quarta-feira, 28 de abril de 2010

Leilão do Arquivo Fotográfico da extinta Bloch

por José Carlos Jesus
No proximo dia 4 de maio as 14hs, no Atrio do Forum, irão a leilão, pela segunda vez,  os arquivos fotograficos da massa falida de Bloch Editores. São mais de 20 milhões de fotos em cromos e fotogarfias. O lance mínimo é de 1.249.249,30 (um milhão duzentos e quarenta e nove mil duzentos e quarenta e nove reais e trinta centavos). O vencedor levará também a pesquisa das puplicações (coleções encadernadas). Para conhecer o  acervo fotográfico, os interessados devem agendar visitas com o leiloeiro Fernando Braga nos telefones 21. 2224.7478 / 7811.
Amigos: o mês de maio será fundamental para as pretensões dos ex-empregados ainda não habilitados a receber os seus créditos trabalhistas e para o pagamento da correcão monetária daqueles que já receberam suas indenizações. 
Abaixo a historia destes arquivos:
ACERVO FOTOGRÁFICO DO ARQUIVO MANCHETE/BLOCH EDITORES
Durante os anos 1950, as fotos da revista Manchete eram predominantemente em preto-e-branco, com exceção das capas, sempre em cor, a não ser quando enfocavam um acontecimento da atualidade cuja cobertura fora feita em p&b.
Fatos que emocionaram o país nesta década foram registrados exemplarmente pelas câmaras de Manchete: os funerais de Francisco Alves, o Rei da Voz (1952), Getúlio Vargas (1954), Carmen Miranda (1955). Outros fatos que não escaparam ao olho arguto dos fotógrafos da Manchete: o atentado contra Carlos Lacerda na Rua Toneleiros, Rio, estopim da crise que levaria ao suicídio de Vargas; o incêndio da boate Vogue (1955), com fotos dramáticas de pessoas se atirando do prédio para não morrerem queimadas; as rebeliões fracassadas contra o governo JK: antes da posse, a bordo do navio Almirante Tamandaré (1955) e o levante de Jacareacanga, uma base na floresta amazônica, que estourou no sábado de Carnaval de 1956 e não durou muito. Outros fatos sociais, políticos, culturais e esportivos foram documentados com arte e presteza pela equipe fotográfica de Manchete: o nascimento de três mitos da beleza brasileira, três segundos lugares no concurso de Miss Universo que marcaram a vitória moral da baiana Martha Rocha (1954), da amazonense Terezinha Morango (1957) e da carioca Adalgisa Colombo (1958); a conquista da primeira Copa do Mundo da seleção brasileira em campos da Suécia (1958); o surgimento de dois movimentos que se tornariam sucesso até mesmo fora do país: a bossa nova e o cinema novo. Não só Manchete acompanhava estas “ondas” culturais, como criou uma linguagem nova e instigante ao retratar suas principais estrelas, como João e Astrud Gilberto, Nara Leão, a dupla imortal Tom e Vinicius, Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, este repórter da Manchete quando compôs O Barquinho. Um dos grandes temas nacionais em que a revista de Adolpho Bloch investiu desde o início foi a construção de Brasília: fotos excepcionais dos protagonistas da mudança da capital (JK, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e o engenheiro Bernardo Sayão, que morreria acidentalmente durante as obras) figuram lado a lado com imagens históricas das grandes estruturas que vão se erguendo na vastidão do Planalto Central pelas mãos dos “candangos”, os heróis anônimos da epopéia brasiliense.

Imagens dos Anos 60
A partir dos anos 1960, Manchete aderiu à nova tecnologia da fotografia em cores — com as câmaras de 35mm ocupando o espaço das pesadas Rolleiflex de formato quadrado — modernizou seu parque gráfico para permitir a impressão de revistas totalmente em quatro cores. Foi a partir dessa década que a Bloch ampliou o seu leque de revistas, com os lançamentos de Fatos e Fotos (uma versão mais “jornal” da Manchete, inicialmente só em p&b;) Enciclopédia Bloch, depois Geográfica Universal; a masculina EleEla, a feminina Desfile (em substituição à antiga Jóia), a semanal de TV e fofocas Amiga, além de uma série de publicações especializadas e fascículos.
Cada novo veículo da Bloch inaugurou um novo estilo de fotografia, sendo que as mensais como Desfile, Ele Ela e Pais e Filhos se exprimiram principalmente a partir de fotos de estúdio invejadas por publicações do mundo inteiro. Mas, até encerrar suas atividades em 1º de agosto de 2000, Manchete manteve o alto padrão de qualidade e de criatividade, constituindo-se numa espécie de janela para o Brasil e o mundo.

Enumeramos brevemente a seguir alguns dos feitos de cobertura da revista ao longo das cinco décadas em que atuou:

Carnaval carioca — As edições de cobertura do carnaval do Rio de Janeiro primaram por sua velocidade aliada à qualidade. Poucas horas depois de encerrada a maior festa popular do mundo, Manchete chegava às bancas e esgotava em poucas horas.

Festivais de música — Os festivais de música, no Rio e em São Paulo, a partir de 1967, revelaram novos talentos que se tornaram os grandes ídolos da MPB e sustentam essa posição até hoje: Caetano, Gil, Mutantes, Milton Nascimento, Chico Buarque são apenas alguns nomes desta plêiade. E Manchete fixou em imagens os melhores momentos desta aventura musical.

“Furos” políticos — As melhores fotos de JK, em público e na intimidade; a última foto de Jânio Quadros antes de renunciar à Presidência em 1961; fotos de Fidel Castro e Che Guevara nos tempos turbulentos que se seguiram à revolução em Cuba, inclusive fotos destes líderes no Brasil; a última foto do Presidente Costa e Silva (1968), fotos exclusivas do Presidente João Baptista Figueiredo de sunga em Brasília; a última foto do Presidente Tancredo Neves (1985), o impeachment de Collor — os grandes instantes da nossa vida política foram registrados para sempre pelas Câmaras de Manchete.

