalou algumas certezas e tende a tornar ainda mais pesado o jogo duro das campanhas. Vão chutar as canelas das damas.  

sábado, 23 de agosto de 2014

Selfies descontroladas....

por Omelete
As selfies, as autofotos que são a onda do momento, têm provocado polêmica. Muita gente criticou na rede, por exemplo, pessoas que fizeram selfies durante o velório do ex-governador Eduardo Campos. Mas há questões mais sérias em andamento: a que diz respeito aos direitos autorais. Uma macaca, a Nigra, tomou a câmera da mão de um fotógrafo profissional e fez uma selfie. A foto circulou o mundo e a maioria dos veículos ou não deu crédito nenhum ou registrou o macaco com autor da foto, o que de fato foi. O fotógrafo entrou na justiça para reivindicar a autoria alegando que o macaco usou a câmera dele. Há poucos dias, saiu o veredito referendado pela entidade responsável pela regulação de direitos autorias nos Estados Unidos. Para todos os efeitos, a macaca Nigra, da Indonésia, é a autora da foto que, legalmente, é de direito público. Mas há controvérsias. A legislação britânica, por exemplo, determina que o fotógrafo por requisitar os direitos mesmo não tendo apertado o botão. ele eria o autor intelectual da imagem.  Já o apresentador norte-americano Andy Cohen fez uma selfie ao lado da bunda avantajada da socialite Kim Kardashian. No caso, diz ele que teve a aprovação da focalizada. Uma professora russa foi demitida por ter feito e postado uma selfie "provocante".  E há o caso das mães que fazem selfies sensuais ao lados dos filhos e publicam no Intagram. Essas receberam uma chuva de críticas na rede. O mínimo que os internautas fizeram foi classificá-las de "mães sem noção". 
Foto: Nigra






Reproduções Instagram




Ela queria entrar para um convento e as freiras não deixaram... não vamos tirar a razão das freiras...

por Omelete
O país vive a expectativa das eleições, evento importante, certo? Mas está em andamento uma eleição que reúne gente muito mais honesta. É o Miss Bumbum 2014. Não tem mas deveria ter horário nobre eleitoral. Uma das candidatas mais cotadas, a modelo Bruna Valentim, revelou em entrevista que queria ser freira e tentou entrar para um convento. A madre superior achou melhor não. E foi sincera, segundo a candidata. Argumentou que já via na missa como os homens e adolescentes ficavam inteiramente desligados do sagrado e fissurados no profano. Explicou que o corpo da futura noviça chamava muita atenção. As curvas acentuadas da retaguarda da jovem iriam incendiar mesmo a clausura, esquentar o parlatório e abalar a cúria. Veja na reprodução se as religiosas não estavam certíssimas.


 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Tiririca come bifão no horário eleitoral... Adivinhe quem ele imita?

VEJA O VIDEO, CLIQUE AQUI

O âncora Evaristo Costa chama no ar repórter Viviane Basile de... Viviane Araújo

Deu no Dia: Evaristo Costa, do Jornal Hoje, da Globo, ancorava uma matéria de Brasília quando, em ato falho, chamou a repórter Vivane Basile de... Viviane Araújo, a atriz, modelo e sambista. A mancada virou meme na rede social. Internautas perguntam se o âncora está vendo muito a novela "Império", na qual Viviane Araújo trabalha, ou se não lhe sai da lembrança a musa e rainha de bateria de fotos espetaculares.
Para Evaristo prestar atenção: Vivane Araújo é a que está nas fotos abaixo em cena da novela "Império" e uma das dezenas de capas que fez. 
Viviane, a Araújo, na novela Império. Foto TV Globo-Divulgação

Viviane Araújo na capa da Sexy-Reprodução

  

No mundo da Lua - 45 anos depois, a polêmica continua: o homem foi lá ou não? Caberá à China tirar a dúvida. Em breve, astronautas chineses pousarão em solo lunar... Leia sobre esse e outros mistérios

Imagem de um "base lunar" na face escura da Lua. Reprodução

A suposta sombra de um "extraterrestre' ou "ser humano" passeando na Lua na semana passada. É mentira, Terta? Reprodução

Há 45 anos, o Saturno V rumo à Lua. foto Nasa

 A tripulação é levada para o Saturno V. Foto Nasa
O alemão Werner von Braun, que desenvolveu o Saturno V, posa diante da sua obra. Foto Nasa

O módulo de comando em órbita da Lua. Foto Nasa

A foto oficial da Nasa. Céu sem estrelas intrigou a turma que acredita que tudo era cenográfico.


