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Jornalismo, mídia social, TV, atualidades, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVII. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
A MEMÓRIA SEMPRE PRESENTE DE SUA MAJESTADE, O REI PELÉ !
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Osvaldo Salomão entrevista Pelé em 1986. No alto, o autógrafo do Rei em uma lauda da EleEla. Foto: Arquivo pessoal OS |
Comecinho da noite dessa segunda-feira, 23 de outubro, o Facebook veio me fazer um convite, de que seria interessante dar um bis em uma de minhas postagens, de quando o fato em foco foi o rei do futebol, o genial Pelé. Convite de pronto aceito, nessa data em que Pelé estaria comemorando 83 anos. Portanto, a seguir, a minha publicação de três anos atrás, numa data festiva para Pelé, ocasião que aproveito para contar um dos meus encontros com o craque brasileiro, um talento raro de habilidade e técnica, que mudou a história e a própria dinâmica do futebol.
"O DIFÍCIL, O EXTRAORDINÁRIO, NÃO É FAZER MIL GOLS COMO PELÉ. É FAZER UM GOL COMO PELÉ"
(Carlos Drummond de Andrade)
O fato em foco do momento no mundo esportivo era o aniversário de 80 anos de Pelé, em uma sexta-feira, 23 de outubro, o genial futebolista, mineiro de Três Corações, o Atleta do Século.
Ao longo de minha carreira de jornalista, Pelé me concedeu a honra e o privilégio de três entrevistas exclusivas, sendo sempre recebido pelo craque com gentileza, simplicidade e com todo o tempo do mundo para falar sobre qualquer assunto.
A entrevista da foto aconteceu às vésperas da Copa do Mundo do México de 1986, aquela vencida pela seleção argentina de Maradona, matéria publicada em abril daquele ano nas primeiras páginas de ELE ELA, do Grupo Bloch/Manchete, no Rio de Janeiro, revista na qual trabalhei (feliz demais da conta, sô!) por muitos verões de 40 graus.
Nesse encontro, estamos no apartamento de Alfredo Saad, amigo particular de Pelé, imóvel de fino trato, amplo e confortável, com direito a uma original tenda árabe na varanda, fotos de celebridades amigas por todos os cantos, cobertura localizada no Edifício Chopin, na capital carioca, coladinha ao Hotel Copacabana Palace. Ex-presidente do Esporte Clube Bahia, há anos radicado no Rio de Janeiro, Alfredo Saad atuava, na ocasião, intermediando a transferência de técnicos e jogadores para o futebol do Oriente Médio. Telê Santana, por exemplo, foi um dos primeiros treinadores brasileiros a fazer parte desta lista de exportados.
Se derretendo de alegria e descontração em seu momento de anfitrião, Saad gostava de contar histórias. Me disse que foi ele quem impulsionou a carreira de Marta Rocha, de modelo a Miss Bahia - e, depois, Miss Brasil. A amizade entre os dois, Saad e Marta Rocha, vinha desde a adolescência, comecinho dos anos 1950, quando moravam em Salvador, Bahia.
Outra recordação que contou "morrendo de rir", aconteceu em Jeddah, na Arábia Saudita, envolvendo ele próprio, Saad, e Telê Santana, que chegava à cidade saudita para treinar o Al-Ahli. Isso em 1983. A cena aconteceu em uma joalheria de luxo, onde estavam Saad e Telê. De repente, ficam absolutamente sozinhos na loja, cercados de ouro, pedras e peças preciosas por todos os lados. Os sauditas tinham se retirado do estabelecimento quando convocados para rezar à Meca em algum ponto daquela região da cidade.