• Vocação esportiva • Nos seus 48 anos de vida, Manchete cobriu 12 Copas do Mundo de Futebol (incluindo o Tetra, 58-62-70-94) e 12 Olimpíadas Mundiais, algumas das quais marcaram o surgimento de estrelas como Ademar Ferreira da Silva, João do Pulo, Eder Jofre, os meninos e as meninas do vôlei; no tênis, documentou os triunfos de Maria Ester Bueno e Gustavo Kürten; nas pistas, investiu desde cedo na Fórmula-1, colocando nas bancas uma edição especial áudio-visual sobre o primeiro título de Emerson Fittipaldi em 1972; as carreiras irresistíveis e Nelson Piquet e Ayrton Senna e várias edições especiais sobre o trágico fim do nosso maior piloto em 1994, no circuito de Imola.

Ciência espetacular — Os grandes saltos da ciência e da tecnologia viraram Manchete assim que aconteceram: a corrida espacial, o homem na Lua, os transplantes cardíacos, o bebê de proveta (a revista chegou até, em exclusividade internacional, a documentar os primeiros anos de Louise Joy Brown, a menina inglesa que foi a primeira criança reproduzida in vitro.)

Celebridades — Os fotógrafos de Manchete não só saíram em campo para fotografar as personalidades marcantes da metade mais vibrante do século (a segunda), como a revista, em diversas épocas e em diversos de seus prédios, recebeu e clicou figuras como Sartre e Simone de Beauvoir (comeram uma feijoada na gráfica de Parada de Lucas); Dizzy Gillespie, o mago do trompete do jazz, dançou samba na antiga redação de Frei Caneca; depois, a festa se mudou para o palácio de vidro da rua do Russell, desenhado por Oscar Niemeyer: Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na ua, dois meses depois pisava o restaurante do 3º andar; Jack Nicholson, Roman Polanski e Liza Minnelli foram fotografados no Teatro Adolpho Bloch; músicos de fama internacional como o violoncelista Mstislav Rostropovich também passaram pelo Russell, onde o amigo da casa e diletante do bel canto, Mário Henrique Simonsen, fez um dueto com o tenor Plácido Domingo, e o pai dos transplantes, o dr. Christiaan Barnard, tocou no piano do décimo andar. “Panteras” de classes tão distintas como a Rainha da Indonésia, Dewi Sukarno, e a deputada pornô Cicciolina fizeram poses eróticas engatinhando sobre a grande mesa de jantar. A feminista Betty Friedan, no auge da polêmica, debateu com a redação e discutiu a figura da iídiche Mame com o próprio Adolpho Bloch. Katherine Graham, a dona do Washington Post, o jornal que levantou o escândalo de Watergate e derrubou o Presidente Nixon, tomou chá com Adolpho. Tempos depois, Polanski voltou com a nova mulher, a ninfeta Emmanuelle Seigner, para tomar um chá, mas preferiu tomar vodca polonesa e conversar em russo com Adolpho. O grande bailarino Mikhail Barishnikov e o maestro Zubin Mehta hospedaram-se no belo palacete da Manchete em São Paulo, onde Juscelino Kubitschek dormiu a sua última noite. A modelo-ícone da swinging London, Jean Shrimpton, os Rolling Stones (em sua primeira visita ao Brasil) e o diretor de ópera e cinema Franco Zeffirelli, foram devidamente clicados circulando pelo Rio a bordo de caminhonetes de reportagem da Manchete. A estrela de Crepúsculos dos deuses, Gloria Swanson, o cineasta William Wyler, o coreógrafo Bob Fosse, o colunista Art Buchwald, os escritores E.L. Doctorow, Doris Lessing, Sidney Sheldon, o dr. Albert Sabin, o pai da aeróbica Kenneth Cooper — enfim, não há memória e não há espaço para citar os ricos e famosos que foram recebidos e fotografados por Manchete.

Edições especiais — Além das inúmeras edições especiais sobre temas brasileiros ou destinadas a divulgar o país no exterior (em inglês, francês e até mesmo em russo), Manchete publicou vários números extras alusivos a acontecimentos das atualidade, comemorativos de datas históricas ou conquistas esportivas e como homenagem póstuma a grandes figuras que desapareceram do cenário brasileiro. As edições da cobertura da primeira visita do Papa ao Brasil, em 1980, obtiveram recordes de tiragens.

Mestres da objetiva — Nos tempos de ouro, a equipe de fotógrafos de Manchete ultrapassava a centena, espalhada entre o eixo Rio-São Paulo, as sucursais nacionais e internacionais e free-lancers pelo mundo inteiro, sem mencionar os serviços das principais agências fotográficas. Alguns destes fotógrafos inscreveram seu nome como mestres da sua arte, ao lado dos grandes nomes como Cartier-Bresson, Robert Capa, Richard Avedon e outros. Alécio de Andrade, por exemplo, foi convidado para trabalhar na agência Magnum, fundada pelo mestre Bresson, e que funcionava como espécie de cooperativa de gênios da objetiva. Outros criaram um estilo pessoal, publicaram livros, realizaram exposições, firmando a marca de excelência da Manchete. Outros ainda, pela qualidade do seu trabalho, foram escolhidos para se tornar o fotógrafo oficial da Presidência da República, glória máxima a que pode almejar um fotógrafo profissional. Roberto Stuckert, foi o fotógrafo oficial do Presidente João Baptista Figueiredo;U. Dettmar foi o fotógrafo exclusivo do Presidente Fernando Collor de Mello. Mais curiosa é a história do baiano Gervásio Baptista. Em 1954, ele clicou a foto de capa que mostrava Tancredo Neves chorando sobre o caixão de Getúlio Vargas durante o enterro do Presidente em São Borja. A foto valeu prestígio eterno para Tancredo que, eleito pelo Congresso para presidir o Brasil em 1985, chamou imediatamente Gervásio para ser o seu fotógrafo oficial. Com a doença de Tancredo, na véspera do dia da posse, José Sarney assumiu a Presidência e confirmou Gervásio no posto. O baiano que havia adotado o Rio como sua cidade do coração, foi cativado por Brasília e continua lá, na ativa, passados 23 anos.

