domingo, 7 de agosto de 2011

Anotações de viagem-6: andanças em Albufeira

por Lenira Alcure
6 de agosto de 2011
Já estou no meu hotel de Lisboa, depois de três dias no Algarve. Digo, “meu” porque já estou me sentindo em casa no Residencial Florescente, uma excelente indicação de minha amiga Angela Manhães. Na portaria, todos me conhecem, nem preciso mais dizer o nome, nem mostrar o passaporte. O único inconveniente é ser uma rua peotonal, sem acesso a táxis depois das 11 de manhã. Quem chegar de carro, não tem problema, o hotel indica um estacionamento (parque, dizem os portugueses) aqui perto, de onde se pode trazer a bagagem em duas vezes. No dia em que cheguei, deixei a mala grande no aeroporto, de onde eu segui no dia seguinte para Bordeaux e vim no ônibus que me deixa em Restauradores, pertinho do hotel. Mas no dia 02, foi difícil chegar de Londres com duas malas e ter que puxa-las ainda que só uns 50 metros até aqui. Hoje, porém, nenhum problema, pois só trazia comigo a malinha de mão e uma mochila.
Ainda não contei nada de Albufeira. Chegar à cidade também não foi fácil. Bem que a Eyleen tinha me avisado que o trem parava um pouco longe da cidade. No caso, ela rachou o preço do táxi com outras pessoas que desceram por lá. Talvez eu pudesse fazer o mesmo, ou quem sabe arcar o preço sozinha, afinal não seria tão caro assim, é o que pensava.
Ainda no trem, comecei a ficar preocupada porque já fazia quase quatro horas que saíra de Lisboa e nada de aparecer a tal Albufeira. Do chefe de trem, nem notícia. Resolvi perguntar a uma família, que ocupava justamente o 108 ao lado do 104...A mãe, de uns 40 anos, viajava com uma filha de uns 6 e o filho, talvez de 15. Eles me explicaram que o funcionário ficava no vagão restaurante, do qual eu nem tinha tido notícia. Ela mandou o filho lá saber. Quando voltou, me avisou que era a próxima parada. Mais uma vez, a mãe disse que o filho me ajudasse. Fiquei encantada. Ele não só pegou a mala do bagageiro, mas desceu com ela até a plataforma, rápido subiu de volta, porque o trem já partia. Mal me deu tempo de perguntar ao chefe da estação, na verdade, uma simples plataforma, onde eu pegava um táxi:
- Do outro lado, me explicou, mostrando uma passarela de ferro, três andares para cima e outros três para baixo. A essa altura, os poucos passageiros que tinham descido em Albufeira já estavam do outro lado. Sobraram dois rapazes, nórdicos, com duas pesadas malas, fora material de acampamento. Impossível pedir ajuda. Até tentamos pegar o elevador, mas estava quebrado. Subimos e descemos. Graças a Deus eu tinha colocado o meu suporte de coluna, senão estaria igualmente quebrada. Demorei um pouco, em cada andar parava. Os rapazes sumiram. Perguntei a alguém na rua, onde pegava um táxi.
- Só tem um, que acabou de sair, me disse o homem.
Logo adiante, vi um microônibus, um tal de Giro Laranja, onde entravam algumas pessoas com malas. Deviam ser os outros passageiros desembarcados. Expliquei ao motorista onde ia, ao centro. Não ia até lá, mas me deixaria na rodoviária, onde eu pegaria um outro Giro, a passagem era a mesma, não precisaria pagar de novo:1 euro e dez centavos! Subi e, como disse, o Giro Laranja, me deixou no lugar certo para pegar o Giro Vermelho. Que não tinha encostado: aproveitei na ida ao banheiro para comprar a passagem de volta a Lisboa, de ônibus. Seria menos agradável que de trem, mas pelo menos não teria mais que enfrentar as tais escadas.
- A senhora não se preocupe, vou lhe deixar perto do seu hotel, garantiu o motorista assim que subi.
No caminho, vim vendo Albufeira, com suas casinhas quase todas brancas, muitas recentes, algumas avenidas largas e muitas ruas estreitas. De repente, o deslumbramento, o mar lá embaixo imenso, alguns barquinhos aqui e ali e o casario se despejando pelas encostas, uma espécie de Vidigal de luxo. Finalmente cheguei. O hotel Vila de São Vicente, fica num largo em frente às ruínas de uma ermida e a uma estátua do santo de mesmo nome. No Brasil, chamaríamos pousada. Essa é encantadora, muito charme, na decoração, no cuidado, na limpeza. A dona é uma alemã, há 23 anos aqui. São poucos funcionários, um deles, um rapazote que me pergunta de que cidade sou.
- Minha mãe também é carioca, me diz ele. Meu pai é que é português. Tenho família no Brasil e de vez em quando vamos lá.
Chama-se Rodrigo, serve no bar junto à piscina, toda em ladrilho pequenino azul marinho. E a vista!! É ele quem me fez a foto que mando junto.
Saio para conhecer a cidade e se possível ir à praia. Venta muito, levo o agasalho vestido, mas ponho as havaianas (que na verdade são Ipanema). É perto, desço uma ladeira, depois são dez degraus, passo sob um túnel e lá está o mar. A areia grossa, vermelha. Não me arrisco a sentar (levantar é que são elas!) Há um setor ‘surveillé’, diz a placa, com espreguiçadeiras e barracas que eles chamam chapéus. 8 euros! Desisto, vou ficar cinco minutos. Não vale a pena. Paro num restaurante, peço alguma coisa enquanto vejo a multidão lá em baixo, os sem chapéu, quer dizer, gente comum, cada um com sua barraca, sua toalha. Desço, chego perto da água, pergunto a um casal se posso deixar com eles a minha mochilinha. Molho os pés, a água está gelada, desisto. Pego as minhas coisas e volto ao hotel. São ainda 6 horas, os sinos das igrejas batem todos: nossa, há quanto tempo não ouço isso? O dia ainda está bem claro, mas vou dormir um pouco estou exausta.
Saio de novo, por volta das 9h, o céu azul cobalto. Também o mar lá embaixo, e eu cá fico pensando na doideira daqueles portugueses do passado, enfrentarem essa imensidão para descobrir o Brasil. E a África, e a Índia e por onde mais se aventuraram ‘por mares nunca dantes navegados.’
Estou com fome. E com dor de barriga, o que são sensações conflitantes. São muitas as opções. Tento um dos lugares, o homem me diz que não tem mesa. Não é verdade, vejo vários lugares vazios, mas não quer ocupar com um só cliente. Uma moça à porta de outro restaurante me chama a entrar. Pergunta para quantas pessoas? Uma só? Não sabe, tem que ver com o gerente. De longe, vejo o homem fazer careta. Começo a achar que vai ser complicado andar sozinha aqui pelo Algarve, onde os costumes pouco mudam. Tento mais um, Ao Catraio, que eu não sei o que é. O garçom também hesita. Aí eu reclamo alto: está proibido uma pessoa comer sozinha aqui em Portugal? O dono ouve e vem em meu socorro. É um português bonito, de seus 50 anos. E galante, me faz entrar. Me dá uma boa mesa, me serve um vinho português excelente. Peço um linguado com legumes cozidos. E uma sopa também de legumes, de entrada. Divino... A conta é de 15 euros, chega a ser pechincha. No final, ele ainda me oferece um licor. Nem tudo está perdido. Volto ao São Vicente. O dia seguinte será para curtir o hotel.
Acordo tarde. A barriga ainda não está boa. Troco as delicias do café da manhã por um chá com torradas. Comprei umas cápsulas regeneradoras da flora intestinal, é o que eu tomo junto. Antes da piscina, resolvo dar uma volta no Giro Vermelho, pela cidade. Desço antes de chegar a meu hotel, porque vejo um mercado de frutas, onde compro banana e maçã. Já está ficando um habito dessa viagem. A primeira dor de barriga começou em Lisboa, logo na chegada. Acho que abusei de uns queijos na primeira noite em que jantei fora. Agora, acho de novo que foi um queijo, na dia em que parei em Lisboa. Passei quase todos esse dias, escolhendo o que comer, com medo de passar mal.A receita de banana e maçã, tem a vantagem de ser barata. Com um ou dois euros, resolvo o problema da fome e ainda não engordo. Em Bordeaux, no último dia, não resisti, comi um patê maison dos deuses, mas esse não me fez mal.
De volta ao meu segundo dia em Albufeira. Passo uma boa parte do tempo na piscina. Mas a água está muito fria. Dou uma rápida entrada, desisto. Há um chuveiro ali, a água normal. É como me arrumo. Há dois casais gays, um de homens e outro, de mulheres. Elas são de Luxemburgo, falam francês; eles falam uma língua que não é alemão e que eu não entendo. Me oferecem um dos colchões que trouxeram para a piscina. Bem melhor assim, pego sol e de vez em quando molho e corpo com um pouquinho de água gelada. Com as moças,converso sobre o Brasil, que elas querem um dia conhecer. Mais tarde, chega outro casal, um homem e uma mulher, já de meia idade. Já nos vimos antes, nossos quartos ficam um ao lado do outro. Conversamos em inglês, eles são holandeses, muito simpáticos. Durmo à tarde. São 7 da noite ( que ainda é dia por aqui) e decido começar cedo a ronda dos restaurantes. Dou sorte. O primeiro onde pergunto, está quase vazio. Chama-se Cabaz da Praia, não sei também o que é cabaz, mas dessa vez nem preciso perguntar, logo abaixo em inglês Beach Basket. Acho interessante, trouxe um livrinho da Irlanda sobre os celtas: cabaz e basket, é só trocar a ordem das sílabas, fenômeno que a gramática história que estudei há 2 mil anos explica.
Volto ao Cabaz real. È cedo e só há um casalzinho jovem numa ponta. Escolho uma outra mesa, também na varanda, justo de frente ao mar. Peço a tal sopa de legumes e depois só bata cozida e arroz. A moça estranha eu não querer nenhum tipo de carne. Digo a ela, que eu posso pagar o prato todo, mas só quero os acompanhamentos.
Daí a pouco chegam oito rapazes. Três mesas são acomodadas junto à minha para caber a todos. Eu com a vista, o arroz e a batata. Pergunto de onde são.
– Da Holanda, me dizem e querem saber de onde eu venho. Quando lhes digo que sou brasileira, começam a batucar um samba Brasil, Brasil... querem muito ir lá. Fazem muitas perguntas sobre o país, o carnaval, as mulheres (são todas bonitas?), o Lula, o futebol. Respondo como posso e o que sei. Passamos uma boa parte da noite nisso. Quando me preparo para sair eles me perguntam se eu não quero ir dançar com eles!! Agradeço, mas digo não. Pena que esqueci de tirar uma foto com meus oito amigos holandeses! E a conta veio pequenina: as moças só me cobraram o que de fato comi.
Saio dali e vou mais adiante descobrir novos recantos no centro da cidade. É incrível, a dois passos do meu hotel que é super calmo e entro no maior burburinho. Pelas ruas, lojinhas de todo o tipo de buginganga made in China, in Índia e até do Brasil, como me diz a vendedora de uns bonitos colares pelos quais me interessei. Desisto de comprar, quando fico sabendo. Afinal, seriam presentes. Ela tenta consertar e me diz que quem faz é um brasileiro, de Fortaleza, que agora tem também um filial lá. Me desculpe a vendedora, mas levo outra coisa, ainda que não made in Portugal. No final da rua, passo de novo pelo Ao Catraio, do português galante, mas não entro, sigo à direita, vou dar num largo, esse sim bem amplo, cercado de restaurantes. No meio, há todo tipo de performance: mímica, música, palhaços. Em torno de cada grupo, forma-se uma rodinha de interessados. Como o espaço é muito grande, um não incomoda o outro. Escolho um puppet show: um artista com quatro bonecos que ele manipula ao som de várias músicas. Um paininho de brinquedo, um mini microfone de pé e o espetáculo se sucede. Na primeira fila, uma enorme número de crianças e os adultos também todos encantados com o que vêem e ouvem. Um dos bonecos, na verdade um ET brinca com os ‘instrumentos’, joga longe o próprio banquinho e o microfone também. Um menino corre para botar no lugar. O diabinho verde derruba tudo de novo. Agora, são três, cinco, dez crianças que correm e tudo recomeça. Lembra um pouco o show da contadora de Búzios, na festa de um aninho das gêmeas. O último personagem é o palhaço. Ele olha o cesto quase vazio, onde algumas crianças volta e meia deixaram umas moedas. Faz cara de triste, as crianças acorrem de todos os lados. Vem as primeiras timidamente, depois são aos bandos, algumas duas, três vezes. Não contente, agora é a vez do homem trazer o palhaço perto da roda. Os adultos começam a dar dinheiro, inclusive eu. O palhacinho tira uma menina pequena para dançar. Ela vai, mas volta, está com medo. Uma outra mais velhinha corre e se dispõe a dançar. Quanto se despede, o palhaço se dependura no pescoço dela. Todos batem palmas, valeu a pena!!