Outro momento de certa curiosidade da entrevista se deu na pausa para um cafezinho feitinho na hora, quando Pelé, de quebra, aproveitou para atender a um telefonema. Talvez, uma ligação a partir do bairro carioca do Grajau, onde morava a Xuxa, sua namorada na época. Sempre lembrando que foi Pelé quem apostou no potencial da loura para fazer carreira na televisão. Sucesso é o que essa gaúcha de Santa Rosa tinha de sobra como modelo fotográfico. Pelé fez o cartaz de Xuxa junto à direção da recém-inaugurada Rede Manchete. Dito e feito. Em 1983, aos 20 anos, Xuxa ganha o comando do programa "Clube da Criança", a convite de Maurício Sherman, diretor artístico da emissora. Dessa tabelinha do Rei do Futebol nasce a Rainha dos Baixinhos.
Nessas bem traçadas linhas fica a minha homenagem a Pelé, cujo talento muitas vezes apreciei de pertinho, nos estádios, ou em glorioso preto e branco, na tela da tevê. Agradeço a sua atenção. Uma feliz terça-feira para todos nós. Um abraço. Salomão.
(*) Texto publicado originalmente no Facebook, remetido pelo atento colaborador do blog Nilton Muniz)
Os Jogos Olímpicos de Verão podem seguir a trajetória decadente dos concursos de miss? Se você acha a comparação absurda, observe alguns detalhes.
* Sem um critério à vista, o Comitê Olímpico Internacional incorpora a cada edição as mais intrigantes modalidades. Parece ceder a lobbies.
* A interferência política dos Estados Unidos sob qualquer pretexto: acusações de doping em massa não suficientemente comprovadas, boicote a países por motivos de guerra, sendo que os EUA invadiram vários países e registaram episódios de doping e nunca foram punidos coletivamente. No atletismo houve casos em série. O país controla Wada, o órgão mundial que apura casos de doping.
* A forte influência de patrocinadores na escolha de sedes.
* O desprezo aos chamados ideais olímpicos. A igualdade e a universalidade dos Jogos passaram sofrer o assédio geopolítico e financeiro.
Querem exemplo? O planeta tem, no momento, segundo a ONU, 193 países. Mesmo assim, Los Angeles (1932,1984) vai sediar sua terceira olimpíada. (2028). Nada justifica esse privilégio, só o vil metal; e não me refiro ao ouro, prata e bronze que sobem aos pódios. Paris também terá o tri (1900, 1924 e 2024), mas os Estados Unidos, receberam a Olimpíada de Atlanta (1996), sã o país mais premiado pelo COI.
Pior é o COI adicionar as mais estapafúrdias modalidades. Los Angeles, vai incorporar um troço chamado flag football. Nesse estranho jogo, semelhante ao futebol americano, os atletas levam uma fitinha colorida amarrada na cintura. Sempre que um adversário captura a fita a bola reverte para o seu time e a jogada recomeça. Paris vai estrear o "esporte" breakdance. Sério? Breakdance é cultura, mas não é esporte. O COI diz que pretende atrair o público jovem. De certa forma, menos mal: em 1936, o COI quis atrair um público muito sinistro e realizou os jogos em Berlim, então vitrine do nazismo.
De qualquer forma, o Rio, que sediou os Jogos de 2016 e foi elogiado pelo Comitê Olímpico, já pode se candidatar a sede nos próximos anos 30 e sugerir novas modalidades ao gosto do COI. Capitais como Florianópolis, Salvador e Cuiabá planejam apresentar candidaturas. Resgatando tradições locais, cinco novas categorias estariam no páreo:
*Bola de gude
• Bilboquê
* Bafo
* Palito (versão italiana do Brás)
* Cuspe à distância
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Foto Divulgação |
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A CBF garante que ao fim da Champions 2023/2024, Ancelotti, o treinador do Real Madrid, faz as malas e desembarca na seleção brasileira. Parece que falta combinar com o "professor". Ele acaba de declarar que essa possibilidade não passa de rumor e que está muito bem no time espanhol. Ancelotti deve ter visto o empate do Brasil com a Venezuela e constatou que a "base" de Tite, que fracassou em duas Copas e é mantida pelo interino Fernando Diniz, está descendo ainda mais a ladeira. Talvez Ancelotti esteja apavorado com a possibilidade de ter que aturar Neymar. Ou não quer levar saco de pipoca na cabeça. De qualquer forma está cheio de razão.