"Evita” volta e atrai turistas argentinos para o Brasil

por Eli Halfoun
Na base do devagar e sempre o Brasil começa a transformar-se na capital mundial dos musicais de sucesso. Mais uma remontagem vem aí no final do ano ou no início de 2011. O produtor e diretor Jorge Takla acaba de fechar contrato que lhe garante os direitos de uma nova montagem de “Evita”, o musical de Andrew Lloyd Weber e Tim Rice, por aqui. Takla é o produtor e diretor da montagem de "O Rei e Eu", em São Paulo e aposta alto no sucesso de “Evita”, mesmo sabendo que o musical foi montado no Brasil nos anos 80 por Oscar Ornstein e Victor Berbara que fizeram da cantora Claudia a estrela no papel título. A nova montagem de “Evita” está estimada até agora, em R$ 6,3 milhões. Com retorno garantido pelos argentinos que sem dúvida virão assistir o espetáculo.

Elisete Cardoso, uma vida - por Sérgio Cabral

No dia 7 de maio de 1990, o Brasil perdeu uma de suas maiores intérpretes, aos 69 anos, vítima de câncer. A Editora Lazuli lança "Elisete", do jornalista e escritor Sérgio Cabral, um grande conhecedor da música brasileira, que narra a trajetória de vida da grande intérprete do gênero samba-canção. Sérgio Cabral foi amigo e admirador de Elisete. Completam o livro 37 fotos que relembram a carreira de Elisete.

A volta dos estúdios Vera Cruz

Depois de mais de 30 anos,a Cinematográfica Vera Cruz volta a produzir longas-metragens. Começam esta semana as filmagens de LB PERSONA, a história da saga da realização do clássico O Cangaceiro, através da vida do seu diretor, Lima Barreto. Dirigido por Galileu Garcia e produzido pela Cinematográfica Vera Cruz, em co-produção com a Digital Films & Toon, o longa LB PERSONA promete levantar histórias inacreditáveis sobre um dos períodos mais intensos do cinema brasileiro. Fazia 33 anos que a Vera Cruz não produzia um longa: o último, de 1977, foi Paixão e Sombras, de 1977, dirigido Walter Hugo Khouri.
Fonte: Planetatela.
Visite o site www.veracruzcinema.com.br

Especulações levam Adriano de volta ao São Paulo

por Eli Halfoun
Muitos assuntos permitem um prato cheio para especulações e o futebol é sem dúvida um deles. Quer ver? Bastou o jogador Adriano, do Flamengo, mostrar interesse em adquirir um apartamento de luxo no bairro Morumbi, em São Paulo, para que surgissem comentários de que essa compra significa, como se mostrará mais adiante, que existe uma grande possibilidade de Adriano voltar a vestir a camisa do São Paulo, clube que o trouxe de volta para o Brasil. O jornalista Giba Um, por exemplo, garante que “atrás da compra, pode estar uma nova jogada no mercado do futebol. Quem viver, verá”.
Ainda no futebol: Pelé, Maradona e Zidane não se encontraram para fazer a foto em que aparecerão juntos e cercados de malas para a nova campanha da Louis Vuitton na Copa do Mundo. O encontro acabou não acontecendo porque Maradona atrasou quatro horas e, para liberar Pelé e Zidane, a fotógrafa Annie Leibovitz montou um cenário, fotografou Pelé e Zidane e deixou um espaço para incluir Maradona na foto com os recursos do photoshop. Mesmo assim a revista inglesa (a foto foi feita em um pub londrino) Adversing Age revela que cada participante, ou seja, Pelé, Zidane e Maradona recebeu 500 mil euros. Dá até para Maradona comprar um bom relógio.

Ricardo Teixeira quer botar a bola na gaveta da FIFA

por Eli Halfoun
Estamos todos torcendo muito para que, na África do Sul, o Brasil bote novamente suas mãos (no caso também e principalmente os pés) certeiras na taça de mais uma Copa do Mundo, mas não há torcedor mais ansioso e entusiasmado do que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. A conquista do hexa pelo Brasil seria um forte argumento para os planos de Ricardo Teixeira de, em 2014, quando deixar a CBF, caminhar em direção à conquista da presidência da FIFA. Teixeira, que sonha alto, tem mais um forte motivo para torcer em dobro pelo Brasil: foi ele que bancou a criticada e combatida indicação de Dunga para o comando técnico da seleção brasileira. Como se vê Ricardo Teixeira, que não é bobo nem nada, quer ter prazer com o esforço dos outros.

O presente e o futuro da comunicação na visão de um especialista

por Eli Halfoun
Os avanços tecnológicos têm colocado a comunicação no centro de uma importante discussão em torno do novo comportamento a ser adotado por jornais e revistas, que muitos profissionais acreditam estarem com os dias contados por conta dos avanços da internet. Não é o que pensa o escritor e pesquisador francês Dominique Wolton, fundador e diretor da revista Hermés. Em entrevista ao Jornal do Brasil, ele falou sobre a nova comunicação.
FIM DOS JORNAIS: “Cada um tem seu lugar. A internet tem como aspecto positivo a sua capacidade de ser um instrumento de contrapoder e, como negativo, a sua segmentação. Já as mídias clássicas são positivas por se abrir a todos, mas negativas por serem generalistas demais. Precisamos de cada um dos dois em suas visões positivas. Cada mídia tem sua cultura e competência”.
FUNÇÃO DIGITAL: “A internet pode se transformar em um espaço onde todo mundo pensa a mesma coisa, pois cada um se fecha em sua comunidade. Mas se for regulamentada poderá refletir o pluralismo da sociedade. Aconteceu o mesmo na história da política, da ciência ou da arte. A comunicação é um projeto político. Com a internet, corremos o risco de entrar no comunitarismo: as comunidades se prendem em suas próprias afinidades, sem dar atenção a outras possibilidades. A comunicação é uma ida e volta, é preciso negociar as diferenças”.
SEM FORMAÇÃO: “O jornalismo é uma profissão que exige responsabilidade, uma maneira de ver o mundo. É importante que ela mantenha as portas abertas para os mais jovens. Mas acreditar que ela pode acolher todo mundo, mesmo aqueles que não conhecem as dificuldades do métier, é uma visão demagógica, que pode vulgarizar o ofício. Quanto mais surgem novas mídias, mais é preciso reafirmar a importância dos intermediários e de seu profissionalismo”.
COMUNICAÇÃO: “Há um descompasso entre a velocidade e o volume de informações aos quais temos acesso todos os dias e nossa capacidade de se comunicar. As informações avançam rápido, já a comunicação muito devagar. Identificamos erroneamente as técnicas de comunicação ao progresso, e esquecemos da complexidade do homem. A comunicação é uma das apostas científicas do século 21: precisamos gerar nossas diferenças, coabitar, muito mais do que dividir o que temos em comum. O desafio é tomar consciência que a comunicação deve conviver pacificamente com as novas tecnologias da mesma maneira que a ecologia. O mundo finalmente deu atenção à ecologia, agora é preciso ficar atento às ciências sociais da comunicação”.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Se ainda tinha alguém iludido...