Final feliz para Cecília e Rafa em “Insensato Coração”

por Eli Halfoun
Não é preciso ter bola de cristal e muito menos ser especialista em novelas para saber que Cecília (Giovana Lancelotti) perderá o filho que espera de Vinicius (Thiago Martins) parta ter um final feliz ao lado de Rafa (Jonatas Faro) em “Insensato Coração”. É o que será: o acidente acontece quando Cecília descobre que foi Vinicius o autor da armação da fita, vai ao presídio (onde ele está preso pela morte de Gilvan) e diz que ele jamais verá o filho. Vinicius reage com violência, agride Cecília que cai e perde a criança. Antes ela terá um encontro com Rafa que aceita assumir o filho do outro. Por enquanto esse e o único final decidido para a novela: o final dos outros personagens está cercado de mistério: os autores estariam escrevendo vários finais na tentativa de confundir inclusive os atores e assim impedir que o verdadeiro final ganhe as páginas de jornais e revistas antes de ser exibido. Besteira: todo mundo sabe os finais de “Romeu e Julieta” e de “Paixão de Cristo” e nem por isso as muitas versões cinematográficas das famosas histórias perderam público. Mas a televisão gosta de complicar e de usar o mistério para ganhar mais divulgação porque na hora da audiência não parece acreditar em seu próprio taco. (Eli Halfoun)

Anotações de viagem-5: de Lisboa ao Algarve

por Lenira Alcure
3 de agosto de 2011
Escrevo do trem de Lisboa para a praia de Albufeira, no Algarve. Preciso muito descansar porque a correria tem sido muito grande. Viajar sozinha tem sido uma experiência muito interessante, mas vivo de sustos. O último dia de Londres foi sem problemas. Pela manhã consegui visitar O Globe: os tours são ótimos. Sempre incluem assistir a um ensaio ou apresentação de uma cena. Meu último programa foi assistir à Mousetrap. Graças a Deus, eu decidi chegar bem cedo, porque as duas referências que eu tinha gravado para me orientar não me valeram de nada. Saí por outro Exit: roda, roda, finalmente alguém me ajuda e dou de cara com o St. Martin. Encontro meu lugar, tiro uma primeira foto do teatro, o guarda vem me repreender, mostra o cartaz: proibido fotografar. Ponho a máquina na bolsa, daí a pouco um casal jovem me pede para fazer uma foto deles. Explico, I’m sorry, mas outra bronca não.
Às sete e meia em ponto, a peça começa. Perco alguma coisa dos diálogos, mas de modo geral consigo acompanhar. O problema é o cansaço. Estou para lá de exausta. A noite anterior, quase não dormi, tão agitada. Dou umas cochiladas e na última hora não consigo entender como o mais improvável assassino finalmente é descoberto. Entendo o resto, tudo se desmascara, o detetive se revela e tudo acaba bem, exceto para Ms. Boyle, assassinada lá no início e papel da Mrs. Bee. Palmas para todos. Fico um tanto frustrada, tanto desejo de ver Mousetrap e cochilar no meio...No final, um dos atores avisa que todos ali agora fazem parte da família Mousetrap ( 59 anos em cartaz!!), o que quer dizer guardar segredo sobre a peça. Vocês conhecem alguém que viu e contou depois? Parece que há uma maldição para os rebeldes. E eu se quiser saber mesmo como o assassino foi desmascarado tenho que voltar a Londres...
No dia seguinte, a partida. Uma boa notícia: o hotel me fez o desconto de uma diária, porque na véspera eu reclamara da algazarra do pessoal de limpeza ao lado do meu quarto. Tenho um pouco de escrúpulo de reclamações oficiais: afinal, há pessoas que perdem o emprego, por causa disso. Mas no caso, eu reclamei com elas primeiro, fui até lá e me declarei incomodada com tanto barulho. Pediram desculpas, mas daí a pouco recomeçou a farra. Não agüentei e liguei para a portaria. Fico pensando se o meu desconto custou o emprego de alguma delas. Me incomoda.
Paro um pouco para olhar a paisagem do trem. Parece que estamos no Alentejo. Vejo campos e campos de oliveiras e há também sobreiros que são as árvores de onde tiram a cortiça. Um braço de rio acompanha a linha do trem ( na verdade, é o contrário). Devo levar umas três horas até Albufeira. Tenho tido sorte com os portugueses dessa vez. Não só os do hotel, a quem eu já conhecia, mas pessoas comuns a quem pergunto. Cheguei a estação de Oriente de metrô. São vários níveis a subir com a minha bagagem, agora reduzida a uma mochila e a malinha de mão, com uns 8 quilos. Mesmo assim, não é fácil, tenho que subir escadas, perguntar a toda hora, não posso errar o trem. A passagem eu já comprei no primeiro dia de Lisboa. Foi fácil, na estação do Rossio a dois pés do hotel, há uma lojinha que vende esse tíquetes com antecedência. Está tudo escrito, menos a plataforma. Subo e desço duas vezes, finalmente o caixa , apesar do aviso de não se deve pedir informações ali, me dá o número correto. Na plataforma 3, o trem já chegou. Procuro o meu vagão. O assento é 116, mas um homem me diz que eu sente no 16. Guardo a mala no bagageiro, nenhum sinal de funcionário. Os números são doidos. Começam em 11, pulam alguns. Sento no 16, vou o que acontece. Ao lado, seguem quatro jovens mochileiros. São do Porto, estão indo para um Festival de Música. Começamos a conversar, o papo segue animado. Dois estudam Engenharia e os outros estão terminando o 2º Grau. Querem saber do Brasil, conversamos e rimos bastante. Nisso, chega o chefe do trem. Ele me diz que o meu lugar é no fundo do vagão. Me espanto, porque já contei e o vagão só tem 88 lugares. O 116 é um mistério.
Há outros dados intrigantes (epa, lá estou eu dando de Agatha Chistie!): o 108 fica ao lado do 104. Vocês imaginam que do outro lado devem estar o 105 e o 106...mas e o 107 onde foi parar? É esse lado Inglaterra que não deu certo! A lógica aqui é impossível.
Me mudo. Um dos jovens se oferece para levar a minha mala. Gentis, pois, pois... Não dá para julgar os portugueses pelas pessoas de rua. Quando mais educados, são gentis e gostam do Brasil.. Eu calculo que 80% dos viajantes nesse trem sejam jovens, a maioria com pesadas mochilas . Alguns carregam um embrulho redondo que eu desconfio seja uma barraca a ser armada nos acampamentos. Há alguns velhos também, uma mulher de seus 60 anos, com um instrumento musical, e outra que escreve o tempo todo à mão; eu faço o mesmo só que quase não consigo mais usar lápis e papel.
Olho a paisagem que agora se modifica um pouco. Aparecem uns vinhedos, poucos, mais adiante alguma folhagem com pendão que me parece milho. Os pinheiros agora são do tipo pinus, mas ainda vejo vez por outra os pinheiro do tipo araucária. Quanto mais avançamos, vejo sobreiros, com a casca viva já exposta, me fazem lembrar o Dos de Mayo, de Goya, com os braços levantados e o vermelho da carne ferida, indicando que a cortiça já foi retirada. Há que esperar alguns anos para nova poda, se é que assim se pode dizer, já que são os troncos e não os galhos a fornecer o rico material.
Da planura do início, começamos a descer em direção ao oceano. Aparecem os primeiros vales e montículos não mais altos que o morro do Alegre, onde passávamos férias.As casas pelo caminho são poucas, quase sempre brancas, com janelas azul escuro, mas há também condomínios que lembram os da região dos Lagos no caminho de Araruama a Cabo Frio. O trajeto do trem corta um segmento de rocha avermelhada que brilha ao sol por efeito de um mineral que me lembra as antigas resistências de ferro de passar, mas cujo nome me escapa.
Quanto mais avançamos, os morros se avistam, agora mais generosos, .lembrando as meias laranjas da Serra do Mar de que falava em classe minha antiga professora de Geografia, D. Cleone. Não consigo passar pela Rio-São Paulo, sem me lembrar dela e agora aqui também.
Esse texto vai ficando grande demais. Está com 5 mil e tanto caracteres. Acho que ninguém vai aguentar ler.Bem, gente é isso aí. Beijos e saudades.

