sexta-feira, 18 de outubro de 2019
O padre, a moça, a batina e o chicote
por Ed Sá
1999 foi o último ano completo da Manchete nas bancas. A revista ainda virou o milênio até agosto, quando os últimos a sair apagaram a luz. Talvez os tempos já difíceis e o clima ainda carnavalesco - era fevereiro - expliquem essa estranha capa: padre Marcelo Rossi e Tiazinha. Mas a Manchete encontrou um pretexto para juntá-los. Como a chamada explicava, "usando batina e chicote" os dois eram o grande fenômeno de mídia da época. Em simetria com o título principal, Anatomia do Sucesso, a fotomontagem deixa bem claro os atributos que levaram cada um ao mundo das celebridades: as mãos postas do padre - na imagem aparecem perigosamente próximas do pecado - e as curvas da moça criadas por Deus.
Repare que na Manchete o açoite e a fé convivem harmoniosamente. Nem sempre foi assim. Dê uma olhada nessa gravura de Charles Monnet (1732-1808). Chama-se "The Flagellation of the Penitents".
Um adendo: essa capa, na época, não provocou comoção nacional.
No Brasil de hoje as milícias religiosas provavelmente chicoteariam os editores "infiéis".
quinta-feira, 17 de outubro de 2019
Fotografia - Moro é vítima de bullying
A capa do Estadão (16/10/2019) estampa uma dessas fotos que não precisam de legenda para assinalar uma situação política. Durante cerimônia de hasteamento da bandeira, em Brasília, a fotógrafa Gabriela Biló registrou um gesto típico de Bolsonaro fazendo "arminha" em direção a um cabisbaixo ministro da Justiça Sergio Moro. Ao lado, Paulo Guedes, ministro da Economia, mostra um riso babão sobre a encenação do chefe. Embora obediente ao Planalto, Moro tem recebido algumas estocadas políticas, a maioria vinda do próprio Bolsonaro. Se ambos estivessem na escola, Bolsonaro seria o bully (que em inglês corresponde ao aluno que frequentemente atormenta e intimida um colega) e Moro seria a vítima do bullying.
Gabriele Biló não fez apenas uma imagem. Ela enquadrou a mediocridade política tão atual que nem um photoshop cavalar deixaria o Brasil bem na foto.
terça-feira, 15 de outubro de 2019
Novo cenário do jornalismo da Record. As redes sociais definem como um cruzamento do Louro José com o Véio da Havan...
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| As cores do jornalismo da Rede Record. Reprodução |
O novo cenário do jornalismo da Record é praticamente uma confissão de culpa. A rede não esconde o alinhamento com o governo Bolsonaro, mas não precisava exagerar. Falta apenas o logotipo "Pátria Amada". As redes sociais comentam que o design foi inspirado no Véio da Havan, o empresário Luciano Hang, apoiador incondicional do Bozo e que encarna um personagem bizarro, espécie de "Louro José" da ultradireita, que veste uma fantasia cromática semelhante a palheta de cores do jornalismo da emissora do "bispo".
Benício Medeiros, amigo, colega e vizinho • Por Roberto Muggiati
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| Benício Medeiros (1948-2019). Foto: Acervo Pessoal |
Quando a troika paulista (Tão, Octávio e Nunzio) saltou da melancia no Halloween de 1997, Jaquito me convocou de novo para “salvar” a revista. Escolhi Benício como chefe de redação. Era uma causa perdida, sabíamos todos. Ainda assim, consegui me segurar no cargo até maio de 1999 quando, na mesma manhã de terça-feira, recebi três notícias alvissareiras: Um convite da prefeitura de Catania, na Sicília, para visitar a cidade à sombra do Etna; um telefonema da Luciana Villas Boas, da Record, confirmando que ia publicar meu romance A contorcionista mongol; e, last and least, a dispensa da chefia da Manchete, após conversa de meio minuto com o Jaquito, sacramentada pelo grande manobrista dos veículos da Bloch, Janir de Holanda, outro que deixou o barco recentemente. Detentor do recorde de permanência à frente da Manchete – não sei se devo encarar isso como um mérito – fui despachado para a direção do EleEla. Desta vez, Benício não me acompanhou, tinha coisa melhor a fazer e se mandou.
