sexta-feira, 18 de outubro de 2019

O padre, a moça, a batina e o chicote


por Ed Sá

1999 foi o último ano completo da Manchete nas bancas. A revista ainda virou o milênio até agosto, quando os últimos a sair apagaram a luz. Talvez os tempos já difíceis e o clima ainda carnavalesco - era fevereiro - expliquem essa estranha capa: padre Marcelo Rossi e Tiazinha. Mas a Manchete encontrou um pretexto para juntá-los. Como a chamada explicava, "usando batina e chicote" os dois eram o grande fenômeno de mídia da época. Em simetria com o título principal, Anatomia do Sucesso, a fotomontagem deixa bem claro os atributos que levaram cada um ao mundo das celebridades: as mãos postas do padre - na imagem aparecem perigosamente próximas do pecado - e as curvas da moça criadas por Deus.


Repare que na Manchete o açoite e a fé convivem harmoniosamente. Nem sempre foi assim. Dê uma olhada nessa gravura de Charles Monnet (1732-1808). Chama-se "The Flagellation of the Penitents".
Um adendo: essa capa, na época, não provocou comoção nacional.
No Brasil de hoje as milícias religiosas provavelmente chicoteariam os editores "infiéis".

2 comentários:

Norões disse...


A sacanagem corria solta. Quando a igreja católica decidiu pelo celibato há seculos atras foi porque neguinho passava mais tempo na cama do que no altar. Isso aconteceu com outras igrejas que se tornaram poderosas depois. E basta ver os casos de pedofilia e assédio sexual de padres, pastores e outras modalidades de líderes religiosos que se aproveitam da fragilidade de quem procura apoio espiritual para ver que a putaria está aí até hoje. Não estou generalizando, mas esse é um problema sério em todo o mundo.

J.A.Barros disse...

Um "derrière" bem desenvolvido da penitente que está sendo flagelada pelo monge beneditino, com um belo chicote de rabo de tatu. Eu confesso, jamais flagelaria um "derrière ", daquele porte. É lindo, se destaca em qualquer situação devido ao seu tamanho, mas é bem desenhado, não agride aos olhos de ninguém, pelo contrário é animador e estimula ao seu uso e prática. Bons olhos os vejam.