(reprodução do jornal O Globo, 27/04/10).

por Jussara Razzé
Esta é para aqueles, iludidos, que ainda achavam que dá para fazer política sem colocar a mão na merda, como já disse, há tempos, Ciro Gomes. Que, aliás, acaba de ser defenestrado pelo próprio partido em sua ambição à candidatura à presidência. Gabeira empolgou parte dos cariocas na última eleição à prefeitura, como o azarão que conseguiu, contra todas as expectativas, ter chances reais de ganhar. Considerado O cara, um dos últimos representantes dignos da classe política e do voto daqueles mais decepcionados com os políticos em geral, ele acaba de se render. A mim não surpreende. Gabeira não tem culpa, nem acho que deixou de ser honesto. Apenas o sistema político brasileiro não deixa alternativas. É fazer coligação ou morrer na praia. Às vezes uma coisa não exclui a outra...

P.S. Para quem não é do Rio de Janeiro: apoiar o César Maia, último prefeito do Rio, a qualquer cargo público, é o que poderia acontecer de pior a nós, pobres moradores.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O letreiro de Hollywood foi salvo...


por JJcomunic
O jornalista Eli Halfoun escreveu aqui outro dia sobre o famoso letreiro de Hollywood, que corria o risco de ser demolido pela imobiliária dona do terreno, em Los Angeles. Estava em curso uma campanha para arrecadação de dinheiro para a compra da área, impedindo-se com isso a construção de um condomínio no local. Tom Hanks e Steven Spielberg já tinham contribuido para o fundo mas coube ao dono da Playboy, Hugh Hefner, completar a caixinha com os 900 mil dólares que faltavam. O local será, agora, transformado em um parque. Parece bobagem? Não é. O letreiro estava lá desde 1923. É memória. E o movimento que foi feito para preservá-lo um exemplo a ser seguido por aqui, onde impera a lei do trator. Está aí a prefeitura liberando a construção de espigões na Lapa e adjacências, comprometendo prédios históricos.

O adeus de um repórter

por JJcomunic
Leia no site da ABI sobre Mário de Moraes, repórter e fotógrafo que fez história em O Cruzeiro, vencedor de dois prêmios Esso, escritor, autor de matérias memoráveis como uma entrevista com o assassino de Trotsky e a premiadíssima reportagem "Os paus-de-arara, uma tragédia brasileira", esta em parceria com o jornalista Ubiratan de Lemos. Mário de Morais morreu ontem, aos 84 anos, no Rio de Janeiro. A página da ABI resume a história do repórter e publica sua última entrevista concedida a Rodrigo Caixeta, que é também o autor da foto ao lado reproduzida do site. Clique AQUI

Bye, bye disquetes

por Gonça
Se vão deixar saudades, não sei, mas a Sony, do Japão, a última fábrica de disquetes do mundo, anuncia que vai parar de fabricá-los no ano que vem. Os novos computadores já não têm drives apropriados e os únicos usuários são os proprietários de computadores mais antigos. Um disquete armazenava 1,44MB. Os pendrives, muito mais práticos e duráveis, já estão na casa dos gigas. Ainda tenho um monte aqui em casa, incluindo exemplares da versão bombada do disquete, o zip drive. No último computador que adquiri, montado com os penduricalhos que pedi, ainda consegui incluir um drive para disquete. No próximo, acho que não existirá mais o dispositivo, que foi útil enquanto viveu. O disquete vai para o mausoléu tecnológico, junto com o monitor de fósforo verde, o fax, o bip, a fita cassete, o gravador de rolo, o filme de 35mm, o projetor de slides...  

Fernando Meirelles quer o Estado de olho no nosso cinema

por Eli Halfoun
Ninguém mais resiste com veemência e até com certo nojo, como acontecia antigamente, quando é convidado para ver um filme nacional. Nosso cinema ganhou qualidade, ganhou respeito e, em conseqüência, ganhou público, o que não significa dizer que, com o aumento de arrecadação nas bilheterias, o problema financeiro que nosso cinema ainda enfrenta está resolvido. O diretor Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”) acredita (e espera) apoio do governo. Ele com a palavra: “Não é possível financiar filmes no Brasil apenas com bilheterias. Também sinto que os mecanismos de financiamento não devem ser vistos como uma situação temporária. Assim como o Estado deve investir em educação e saúde pública, deve fazer o mesmo em cultura. É curioso como ninguém acha que um hospital público ou um submarino precisam ser negócios auto-sustentáveis, mas na área da cultura cobra-se isso. Numa economia ou num mundo sustentável o trabalho deveria sair da área de produção e consumo de bens e migrar para a educação e cultura, que são atividades não só mais limpas como também geram mais felicidade.”

Ipanema faz 116 anos

(Foto tirada hoje, nas proximidades do Posto 9. Sem photoshop...)E o dia amanheceu especialmente deslumbrante para comemorar a data.