Veterano batizado no fogo dos fechamentos em jornais como O Globo e Jornal do Brasil e revistas como Veja e IstoÉ, Benício publicou também livros importantes como a biografia de Otto Lara Resende (A poeira da glória, 1998), na coleção Perfis do Rio, da Relume Dumará) e A rotativa parou (Record, 2010), sobre os últimos dias da Última Hora de Samuel Wainer (*).
Colegas de redação e vizinhos de bairro, costumávamos ficar horas nas esquinas de Botafogo trocando figurinhas. Um detalhe curioso que me contou certa vez me veio à cabeça agora. Todo santo dia, Benício costumava padecer de dores de cabeça terríveis. A partir do momento em que sua mãe morreu, nunca mais sofreu a menor cefaleia. Benício morreu aos 71 anos de complicações de uma metástase cerebral. Telefonei para ele há cerca de duas semanas para saber se tinha um número antigo da revista Drinque, que ele editava e da qual eu era colaborador. Achei-o meio ríspido, a voz estranha, alegou que estava se recuperando de uma cirurgia de catarata...
A última vez que estive em sua casa na Martins Ferreira foi na festa dos seus 70 anos. Cheguei fazendo blague desculpando-me pelo atraso, que atribuí aos engarrafamentos de Botafogo – moro a duas quadras desertas do Benício. Ele não perdeu a oportunidade para me fazer recitar, diante de uma plateia seleta (a mestra Helena Godoy; Cecília Costa, a escritora; Lygia Marina, a musa; Chico Alvim o poeta) uma das minhas histórias de Paris, que adorava. Era sobre o dia em que, na missa de corpo presente da atriz Vera Amado Clouzot – à qual eu comparecera como sórdido voyeur só para respirar o mesmo ar de Brigitte Bardot e Françoise Arnoul – me vi empurrado na direção do viúvo, o diretor de Les diaboliques, que me abraçou com os olhos marejados e me obrigou a aspergir água benta sobre a defunta, num esquife elevado a três metros acima de nós num catafalco.
O Benício sabia me tirar do sério. Já está fazendo falta...
* Leia a matéria sobre o livro de Benício no link A Rotativa Parou
domingo, 13 de outubro de 2019
sábado, 12 de outubro de 2019
Para quem pensa que é fácil ser santa... As provações da Irmã Dulce
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| Irmã Dulce, Salvador, 1984. Foto de Antonio Ribeiro/ Reprodução Manchete |
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| Com Emílio Médici, em 1970. Foto Reprodução Manchete |
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| Com ACM e João Figueiredo.Foto Roberto Stuckert/Reprodução Manchete |
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| Com Sarney. Foto Gervásio Baptista/Reprodução Manchete |
Irmã Dulce será canonizada amanhã, no Vaticano. É a primeira santa nascida no Brasil.
Tanto quanto, em vida, muitos santos foram perseguidos por poderosos outros se viram obrigados a se aproximar de figuras deploráveis em nome de suas obras sociais.
Dizem que Irmã Dulce, que passará a se chamar Santa Dulce dos Pobres, evitava declarar posições políticas, a ela interessava obter ajuda para os seus pobres, o que não a livrou de problemas. Ainda jovem, foi suspensa por dez anos da sua congregação, que não concordava com as suas obras sociais, invadiu casas abandonadas para abrir doentes e fundou uma organização operária católica que foi mal vista por patrões baiano.
Mas a provação maior deve ter sido encontrar políticos, presidentes e ditadores para pedir ajuda para as instituições beneficentes. Uma verdadeira via crucis. Em 1947, ela e 300 crianças pobres literalmente cercaram o presidente Dutra, que visitava Salvador, como estratégia para serem ouvidas e conseguir verbas para suas obras.
Dizem os católicos que ninguém chega a santo sem caminhar sobre espinhos. Em nome de Deus, Irmã Dulce teve que apertar a mão de alguns "demônios" políticos. Vai ver tal sacrifício pesou positivamente na sua canonização.
A freira faleceu em 1992, aos 77 anos. A partir de então foi poupada de dar a mão às anomalias políticas que o país insistiu e insiste em produzir.
Foi poupada, inclusive, da presença física de uma dessas deformações em exercício no momento da canonização no Vaticano.
Deve ser seu mais recente milagre.
Surfe ferroviário à francesa. Uma onda que nasceu no Rio?