Segundo a lenda, essa foto é fake. A sombra do astronauta não estaria na mesma e natural direção que a sombra das pedras lunares. Foto Nasa

A "teoria da conspiração" também aponta a famosa pegada de Neil Armstrong como "cascata". Seria  perfeita e bem desenhada demais. Há quem diga que foi uma das criações de Stanley Kubrick filmada em um estúdio montado na famosa Área 51.  
por BQVManchete
O dia 20 de julho último marcou os 45 anos da chegada do homem à Lua. O tempo passou, mas as lendas lunares, não. Há quem insista que os astronautas jamais pisaram em solo lunar. Tudo não teria passado de uma armação cenográfica feita a pedido de Richard Nixon para marcar ponto na Guerra Fria contra os soviéticos. Até que Nixon, mentiroso profissional antes e depois de Watergate, era homem pra isso. Mas restaram as lendas que são, aliás, melhores do que os fatos. Ao longo de quase cinco décadas, surgiram “provas” de que sumiram alguns equipamentos deixados pelos astronautas; um vídeo mostra a bandeira americana tremulando (a Lua não tem vento) e, depois, com dobras não registradas antes, como se alguém ou algo tivesse deslocado o pequeno mastro. Embora tenha equipamentos poderosos, a Nasa jamais mostrou, por exemplo, fotos da base do módulo que foi deixada na Lua quando Neil Armstrong e Buzz Aldrin decolaram ao encontro de Michael Collins que os aguardava no módulo de comando em órbita lunar. Até o diretor Stanley Kubrick entrou na dança lendária. Teria sido ele o autor das falsas imagens de Neil Armstrong desembarcando do módulo lunar. Tudo 171, filmado em um estúdio em um estúdio na Área 51, a famosa zona proibida militar americana.
Em seu livro  "Nunca fomos à Lua", que também faz aniversário - foi lançado em 1974, há 40 anos -  o escritor e pesquisador Bill Kaysing argumenta que céu sem estrelas, sombras discrepantes, a pegada perfeitamente desenhada da bota de Armstrong e a ausência de uma cratera após a aterrissagem do módulo provam a “fraude. Ao lado das “teorias da conspiração” surgiram também provas da presença de extraterrestres na Lua após a visita dos astronautas. Uma foto mostraria “indícios” de que alguém construiu uma “torre” em uma das crateras. A mais recente imagem, essa da semana passada, "mostra" um "alienígena" ou um "ser humano" flanando na superfície lunar.
A China vai à Lua em breve descobrir de uma vez por todas se os americanos estiveram lá

O atual projeto espacial chinês prevê para os próximos anos o envio de uma tripulação à Lua. Como Estados Unidos e Rússia (que foi lá apenas com naves-robôs) não parecem dispostos a retornar ao satélite da Terra tão cedo, caberá aos chineses conferir se há sucata sucata espacial deixada pelos americanos, se as pegadas de Armstrong estão lá, se a bandeira foi mesmo cravada no solo etc. Será um interessante tira-teima. E, segundo os chineses, não vai demorar muito. 
Edição especial da Manchete contou a epopeia dos astronautas. 

A Fatos & Fotos chegou às bancas no dia seguinte com as fotos da conquista especial. 

Verdade ou mentira, o fato é que depois de ir à Lua, o astronauta Neil Armstrong visitou a redação na Manchete na Rua do Russel e foi fotografado ao lado de Hebe Camargo que o entrevistava para uma emissora de rádio paulista. (Foto reproduzida do livro 'Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou").  

A fotógrafa Ana Volpe faz um belo ensaio do Congresso Nacional. Mas como o ano é eleitoral, vale lembrar: só falta pôr políticos melhores, de preferência não-"profissionais", para trabalhar lá dentro...





