segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Hora da xepa...

por Omelete
No mundo globalizado, tudo está interligado e tem consequências imprevisíveis. Caiu o governo da Ucrânia, após o golpe apoiado pela União Europeia e Estados Unidos, a crise se agravou e Obama impôs embargos à Rússia e pressionou governos europeus a a adotarem a mesma política. Moscou reagiu e sobrou principalmente para a União Europeia. Ao proibir a importação de frutas, legumes e verduras dos países que se submeteram à decisão dos Estados Unidos, a Rússia inaugurou na Europa a maior xepa do mundo. Sem encontrar comprador para seus produtos de uma hora para outra, países produtores estão quase dando de graça toneladas de hortifrutis. Agricultores já estão pedindo indenização ou subsídios a quem determinou o embargo. Provavelmente, os governos, vale dizer, os contribuintes, comprarão a produção que será distribuída gratuitamente antes que safras inteiras apodreçam. Só a Espanha deve ter um prejú de 337 milhões de euros. As restrições podem derrubar em até 0,2% os pibs de alguns países. Umaq outra consequência é que o excesso de oferta de frutas e legumes derrubou os preços de mercado. Na semana passada, agricultores franceses tentaram impedir que caminhões da Espanha entrassem no país com mercadorias bem mais baratas do que ditam os preços locais. Já há quem sugira mandar os carregamentos de frutas pobres direto para a Casa Branca.
Enquanto isso, o Brasil e países da América do Sul, que não apoiaram a política intervencionista das potências ocidentais, já estão fechando contratos de emergência para exportação de carne, café, frutas, sucos e o que tiver na barraca para vender e o Putin quiser comprar. É na nossa mão, freguês... o Brasil agredece.  

Um comentário:

J.A.Barros disse...

Virou uma guerra de mercado. Essa guerra vai ficar feia com a chegada do inverno. Os europeus em geral ocidentais e o leste oriental procuram se estocar de mercadorias para enfrentar os duros meses invernais. E é aí que o bicho vai pegar. Sem mercadoria estocada o leste oriental vai correr atrás. O povo não vai passar fome.