E agora, José?

deBarros
O Ministro da Previdência e o Governo, na pessoa do presidente do país, estão repetindo, enfaticamente, que o aumento de 7.7 % aos aposentados que ganham acima do salário mínimo custaria alguns bilhões de reais aos cofres públicos. Ora, esses bilhões não seriam maiores do que os bilhões de reais que a Previdência perde por ano, por roubos, desvios de dinheiro e outros golpes desfechados por vigaristas, malandros e alguns funcionários da Previdência, sim porque seria impossível dar golpes na Previdência sem a colaboração interna.
Ministro e governo se calam diante dessas perdas, deixando a impressão de que esses roubos de bilhões não alteram ou mesmo não fazem falta ao seu orçamento. Os bilhões dos roubos não são lastimados nem fazem falta, mas uns dois bilhões para tentar corrigir o benefício do aposentado vão quebrar a Previdência.
O Senado e a Câmara, em clima de eleição, apostam na aprovação do projeto de lei que tentará corrigir com o reajuste de 7.7 % a perda em dinheiro sofrida pelos aposentados a partir do ano em que se aposentaram até os dias de hoje. Esse problema do aposentado não é explicado devidamente e a impressão que o governo procura deixar é que vem dando, todos os anos, bons aumentos. Não é verdade. O aumento que dá aos aposentados não corresponde ao reajuste que dá ao salário mínimo sempre bem maior aos que excedem esse salário referência.
Fica aqui um exemplo para aqueles trabalhadores de hoje que vão se aposentar amanhã.
N se aposentou em 1983 com 30 anos e alguns meses de contribuição previdênciária. Dentro dos cálculos da previdência N passou a receber um benefício correspondente a 8,1/2 salários mínimos. Para a época um razoável salário.
Mas, com os anos correntes e obedecendo ao processo de cálculo da Administração Previdênciária, que usa um sistema de redutor salarial nos cálculos, o seu benefício é reduzido drasticamente e N, citado como exemplo, viu o seu benefício ser reduzido a menos de 4 salários mínimos.
O aumento de 7.7 %, que o governo promete vetar, se aprovado nas duas casas, não irá corrigir o benefício do aposentado mas tentará diminuir essa tremenda perda, que continuando, o levará ganhar menos que um salário nos próximos anos.
O governo aposta, já que são idosos, na morte por velhice dos aposentados nos próximos anos.
Quando candidato, o atual presidente do país, respondendo a uma pergunta de uma aposentada em um dos seus debates públicos, disse que no seu governo iria restituir a dignidade dos aposentados brasileiros equiparando-os aos aposentados europeus, que com o benefício que recebem, vivem uma vida tranquila sem problemas financeiros, podendo até passear pela Europa inteira. E agora, José?

domingo, 25 de abril de 2010

Sinto informar que o domingo já era

É carnaval? Não! É o Viradão Carioca

O bloco Bafafá no Posto 9

Haja photoshop...

Tudo bem, dizem que beleza não põe mesa. Mas esse trio de candidatos é de assustar criancinhas. Caramba! As fotos estão na seção "terrir" da ÉPOCA dessa semana.

Ipanema: último domingo de abril

Maracanã ou Casa da Banha?

Flamengo X Corinthians? Adriano com seus mais de 100 quilos de um lado, Ronaldo com quase isso do outro? Imperdível.

Polícia!

O "Legionários" de Marcos Mion, da Record, virou caso de polícia. A pretexto de uma "campanha" para a convocação de Neymar, do Santos, um repórter do programa postou-se até 23h diante da casa de Dunga, em Porto Alegre, com câmeras, holofotes e microfones focados na residência. Segundo a polícia, Dunga não conseguia entrar em casa já que quatro caminhões da emissora do bispo estavam bloqueando a garagem. Foi registrada um queixa por constrangimento ilegal. O "Legionários", que está capegando na audiência, é mais um programa do gênero que exagera no assédio a entrevistados. Dunga se irritou porque seu filho, de três, anos começou a chorar.

Olha só o barraco que Gisele Bundchen está construindo...

Deu no jornal "New York Daily News", ontem: a modelo brasileira realiza, à sua maneira, o sonho de mais uma casa própria. Taí o imóvel. Fica na Califórnia e é vizinho ao cafofo do governador do Estado, Arnold Schwarzenegger. Segundo o jornal, o "barraco" quando pronto, computando-se o valor do terreno, terá custado cerca de 20 milhões de dólares.

Ronaldo quer descobrir (e vender) novos Fenômenos em campo

por Eli Halfoun
Quando deixar os campos, o que deverá acontecer dentro de, no máximo, dois anos, Ronaldo Fenômeno não se afastará do futebol: decidiu ser empresário e em sociedade com Marcos Buaiz,o marido da cantora Wanessa Camargo, tratará de vender jovens revelações brasileiras para clubes do exterior.

Embolsando o dinheiro do consumidor

Primeiro foram as distribuidoras de energia elétrica - que segundo o TCU têm mais de 7 bilhões de reais a devolver aos consumidores por "erro" nas tarifas. Curiosamente, o "erro" é sempre em prejuízo do público. Agora, veja essa notícia da Folha de São Paulo: "As operadoras de telefonia fixa poderão ser obrigadas a devolver dinheiro a clientes que entraram na Justiça contra a cobrança de PIS e Cofins. Segundo advogados, a prática é irregular e ocorre há mais de uma década. A informação é de Julio Wiziack, em reportagem publicada na Folha (disponível para assinantes do jornal e do UOL). Cálculos iniciais indicam que as teles podem ter de devolver cerca de R$ 1 bilhão por ano se os 41,2 milhões de assinantes brasileiros decidirem acioná-las."