FOTOS ANA VOLPE/AGÊNCIA SENADO

Sinal dos tempos...

Marvel Comics lança superheroina muçulmana.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Frederico Mendes, fotógrafo que atuou na Manchete, lança livro de fotos que mostram as belezas e a alma do Arpoador. Com texto de Gilberto Braga

por BQVManchete
O Globo de hoje publica matéria aqui reproduzida sobre o livro "Arpoador" (Barléu Edições), com fotos de Frederico Mendes e textos de Gilberto Braga. Um, Fred, é frequentador da praia mais democrática do Rio desde criança; o outro, Gilberto Braga, que também trabalhou na revista Manchete, mora em frente. O livro, que reúne 104 fotos, será lançado nesta quarta-feira, 20, no Arnaldo Danemberg Antiquário, em Copacabana, das 17h às 22h.
Leia a matéria do Globo, abaixo.


domingo, 17 de agosto de 2014

A Rosa do Marechal

Severino, o chef de cuisine da Bloch, Adolpho e Marechal.  Foto do Acervo de Lairton Cabral publicada no livro 'Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou".
por Roberto Muggiati
Jovem repórter da revista Manchete em 1967, a redação de Frei Caneca ainda era para mim uma esfinge a ser decifrada. Entre os múltiplos poderes e forças ocultas com que me defrontava, havia o Marechal, chefe dos contínuos e “agente de inteligência” dos Bloch – na época chamávamos isso de X-9. A redação ficava a léguas do pequeno prédio de dois andares da entrada, onde Adolpho Bloch comandava a tesouraria. Lá nos
fundos, além de um pátio cheio de máquinas desativadas – a gráfica se modernizara e mudara para Parada de Lucas – subia-se por um elevador de carga à redação, no segundo andar. Ao sair do elevador, topávamos com um requinte que se destacava em meio àquele ambiente escuro e sufocante sem janelas: uma máquina de café expresso, operada pelo França e pelo Horácio. Como o café era de graça, e a cafeína energizava, tomávamos uma xícara após a outra. A seguir, antes do acesso à redação, na cabeça de um corredor, ficava a mesa do Marechal, instalado ali como uma espécie de Cérbero guardando o portal de entrada do nosso inferno da cada dia. Sobre a pequena mesa, havia uma dessas bolas de vidro com uma rosa artificial dentro, exemplar típico da decoração kitsch da época. É preciso lembrar aqui, que o Marechal era assim chamado por causa do seu nome de batismo – Floriano Peixoto – e chegou a figurar numa lista dos Dez Mais Elegantes do Ibrahim Sued. Alto, magro, negro retinto, foi estampado nas páginas da revista de terno de linho branco e chapéu panamá.
Naquela época, a editora Abril havia lançado a revista Realidade, investindo com força em reportagens de qualidade. O jornalismo da Manchete, calcado na malandragem carioca, logo partiu para canibalizar as vantagens da adversária. Realidade era mensal, Manchete semanal. Podíamos, assim, nos valendo de uma discreta espionagem industrial, “furar” a rival. Um exemplo: Paris-Match, nosso modelo de estilo, publicou uma reportagem de capa fascinante sobre o primeiro ano de vida do bebê. Tentamos comprar a matéria e soubemos que já fora vendida à Realidade. Fui designado então, pelo editor Justino Martins, a “reconstituir” a reportagem - da Paris Match recorrendo aos conhecimentos do dr. Rinaldo De Lamare, um dos maiores pediatras da praça e autor do best seller da Bloch, A Vida do Bebê. Furamos a Realidade e a edição foi um sucesso retumbante, tendo na foto de capa um bebezinho de um ano nu de pé. Era o Arnaldo Bloch, sobrinho-neto do Adolpho, hoje jornalista de O Globo. Na Bloch, imperava sempre a solução doméstica.
Quando estourou uma crise que ocupou as manchetes dos jornais do mundo inteiro no Haiti do ditador Papa Doc Duvalier, a Realidade estava lá com uma dupla dinâmica de repórter e fotógrafo. Graças a minha amizade com o diplomata Orlando Soares Carbonar – meu colega na Gazeta do Povo de Curitiba nos anos 50 – então chefe de gabinete do Ministro das Relações Exteriores, Magalhães Pinto, consegui uma entrevista exclusiva, no Palácio do Itamaraty – vendo os cisnes pela janela – com o embaixador do Brasil em Port-au-Prince, Geraldo Rainho, que abrigara na embaixada políticos perseguidos por Papa Doc e fora chamada de volta ao Brasil. O depoimento vivo de Raínho, mais algumas pinceladas do livro Os comediantes, de Graham Greene, cuja versão cinematográfica acabara de estrear com estardalhaço (imaginem: Liz Taylor e Richard Burton nos papeis principais...), me ajudaram a escrever um texto vibrante que dava a impressão de que eu estivera lá, vendo tudo, no ventre da besta.
Uma vez mais, furamos a Realidade. O problema é que a mulher do repórter, ao ver a matéria da Manchete, sentiu que eu estava ameaçando a carreira do marido, e partiu para uma desforra pessoal. Invadiu Frei Caneca com uma amiga e, ao chegar à mesa do Marechal, foi evidentemente barrada. Felizmente, eu estava na rua a serviço e escapei do barraco. Impossibilitada de entrar, a mulher do repórter da Realidade pegou a bola de cristal da mesa do Marechal e a arremessou com furor ao chão. A bola estilhaçou-se em mil pedaços e a pobre rosa de crepom caiu ao chão em meio a uma poça d’água – descobrimos então que a rosa kitsch – quase uma Rosa de Hiroxima então – era envolvida por água dentro da sua bolha. Quem resolveu a parada, exorbitando de suas funções, foi o diretor financeiro Nelson Alves: aos trompaços, ele arrastou as invasoras até a calçada de Frei Caneca e as lançou no olho da rua.
Essas súbitas lembranças foram desencadeadas pelo telefonema que recebi esta manhã do Lairton Cabral, comunicando a morte do Marechal, na última terça-feira, 12 de agosto, no seu tugúrio da Região dos Lagos, aos 97 anos. Que todas as rosas do mundo – artificiais, é claro – o acompanhem, Marechal!