sábado, 6 de agosto de 2011

Documentário focaliza vida de Roberto Marinho. Mas o livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" tem um "causo' muito mais saboroso...

por Gonça
Na semana que vem será lançado o documentário "Roberto Marinho, o senhor do seu tempo". Vem com histórias inéditas e outras nem tanto. Como um fato dos anos 60, quando Roberto Marinho era um aliado de Carlos Lacerda. Em dado momento, os dois brigaram. O motivo teria sido um desentendimento em relação ao Parque Lage. Marinho queria costruir um espigão no local. Lacerda era contra e desapropriou o casarão e seu terreno.  Na época, dizia-se que o empreendimento que Marinho queria erguer no que é hoje o parque seria nada menos do que um cemitério vertical. Se esse episódio é citado no documentário, tenho certeza de que um outro, muito mais saboroso, não está lá. Era um história contada pelo redator da Manchete e crítico de arte Flávio de Aquino. O "causo" está no livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata). Confira a seguir:
"Me vê um uísque aí, moreno!"
"Flávio de Aquino, grande figura e crítico de arte da Manchete, era, diga-se, desligado. E bota desligado nisso. Ele mesmo contava uma historinha deliciosa. O poderoso Roberto Marinho convidou embaixadores e adidos culturais para uma recepção na sua mansão do Cosme Velho. Entre outros intelectuais, estava na lista o nosso Flávio. Ao chegar à mansão, ele logo tratou de pedir um uísque duplo ao primeiro "garçom" que encontrou. "Moreno, me vê uma dose com duas pedras de gelo, faz favor", decretou, dirigindo-se ao sorridente senhor de summer impecável e pele queimada de sol. Solícito, o "garçom" se mandou e logo voltou com o pedido prontamente cumprido. Flávio agradeceu e foi circular, de copo na mãos, pelos salões da mansão. Papeando com amigos, não pôde deixar de notar que o "garçom" que o atendera era festejadíssimo pelos demais convivas. Embaixadores o abraçavam, jornalistas o paparicavam, enfim, o homem era a "alma" da festa. Antes de pedir mais um dose de uísque, Flávio olhou melhor para a cara do sujeito e... caiu-lhe a ficha. O "garçom" de branco e gravatinha borboleta era ninguém menos do que o anfitrião. O próprio Roberto Marinho.Flávio se mandou da festa sem se despedir do "Moreno"."  
(do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou")

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Caetano é capa da Rolling Stone. O baiano gostou? Não. Está irado com o photoshop...

Caetano e Gal na capa da Rolling Stone. Gal não se manifestou. Já o Caê não gostou da operação photoshop na imagem. Tem razão. O diretor de arte envernizou a expressão do baiano. Parece "instantâneo", como se dizia antigamente, para o  camafeu da vovó.

Guilherme Barros, do iG, é eleito Jornalista Econômico do Ano

O colunista do iG Guilherme Barros foi eleito o Jornalista Econômico do Ano pela Ordem dos Economistas do Brasil. A premiação é uma das categorias do Economista do Ano, o mais importante prêmio da área e criado como forma de reconhecimento aos profissionais do setor. É a primeira vez que um jornalista da internet é agraciado com a homenagem. O detalhe importantíssimo é que o Guilherme é filho do nosso J.A.Barros, um dos articulistas deste blog, ex-diretor de Arte do Cruzeiro e da Manchete, organizador e autor do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou". O Panis Cum Ovum parabeniza a ambos.
Leia a matéria completa. Clique em GUILHERME BARROS

Encontro amigo: Feijoada na Lapa vai acontecer e virar Manchete

por José Carlos Jesus e Nilton Rechtman
Prezados colegas, quase dois anos após o nosso último encontro realizado na Rua do Ouvidor decidimos nos reunir mais uma vez para rever os amigos, colocar nosso papo em dia, criar oportunidades comerciais, relembrar fatos que "viraram Manchete", e, o mais importante, manter nossa amizade viva.
Escolhemos um local maravilhoso, simpático, aconchegante, sem dúvida a nossa cara, para o nosso objetivo: descontração e muito calor humano.
O Restaurante Ernesto, situado no melhor local do Rio, de fácil acesso, e próximo ao metro, na Lapa.
O endereço: Largo da Lapa, 41. O site http://www.barernesto.com.br  
O dia: 27/08, sábado.
O prato - o mais carioca... uma deliciosa feijoada, com petiscos e feijão amigo. O preço: o menor possível: R$ 25,00 por pessoa... livre, coma quanto puder.
A bebida: consumo com cartela, cada um bebe quanto puder, o que quiser, e cada um paga o seu...muito justo, por sinal.
Obs: como o ambiente é comercial, vai rolar a taxa de10%... é justo.
Música ambiente: à nossa escolha.
Horário: Início 13.00h. Término 18.00h
Queremos rever voce e seus amigos. Multiplique os convidados e amigos,  queremos ver a casa cheia.
Leve a (o) esposa (o), filho (a) e até amigos. O preço é igual para todos.
Mas, para isso, precisamos ter a confirmação antecipada de cada um de vocês para passar esta informação para o nosso amigo "Ernesto".
Prazo para confirmação - até 15/08.
Até lá.
Aguardamos sua confirmação e a sua presença.

Drauzio Varella escreve continuação de “Carandiru”

por Eli Halfoun
Reler como está já é uma boa, mas agora existirá outro bom motivo para uma nova leitura de “Estação Carandiru”, de Drauzio Varella. O livro que inspirou o filme de Hector Babenco está sendo revisado pelo médico-escritor que resolveu incluir novos capítulos dessa vez com relatos sobre o que aconteceu com os personagens da época e seus familiares, especialmente as famílias dos que morreram. Afinal, se a vida continua os livros também pode perfeitamente continuar. (Eli Halfoun)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Jobim demitido por causa justa...

...é bem capaz de se queixar ao embaixador americano. Mas isso só vamos saber depois pelo Wikileaks. De qualquer forma, o ex-ministro está livre para se candidatar a asssistente de Serra no twitter do tucano.

