sábado, 12 de outubro de 2019

Para quem pensa que é fácil ser santa... As provações da Irmã Dulce

Irmã Dulce, Salvador, 1984. Foto de Antonio Ribeiro/ Reprodução Manchete

Com Emílio Médici, em 1970. Foto Reprodução Manchete


Com ACM e João Figueiredo.Foto Roberto Stuckert/Reprodução Manchete


Com Sarney. Foto Gervásio Baptista/Reprodução Manchete


por José Bálsamo

Irmã Dulce será canonizada amanhã, no Vaticano. É a primeira santa nascida no Brasil.

Tanto quanto, em vida, muitos santos foram perseguidos por poderosos outros se viram obrigados a se aproximar de figuras deploráveis em nome de suas obras sociais.

Dizem que Irmã Dulce, que passará a se chamar Santa Dulce dos Pobres, evitava declarar posições políticas, a ela interessava obter ajuda para os seus pobres, o que não a livrou de problemas. Ainda jovem, foi suspensa por dez anos da sua congregação, que não concordava com as suas obras sociais, invadiu casas abandonadas para abrir doentes e fundou uma organização operária católica que foi mal vista por patrões baiano.

Mas a provação maior deve ter sido encontrar políticos, presidentes e ditadores para pedir ajuda para as instituições beneficentes. Uma verdadeira via crucis. Em 1947, ela e 300 crianças pobres literalmente cercaram o presidente Dutra, que visitava Salvador, como estratégia para serem ouvidas e conseguir verbas para suas obras.

Dizem os católicos que ninguém chega a santo sem caminhar sobre espinhos. Em nome de Deus, Irmã Dulce teve que apertar a mão de alguns "demônios" políticos. Vai ver tal sacrifício pesou  positivamente na sua canonização.

A freira faleceu em 1992, aos 77 anos. A partir de então foi poupada de dar a mão às anomalias políticas que o país insistiu e insiste em produzir.

Foi poupada, inclusive, da presença física de uma dessas deformações em exercício no momento da canonização no Vaticano.

Deve ser seu mais recente milagre.

5 comentários:

Maria B. Oliveira disse...

Irmã Dulce foi um exemplo de vida. Que sua bondade inspire o Brasil que está precisando muito.

Eneida disse...

Agora sim a Bahia é de Todos os Santos

Norões disse...

Não por acaso políticos viajaram para Roma às custas de dinheiro público a pretexto de assistir a cerimônia de canonização. São uns parasitas do Brasil

J.A.Barros disse...

Dois deles foram o Dias Toffoli e o Rodrigo Maia, que foram filmados na fila para receberem a benção do Papa.

J.A.Barros disse...

E fomos nós, povo brasileiro, que pagamos a viagem deles.