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Grazi e o falso caju. Reprodução |
A garotada abusa do soft e toma no caju. A produção da nova campanha da L'Occitane saiu colando imagens e alguém que foi barrado no Enem e nunca viu um caju no pé (achava que nasce na prateleira do supermercado) inverteu a fruta no galho. Caju nasce pela polpa, não pela castanha. As folhas usadas na montagem dos rapazes do design também não são de cajueiro. Parecem mais de parreira. O resultado, que é ridículo, viralizou na rede. E a atriz Grazi, coitada, virou alvo. O risco é a consumidora achar que o produto para pele é tão falso quanto o comercial.
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João Américo Barros. Paraty, 3 de setembro de 2023. Foto: Arquivo Pessoal |
Esta última foto do João Américo Barros nos remete a um instante de profunda paz. Ele esteve em Paraty, no primeiro fim de semana de setembro, com a filha, Lúcia, e o genro Fernando e, de lá, enviou uma mensagem no whatsapp contando suas impressões da cidade. Barros gostava muito de História e a "capital" colonial do Ciclo do Ouro inspirou seu comentário. No domingo, dia 3, qundo voltava de Paraty enviou o que seria a derradeira mensagem. Queria saber do resultado do GP de Monza. A Fórmula 1 era outro dos seus interesses além do Flamengo que, naquele domingo, lhe deu a alegria de derrotar o Botafogo. "Em tempo: ganhamos do Bota", assim ele encerrou o papo virtual. Apenas dois dias depois foi atendido em emergência e, em seguida, levado à UTI com sintomas de uma pneumonia que resultou em infecção generalizada. Não foi embora sem luta. Aos 92 anos, resistiu por mais de um mês.
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O faixa preta Barros foi homenageado pelos colegas do aikido. Maio de 2023. Foto: Arquivo Pessoal |
Em um dos seus artigos, ele abordou o ataque à democracia em 8 de janeiro. |
Bem no começo dos anos 1980, o então chefe de Arte da Fatos & Fotos, Ezio Speranza, deixou a Bloch. Barros, que entrou na editora como diagramador da revista Tendência e, em seguida, tornou-se diretor de Arte da Manchete Esportiva, foi indicado para o posto. Era o nome certo. Carregava no currículo nada menos do que O Cruzeiro, a mais importante revista ilustrada do Brasil até meados do anos 1960. Após uma temporada na FF, até 1986, ele foi transferido para a principal publicação da Bloch, a Manchete. Brincávamos que se tornara tríplice coroado como chefe de Arte por ter passado pelo O Cruzeiro, Fatos&Fotos e, finalmente, Manchete, as três revistas mais conhecidas no segmento ilustrado de atualidades e variedades. Trabalhei com o Barros por mais de 15 anos. Certamente enfrentamos bons e maus momentos naquelas revistas semanais intensas e desafiadoras. Este blog, para o qual ele criou o logotipo costuma recontar memórias das redações. Vou citar dois momentos que, tenho certeza, foram marcantes nas nossas trajetórias profissionais. Um de frustração e outro de realização. Em 1984, a Fatos & Fotos agonizava em praça pública travada por pouco investimento e baixa circulação em uma época em que a Bloch priorizava a decolagem da Rede Manchete. Carlos Heitor Cony, o diretor, Barros, o diretor de Arte e eu, editor-executivo, não aguentávamos mais carregar aquele fardo. Conversávamos os três sobre o que poderíamos propor à direção da empresa.