Burle Marx

O Google homenageia hoje Roberto Burle Marx. O paisagista, que faria 102 anos, faz falta ao Rio em um momento em que UPAs são construidas em praças, terrenos que resultaram das obras do Metrô e que deveriam ser praças recebem espigões de concretos. Como se nada disso bastasse, a Restinga, na Barra, está ameaçada. Sob pressão de construtoras, leis de preservação são sutilmente alteradas para atender à especulação imobiliária. Gabaritos são revistos. E a Copa e a Olimpíada são os pretextos para as mutretas urbanas.  

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tempos modernos com uma genial exposição de Charles Chaplin

Charles Chaplin é tema de exposição no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo. Foto: Divulgação
por Eli Halfoun
Rever Charles Chaplin é sempre uma lição atual de arte: ninguém pode perder a exposição que reunirá mais de 200 itens (filmografia, fotos, desenhos e cartazes de filmes) do genial Carlitos. A exposição será aberta na primeira semana de outubro no Instituto Tomie Ohtake (bairro Pinheiros, São Paulo). A mostra faz um passeio por todas as fases chaplinianas. A exposição chega ao Brasil depois de ter sido vista na Europa, México e Estados Unidos. Rever Charles Chaplin e sua obra é rever arte sempre moderna, o que prova que o que é bom nunca envelhece e sai de moda. Com Chaplin são sempre tempos modernos. (Eli Halfoun)

Isabeli Fontana toma o lugar de Scarlet Johansson

Isabeli Fontana na Vogue Brasil de agosto. Foto Divulgação/Vogue
por Eli Halfoun
Não demora muito Isabeli Fontana (28 anos e mãe de dois filhos, um de quatro e outro de sete anos) poderá entrar breve na galeria de modelos brasileiras que mais apareceram em capas de revistas. Agora ela pode ser vista na capa (e no recheio, é claro) da Vogue Brasil. Isabeli continua conquistando também contratos internacionais: acaba de assinar com a grife espanhola Mango para estrelar a campanha outono-inverno. Nossa bela brasileirinha entra no lugar da atriz Scarlet Johansson, que foi a cara da grife nos últimos anos. Mesmo trabalhando muito a modelo encontra tempo para “tuitar”: em um de seus recentes post falou do anunciado, mas não confirmado romance com Rohan Marley, o filho de Bob Marley. Na mensagem, Isabeli confirma que o casal se conheceu durante sua vigem para a Jamaica no mês passado, mas não garantiu com todas as letras se está mesmo apaixonada como afirmaram algumas colunas. Quem conhece Isabeli garante que os colunistas não exageram em nenhuma linha porque Isabeli é mesmo fogo e paixão. (Eli Halfoun)

Encontro bem carioca com música e picadinho

por Eli Halfoun
Só podia ser musical o encontro “Uma noite carioca” que acontecerá em outubro, provavelmente no Largo da Mãe do Bispo. Promovido pelo Instituto Ricardo Cravo Albin, o espetáculo terá direção de Luiz Carlos Miele que também será uma das atrações ao lado de Ithamara Koorax e Pery Ribeiro. O IRCA promete muitos espetáculos agora que tem Miele como o novo diretor de eventos especiais. O acerto com Miele foi feito na última quinta-feira. Decidido também que, além de música, o encontro “Uma noite carioca” será bom para o paladar: depois do show será servido o picadinho carioca do chef Miguel, o Magnífico. O picadinho, que tem sua receita guardada a sete chaves, se fez famoso mundialmente depois de ter encantado a rainha Elizabeth, quando esteve no Rio em 1968. Depois de comer o picadinho, a rainha nem fez aquela cara permanente de quem está definitivamente de mal com a vida.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Memória da redação: Aconteceu na...

Os fotógrafos Jáder Neves, no alto, à esq., Jankiel Gonczarowska e Angelo Gomes. Ney Bianchi na máquina de escrever, em 1956. 
Na capa da edição comemorativa, lançada há 55 anos, dois beques, como se dizia na época, que não brincavam em serviço: Pinheiro, do Fluminense, e Bellini, do Vasco
Na redação da Manchete Esportiva, Arnaldo Niskier e Ronaldo Bôscoli
Os irmãos Rodrigues: Augusto era o diretor da Manchete Esportiva; Nelson, cronista; e Paulo, repórter
O livro O Berro Impresso das Manchetes, da Agir, com as crônicas de Nelson Rodrigues publicadas na Manchete Esportiva entre 1955 e 1959.
por José Esmeraldo Gonçalves
O post de Eli Halfoun, hoje, sobre Nelson Rodrigues, me leva a um registro do jornalismo esportivo: o lançamento do número de aniversário da Manchete Esportiva, há 55 anos. Em 1956, a revista comemorava seu primeiro aniversário. Em um ano, acumulara nos seus arquivos cerca de 20 mil fotos. Havia no Brasil outras publicações especializadas, mas a Manchete Esportiva era a primeira a dar à fotografia um peso excepcional nas suas coberturas. Herdava, de certa forma, uma das principais características da revista Manchete lançada em 1952. O destaque à imagem não impedia a Manchete Esportiva de reunir uma redação de craques. Um time que, a exemplo da atual seleção brasileira, mesclava nomes consagrados como os irmãos Rodrigues (Augusto, o diretor, Nelson , cronista e Paulo, repórter) com profissionais que iniciavam as saus carreiras e brilhariam nas décadas seguintes como Ney Bianchi, que cobriu Copas e Olimpíadas até 1998, Arnaldo Niskier, que dirigiu várias revistas e é hoje imortal da Academia Brasileira de Letras, e Ronaldo Bôscoli, que trocaria a rotina de jornalista pela de compositor de sucesso com marcante atuação na Bossa Nova. Na edição que festejava seu primeiro ano, a Manchete Esportiva reproduziu algumas capas. Estão lá, em "ektachrome", Gilmar,  Zizinho, Veludo, Dequinha, Ademir, Didi, Garrincha, Castilho, entre outros. A revista durou pouco mais de cinco anos. Acumulou no período outros 100 mil negativos e "ektachrome", que focalizaram todo o brilho de uma geração ímpar - que incluía Pelé, Garrincha, Didi, Vavá, Nilton Santos, Bellini, Zito, Zagalo, Julinho, Dida, Mazzola, Gilmar, Pinga, Almir - e imortalizaram a Copa de 1958, na Suécia, a primeira Jules Rimet que o Brasil trouxe para casa. Essas imagens de uma época de ouro do futebol brasileiro fazem parte do Arquivo  Fotográfico que pertenceu à Manchete e que, desde que foi leiloado, há quase dois anos, está desaparecido (os fotógrafos de todas as gerações que atuaram nas revistas da Bloch empreendem, no momento, através do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, uma ação para localizar e reivindicar os seus direitos autorais sobre o acervo que pertenceu à falida Bloch Editores). Se as fotos estão desaparecidas, alguns valiosos exemplares da Manchete Esportiva ainda podem ser encontrados em sebos ou na Banca Cena Muda, especializada em revistas antigas, da livreira Ada Guimarães, na Praça N.S. da Paz, em Ipanema. E a editora Agir lançou em 2007 o livro "O Berro Impresso das Manchetes - Crônicas Completas da Manchete Esportiva", que reúne os textos de Nelson Rodrigues publicados na revista. A memória do jornalismo esportivo agradece.

Adriane Galisteu na Costa Amalfitana

Adriane Galisteu posa para J.R. Duran na Costa Amalfitana. Foto:Divulgação/Playboy

por Omelete

No lançamento da Playboy em São Paulo, Adriane Galisteu comentou que ainda está poucos quilos acima do que gostaria. "Ser chamada de gostosa pra mim é terrível. Fico achando que preciso perder mais uns quatro quilos. Estou bombando. Os caras agora estão enchendo a boca para me chamar de gostosa". Adriane foi fotografada para a revista por J. R. Duran, o mesmo que fez as fotos da apresentadora em 1996. O cenário foi a Costa Amalfitana, onde circulou quase o tempo todo de biquini, segundo revelou. E foi onde mais ouviu o adjetivo.

Parou na ciclovia...






Repressão ao estacionamento em ciclovias. Foto de divulgação da Prefeitura de Vilna, Lituânia.
Nos anos 60, ficou famoso no Rio o Coronel Américo Fontenelle. Linha-dura na fiscalização do trânsito, ele multava, rebocava e chegou a implantar uma geringonça que travava as rodas dos carros estacionados irregularmente. Era admirado por uns e odiados por outros tantos. A foto acima, divulgada pela prefeitura de Vilna, capital da Lituânia, mostra um "fontenelle" muito mais radical. Irritado com os infratores, especialmente motoristas que estacionavam no meio das ciclovias, o prefeito de Vilna, Arturas Zuokas, requisitou um carro de combate e foi às ruas. Ao se deparar com uma Mercedes que obstruía a faixa dos ciclistas simplesmente passou por cima do carrão.

Arapongas ilustres em São Paulo

Documentos do Arquivo Público do Estado de São Paulo revelados pelo portal IG, mostram, entre outras revelações, que a Polícia Civil de São Paulo espionou clandestinamente partidos, líderes políticos, autoridades estaduais e nacionais, movimentos sociais, igrejas e sindicatos até 1999, quase 15 anos depois do fim da ditadura militar. A central de arapongagem teria sido extinta apenas no segundo mandato do tucano Mário Covas. Os documentos registram que agentes se infiltraram em assembleias sindicais, reuniões de partidos políticos e monitoraram personalidades públicas.