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| Surfando no metrô em Paris. Reprodução revista "M", do Le Monde |
A revista "M", do Le Monde, publica uma matéria sobre surfistas ferroviários em Paris. A onda chegou ao metrô da capital, especialmente à linha 6 que tem trecho a céu aberto e passa ao lado da Torre Eiffel. A vista é deslumbrante, o que explica a preferência dos surfistas que postam fotos e vídeos das manobras no teto da composição.
A reportagem afirma que esse tipo de desafio urbano fora da lei, que já causou mortes em vários países, começou na Alemanha nos anos 1990.
Há controvérsias.
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| No Índia, o "surfe" ferroviário é massificado, por necessidade. Reprodução Twitter |
A revista Trip publicou em abril de 1988 uma reportagem sobre os surfistas ferroviários do Rio de Janeiro. "Agachados ou em pé, fazendo estilo como se estivessem surfando uma onda, os atletas descobrem aí a sensação de deslizar no espaço, o tesão do vento na cara, a 80 quilômetros por hora. O destino é o local de trabalho, que pode ou não ser alcançado. Vai depender dos obstáculos: linhas de corrente elétrica, a cerca de um palmo da cabeça, ou um túnel inesperado, ou um trem em sentido contrário, ou a repressão policial. Centenas de garotos, entre dez e 20 anos, que descobrem a adrenalina como forma de protesto. Imagens lisérgicas, chocantes, matéria-prima para um filme de Ridley Scott", assim o repórter Fernando Costa Netto descrevia a pratica perigosa e ilegal que o fotógrafo Marcos Prado registrou para a Trip.
Segundo a "M", a travessia do Senna sobre teto do metrô é considerada o Everest dos surfistas ferroviários que também deslizam nas linhas de Moscou, Berlim, Melbourne, Nova York e Estocolmo.
Jane Fonda, 82 anos, é detida durante protesto em Washington. Ao sair da prisão, ela marca nova manifestação
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| Jane Fonda detida em frente ao Capitólio, em Washington. Foto/Reprodução janefonda.com |
"As algemas de plástico machucam mais do que as de metal e eu descobri que não é fácil para uma pessoa de 82 anos entrar e sair de um carro de polícia sem o uso das mãos", escreveu Jane Fonda em seu site, após ser presa durante manifestação em Washington, ontem, em protesto contra o descaso dos governos diante da degradação do clima.
Ela contou que foi detida com mais 15 pessoas que ficaram em duas celas com portas abertas. O grupo pagou 50 dólares de multa e foi liberado depois de algumas horas. "Só me mudei para D.C. há duas semanas. A ideia me veio no fim de semana do Dia do Trabalho em Big Sur. Eu estava com meus amigos Catherine Keener e Rosanna Arquette e comecei a ler o novo livro de Naomi Klein, “On Fire: The {Burning} Case for Green New Deal”. Tudo o que Naomi escreve abala meu mundo, mas este realmente me trouxe o urgência da nossa situação. A jovem estudante sueca Greta Thunberg, que iniciou a greve escolar em frente ao Parlamento sueco, disse: 'Esta é uma crise. Devemos agir como se nossa casa estivesse pegando fogo ... porque está'", conclui a atriz.
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| Jane Fonda em 1969. Repropdução |
Jane Fonda, que protestou nos 1960/1970 contra a guerra do Vietnã, agora levanta a bandeira da defesa do meio ambiente e se junta às manifestações contra o aquecimento global, ameaça real que avança no planeta.
No site, ele convoca para o Green New Deal, manifestação marcada para o dia 17 de outubro. "Isso é algo realmente vital para entendermos melhor. Essa é a estrutura que nos guiará no futuro. Será violentamente atacada pela indústria de combustíveis fósseis e pelos políticos que eles compraram. Nós, o povo, devemos nos unir por trás disso", diz ela que não apenas vai às ruas como protesto como faz parte do grupo de líderes dos protestos.
Leia mais do site oficial de Jane Fonda, AQUI
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
Vai ter sufoco! - Aquecimento global pode afetar Jogos Olímpicos de Tóquio
por Niko Bolontrin
O site Slate alerta que a mudança climática pode transformar os Jogos Olímpicos de Tóquio em uma fornalha.
As competições acontecerão entre 24 de julho e 9 de agosto de 2020. Como comparação, a temperatura em Tóquio no mesmo período em 2019 alcançou uma média 38° Celsius com picos de 41° e com a umidade media de 80%, o que projetou a sensação térmica para cerca 49° Celsius. Mais de 20 mil pessoas foram hospitalizadas e 70 morreram por causa do calor. Se não vai ser fácil para turistas e locais, quanto mais para os atletas de alta performance.
