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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

É guerrilha! Agência de publicidade oferece "cartazes de combate" para ilustrar manifestações contra o assédio sexual




Uma agência de publicidade de Nova York, a Barker, com uma equipe onde 70% são mulheres, criou uma série de cartazes que podem ser baixados gratuitamente. A ideia é facilitar a difusão de mensagens femininas contra o assédio sexual. Os cartazes podem ser impressos ou gravados em camisetas para ilustrar as várias marchas de mulheres que ocupam as ruas das cidades americanas. Há opções para as militantes mais radicais e para as mais cordiais. Veja mais no site Creativity AQUI

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Memória da redação: o dia em que a revista EleEla acorrentou três mulheres...



Nos primórdios da revista EleEla, a censura da ditadura não permitia nudez explícita. Os fotógrafos se viravam para mostrar sem mostrar. Quando a tesoura oficial foi acometida de um mínimo de liberalidade, passou a permitir a exibição de um seio de cada vez. E as páginas da revista lembravam relevos gregos que retratavam guerreiras amazonas. Estas, segundo a mitologia, amputavam um seio para não prejudicar o manejo do arco e flecha.

O anúncio reproduzido acima fez parte de uma das campanhas promocionais da EleEla. A censura da ditadura nem se incomodou com a cena.

Hoje, curiosamente, seria impensável utilizar esse tipo de mensagem para conquistar leitores. Primeiro porque a mensagem machista  - "Uma receita que está fazendo sucesso no mundo inteiro. Prenda, no mínimo, três mulheres, para ter mais ou menos a certeza de que não acabará sozinho" - é claramente ofensiva e remeteria, hoje, a uma realidade de violência contra a mulher. Segundo, as redes sociais, um oráculo que nem sonhava existir na época, iam cair de pau na revista.

Talvez fossem tempos incorretos, inocentes mas nem tanto, culturalmente machistas, sei lá.

Vale lembrar que nos anos 60/70, Carlos Imperial não chamava mulheres de gatas, mas de lebres. E conjugava o apelido com o verbo abater. E nem por isso deu-se mal, ao contrário. O livro “Dez, nota dez! Eu sou Carlos Imperial”, de Denilson Monteiro, conta que ele chegou a morar com dez "lebres" em um apartamento na Avenida Atlântica, em Copacabana.  Não se sabe se conseguia "abater" tantas leporídeas.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

A nota saiu pela culatra: colunista tenta agradar governo pós-golpe, ofende mulheres e é suspenso do jornal...






(da Revista Fórum) 
O colunista Gilberto Amaral, do Jornal de Brasília, foi suspenso por sete dias após a repercussão de uma nota considerada machista, que foi ao ar na segunda-feira (16). A publicação, com o título “Feministas”, afirmava que a beleza de Marcela, esposa do presidente interino Michel Temer, já era o suficiente para representar “o charme e a elegância da mulher brasileira”.

O comentário de Amaral surgiu depois que o governo foi criticado pela falta de diversidade na formação dos ministérios, que não possuem nenhuma mulher no comando. As declarações do colunista viralizaram na internet e renderam uma enxurrada de comentários acusando o veículo de misoginia.

Confira a nota completa do Jornal de Brasília, que se retratou com os leitores.

Foi uma vergonha. Nenhuma palavra de desculpa pode minimizar a intensidade com que uma nota publicada hoje pelo Jornal de Brasília afetou cada uma das mulheres do nosso Brasil. Aqui lidamos com palavras que podem ter a mesma força que uma imagem exibida na televisão. Nós vimos isso. Sentimos isso.

Eu sei disso. Vivo isso. Ninguém liga se o trabalho é feito sem maquiagem, com o cabelo bagunçado ou de tênis. Ou não deveriam ligar. O que deve importar é o trabalho, a competência, o que é publicado diariamente nas linhas do impresso que persiste, apesar dos golpes das diversas crises. E o que foi publicado me envergonhou como mulher, como profissional, como brasileira.

Escrevo aqui em primeira pessoa para demonstrar, em nome das mulheres da redação, a indignação, a revolta e a tristeza com um pensamento misógino que saiu no próprio veículo em que trabalho e que escancarou falhas. Falhas de conceituação, de responsabilidade e de empatia. Jamais deveria ter sido publicado.