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João Américo Barros, José Esmeraldo e Carlos Heitor Cony. Foto: Jussara Razzé |
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Barros no Hotel Novo Mundo em 2005: almoço comemorativo dos 20 anos do lançamento da revista Fatos: o melhor fracasso das nossas vidas. Foto: Jussara Razzé |
Ficou o gosto amargo das noites insones de fechamento, do esforço perdido. A realização só viria cerca de 20 anos depois. A Bloch não existia mais em 2005 quando um grupo remanescente da antiga equipe da Fatos organizou um almoço no Hotel Novo Mundo para marcar os 20 anos do lançamento daquela revista, se viva ainda fosse. Foi durante esse encontro que nasceu a ideia de uma coletânea com as memórias dos bastidores das redações da Bloch. Depois de três anos de trabalho, com base em um projeto gráfico idealizado por J.A.Barros, foi lançado o livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" (Desiderata). Cony chamou a coletânea de "nossa pequena vingança" - e escreveu isso na página de rosto de um exemplar que autografou para mim. A história da Fatos e da "jihad" contra a revista estava lá, exposta e revelada. Naquele dia 3 de novembro de 2008, há 15 anos, com a Livraria da Travessa, no Leblon, lotada de amigos, a frustração foi curada.
No capítulo que escreveu para a coletânea - "Quarenta e seis anos paginando os fatos e as fotos" - Barros contou sua longa e brilhante trajetória no jornalismo. Em meio às recordações, ele comentou o processo de informatização da Bloch Editores na segunda metade dos anos 1980. Designer formado no lápis, Barros assimilou com rapidez e naturalidade as novas tecnologias. Os analistas de computação mais jovens costumavam duvidar da capacidade das gerações mais rodadas dominarem hard e software. Ele desmoralizou o preconceito. Em poucas semanas tornou-se amigo de infância do Macintosh. Esse era o Barros. Vá bem, irmão.
A Revista Manchete é passado mas permanece como um repositório da memória cultural do Brasil. Duvida?Veja no link essa matéria garimpada por Nilton Muniz, colaborador do blog.
"Esta semana, o Estado publicou a mentira de que Lula teria interferido em um empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina, o que foi prontamente negado pela ministra Simone Tebet, afirmando que foi uma decisão de 19 membros, em 20, do Banco, e nenhum dinheiro era brasileiro. Mais um boimate.
Aqui está uma reprodução da página Veja, publicada em 27 de abril de 1983, com uma história incrível do mundo. A Veja só publicou "Erramos", um ano depois, em 11 de abril de 1984.
Veja no link
"Aqui jaz Fernando Sabino. Nasceu homem, morreu menino".
Epitáfio do autor de Encontro marcado, nascido em 12 de outubro de 1923, morto em 11 de outubro de 2004.
Os exemplares reproduzidos acima são raríssimos e pertencem aos meus arquivos. Barros presenteava aos seus caricaturados e fui um deles. Os desenhos eram feitos nas horas que afinal importam: as vagas.
Leia também "O teste Guilaroff de Cinefilia" sobre o dia em que o Barros surpreendeu um famoso crítico de cinema.
Amantes do cinema se reconhecem pelo apego ao detalhe. No caso, aqueles créditos de produção que, nos anos 40 e 50 rolavam sempre no começo da “fita”. Dos atores principais ao diretor, passando por cenário, fotografia, música, orquestrações, figurinos e ... cabelos. De tanto ir ao cinema, ficávamos – os mais curiosos – com aqueles nomes gravados na memória. Foi assim que nosso diagramador João Américo Barros me surpreendeu uma tarde na redação ao perguntar a um crítico da Manchete, à queima roupa, se ele conhecia Sydney Guilaroff. O crítico não era um crítico qualquer, mas um daqueles Moniz Vianna’s boys que galopavam com os cavalarianos de John Wayne no Monument Valley e davam relutantes duas ou três estrelas aos filmes em cartaz no famoso quadro de cotações do Correio da Manhã. Sem nenhum pudor ou culpa o crítico respondeu: “Sidinêi quem?” Vibrei com o Barros, Sydney Guilaroff foi um nome que, desde que o vi na tela pela primeira vez, eu carregaria na cabeça para o resto da vida, mesmo sem conhecer ainda sua incrível história. E saquei na hora também que o Barros tinha criado o teste definitivo de cinefilia. Se o cara ignorava Sydney Guilaroff, não merecia ser considerado cinéfilo, mesmo assinando todas as críticas do mundo.