Para Makoto Yokohari, professor de estudos ambientais da Universidade de Tóquio, ouvido pelo Slate, a competição deveria ser realizada em novembro. As Olimpíadas de Tóquio de 1964, antes dos efeitos mais severos do aquecimento global, foram realizadas em outubro frio e chuvoso. O New York Times apontou recentemente a data inapropriada em 2020 é consequência da pressão da NBC, que detém os direitos de transmissão.
LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO SLATE, CLIQUE AQUI
O site Slate alerta que a mudança climática pode transformar os Jogos Olímpicos de Tóquio em uma fornalha.
As competições acontecerão entre 24 de julho e 9 de agosto de 2020. Como comparação, a temperatura em Tóquio no mesmo período em 2019 alcançou uma média 38° Celsius com picos de 41° e com a umidade media de 80%, o que projetou a sensação térmica para cerca 49° Celsius. Mais de 20 mil pessoas foram hospitalizadas e 70 morreram por causa do calor. Se não vai ser fácil para turistas e locais, quanto mais para os atletas de alta performance.
Para Makoto Yokohari, professor de estudos ambientais da Universidade de Tóquio, ouvido pelo Slate, a competição deveria ser realizada em novembro. As Olimpíadas de Tóquio de 1964, antes dos efeitos mais severos do aquecimento global, foram realizadas em outubro frio e chuvoso. O New York Times apontou recentemente a data inapropriada em 2020 é consequência da pressão da NBC, que detém os direitos de transmissão.
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Diário de São Paulo: jornal-zumbi é acusado de plágio
O Diário de São Paulo, antigo Diário Popular, é uma espécie de recordista de operações de ressurreição. Os grupos Orestes Quércia, Globo e J. Hawila já fizeram tentativas frustradas para tirar o jornal da UTI. Em vão. Sobreviveu entubado, por uns tempos, até que os aparelhos foram desligados. Restaram as dívidas trabalhistas.
Decretada a falência do jornal no ano passado, a marca foi adquirida pelo empresário Kléber Moreira, ex-candidato a deputado estadual pelo PEN, agora Patriotas.
O site spdiario.com.br , aparentemente ainda incompleto, informa que o Diário de São São Paulo voltará a circular também em versão impressa "com nomes respeitados do jornalismo nacional".
É bom que a equipe seja logo constituída. Segundo matéria publicada pelo Comunique-se, a página do jornal teria utilizado cópias de conteúdos produzidos por outros veículos. É o popular "ctrl C"+Ctrl V", mas conhecido como plágio.
Veja a matéria no site do Comunique-se, AQUI
Decretada a falência do jornal no ano passado, a marca foi adquirida pelo empresário Kléber Moreira, ex-candidato a deputado estadual pelo PEN, agora Patriotas.
O site spdiario.com.br , aparentemente ainda incompleto, informa que o Diário de São São Paulo voltará a circular também em versão impressa "com nomes respeitados do jornalismo nacional".
É bom que a equipe seja logo constituída. Segundo matéria publicada pelo Comunique-se, a página do jornal teria utilizado cópias de conteúdos produzidos por outros veículos. É o popular "ctrl C"+Ctrl V", mas conhecido como plágio.
Veja a matéria no site do Comunique-se, AQUI
quinta-feira, 10 de outubro de 2019
Liga Antidifamação denuncia: sinal de "OK" (nos Estados Unidos) virou gesto racista
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| Racista americano faz o "OK", agora gesto de ódio. Reprodução Twitter |
Aqui, mostrar para alguém a mão aberta com apenas o indicador e o polegar juntos em círculo é ofensa, uma espécie de tradução do "vtc" em linguagem de sinais. Lá, sinalizava um "tudo bem".
Pois o "OK" à americana acaba de ser proscrito nos Estados Unidos. Foi anexado pela Liga Antidifamação à lista de símbolos racistas agora que supremacistas brancos se apropriaram do gesto.
A decisão da ADL, na sigla em inglês (Anti-Defamation League), deve levar as redes sociais a eliminarem o "OK" das galerias de emojis. O que não vai afetar os internautas brasileiros.
Pelo motivo apontado, usa-se aqui o polegar para cima, o popular "joinha", como símbolo afirmativo.
