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sábado, 12 de outubro de 2019

Surfe ferroviário à francesa. Uma onda que nasceu no Rio?

Surfando no metrô em Paris. Reprodução revista "M", do Le Monde

A revista "M", do Le Monde, publica uma matéria sobre surfistas ferroviários em Paris. A onda chegou ao metrô da capital, especialmente à linha 6 que tem trecho a céu aberto e passa ao lado da Torre Eiffel. A vista é deslumbrante, o que explica a preferência dos surfistas que postam fotos e vídeos das manobras no teto da composição.

A reportagem afirma que esse tipo de desafio urbano fora da lei, que já causou mortes em vários países, começou na Alemanha nos anos 1990.

Há controvérsias.

No Índia, o "surfe" ferroviário é massificado, por necessidade. Reprodução Twitter
Tanto a invenção pode ser da Índia - não por esporte mas por necessidade, os trens lá são mega lotados -, ou do Brasil, mais precisamente dos subúrbios cariocas.


A revista Trip publicou em abril de 1988 uma reportagem sobre os surfistas ferroviários do Rio de Janeiro. "Agachados ou em pé, fazendo estilo como se estivessem surfando uma onda, os atletas descobrem aí a sensação de deslizar no espaço, o tesão do vento na cara, a 80 quilômetros por hora. O destino é o local de trabalho, que pode ou não ser alcançado. Vai depender dos obstáculos: linhas de corrente elétrica, a cerca de um palmo da cabeça, ou um túnel inesperado, ou um trem em sentido contrário, ou a repressão policial. Centenas de garotos, entre dez e 20 anos, que descobrem a adrenalina como forma de protesto. Imagens lisérgicas, chocantes, matéria-prima para um filme de Ridley Scott", assim o repórter Fernando Costa Netto descrevia a pratica perigosa e ilegal que o fotógrafo Marcos Prado registrou para a Trip.

Segundo a "M", a travessia do Senna sobre teto do metrô é considerada o Everest dos surfistas ferroviários que também deslizam nas linhas de Moscou, Berlim, Melbourne, Nova York e Estocolmo.