Patente alta... assim era o Marechal da Manchete

por Alberto Carvalho
Morreu aos 97 anos o Floriano Peixoto. 
Não o Marechal ex-Presidente do Brasil, mas o Marechal, chefe dos contínuos da Bloch e eminência parda do presidente da empresa Sr. Adolpho Bloch.
Usava um bigodinho a lá Clark Gable. Conheci o Marechal quando entrei na empresa em 1966.  Marechal lembrava a figura do cantor Ataulfo Alves, dos anos 40, 50 e 60, pela sua elegância no modo de vestir e um pouco pela aparência. Ataulfo Alves foi citado como um dos dez homens mais elegantes do país na lista do colunista Ibrahim Sued, assim como Marechal.  
Marechal era, além de suas funções como chefe dos contínuos, o responsável pela retirada dos malotes que vinham do exterior. Ele conhecia todo mundo da Alfândega, tinha livre acesso às dependências do aeroporto do Galeão, o que lhe facilitava a retirada do material com a devida urgência. Era o faz tudo da empresa. Ficava na recepção recebendo os convidados ilustres do Sr. Adolpho para os almoços, etc.   Era íntimo do Presidente Juscelino e de várias outras autoridades. Todos conheciam o Marechal pela sua dedicação a empresa e pela sua maneira educada de lidar com todos os funcionários. Prestativo, educado e muito eficiente em suas funções. Marechal foi um dos funcionários pioneiros de Bloch Editores. Trabalhou até à falência da editora.      

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Uma noite no Leblon com Danny-le-Rouge



Líder de Maio de 68 participa com Alfredo Sirkis do relançamento de Os Carbonários

Na foto de Luisa Albuquerque/Divulgação:
No debate, Sirkis à esquerda e Cohn-Bendit à direita.