Nilton Ricardo é entrevistado no "Estrelas", de Angélica, ao lado de Luiza Brunet

por Gonça
O nosso amigo José Carlos Jesus enviou e o blog põe no ar a participação do fotógrafo Nilton Ricardo no programa Estrelas, da Globo. A apresentadora Angélica recebeu Luiza Brunet, que falou sobre sua carreira. Nilton (um recordista de capas, são centenas no seu portfolio, para revistas da extinta Bloch como Manchete, Fatos & Fotos, Desfile, Carinho, Mulher de Hoje, Pais & Filhos, EleEla, Amiga e outras) foi o autor das primeiras fotos de Luíza e assinou o primeiro editorial de moda da modelo para a revista Desfile, dirigida por Roberto Barreira. Depois, fez dezenas de capas com a sua musa. A propósito, Nilton relata parte da sua história e brilhante carreira no livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" (Desiderata), lançado por jornalistas que trabalharam na Bloch. No seu depoimento, no livro, ele compara épocas, fala de um tempo sem máquinas digitais e photoshop e de como os bons fotógrafos da Manchete tinham que ser versáteis: fotografavam em estúdio, nas ruas, na selva amazônica, registravam conflitos, crises e guerras e até produziam para fotonovelas.
No reencontro no programa de Angélica (outra que posou dezenas de vezes para a sua  câmera) rolou emoção e troca de lembranças. Nas reproduções, Nilton e Luiza no estúdio da Bloch em foto publicada na revista Manchete no começo dos anos 80; e em cena no "Estrelas". São histórias e vidas profissionais entrelaçadas.
Em uma das sequências do programa, os dois recriam uma sessão de fotos, como se voltassem ao passado nos estúdios da Frei Caneca e do Russell. Uma bela matéria. Veja o vídeo. Clique AQUI  

Ministério da Fazenda libera impostos para a Copa no Brasil

por Eli Halfoun
Se depender do incentivo do Ministério da Fazenda, o Brasil terá menos dificuldades financeiras para sediar a Copa do Mundo de 2014. O MF que está com o leão do imposto de renda cada vez mais feroz, resolveu ser bonzinho com a FIFA e promete dar aproximadamente meio bilhão de reais em isenções fiscais para ajudar a viabilizar a realização da Copa por aqui. Estudos otimistas mostram que a arrecadação entre este ano e 2014 com a Copa poderá chegar aos 16 bilhões, incluindo os 11billhões de impostos federais. O Ministério da Fazenda abriu caminho para que o Comitê Olímpico Internacional também pleiteie isenções fiscais para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016. Agora vai todo mundo querer entrar nessa nova boa boca livre.

sábado, 24 de abril de 2010

Sem sol, mas com chope...

Virou depósito?

É Ipanema, agora. Vem evento aí?

Max Ernst: arte no armário

por Gonça
Está em cartaz no Masp, em Sampa, até julho, uma exposição de obras do alemão Max Ernst. Trata-se da série "Uma Semana de Bondade", que representa a criação do mundo e estava trancada em um armário desde a década de 1930. Na época, um comprador adquiriu a coleção e simplesmente guardou tudo em casa até 2008. Dois comentários: um sujeito que priva o mundo de ver obras de arte, compra, esconde em casa, e não as cede regularmente para museus, é um manézão. E, já reparou como é movimentado o cenário cultural em SP? Carioca só fica sabendo sobre várias exposições que não dão as caras no Rio. Enquanto isso, o nosso MAM prefere construir mostrengos no Aterro. Eh, beleza!

Preconceito? Veja o filminho

por JJcomunic
O canal Fox americano, que pertence ao milionário Rupert Murdoch, é de direita, hiperconservador, foi sempre fechado com o Bush e aposta na Sarah Palin. Isso, todo mundo sabe. A novidade é que eles não são chegados a uma modelo mais cheinha. Pelo menos, é o que a grife de lingerie Lane Bryant está reclamando. Um dos seus filmetes teria sido recusado pela Fox. A grife acha que foi por puro preconceito contra as modelos mais bem nutridas. Veja o comercial. Clique AQUI

Memórias da redação: aconteceu na...