É hoje! Lançamento do livro Solar da Fossa

por JJcomunic
Quem passa em frente ao Rio Sul, em Botafogo, Rio, não imagina que o shopping foi erguido no terreno de um casarão de dois andares e 85 cômodos que era uma espécie de "república cultural". Demolido em 1972, o "Solar da Fossa", como ficou conhecido, serviu de moradia para nomes como Caetano Veloso, Paulo Coelho, Gal Costa, Mauro Mendonça, Naná Vasconcelos, Paulo Diniz, Darlene Glória, Paulo Leminski, Maria Gladys, Betty Faria, Ìtala Nandi, Antônio Pitanga, Marieta Severo, Zé Kéti, Gutemberg Guarabyra, Abel Silva e Cláudio Marzo.
O jornalista Toninho Vaz lança hoje, às 19h, na Livraria Argumento, no Leblon, o livro "Solar da fossa – um território de liberdade, impertinências, idéias e ousadias" - (Casa da Palavra, 256 páginas, R$39,90).
Trata-se do registro de um belo momento do Rio inquieto, apesar da ditadura, dos anos 60/70.

Bruxinha de Harry Potter já posa de mulher sensual

por Eli Halfoun
A imagem que Emma Watson popularizou mundialmente como a bruxinha dos filmes da série “Harry Potter” só poderá ser vista ou revista nos filmes que certamente ainda serão reprisados durante ainda muitos anos. Decidida a livrar-se da bruxinha que a fez famosa e rica Emma está mudando completamente seu visual mostrando-se agora não mais como a meninha dos filmes, mas como uma mulher sensual e que já está entre as mais cobiçadas do momento. A nova imagem de Emma é também a da Lancome: as primeiras fotos como garota-propaganda da marca começaram a ser divulgadas na Europa. As fotos são assinadas pelo craque Mario Testino, o preferido das estrelas e Emma já se acha (e é) uma. (Eli Halfoun)

Revista globalizada

Alinne Morais na edição brasileira.
A atriz americana Mila Kunis
A modelo Heid Klum na versão russa
A modelo Bar Rafaelli posou em Israel
por JJcomunic
A GQ é hoje uma das revistas que mais avança no quesito licenciamento no mundo. Este ano foi lançada a edição brasileira da publicação fundada nos Estados Unidos, em 1957, com o nome de  Gentlemen's Quarterly, algo como trimestral para cavalheiros cuja periodicidade acabou virando mensal. Veja nas reproduções uma pequena mostra das edições internacionais. Um detalhe não escapa: as capas são sempre relevantes. Não abrem espaço para "filés", "melancias" ou assemelhados nacionais ou internacionais.

Programa "Profissão Repórter" acompanha a vida e a rotina dos fotógrafos

"Profissão Repórter" focaliza o trabalho dos fotógrafos. Na foto, Fernando Quevedo e a repórter Valéria Almeida. Foto TV Globo/Divulgação
O programa "Profissão Repórter" desta terça-feira, dia 2, mostrará os bastidores de diferentes fotógrafos brasileiros. No Rio de Janeiro, a vida e a rotina dos paparazzi foi acompanhada por uma semana; na Amazônia, o foco foi o trabalho do fotógrafo Araquém Alcântara; e de novo no Rio, os repórteres acompanharam a atuação dos fotógrafos que cobrem a cidade. O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar logo após ‘O Astro’. 

Deixem o barrigão de Ronaldo em paz

por Eli Halfoun
Nem mesmo agora que se aposentou como jogador, Ronaldo está livre para aumentar e exibir sua “barriga de cerveja”. Bastou mostrar o barrigão em uma praia de Ibiza para a foto de seu “desleixo” correr o mundo. Tudo bem que, enquanto atleta Ronaldo, fosse cobrado e tivesse o dever profissional de exibir um corpo atlético, mas agora embora não possa e não deva exagerar no peso por uma fundamental questão de saúde, Ronaldo tem todo o direito de deixar a vida (e a balança) o levar sem maiores compromissos. O que não pode é ele continuar vítima de uma patrulha fiscalizadora que nunca o deixou em paz e que não o deixa viver livremente, Afinal, ele conquistou com inegável esforço profissional o direito de fazer de sua vida e de seu corpo o que bem entender. Não serão patrulhas estéticas que farão com que esse sempre craque deixe de curtir momentos prazerosos. Como lembra a jornalista Nina Lemos, da Folha de São Paulo, “agora ele aparece exibindo sua barriga com orgulho e dá uma banana para a patrulha do corpo alheio”. Faz muito bem. (Eli Halfoun)

Uma fundação virtual para valorizar a obra de Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues na redação
da Manchete Esportiva, em 1956.
Reprodução/Manchete Esportiva N°53.
por Eli Halfoun
Ninguém que admira as excelentes peças, os bons livros e as ótimas crônicas e todos os ótimos textos com que Nelson Rodrigues nos presenteou ao longo de sua vida pode ficar alheio à comemoração, ano que vem, de seu centenário. Quem teve como eu o privilégio de conviver com o fanático tricolor (nunca mais ninguém mostrou o futebol com tanta maestria literária) certamente terá muito a reconhecer na obra “rodriguiana”. Na redação da Última Hora, na mesa ao lado da que Nelson costumava ocupar todas as tardes, vi nascerem algumas de suas antológicas peças e convivi com personagens reais como, por exemplo, o repórter policial Amado Ribeiro que virou importante personagem em “O Beijo no Asfalto”. Os 100 anos de Nelson Rodrigues se completam em 2012, mas as homenagens começam ainda esse ano: o cineasta Marco Antonio Braz propõe uma revisão da obra daquele que é considerado o maior dramaturgo do Brasil. Braz começa revisando “O Beijo no Asfalto” que ganhará nova montagem em data a ser ainda definida. Homenagear Nelson Rodrigues não é peça que caiba em um único ato: como segundo, ato a proposta é criar uma fundação dedicada ao dramaturgo e que será em princípio uma fundação virtual já que uma sede só poderá ser levantada pelos herdeiros de Nelson, que certamente farão isso. Não só em homenagem ao pai, mas também à dramaturgia brasileira que conta sua história com o antes e o depois de NR. (Eli Halfoun)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Atentados de 11 de setembro: dez anos depois

A Globo News fará cobertura especial dos dez anos dos atentados terroristas de 11 de setembro. O pacote jornalístico começa no dia 11 de agosto. Serão 29 especiais inéditos, durante um mês. Todo o material foi produzidos pela Globo News em viagens aos EUA, Europa e pelo Brasil. Os repórteres Jorge Pontual, Luis Fernando Silva Pinto, Silio Boccanera, Tonico Ferreira, Geneton Moraes Neto e Sandra Coutinho descobrem personagens e trazem depoimentos inéditos. Veja alguns destaques: no domingo, dia 14, o ‘Globo News Especial’ traz uma reportagem de Jorge Pontual sobre a vida do ex-presidente americano George W. Bush. O repórter vai às cidades americanas de Dallas e de Crawford, no Texas, onde o ex-presidente tem um rancho. O especial “Procurando Bush” vai ao ar a partir das 20h30 no canal.  O ‘Milênio’ de segunda-feira, dia 15, tenta explicar como se processa a radicalização de militantes islâmicos, tanto no Ocidente quanto nos países de maioria muçulmana. O repórter Silio Boccanera entrevista Ghaffar Hussein, autor do livro “Uma História Breve do Islamismo” e diretor da Fundação Quilliam, em Londres, voltada para o estudo de radicalização e desradicalização de muçulmanos. Domingo, dia 21, o ‘Globo News Especial’ traz uma reportagem sobre o que os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 mudaram na vida das pessoas ao redor do mundo. Em setembro, a Globo News continua a cobertura especial dos dez anos dos atentados. Mais 19 programas especiais inéditos entram na programação do canal. Entre eles o ‘Dossiê Segredos de Estado’, que estreia no sábado, dia 03 de setembro. O jornalista Geneton Moraes Neto entrevista agentes da CIA, espiões, pilotos militares, ex-soldados e  ex-assessores do presidente Bush. O ‘Jornal das Dez’ também trará uma novidade especial em setembro. O telejornal, exibido às 22h, viajará para Nova York. Dos dias 8 a 11 de setembro, ele será ancorado pelo apresentador André Trigueiro diretamente da cidade americana que foi o alvo principal dos atentados.
Fonte: Globo News