Alfredo Sirkis na sessão de autógrafos. Foto de Luisa Albuquerque/Divulgação
por Roberto Muggiati (Especial para a Gazeta do Povo)
     Ambos são filhos de 68. Daniel Marc Cohn-Bendit completou 23 anos em 4 de abril daquele ano. Um mês depois, tornava-se mundialmente conhecido como Danny-le-Rouge, o grande líder do movimento estudantil de maio em Paris. Alfredo Hélio Sirkis completou 18 anos cinco dias antes da decretação do AI-5, em 13 de dezembro de 1968. Como a maioria dos militantes estudantis, caiu na clandestinidade durante os Anos de Chumbo.
     Passados 48 anos, Cohn-Bendit e Sirkis conversam sobre aqueles tempos no auditório lotado da Livraria da Travessa, no Shopping Leblon, antes dos autógrafos de relançamento de Os Carbonários em edição de bolso. Sirkis escreveu o livro em Paris e em Portugal no final de seus nove anos de exílio, em 1979. Suas memórias cobrem um período crucial da resistência armada à ditadura militar: os 43 meses entre outubro de 1967 e maio de 1971 e mostram a transformação de um jovem secundarista em guerrilheiro urbano (na capa do livro, Sirkis, aos 19 anos, empunha um revólver na prática de tiro ao alvo). Prêmio Jabuti de biografia em 1981, o livro tem uma prosa leve e ágil apesar do peso do tema, uma história de terror, com clandestinidade, perseguições, prisões e torturas. O título do momento em que Sirkis, prestes a partir para o exílio, vê no Metro Copacabana o filme italiano, L’ano del Signore, com o título português de Os Carbonários, por tratar daquelas sociedades secretas libertárias do século 19 que combatiam a tirania e o imperialismo. “As aventuras desses conspiradores e guerrilheiros derrotados no século passado evocaram ao autor umas tantas analogias com contextos distantes e muito posteriores,” escreve Sirkis em 1980.
LEIA A MATÉRIA COMPLETA NA GAZETA DO POVO. CLIQUE AQUI


Deu na coluna Gente Boa, do Globo: Músico Raul de Souza terá sua história contada em livro por Roberto Muggiati


Deu no Globo: a saudosa Fatos & Fotos ainda mostra que era antenada...


Começou a temporada de caça ao técnico Dunga

por Eli Halfoun
Antes de ter seu nome anunciado como novo técnico da seleção ficou evidente que se iniciaria uma temporada de caça ao técnico Dunga. Ele será combatido todo o tempo e por qualquer coisa, inclusive a implicância infantil em torno de suas roupas, o que nada tem a ver com futebol. Um comentário que volta a ganhar força é o relacionado ao criticado casaco que usou na Copa do Mundo de 2010. O casaco (presente da filha que é formada em moda) já começou a ser novamente criticado porque sem dúvida Dunga o carregará para onde viajar com a seleção como, aliás, sempre fez. O casaco é considerado um “insulto à moda”, como se nossos comentaristas esportivos entendessem alguma coisa do assunto. Moda é um assunto muito criticado na CBF, incluindo os paletós de Marco Polo Del Nero
Esse não é o único assunto que corre solto nos bastidores da CBF: um dos mais comentados garante que a escolha de Dunga como técnico teve influência direta de Gilmar Rinaldi, o novo coordenador de seleções, que foi influenciado por Alexandre da Silveira que é funcionário da CBF desde os tempos de Ricardo Teixeira.
Na entidade muita gente lamenta o afastamento de Rodrigo Paiva como diretor de comunicação justamente quando ele vinha desenvolvendo um novo e bem aceito trabalho via internet. Os números realmente mostram que o trabalho ia bem: durante a Copa o canal da CBF no YouTube pulou de 10 mil para 90 mil assinantes. Também houve avanço no Facebook que ultrapassou os 6 milhões de acessos; do Twitter que conquistou 2,2 milhões de seguidores e ainda do Instagram que ganhou 291 mil interessados Vários setores da CBF acreditam que se o Brasil não tivesse levado a vergonhosa goleada da Alemanha os números seriam bem maiores.

José Maria Marin, atual presidente da CBF e Marco Polo del Nero que assume a presidência em abril de 2015 não são perdoados pela torcida: há dias a dupla foi jantar na pizzaria Cristal em São Paulo e assim que reconhecida foi brindada com uma homérica vaia, mas fingiu que nem era com eles Como também fingem que não é com eles tudo de ruim que acontece (e acontece muito) na CBF. (Eli Halfoun)