por Alberto Carvalho
(do livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Desiderata)
"As terças-feiras sempre foram dias tranqüilos na redação da revista Manchete. Bem ao contrário das segundas-feiras, dia do fechamento da edição da semana, quando Adolpho Bloch estava invariavelmente presente na redação e dava palpite em tudo, principalmente na foto da capa da revista e em vários outros assuntos, como a principal matéria da semana. Sem contar que o velho até mordia slides quando alguém sugeria uma foto e ele não gostasse. - "É um nojo, não é verdade isso?” - dizia Adolpho, já esperando que todos concordassem.
Mas vamos recordar aqui uma certa terça-feira que inicialmente seria como as demais: tranqüilas. Um dia depois do fechamento, quase sempre tenso, fazia-se a reunião de pauta e depois, com a equipe mais descontraída, jogava-se muita conversa fora. Falava-se do futebol de domingo ou cada um se gabava de quem teria comido quem no fim-de-semana. Em uma dessas ocasiões, estavam presentes eu (secretário de redação), os redatores Nilson Lage, Narceu de Almeida, Wilson Cunha, Mauricio Gomes Leite, José Rodolpho Câmara (colunista social) e alguns repórteres especiais. (...)
Mas quando a conversa pós-reunião de pauta estava super animada eis que o Adolpho Bloch entra redação e pergunta de cara: "Quem vai fotografar Brasília?” Silêncio geral! Ninguém sabia porque o Adolpho queria uma matéria sobre Brasília àquelas alturas dos acontecimentos. Não era aniversário da cidade, não havia uma data que merecesse um registro. (..)
- Vocês não sabiam que o Presidente JK chegará ao Rio na terça-feira e virá direto do exílio?!, esclarece Murilo Melo Filho.
Não. Ninguém sabia, pois os jornais, rádios e televisões não davam, então, destaques para notícias que envolvessem JK. Obviamente tinha dedo do governo militar. A idéia do Adolpho era mandar fotografar a capital de cabo a rabo e mostrar as fotos a JK. Um gesto de amigo, já que o Governo Federal teria proibido o ex-presidente de passar pela Capital que ele criou e sequer sobrevoar o Plano Piloto.
- Eu quero grandes fotos!!! - exclamava o Adolpho, acrescentando que JK não pudera acompanhar o crescimento da sua querida Brasília. (...) Quando o Adolpho se referia a grandes fotos ele queria dizer fotos em tamanho 6x6 da famosa RolleyFlex. Ele odiava as fotos em 35mm, achava que não havia riqueza numa foto tão pequena.
Esse papo de fotografar Brasília para o JK ver seria segredo. Adolpho não queria desagradar os homens do Governo caso eles soubessem. (...)
Chegou o dia D. O ex-Presidente ia desembarcar no Rio. E esse dia passou sem que se realizassem muitas manifestações no Rio de Janeiro. Apenas uns gatos pingados no aeroporto do Galeão. Tropas da polícia foram espalhadas pelos pontos estratégicos da cidade, onde pudesse haver algum movimento contrário à ditadura. Era uma sexta-feira sem grandes expectativas de programas com amiguinhos bebericando em algum bar.
O telefone da redação toca:
- "Alô”, eu atendo.
Alguém do outro lado com uma voz cavernosa dizia:
- Manda o Alberto vir aqui na sala do Adolpho, urgente! Era uma sala que ele ocupava todas as manhãs, no segundo andar do edifício, onde ele despachava assuntos financeiros com os diretores da área.
Aí eu pensei: O que será que eu fiz pro velho me chamar com urgência na sala dele, onde raramente chamava alguém? Aumento de salário não seria, então só podia ser espôrro!
Desci depressa e encarei o velho de frente:
- O que o sr. quer, seu Adolpho? - perguntei meio receoso.
- Prepara todo o material de Brasília que nós vamos projetá-lo para o Presidente e para a D. Sarah no apartamento deles, hoje à noite.
Dito pelo velho, feito por mim. Imediatamente chamei o Walter Firmo (autor das fotos)e começamos a selecionar o material, pondo em ordem, por temas e assuntos, como se fossemos projetar um filme, isto é: deixando as fotos de maior impacto para o fim.
Peguei o projetor Rolley, que já existia há mais de dez anos e que invariavelmente dava problemas no meio de cada projeção rotineira que eu fazia para a revista. Armamos tudo e aguardamos a ordem do "titio" para irmos juntos para o “cadafalso” caso o projetor resolvesse atrasar o nosso lado na hora h.
Já imaginou: eu e o Firmo no apartamento do Presidente, dando esse vexame? Seria o king kong do ano e as demissões do século.
Às seis horas da tarde o Adolpho partiu na frente, sozinho, para o apê do Nonô. Eu fiquei aguardando a ordem para ir no Rolls-Royce que ficou a nossa disposição, com motorista e tudo. Eu e o Firmo não sabíamos que aquela projeção seria uma surpresa para o casal. Apenas ao chegar lá, no apartamento da Av. Atlântida, é que ficamos sabendo que JK e Dona Sara nada sabiam da sessão idealizada por Adolpho. Daí tivemos que improvisar uma mesa para posicionar o projetor e descobrir uma parte vazia na parede para refletir as fotos, pois a sala de JK tinha quadros por todos os lados. Peguei uns três catálogos de telefone, botei em cima da mesa principal da sala, instalei o projetor, afastei um abajur grande, de pé, que se encontrava perto da parede e ali se improvisou uma tela genial!

Na reprodução da revista Manchete, JK na Catedral de Brasília assiste à missa de inauguração de Brasília, há 50 anos.
Eu e o Firmo fomos recebidos pelo casal como se fôssemos amigos de longo tempo. Fomos abraçados com carinho pelo casal. Isto nos deixou à vontade.
Começamos a projeção. Pela ordem, na “platéia”: Juscelino, eu (operando o projetor), seu Adolpho, D. Sarah e o Firmo. Só tínhamos nós no apartamento. Parecia até uma conspiração
A cada foto, ouvia-se uma expressão de satisfação de d. Sarah. JK sempre calado. Mostramos o setor comercial da capital, ainda acanhado, o lago, as residências dos ministros, a granja do Torto, etc. A maioria das fotos em vista aérea. Quando surgiu a Catedral, D. Sarah exclamou.
- Nô, você sabia que a idéia do espelho d'água foi minha?
Nenhum comentário. Mas sei que fotos internas e externas da Catedral deslumbraram o ex-presidente. Olhei pra ele e vi uma expressão de felicidade em seu rosto. Quando surgiu a Esplanada dos Ministérios, JK fez seu primeiro comentário, em voz baixa e rouca:
- Tem muita gente ali que deveria estar na Ilha Grande. (onde havia um presídio de segurança máxima).
Adolpho concordou. As fotos foram passando: Itamaraty, Praça dos Três Poderes, o Alvorada. Olhei disfarçadamente para o lado, mais uma vez, e vi os olhos do Presidente lacrimejando. Nas fotos da rampa do Palácio e do Parlatório eu senti a mão do presidente timidamente sobre meu ombro. Ele chorava, chorava copiosamente. Como última foto da sessão, eu reservei para o Catetinho. Aí ele encostou a cabeça no meu ombro e chorou lágrimas de cachoeira sobre a minha camisa que ficou completamente ensopada. Com a foto do Catetinho ainda na tela, JK disse a segunda frase que me comoveu muito mais que as lágrimas:
- O que serei daqui por diante?
Saí do apartamento carregando o trambolho do projetor, as fotos, a camisa molhada de lágrimas, e a impressão de que havia testemunhado um simples mas comovente pedaço da história..."
(Leia este texto completo em "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou", livro lançado pela Desiderata e que é uma iniciativa do grupo de ação cultural Pão com Ovo, criado por ex-funcionários da Manchete. O Pão com Ovo, naturalmente, inspirou este blog paniscumovum)

O que vivemos? Uma demodura ou uma ditacracia?