Anotações de viagem-3: Londres, verão nota 10

por Lenira Alcure
Acabo de copiar uma citação de Proust afixada num cartaz em frente a uma igreja Unitarian ( não sei o que é isso) em Notting Hill Gate: “A viagem mais importante não é a que se faz descobrindo novas terras, mas aquela em que abrimos os olhos para o mundo perto ou longe,de uma nova maneira”. Mme de Stael, que viveu entre os sécs 18 e 19, escrevia suas impressões da Itália com a mesma idéia, a de que uma paisagem vale a pena pelo que aprendemos da presença humana ali. Sem pretensões de chegar a esses ilustres imortais, meu bisavô Chiquinho~aconselhava às filhas (13!): “A educação de uma moça só está completa quando ela viaja!” Guardei a lição e minhas viagens sempre tiveram razões muito pessoais, algo com antigas paixões que assim vão sendo alimentadas. No ano passado, fui a Reims, completando meu circuito Joana d’Arc, cuja história toda ilustrada li aos 9 anos, meu primeiro livro em francês. Em 1970, fui a Grécia graças às aulas do Prof. Junito, na PUC. A Istambul, fui motivada pelo quadro que herdei da minha bisavó Lissinha e que hoje está na minha sala. Em 1990. atravessei a Dinamarca para ver a casa de Hans Cristian Anderson.
Dia 30 de julho
Meu verão europeu começou hoje, exatamente às 12:32, quando desci da estação do metrô de Leicester Square e pela primeira vez desde que saí do Brasil, senti calor. Dentro e fora da estação, uma grande quantidade de guichês ofereciam lugares de última hora para mais de 30 peças em cartaz. Fiz como todo mundo, uma fila entre muitas para tentar uma entrada para Mousetrap. Não havia lugares, só para segunda, no segundo upper circle, um balcão longe do palco, e sem direito ao desconto dos velhinhos. A própria vendedora me aconselha a procurar na bilheteria, o teatro ficava ali perto, just on the corner.
Por que logo a Mousetrap, 56 anos em cartaz? Por causa de Mrs. Bee Duffell ( não estou bem certa de tantas letras dobradas, but who cares?. Mrs Bee, a lovely old Irish woman has passed away already). Ela foi uma das velhinhas da peça nos anos 70, e também minha professora de inglês naquela época. Eu já havia voltado ao Brasil quando ela me enviou a Playbill que tenho até hoje, com o seu nome no elenco.
Back to London, 2011: não foi fácil encontrar o St Martin Theatre: de novo a história dos mesmos nomes em diferentes locais: são ruas, praças, ruelas, passagens, tudo St Martin, o que me fez andar em círculos, passando várias vezes pelo mesmo lugar até encontrar um bondoso gentleman, mais ou menos contemporâneo de Mrs. Bee, quem sabe até mesmo enviado por ela, e que me deu a indicação precisa. Cheguei. Há um lugar, fila D 15, melhor impossível, mas sem desconto, 41 libras. A do Upper Circle era 34! Não hesito. Agora é esperar até segunda, anoto as indicações para não me perder de novo.
Faz calor, o termômetro indica 24 graus, vou me desembaraçando das várias camadas de roupa. Em compensação, o peso da mochila aumenta. Saio leve e vou almoçar, num restaurante que me parece inglês. Mas o prato que escolho é francês, salmão sobre um risoto com aspargos, peço uma taça de rosé também francês, harmonia cromática com a comida.
Dali vou até London Bridge, procuro o Globo ou melhor The Globe, o teatro reconstruído como na época de Shakespeare. Nem tour, nem peça, tudo sold out. Compro entrada para uma palestra no domingo: “Read are not Dead”. Sigo o conselho da Laís e mais à frente, logo ali, entro na Modern Tate, onde está uma exposição de Miró.De quebra, aproveito a bela vista sobre o Tamisa do alto do prédio. Preciso voltar. Marquei com a Simone, que também foi aluna da PUC, em frente á estação de Convent Garden.
De novo, dou voltas e voltas, como na véspera: se entro por um lado e a saída é no outro, já não sei onde estou, perco as referências, meu fio de Ariadne se rompe. Duas moças me salvam, também estão indo ao Convent, vamos de ônibus. Encontro Simone e o fim de tarde é ótimo. Atravessamos para o outro lado do Tamisa, nós e uma festa de gente pelo sunny day. O panorama visto da ponte é maravilhoso, com a torre do Big Ben, e a silhueta da House of Parliament em contraste com o azul cobalto que vai tomando conta deste pedaço de céu londrino. Sentamos para um lanche, há música por toda parte, performances ao ar livre e outras, não, só para convidados, como a Vintage Party, que descobrimos nas roupas de época de alguns participantes.
Dublin que me perdoe. Mas Londres no verão é nota 10.

Anotações de viagem-4: Londres, teoria geral dos ovos...

por Lenira Alcure
Domingo, 31 de julho
Reflexões sobre a minha improvável Teoria Geral dos Ovos (rooms) Japoneses no Éden Plaza Kensigton, onde estou hospedada: parodiando Orwell, todos os ovos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros. Mudei para o quarto andar, com direito a janela. Continua um ovo, mas é um ovo aberto, com uma pequena janela sem vista para o parque, mas de todo modo menos claustrofóbico. Deram-me agora uma double, depois que eu reclamei da algazarra que me acordou cedo, vinda do maids room, ao lado. O ovo útero já não assombra mais. A cama é maior, mas o espaço ficou ainda mais apertado. Mas me arranjo bem, treinada desde o colégio interno quando dormia num quarto desse tamanho.
Estou indo a Candem Town. Amigos, me desculpem os fans, não vou procurar a casa da Amy Winehouse, para onde as procissões continuam fluindo. Pulo a pobre Amy, sigo direto ao Market. Hoje o dia está mais quente. Acho que faz 26º. Almoço em uma das barracas, na dúvida entre uma paella valenciana e um curry indiano. Acabo decidindo pela Índia, porque a vendedora é mais simpática: Namastê para ela.
O local é um point nos domingos, uma multidão se acotovelando, não resisto e compro uma mochilinha que dobra toda. Não sei se vai dar tempo para a palestra em O Globe, para a qual já comprei o ingresso ( 5 libras). A estação de metrô está fechada para a volta. E agora? Sofro a síndrome de abstinência do fio de Ariadne. A história li em criança, num dos livros de Monteiro Lobato: a namorada do Teseu deu a ele fio que desenrolado ao logo do percurso permitiu ao herói entrar e sair da caverna do Minotauro pelo mesmo caminho.
Descubro um ônibus que vai até Lancaster Gate. Mudo o programa: é para lá que eu vou. Tento achar o endereço onde morei, 49 Lancaster Gate. De novo, são milhares de LG, vou margeando o Hyde Park, hesito, retomo a caminhada. Finalmente, chego, está lá a antiga Casa do Brasil em Londres. Nenhum sinal de vida à porta. Tento o vizinho, um hotel no número 50. Pergunto se o 49 também faz parte do hotel. Não, ele me explica, são apartamentos particulares.Tiro fotos na frente do prédio. Sem saudosismo piegas, estou contente, é bom ter passado, lembrar os bons momentos ali vividos. Sem tristeza: good memories last for ever.
A alma leve como passarinho, pego um ônibus até Notting Hill Gate. Poderia ser Nothing Hill gate, porque não há nada lá. Tomo outro, na direção de Kensigton Gardens. Passo pelo Princess Diana Memorial Walk. Não, amigos, bypasso essa homenagem também. Desço em outro mais antigo, o Prince Albert Memorial , um tanto kitsch para o meu gosto, e em frente sigo para o Royal Albert Hall.
Nos anos 70, o local estava meio caidaço, explica a guia do tour para o qual consigo a última entrada disponível. Jovem e solta, ela contagia o pequeno grupo pelo entusiasmo. O Hall é todo ele magnífico, inaugurado pela rainha Victoria em homenagem ao príncipe Alberto, marido e príncipe consorte, morto aos 42 anos, de tifo (!!!). A reforma é dos anos 90 e ali acontecem concertos de todo tipo, dos clássicos aos mais modernos ( Beatles e Frank Sinatra já se apresentaram lá) e também eventos esportivos, espetáculos de dança e performances diversas.Em julho e agosto, o Hall recebe as BBC Promenades, com concertos de música clássica todos os dias. O de hoje é com uma Filarmônica da Rússia. Dos 5.220 lugares que o Hall comporta, mil são colocados á disposição de interessados no dia de cada concerto, por apenas 5 libras. 800 desses lugares na verdade ficam atrás das galerias, sem direito a assento. Obrigada, de pé nem sem pagar. Mas nós do tour assistimos a uma parte do ensaio, nas poltronas ao lado do camarote da Rainha. Os 26 parentes e convidados desse camarote devem seguir três regras: roupa de gala, nada de bebidas ou comidas, nada de dança, também. Mas -explica a guia- , o protocolo foi quebrado durante a visita do então presidente sul-africano Nelson Mandela. Ele apareceu sem gravata e quando a orquestra começou a tocar músicas africanas, não agüentou e dançou como sempre faz. Parece que, no inicio, a Rainha ficou impassível. Depois de algum momento, as royal mãos começaram a marcar o ritmo e daí a pouco, ela ondulava também, um modo elegante de permitir ao ilustre convidado a quebra do protocolo.
Faço um lanche na cafeteria do Hall, muito British e só aberto para quem tem conivite, no nosso caso, o ticket do tour (7,50 libras para seniors...). Dali sigo a pé, agora já sei onde estou, sigo a Queengate a partir do Parque, menos de 10 minutos e estou no hotel. Sai para jantar num restaurante libanês aqui perto. Volto, preciso dormir. Amanhã, terei muita coisas por fazer. Mas acho que agora só dou notícias do Algarve, ou quem sabe, no Brasil mesmo. Até mais.