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Imagem reproduzida do X |
por Niko Bolontrin
O Inter, de Miami, atualmente em campanha pífia no campeonato norte-americano, pode emprestar Lionel Messi a um clube europeu em janeiro. Não se sabe se o contrato permite que Messi seja tratado como uma peça intinerante ou se o time pode fazer leasing do jogador mesmo contra a vontade dele. Ao aceitar jogar nos Estados Unidos Messi fez uma opção pessoal que nada tem a ver com futebol, que ele sabia não existir em nível aceitável na MSL, a liga que promove o medíocre campeonato estadunidense. O público do futebol - soccer, como eles chamam - nos Estados Unidos e formado por mexicanos, gualtemaltecos, venezuelanos, hondurenhos, brasileiros, costarriquenhos etc. No caso do Messi somam-se estadunidenses que querem ver a celebridade Messi, o "animal raro", não o futebol do qual eles não entendem xongas. Messi foi para Miami por dois motivos: dinheiro, claro, e não deve ser julgado por isso, e para proporcionar à família uma experiência no way of life local. Voltar à Europa mesmo que por empréstimo pode não ser seu sonho de consumo atual. Ele já anunciou que não renovará em2025 o contrato com o Inter de Miami e vai encerrar a carreira na Argentina. No Newell's que o revelou para o mundo.
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Talvez com exceção dos Congressos da ditadura, o atual Senado e Câmara são os piores da história do Brasil. Nem a República Velha que fraudava votos para entupir o parlamento de picaretas diplomados foi tão medíocre e intelectualmente desonesta. O Senado despeja com velocidade impressionante pacotes inomináveis nas vidas dos brasileiros. Geralmente tais medidas atendem a lobbies poderosos ou a interesses particulares dos digníssimos.
Pois após investir contra o STF o Senado levará a votação a lei que que transforma o sangue humano em mercadoria. Sabe as placas que vemos nas ruas do tipo "compro ouro"? Ou o "carro do ovo" que passa na sua rua? Pois é, será a vez do sangue estar em promoção. Surgirão lojas populares do tipo"Sangue Bom Atacadão". Claro aparecerão lojas chiques na Faria Limer, Blood Top, El Sangre Libre, Paris Rouge. Mas a coisa não será tão bucólica, digamos. O comércio de plasma envolverá grandes corporações. A expressão "dou o meu sangue" vai sumir no momento em que a hemoglobina virar commoditie.
A permissão para a venda de sangue é apenas o começo. Os senadores pensam na frente. Não demora muito será aprovada a franquia para venda de rim, fígado e coração.
É isso, amigo, o Senado vai privatizar suas tripas e seus miúdos. O problema é a rapaziada começar a sequestrar você para revender nos shoppings que os senadores vão liberar os novos objetos de valor. Claro, deputados e senadores que por acaso precisarem de transfusões e transplantes terão or órgãos pagos por verbas públicas.
Geraldo Matheus Torloni. Foto/Reprodução Instagram |
Em uma mensagem sobre o falecimento do seu pai na tarde de sexta-feira, 29, a atriz Christiane Torloni escreveu no Instagram:
- Despeço-me do meu amado pai, Geraldo Matheus, grata pela linda jornada que trilhamos juntos. Grata pela Arte, Ética e Amor com que ele me abençoou. E como diz Oscar Wilde: 'O mistério do Amor é maior do que o mistério da Morte'”.
Geraldo Maheus Torloni tinha 93 anos e, de fato, dedicou sua vida à arte. Foi autor, ator, diretor, produtor e administrador teatral.