Os supremacistas brancos também adotam um sinal que pode ser confundido aqui com aquele "coração" formado pelas duas mãos juntas muito comum em estádios. Com pequena diferença de posição dos dedos, os racistas formam o "88". Para eles, o número é código para "Heil Hitler" e refere-se ao "H", a oitava letra do alfabeto.
No site oficial da Liga estão relacionados dezenas de símbolos de ódio.
Veja AQUI
quarta-feira, 9 de outubro de 2019
Magdalena Wosinska: Fotógrafa faz a volta ao mundo... nua
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| Na Califórnia. Foto de Magdalena Wosinska/ Instagram |
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| Na Suiça. Foto de Magdalena Wosinska/Instagram |
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| No México. Foto de Magdalena Wosinska/Instagram |
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| Magdalena Wosinska. Reprodução Instagram |
A fotógrafa polonesa Magdalena Wosinska, 34, percorre o mundo fazendo selfies nua. Trata-se do projeto The Magdalena Experience. Na sua turnê sensual ela já passou pelos Estados Unidos, México, África do Sul, Portugal e Islândia. Brasil ainda não entrou no roteiro.
A fotos podem ser vistas no Instagram e no site oficial da fotógrafa.
Um livro por quase 500 mil reais. É a biografia da cantora Rihanna
por Clara S. Britto
A cantora Rihanna lançou sua biografia. São 504 páginas e 1050 fotos. A versão mais barata, standard, custa em torno de 600 reais. Mas se você preferir comprar a tiragem especial Ultra Luxury Supreme de luxo vai desembolsar quase 500 mil reais.
VEJA IMAGENS NO SITE DA EDITORA PHAIDON, AQUI
A cantora Rihanna lançou sua biografia. São 504 páginas e 1050 fotos. A versão mais barata, standard, custa em torno de 600 reais. Mas se você preferir comprar a tiragem especial Ultra Luxury Supreme de luxo vai desembolsar quase 500 mil reais.
VEJA IMAGENS NO SITE DA EDITORA PHAIDON, AQUI
Os heróis despedaçados do Padilha...
O diretor José Padilha não dá sorte com os seus heróis. Se não morrem de overdose, como cantava Cazuza, sofrem abalos nas reputações. Com "Tropa de Elite" e "Tropa de Elite 2", ele exaltou o Bope, hoje com alguns integrantes investigados ou condenados por corrupção e ligações com traficantes e milicianos. Com "O Mecanismo", Padilha elevou ao Olimpo o juiz Sergio Moro e seus procuradores hoje desmascarados pelos vazamentos divulgados pelo Intercept e por parte da mídia conservadora. O verdadeiro mecanismo escondia irregularidades, violações dos processos judiciais e ativismo político. Só falta o Robocop, do filme que ele dirigiu e que foi considerado um fracasso em bilheteria, virar bandido.
Cartazes nazistas em Santa Catarina. Justiça não vê "dolo" e absolve integrantes da organização "White Front"
O DCM (Dário do Centro do Mundo) noticia que o juiz Augusto Cesar Aguiar, da 1ª Vara Criminal de Itajaí, rejeitou a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina e absolveu Fabiano Schmitz e Kaleb Frutuoso das acusações de crime de preconceito de raça, por associação ao nazismo. Eles foram presos em 2014, pela distribuição de cartazes em homenagem ao aniversário de Adolf Hitler. Os cartazes, que tinham a inscrição “Heróis não morrem. Parabéns Führer”, apareceram no Centro de Itajaí e eram assinados por uma entidade chamada White Front – Frente Branca. O juiz achou que não houve dolo nem intenção de divulgar o nazismo. Leia mais no DCM, AQUI
segunda-feira, 7 de outubro de 2019
50 anos de "A Noite dos Desesperados", 90 anos da Grande Depressão: a dança dos anônimos na crise econômica...
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| "A Noite dos Desesperados, 50 anos (*). Foto: Divulgação |
Em 1969, o cinema lançou "They Shoot Horses, Don't They?" (no Brasil, "A Noite dos Desesperados"), dirigido por Sidney Pollack, baseado no romance de Horace McCoy.
Foi um choque nas plateias. Cinquenta anos depois, o filme parece atual em circunstâncias diferentes.