domingo, 31 de julho de 2011

Falta de bebida pode ter sido a causa da morte de Amy Winehouse

Amy Winehouse na capa da Contigo!
por Eli Halfoun
“Ter parado completamente de beber durante três semanas teria sido um choque letal para seu corpo minúsculo” – essa é a nova hipótese levantada em torno da morte (ainda sem laudo oficial) de Amy Winehouse. A informação-especulação é do jornal inglês “The Sun” com base em entrevista de fonte próxima à família da cantora. O “mui amigo” revela ainda que Amy teria ignorado conselhos médicos para largar o uso da bebida gradualmente “para que seu corpo não sofresse com a abstinência de forma muito violenta”. A imprensa inglesa informa ainda que Amy Winehouse teria ido a uma consulta médica um dia antes de morrer. Já era muito tarde. (Eli Halfoun)

“Globo Repórter”: o caminho é o resgate da reportagem nacional

por Eli Halfoun
Os 41 anos de exibição (estreou nos anos 70) não fizeram o Globo Repórter envelhecer (jornalismo de boa qualidade nunca envelhece) e o programa se mantém não só com sucesso, mas também como uma referência de jornalismo-documental na televisão. O “Globo Repórter” foi criado com inspiração (talvez cópia seja a palavra exata) no “60 Minutes”, jornalístico da CBS News e no início tentou ser “cinema na TV” com programas (documentários) dirigidos por cineastas. Aos poucos entendeu que precisava estar mais próximo do telespectador e passou a ser um programa de reportagens, formato que mantém inalterado. É verdade que às vezes o programa exagera na exibição de temas científicos que falam de futuros avanços, mesmo sabendo que o telespectador está mais interessado no hoje do que no amanhã. O “Globo Repórter acerta em cheio quando busca temas brasileiros, ou seja, os que tem mais a ver com seu público. Como aconteceu, por exemplo, no programa que mostrou como o brasileiro criativo é capaz de enfrentar qualquer dificuldade para superar-se e transformar-se em um fenomenal artista de rua, que, afinal, é o palco de todos nós. O ‘Globo Repórter" fez uma reportagem e não um documentário. Essa deveria ser sempre a característica do programa. Principalmente quando coloca em cena brasileiros que sem duvida servem de exemplo para outros brasileiros. (Eli Halfoun)

Sucesso faz “O Astro” ganhar mais uma semana

por Eli Halfoun
Apesar de críticos e telespectadores mais antiquados acharem que a nova versão de “O Astro” está apelando para a baixaria com cenas de sexo (não há, convenhamos nada de exagerado para o horário), a Globo está bastante satisfeita com a audiência da novela (tem dado uma surra na nova edição de “A Fazenda” da Record) e não pretende fazer qualquer mudança no texto de Geraldo Carneiro e Alcides Nogueira . Pelo contrário: está decidido que “O Astro” ganhará mais uma semana de exibição e os autores já preparam a continuação. “O Astro” tem um elenco afiado, roteiro perfeito e uma realização que nada deixa a desejar. É, portanto, a maior homenagem que a Globo e o público poderiam prestar a Janete Clair, autora da versão original. (Eli Halfoun)

sábado, 30 de julho de 2011

Dilma promete Copa inesquecível

Dilma Rousseff na Marina da Glória. Reprodução TV Globo


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Blatter no Rio

Presidente da FIFA, Joseph Blatter abre o evento.


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A largada para a Copa de 2014: sorteio das eliminatórias no Rio

O espaço montado na Marina da Glória. Mídia mundial presente. Reprodução TV Globo


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Anotações de viagem-2: de Dublin a Londres

Ainda em Dublin, em frente aos prédios centenários do Trinity College, fundado pela rainha
Elizabeth I para evitar a influencia ‘papista’ do Vaticano sobre seus jovens súditos. Alguns ex- alunos de que o Trinity hoje se orgulha nem sempre foram bons estudantes, nem menos bem comportados: Samuel Beckett, Oscar Wilde, James Joyce, J.Swift.
por Lenira Alcure
29 de julho
Eu ia escrever sobre os dois últimos dias na Irlanda. Mas cheguei hoje à tarde e Londres, 41 anos depois de ter morado aqui por sete meses, de repente tornou a minha Irlanda pequenina... Estou em uma das mil e umas Queensgate (os ingleses adoram isso, pegam um nome só e batizam uma porção de ruas, uma perto da outra com um mesmo nome e um nickname geralmente abreviado: tem a Queensgate square, a Q plaza, a Q.terrace e por aí vai. Uma loucura. Um amigo meu daquele época dizia que a Inglaterra é um Portugal que deu certo!! Faz sentido.
Bem a saída de Dublin foi tranqüila. Nada do horror que passei na vinda. Mas o trasnsfer que contatei do Brasil não deu certo. No fundo, acho que eu queria mesmo era ver meu nome num cartaz daqueles que a gente vê nas saídas dos vôos de chegada. Alguém me esperando em Londres!! No show up! Bem acabei pegando o expresso para a Victoria Station. No problems at all. E de lá um táxi, total: 24 pounds e alguns cents, em vez dos 70 que eu ia pagar. Agora, quero ver se eles me vão cobrar no cartão, alegando que meu telefone estava desligado.
Agora, o hotel: o Éden Plaza Kensigton por fora é uma bela mansão no melhor estilo Georgiano, o surrounding magnífico. (Sorry, periferia, e os amigos que devem estar me achando muito pernóstica. Estou entrando no clima do bairro).
Voltando ao Éden, por fora é o que eu já disse. Por dentro, uma caixa de ovos japoneses, com atendentes indianos: são 800 ovos, quero dizer 800 rooms!! O quarto é mínimo, mas o aproveitamento de espaço fantástico. Consegui me meter aqui com as minhas duas malas, meus casacos, não sei quantas quinquilarias, ligar o computador e o carregador da câmera. Gente, pra que mais espaço?? E 90 libras por dia é um preço mais do que conveniente na Londres atual. (Quando eu morei aqui em Lancaster Gate, que é também um ótimo endereço, pagava 12 libras por semana, com direito a café da manhã e jantar!!!Não foi à toa que foi a época mais feliz da minha vida, vivi um dos meus grandes amores e amei essa cidade também.
Back to the present: depois de tudo arrumado fui ao Victoria e Albert Museum, que fica a duas ou três quadras daqui. Por acaso, eu tinha lido numa dessas colunas de turismo que durante o verão, na última sexta do mês, o museu fica de portas abertas até as 10 da noite. Foi um deslumbramento. Além do prédio,simplesmente uma das jóias da Coroa ( nossa, como veio tanta riqueza do que foi o maior império do mundo!) o Friday Late Summer Camp Idea oferece de tudo um pouco: tive uma aula sobre o Hamlet de Shakespaere, no meio da grama, dez ou quinze atentos alunos (eu inclusive) e no final fiquei sabendo por uma das moças presentes que era o diretor da Shakespeare Society, assim em mangas de camisa, explicando e narrando com encantamento. Nem vou contar das outras oficinas que fucei, mas do MIDI (Musical Instrument Digital Interface) karokê, com um ‘charming retrô’, segundo o prospecto e todo mundo cantando Let it be, Yesterday... Imagine, vocês, que emoção! Vou tentar enviar algumas fotos, mas ainda não transferi da câmera). Eram 9:40, já estava escurecendo, por onde eu havia entrado tinha fechado. Me encaminharam pela main entrance, e aí acabei me perdendo. Na rua, uma moça tentou me ajudar com o GPS do telefone dela, achou o meu hotel, mas eu não. Acabei mesmo vindo de táxi, tarifa 2 por causa do horário, 6 libras!!!!
Por hoje chega, são muitas digressões. E eu não acabei de escrever as minhas outras impressões dublineses, com a decepção de não ter visto a Torre Martello, onde começa o Ulisses de Joyce, nem o cemitério de Glasnevin, onde acaba (tenho o livro há mais de 20 anos, nunca tive coragem de ler, será o projeto dos pr, se alguém quiser me fazer companhia, ótimo). Também não vi o celebrado verde mar da Irlanda, mas sim o plúmbeo espelho d’água refletindo as nuvens baixas que encobriam o céu. Adorei poder usar o ‘plúmbeo’, tem tudo a ver, cor de chumbo mesmo.!
Last, but not least: descobri que viajar sozinha pode ser um antídoto para ao menos retardar o Alzheimer. Tem que se estar atento a tudo, incorporar novos conhecimentos de todo tipo, falar três línguas quase que ao mesmo tempo, enfim um mega exercício para despertar os preguiçosos neurônios.
E amanhã, lá vou eu conhecer o Globe, de Londres!! Bye, folks. I’m going to sleep.

Gisele Bundchen em cartoon

Gisele Bundchen, heroina de desenho animado no Canal Cartoon.
Sucesso nas passarelas e nas objetivas dos grandes fotógrafos, Gisele Bündchen agora é heroina de desenhos animados do canal por assinatura Cartoon. Em 26 historinhas de 4 minutos, a modelo é a protagonista que defende o meio ambiente. A série estreia em setembro.