Pode-se dizer que foi um roteiro casual e não escrito que o levou à Manchete. Em meados dos anos 1970, Adolpho Bloch foi nomeado diretor da Fundação de Teatros do Estado do Rio de Janeiro. Assumiu o cargo disposto a não fazer figuração. Ao fim da administração, entre outras realizações, havia reformado o Theatro Municipal, instalado uma moderna Central Técnica de Produções Teatrais em apoio aos espetáculos e construído o Teatro Villa-Lobos. No campo artístico, montou uma programação intensa, Foram 23 óperas e balés clássicos. Um destaque histórico foi a encenação da Traviata, sob direção do cineasta italiano e Franco Zefirelli.
Geraldo Matheus assumiu esse desafio ao lado do Bloch que, no seu livro biográfico O Pilão, fez um registro à competência e dedicação do amigo. Ao fim do seu mandato à frente da Funterj, Adolpho o convidou para dirigir o teatro da Manchete instalado na sede da empresa, na Rua do Russell. Em pouco tempo, Geraldo também assumiu funções administrativas na Bloch e idealizou mudanças para agilizar o fluxo de trabalho nos vários setores da editora. É dessa fase que muitos colegas guardarão lembranças da convivência com ele. Era conciliador, educado e objetivo na execução das mais diversas missões exigidas por duas dezenas de revistas. Quando a Bloch instalou a Rede Manchete, Geraldo Matheus foi chmado a colaborar, mais uma vez, em um projeto desafiador. Entre outras ações, coordenou uma linha de shows onde somou sua experiência artística e talento de administrador à teledramaturgia da nova rede. A partir do começo dos anos 1990, o Grupo Bloch entrou em crise, os problemas se agravaram e um turbilhão financeiro abateu a Rede Manchete, que foi vendida em 1999. No ano seguinte, em agosto, a Bloch Editores pediu falência. E aí começou a longa e dramática luta dos ex-empregados para receber seus direitos. Nessa hora difícil, Geraldo Matheus não se omitiu, ao contrário, uniu-se à Comissão do Ex-Empregados da Bloch Editores e participou até recentemente das reivindicações trabalhistas junto à Massa Falida da Bloch Editores.
Geraldo Matheus formou-se na primeira turma da Escola de Arte Dramática de São Paulo. Ele deixa a mulher, a atriz Monah Delacy, dois filhos, Christiane Torloni e Márcio Torloni, um neto, Leonardo Carvalho, e um bisneto, Lucca Carvalho. Nossos pêsames à família.
Para os antigos colegas da Bloch, permanecem a admiração, as lembranças da convivência e a saudade do amigo.
Se o Globo cobrisse a crucificação de Jesus entrevistaria Pôncio Pilatos, o Augusto Aras da época, que o indiciou, daria espaço a Barrabás e faria o perfil do soldado romano que varou o Nazareno com uma espada. O Globo prática um jornalismo superado, o de ouvir "os dois lados", quando lhe convém. Seja qual for o "outro lado", pode ser o Marcola, pode ser o João de Deus, o Chico Picadinho. Se você consultar a coleção do New York Times verá que eles não promoveram o "viking" que invadiu o Capitólio e nem deram espaço laudatório para deputados e senadores republicanos-trumpistas que "justificaram" o ataque. Aqui, O Globo destaca com espantosa frequência o pessoal que atacou a democracia. Mourão, Braga Neto, Flávio Bolsonaro, Arthur Maia, Moro e Dallagnol têm camarotes vip no jornalão. Dallagnol ganhou página nobre coincidentemente no mesmo dia em que vieram a público denúncias sobre notórios jornalistas do Grupo Globo que atuavam sobre ordens e pautas da Lava Jato, onde os procuradores funcionavam como chefes de reportagens de falsos profissionais. No bunker da Lava Jato, uma quadrilha pegava o celular e decidia a primeira página do jornal e a matéria de destaque no Jornal Nacional.
O NYTimes, ao cobrir o fato e as repercussões da tentativa de golpe em Washington, deu-se ao direito e ética de não ouvir canalhas antidemocráticos. O Globo prefere adorar o " doisladismo", supõe que assim se isenta e finge defender a democracia enquanto trata golpistas e a ultra direita a caviar com pão na chapa.