Tal qual hoje, as guerras eram um lucrativo empreendimento para os Estados Unidos. Ao fim da Primeira Guerra Mundial, com as estruturas de produção no chão, a Europa virou freguesa dos americanos, era obrigada a importar todo tipo de produto, especialmente agrícolas. Wall Street encheu os cofres. O consumismo a crédito fácil disparou, a euforia tomou conta do país. Os anos 20 foram dourados para o Tio Sam.
Em poucos anos a Europa começou a se recuperar e a importar cada vez menos dos Estados Unidos. Estoques se acumularam. Sem ter a quem vender, a indústria e a agricultura americanas viram a superprodução se transformar em encalhe monumental. Os consumidores perderam os empregos e ficaram com as dívidas dos anos dourados. No dia 24 de outubro de 1929, há 90 anos, a bolha explodiu. Os papeis financeiros despencaram, viraram lixo, acionistas perderam tudo em questão de minutos, o povo não investidor foi chutado de milhões de empregos, milhares de empresas fecharam as portas.
Os anos seguintes foram dramáticos. O caos só começaria a clarear a partir de 1933, quando F.D.R. Roosevelt implantou o programa New Deal, com o governo controlando preços, produção e investindo em obras públicas, estradas, ferrovias, hidrelétricas etc, para criar imediatamente milhares de empregos. Roosevelt deu o impulso, mas a recuperação econômica só viria, de novo, da guerra, a Segunda, que arrasou as Europa e mais uma vez fez a festa do complexo industrial americano elevando o país definitivamente à categoria de potência.
É daquela extrema recessão que os Estados Unidos viveram que nasceu o drama de "A Noite dos Desesperados" em torno de uma competição desumana que existiu na época: as maratonas de dança que premiavam casais que resistissem por mais tempo na pista. Nesse precursor do reality show alguns iam à exaustão por dançar durante dias em pistas e galpões enfumaçados. Muitos morreram embalados pela ilusão de ganhar três refeições por dia enquanto resistissem. Havia até vencedores que de tão esgotados sofriam ataques cardíacos antes de desfrutar o troféu da glória trágica: o prêmio final em dólares. O título em inglês é, aliás, uma alusão às corridas onde cavalos doentes eram sacrificados por piedade. Em nome do espetáculo e da sobrevivência os dançarinos cambaleavam nas pistas sem que ninguém os acudisse.
Uma vida digna era condição em falta para as vítimas da chamada Grande Depressão. Guardadas as proporções e as circunstâncias, o Brasil vive sua grave crise que agrava a já precária distribuição de renda, que fabrica mais pobres ao invés de resgatá-los da miséria. A dignidade aqui também cai pelas tabelas. Uma diferença é que o impasse econômico atual é o resultado de uma construção gradual do neoliberalismo, da hegemonia do "mercado" como a constituição não escrita das sociedades que cultuam o arrocho fiscal em benefício da especulação financeira. A exacerbação da injustiça parece ter deixado de ser uma crise para se tornar uma prática capitalista consolidada. Economistas alertam que o mundo está às vésperas de nova desarrumação financeira com efeitos especialmente drásticos nos países subdesenvolvidos como o Brasil. Estão aí o desemprego, o subemprego, a informalidade, o trabalho escravo e a modernidade dos "sem vínculo" criada pela tecnologia. Como os "trabalhadores" em aplicativos, esses que concorrem em maratonas no trânsito montados em bikes e motos para fazer entregas rápidas. Carregam o almoço dos outros para tentar botar alguma comida na mesa da própria família.
Falta ao Brasil injusto enxergar a "noite dos desesperados" cujo palco são as marquises, becos e periferias das cidades.
Sim, não temos a maratona de salão como meio de vida. Devemos ser gratos por isso?
* No elenco principal de "A Noite dos Desesperados" estavam Jane Fonda, Michael Sarrazin, Susannah York, Gig Young, Red Buttons, Michael Conrad, Bruce Dern e Al Lewis.
domingo, 6 de outubro de 2019
Quando o primeiro Rock in Rio foi Manchete e Fatos & Fotos, som, lama e liberdade
Em 1985, a expectativa do Brasil era a Nova República de Tancredo Neves. A realidade era o primeiro Rock in Rio. Como o rock, a esperança no ar: a ditadura começava a desafinar e a sair do seu escuro palco de 21 anos.