A vergonha foi tanta que, por momentos, ficamos sem reação. O erro estava claro e estampado na página 14 da edição impressa desta segunda-feira, 16 de maio, que logo espalhou indignação pelas redes sociais – local mais que apropriado e democrático para confirmar o pecado. Fomos bombardeados e concordamos com quase todos os questionamentos. Acho que, ao fim do dia, teremos várias lições.

Como jornalistas, compreendemos que erros devem ser admitidos. Como mulheres, que temos força para questionar retrocessos e para lutar por espaço e direitos. Como cidadãos, que a democracia só existirá por completo quando houver representação feminina em todos os âmbitos da sociedade. Ainda não passamos da ponta do iceberg do problema.

Marcela Temer é linda, sim. Mas, sozinha, não representa a mulher brasileira. A mulher brasileira não tem um perfil. Tem vários. São várias. Somos várias. Por muito tempo, nós ficamos presas a exatamente esse mesmo tipo de visão exposta de forma vergonhosa hoje. Mas lutamos todos os dias contra essa maré. Conquistamos, mais do que tudo, poder de escolha. E escolhemos não nos submeter a um pensamento retrógrado que reduz a feminilidade apenas ao conceito de beleza. Somos mais do que isso.

Jéssica Antunes, em nome de todas as mulheres do Jornal de Brasília

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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

É preciso ouvir a voz das mulheres

por Eli Halfoun
As mulheres representam cerca da metade da população do planeta e nada mais lógico (e justo) que conquistem uma cada vez maior participação na política e na administração pública. No Brasil, segundo dados do TSE, 51,71% dos 125.529.686 de brasileiros aptos a votar são do sexo feminino. Ainda assim são poucas as representantes femininas no Congresso, no Senado, nas Câmaras Municipais e Assembléias Legislativas. As deputadas federais são apenas 8.8% e as senadoras são 13,3%.
As mulheres querem aumentar essa participação e contam com o apoio da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, que as incentiva porque há uma janela para a participação maior da mulher na política: 67% dos eleitores acham que "se a participação política da mulher fosse maior, o nível da política seria melhor”.
É apenas “achologia”, mas mesmo assim a participação da mulher não deve ser vista com programas que atendam apenas os interesses femininos. A mulher não precisa necessariamente candidatar-se para merecer maior atenção política. O voto feminino pode fazer a diferença e nesse caso políticos de uma maneira geral devem estar atentos em suas promessas e programas de governo aos anseios das mulheres. Anseios que refletem o desejo de toda a população no estado, no município, no país.
A participação das mulheres na sociedade é cada vez maior e mais ativa: recente estudo revela números que mostram isso: a População Ocupada do Brasil tem hoje participação de 45,4% de mulheres e 54,6% de homens, enquanto a População em Idade Ativa é de 53,7% de mulheres e 46,3% de homens. Os dados mostram também que a População Economicamente Ativa é de 46,2% de mulheres e 53,8% de homens. As estatísticas revelam o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho contribuindo cinco anos menos do que os homens (elas se aposentam antes) para a Previdência. Com toda essa participação é impossível não reconhecer que a voz do povo tem a cada dia mais o tom aveludado que soam da alma das guerreiras mulheres desse país ainda e infelizmente machista. Se não no discurso certamente na maioria das atitudes.A luta das mulheres é antiga e é historicamente registrada a partir do dia 8 de março de 1857, quando operárias americanas de uma fábrica de tecidos fizeram a primeira greve para brigar por justas reivindicações. No Brasil o dia 24 de fevereiro de 1932 é considerado um marco feminino: nesta data foi instituído o voto feminino e o direito de serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.Há quem acredite (e muitas mulheres fazem parte dessa descrença) que o eleitorado ainda não confia plenamente na atuação das mulheres na política. É preciso que as mulheres se unam em torno de um trabalho que mostre disposição e capacidade para ouvir as mulheres e assim ouvir todo o eleitorado. A voz das mulheres é que é a voz de Deus.