Anotações de viagem-1: Dublin

Em férias, a professora de Comunicação e jornalista Lenira Alcure - uma das autoras do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" - passou por Dublin. De lá, enviou para os amigos suas impressões de viagem, que o blog compartilha com seus leitores. Observem que o texto tem um saboroso - e saudoso - estilo de carta, que talvez seja mesmo o meio ideal e autêntico para transmitir os prazeres de uma viagem. Pois aí está a carta da Lenira. Cybercarta moderna, que chegou por email...

Dublin: em frente à sede gótica de um banco
por Lenira Alcure
Dublin: num primeiro momento, fiquei imaginando que as pessoas aqui
passam o dia comendo e bebendo, tantos bares e restaurantes, de todos
os tipos e origens, a preços convenientes. Engana-se quem pensar que
Dublin é uma opção para os mais velhos. Os jovens enchem a cidade,
com suas mochilas, as roupas descoladas e o gosto pelos contrastes que
o ambiente oferece.
Se Bordeaux é uma pequena Paris, a capital irlandesa é um cantinho de Londres. As duas cidades chegaram ao apogeu na mesma época (sécs18 e 19), graças às riquezas provenientes do comércio marítimo com o Novo Mundo. A arquitetura de uma e outra reflete as respectivas influências.
Aqui, como em Londres, os prédios cor de tijolo se alinham próximos às grandes construções de linhas e tons severos. O lúgubre dos granitos e outros tipos de pedras escuras está nos grandes prédios, muitos deles abrigam hoje grandes Bancos, os vampiros do mundo moderno: não por acaso Bram Stocker, o criador do Drácula, nasceu e viveu por aqui. Mas esse lado gótico que encanta jovens de todos os países se ilumina pela profusão das cores fortes em portas e janelas das casas adjacentes: grenás, verdes, amarelos, laranjas,vermelhos.
Meu hotel fica no Temple Bar, o local mais animado da cidade. Tive de trocar de quarto, porque o primeiro me fez ficar uma noite sem dormir. O atual dá para a Upper Exchange Street, uma ruazinha que o motorista árabe não encontrou no dia em que cheguei e acabou me deixando com duas malas na porta do Turkish Bar ao lado do letreiro Hotel e diante de uma campainha que ninguém atendia. O jeito foi deixar as malas sozinhas no bar e pedir ajuda ao garçom em outra sala. Foi quem me mostrou o caminho e ainda me serviu de carregador. Minha coluna sinceramente lhe será sempre grata. O quarto é ótimo. De bom tamanho, super confortável, banheiro novinho e com chuveiro!!! Nada como o terrível ‘telefone’ que encontrei no Les 4 Soeurs, o simpático hotel bordelês (ops! Não confundir, as irmãs fazem gênero família!).
O primeiro dia foi de programa light para compensar a terrível viagem: 13 horas entre vôo, táxis e aeroportos, fazendo e desfazendo as malas, jogando um bocado de coisas fora até chegar ao peso permitido (10 quilos na mão, uma só valise, sem bolsa nem nada, é uma só e 15 no porão. Saí do Rio com 14 quilos na maior e 9 na menor. Certo? Não, errado. Pagar o excesso? Compensar uma pela outra? A gentil ( não é ironia, era mesmo gentil) senhora do balcão da Ryanair foi taxativa: era preciso arrumar tudo de novo! Uma novela, abrir duas malas, trocar daqui e dali, duas, três vezes. Mas no final, deu certo. A Ryanair ganha dinheiro de todo o jeito. Os preços são realmente low, mas eles vendem tudo: comida no avião, loteria, perfumes, quinquilharias chinesas. Uma feira! E ainda tocam trombetas (literalmente!) na aterrissagem aos solavancos, mas rigorosamente no horário. A companhia se orgulha de vários recordes, o de menos acidentes e da pontualidade. Enfim, cheguei. E agora, vou conhecer a terra de James Joyce, Bernard Shaw, Johnathan Swift, Edna O’Brien, Oscar Wilde, para citar alguns. 
Para conhecer um pouco da inland do país, já havia escolhido uma excursão parte trem, parte ônibus. Pena que o dia amanheceu nublado e a vista do trem junto ao mar ficou prejudicada. Mas os locais visitados valeram a pena. Vi campos enormes, verdes e beges de todos os tipos, uma cidade medieval encantadora (Kilkenny). Nosso grupo de apenas 10 pessoas permitiu que se fizessem pequenos grupos: no meu, éramos três, uma japonesa, um de Taiwan e eu. Mas os demais também se relacionavam.
Hoje vou começar o tour de Dublin com o meu ticket 2 dias hip hop: ônibus de dois andares passam por 23 pontos da cidade a cada 15 minutos. Dá para descer, ver o que interessa e voltar a ronda. São tantas coisas que tenho pena de só ter mais 48 horas. Por isso, vou parando por aqui.

Suspense na vida real... faltam 72 horas

Até terça-feira, dia 2, o Congresso americano deve aprovar, ou não, a elevação do endividamento público. Se Obama vencer a queda de braço, a moratória estará pelo menos adiada; se perder, as consequências serão mundiais. Os economistas e analistas de risco, a julgar pelos trôpegos comentários na TV, não estão bem certos do que vai acontecer. Por enquanto, praticam o velho esporte - são bons nisso - do chutômetro. Se houver o rebaixamento da classificação dos títulos da dívida americana, um dos países favorecidos deverá ser a Alemanha, que tem os seus “bunds” em alta conta. É o qaue dizem. Mas ao mesmo tempo alertam que se o volume de investidores for grande, faltarão "bunds" para os "refugiados". A China poderia ser outro destino, mas o fato de estar "pendurada" em títulos do governo americano não favorece a confiança dos investidores. Em tudo isso, é espantosa a posição dos republicanos. No poder, com Bush e companhia, os republicamos armaram essa arapuca financeira, gastando os tubos em guerras que buscavam "armas de destruição em massa" inexistentes. O que se vê agora é uma brutal reação às políticas sociais de Obama, à sua intenção de taxar grandes empresas em vez de penalizar o contribuinte, à sua reforma da saúde pública que de tão destroçada deixa cerca de 30 milhões de americanos desprotegidos e um toque de racismo. tal como já apareceu na campanha e, recentemente, quando para responder a ataques americanos, o presidente teve que mostrar sua certidão de nascimento para provar que é cidadão dos Estados Unidos. De olho na sucessão, a oposição torce pelo caos. Alguma semelhança?  

Neymar também guarda dinheiro na cueca. Muito

por Eli Halfoun
Não é, ainda, em campo, um craque mundialmente reconhecido (ele chega lá), mas de qualquer maneia nosso jovem jogador começa a seguir os consagrados passos de Cristiano Ronaldo e David Beckman: assim como o craque português e inglês, Neymar também será garoto-propaganda de cueca. Cristiano Ronaldo e Beckman posaram para a internacional Calvin Klein e Neymar aparecerá de cuequinha nas campanhas da brasileira Lupo: acaba de assinar contrato de quatro anos por R$4,4 milhões. Como se vê, esse negócio de guardar dinheiro na cueca dá certo. Quando é honesto. (Eli Halfoun)

Oitentão, Silvio Santos ainda é um bem pago garoto-propaganda

por Eli Halfoun
Aos mais de 80 anos, Silvio Santos continua sem um garoto... e garoto propaganda bem pago: mesmo depois de concretizar a venda das lojas do Baú para a empresária Luiza Trajano (do Magazine Luiza), Silvio continuará ligado ao seu velho e pioneiro negócio: foi contratado para anunciar as lojas do Baú (até que virem Luiza) em seus programas no SBT. Silvio sempre foi, aliás, o mais constante garoto-propaganda na programação da emissora e faz esse trabalho com remuneração extra, ou seja. Recebe cachês como qualquer contratado de agência, o que significa desconto de Imposto de Renda na fonte. Essa é uma prática adotada também nas Organizações Globo em relação aos seus diversos e independentes economicamente segmentos: o jornal paga preço de tabela para anunciar na emissora e a emissora paga cash os anúncios publicados no jornal assim como os veiculados na Rádio Globo. O dinheiro corre de mão em mão, mas acaba sempre nas mesmas e poderosas mãos. (Eli Halfoun)

Gaveta neoliberal


Há surpresa nisso? Essas agências neoliberais criadas nos anos 90 vieram exatamente para isso. Todo o poder ao "mercado", o cidadão que se dane. A matéria saiu em O Dia. São mais de 10 mil reclamações de usuários de planos de saúde engavetadas pela ANS.
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E a eleição, estúpido

Aparentemente, a mídia e a oposição queriam Lula de pijama tomando sua cachacinha em São Bernardo. Caiu a ficha e agora a parceria está apreensiva. É freudiana a irritação da turma ao ver o operário fazendo política. Lula viaja, faz palestras, participa de inaugurações e não esquece o povão (ao contrário da palavra de ordem lançada pelo seu antecessor). Será que Lula está em campanha? Uau, agora descobriram: Lula está em campanha. Qual é a dúvida? Ano que vem tem eleição para prefeito. E as pesquisas apontam o operário como o político com maior capacidade de transferência de votos nas eleições municipais. Para redobrar o chilique da mídia, Lula foi convidado para a abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas. Fato raro, tratando de ex-presidente. Tem gente perdendo as penas tucanas hoje ao ler o jornal.

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