Naquele verão - sim, os shows aconteceram em janeiro -, quem reinou na Cidade do Rock, então próxima ao Riocentro, não foram os políticos. O Rio foi governado por Fred Mercury e o Queen, B52, Scorpions, James Taylor, Al Jarreau, Ozzy Osborne, Gil, Moraes Moreira, Lulu Santos, Paralamas, Kid Abelha, Barão Vermelho e Rita Lee, guitarras e baterias e... a chuva.
Manchete e Fatos& Fotos caíram no rock e na lama.
O som e a fúria do Rock in Rio 1985 foram cobertos e curtidos pela seguinte equipe: Tarlis Batista, Maria Sílvia Camargo, Cláudio Figueredo, Soraya Kabarite, Maria Alice Mariano, Mônica Soares e Arcírio Gouveia. As imagens foram garantidas pelos fotógrafos Sérgio de Souza, Vantoen Pereira Jr., Masaomi Mochizuki, Alberto Chreem, Sergio Zalis, Dario Zalis e Nilton Ricardo.
O dia em que Frank Sinatra conheceu Tarlis Batista. Por J.A. Barros
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| 1980: Tarlis e Sinatra. Reprodução |
Eu não sabia que o Tarlis Batista dominava a língua inglesa tão bem, mas o fato é que desempenhou
seu apoio a essas duas estrela de primeira grandeza de Hollywood, Bo Derek e seu marido. A habilidade de anfitrião de repórter da Manchete se repetiu por ocasião do show que Frank Sinatra fez no Estádio do Maracanã, na sua turnê ao Brasil em 1980. Na primeira noite em Frank Sinatra saiu do hotel para ir para o Maracanã, Tarlis sai acompanhado pelo nosso o Frank Sinatra com uma das mãos sobre os seus ombros. Ninguém sabe, pelo menos até hoje, como o Tarlis conseguiu se infiltrar no hotel e criar essa amizade com um dos mais famosos cantores do mundo. O inglês do Tarlis deveria ser muito afiado para encarar o inglês perfeito do Frank Sinatra, o que se identifica nas suas canções.
O que meu carro tem a ver com o Concorde. Por J. A. Barros
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| O Concorde (*) na garagem. Reprodução |
Você quando entrega seu carro para conserto numa oficina mecânica para que seja vistoriado, o mecânico-chefe, no primeiro dia, o coloca no pátio, na primeira fila. No dia seguinte, ao passar na oficina, você verá seu carro na última fila depois de 10 ou 12 carros na sua frente, todo empoeirado, escondido, e você começa a duvidar se escolheu a oficina certa, apesar do mecânico-chefe ser um de seus amigos de há muito anos. No quinto dia, prazo em que foi dado para a entrega do carro prontinho e sem o defeito que gerou a sua internação naquela "clínica", o amigo, o mecânico-chefe, cheio de desculpas, lhe diz que ia haver um atraso e o carro só ficaria pronto na semana seguinte. E, fui ver, o carro tinha voltado, agora, para o canto mais escuro da oficina. Mas o Marcinho era um grande mecânico de carros e por isso é que lhe confiava os consertos de meu carro, mas o que me deixava impressionado era como ele movimentava o carro para todos os lugares da oficina mesmo que para isso tivesse de mover quase todos os outros carros depositados na oficina, para colocar o meu carros em lugares mais improváveis que podia imaginar.
Foi vendo essa foto de um avião comercial, o famoso Concorde (*), estacionado num quintal, espremido entre muros matos e com um pedaço de sua asa colocado entre sua casas. Como esse Concorde chegou ali, será para mim um mistério e me fez lembrar o processo que meu carro passava quando tinha que ser levado para a oficina do Marquinhos. Algum mecânico de oficina deve ter estacionado o Concorde naquele espaço tão reduzido.
* Não foi possível comprovar a autenticidade da foto. Mesmo assim, é a ilustração perfeita para a crônica. Dos 20 Concordes construídos, 18 estão expostos em museus aeroespaciais e aeroportos, um está na fábrica da Airbus, em Toulouse, na França, outro, que pertenceu à British, está em Filton, Inglaterra. Não há registros do supersônico em poder de particulares. O Concorde voou pela última vez no dia 26 de novembro de 2033. Pousou em Filton, Inglaterra e desligou para sempre os motores encerrando uma era da aviação.
sábado, 5 de outubro de 2019
Fotomemória da redação: Bo Derek visita Manchete e Tarlis Batista foi mais do que anfitrião
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| Rio, 1980: John Derek, Tarlis Batista e Bo Derek |
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