por Gonça
Durante a ditadura, a polícia proibia greves. Na democracia pós-militares, a justiça, na prática, proibe as greves. Movido por bancadas de patrões, deputados e senadores  costuraram leis que, associadas à "interpretação" de juízes, inviabilizam este instrumento legítimo dos trabalhadores. Funciona assim: as assembléias sindicais votam pela greve, ok. Quando o movimento começa a incomodar - sim, greves são feitas para incomodar ou não teriam sentido -, os patrões recorrem à justiça que, invariavelmente ou em 99,9%, decide pela ilegalidade. Há tantas condições impostas para que uma greve se torne legal que é praticamente impossível atendê-las. A partir da decisão da justiça, se mantiver a paralisação, o sindicato da categoria pode ser multado em milhões, ter seu funcionamento e sua sede ou centro recreativo, seus bens, sua sobrevivência financeira, enfim, comprometidos caso não pague as multas. Nesse mecanismo, o Estado optou claramente por uma lado da questão, de qualquer questão: o dos patrões. O trabalhador que se dane.
Por que abordo esse assunto? Por quase nada. Por, apenas, uma noticia curiosa que li há pouco: em 2006, a Vale comprou uma empresa de mineração no Canadá. Tentou, depois, mexer em direitos dos operários, como o fundo de pensão e a remuneração baseada na cotação do minério - níquel - no mercado. Resultado: 3 mil mineiros entraram em uma greve que já dura mais de 200 dias. A Vale descobriu que, sem a muleta da legislação patronal brasileira, o buraco, no Canadá, é mais em baixo. E mais gelado.

Martinho e Noel: a Vila em dobro com canções antológicas

por Eli Halfoun
Berço de sambistas, como se dizia “nas antigas”, só a Vila Isabel poderia permitir o encontro de dois de seus filhos mais famosos, bambas da nossa música. É o que acontece no novo CD de Martinho da Vila. No novo e antológico momento musical, o compositor que carrega a Vila em seu nome artístico interpreta algumas das mais populares canções do compositor que fez a Vila estar em todo o país e em todas as bocas: Noel Rosa. A idéia de reunir o Martinho e Noel é da produtora Biscoito Fino, que lançará o CD ainda nesse semestre. Não é só a honra de interpretar Noel Rosa que está fazendo a alegria de Martinho: ele vibra também com a gravação de “Último Desejo”, acompanhado pela primeira vez por Maíra Freitas, sua filha pianista.. Pode não ser o último desejo de Martinho, mas é sem dúvida um desejo que ele tinha faz tempo. Quem ouviu garante que a gravação é pura emoção: Martinho, Maíra e Noel em uma única e sonora sintonia.

A Copa do Mundo está na CNN Internacional


por Eli Halfoun
Até que se concretize a notícia final que todos esperamos, a de que o Brasil é campeão mundial de futebol mais uma vez (é hexa, é hexa, como certamente gritará o locutor Galvão Bueno), quanto mais informações sobre a Copa do Mundo melhor. É o que a CNN Internacional oferece no especial “South África 2010” sobre a Copa .O programa será exibido nessa sexta-feira, dia 30, e entre muitas outras informações tem entrevistas com o presidente da FIFA, Joseph Blatter, com o jogador espanhol Fernando Torres e com o também, jogador alemão Michael Ballack, além de uma conversa exclusiva com o nosso até agora vitorioso técnico Dunga (aquele mesmo em quem ninguém acreditava). O especial tem como apresentador o âncora português Pedro Pinto.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vale a pena ver: José Simão no Monkey News...

É na TV Uol. Entre outras coisas, uma 'denúncia': "Buemba, padres fizeram inferninho em Arapiroca"
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Silêncio na mídia: jornalistas assassinados em Honduras

E a mídia, hein, que tanto defendeu o golpe em Honduras? Não está na hora de protestar contra o assassinato de jornalistas no pais. Já são seis vítimas fatais nos últimos três meses. Outros dois sobreviveram a atentados. Parece mais um "esquadrão da morte" que tira de cena profissionais que incomodam os poderosos. Sites e blogs têm denunciado a perseguição a militantes que se opuseram ao golpe. Honduras parece sofrer, em silêncio, uma "Operação Limpeza" após a "eleição" que "legitimou" o golpe.  

O papel da imprensa no golpe de 64. Saiba mais. Vá ao site da ABI

Leia matéria sobre o lançamento do livro "O Globo, o Jornal e Jornal do Brasil na Queda do Governo Goulart (1961-1964)", do professor Aloysio Castelo de Carvalho, da UFF. O livro é da Nit Press e Editora UFF. É melhor ir ao site da ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Dificilmente você verá resenhas ou matérias sobre este livro nos grandes jornais. Clique AQUI
E caso queira comprar o livro, clique AQUI

Quer ver a versão para Ipad do livro Alice no País das Maravilhas?

Livro gráfico não vai acabar tão cedo, mas você ainda tem dúvida de que é este o futuro? Clique AQUI

Photoshop pirado


O caso é o seguinte: o diretor de arte tomou umas canas, virou a noite sem dormir, claro, chegou em casa com bafo de gás metano, beijou a sogra em vez da mulher e foi direto para o trabalho. Antes, para rebater a vodca Kovak com conhaque Dreher que entornou, tomou um coquetel batizado de "espoleta sismográfica", coisa que se bebia antigamente. O nome é inspirado no cartucho com carga explosiva que geólogos usam para sondar as profundezas. Não se sabe a receita, na verdade, a fórmula, mas no velho Novo Mundo quem tomava a "espoleta" via o lado escuro da Lua. Dizia, então, que o tal diretor de arte, depois de devidamente adulterado, ligou o seu Mac e fez as merdas acima. No alto, a perna direita da modelo segue estranha anatomia; na Esquire, o pé direito da moça ninguém sabe, ninguém viu.
Quer ver mais loucuras do photoshop? Clique AQUI  

Barriga sarada de Gisele Bundchen é capa de revista

por Eli Halfoun
Não foi muito difícil para Gisele Bundchen recuperar a forma depois da gravidez. Para mostrar que está com tudo em cima, o belo corpo fez questão de posar mostrando a barriga na capa da edição de maio da Vogue Korea. Gisele que ainda está entre as modelos de maior faturamento no mundo (agora só perde para Kate Moss e para Heidi Klum) é atração do principal editorial da revista que, em muitas páginas, mostra a nossa modelo com uma série de roupas baseadas em uniformes militares, mas nem assim ela perde seu charme e beleza.