domingo, 1 de maio de 2022

Folhetim de redação

por J.A. Barros 

Estamos acompanhando neste blog a extraordinária autobiografia de Roberto Muggiati, o mais duradouro editor da revista Manchete. Na verdade, é a  história de um paranaense que nasceu jornalista e que hoje, embora ainda atuante como tradutor e colaborador de alguns veículos, poderia estar gozando sua aposentadoria em Nice, na França. O conjunto de textos já publicados aqui mostra a trajetória de um verdadeiro profissional. Tão criterioso que, como tradutor de livros em inglês, montou uma ampla biblioteca de obras de consultas. Imagina, sei que na sua estante há até um livro, ilustrado, com nomes de tipos de selas de montaria. Como conhecedor da história do jazz, do rock e do fenômeno dos Beatles, Muggiati é autor de livros sobre esses assuntos.

Por trabalhar com Roberto Muggiasti durante alguns anos, descobri que a sua cultura não tem fim. Conhecedor da língua portuguesa, ele também domina os idiomas inglês, francês e italiano. 

O jornalista trablahou em Londres, na histórica Albion - como jornalista, claro - e em Paris. Nesta, já contou que visitou o "Père-Lachaise" onde viu de perto os túmulos de grandes figuras do passado como Oscar Wilde, Edith Piaff, além do mausoléu de Napoleão, (este no Panteão), e tantos outros famosos. A sua febre de saber, conhecer  e entender não cessou e até hoje, isso desde as vilas da São Clemente aos ares da Glicério. Sua velha Olliveti, há muito trocada por um computador, é testemunha do seu conhecimento da natureza humana. Roberto Muggiati, um homem, uma história de vida, de cultura, de conhecimento, de saber, talvez o único conhecedor na história do cinema norte-americano da existência de Sidney Guilaroff. Ele, grande cinéfilo saberá que me refiro a uma saborosa história já contada neste blog.  

3 comentários:

Muggiati disse...

Meu caro Barros

Fiquei comovido com suas palavras. É bom saber que alguém lê (e valoriza) o que a gente escreve, que existe alguém do outro lado da linha. Principalmente um alguém especial como você. Vou criar um cartão de fidelidade exclusivo para você como meu LEITOR NÚMERO UM.

Vamos em frente, vivendo só as coisas boas da vida – aprendemos ao longo das décadas a saber quais são...

Um grande abraço e muita saúde!

Muggiati



J.A.Barros disse...

Tudo bem, obrigado pelas suas palavras. Confesso que, no seu escritório de leitura e trabalho, em uma visita à sua "cave", em que me mostrou até o túmulo do animal de estimação que tinha o nome de um famoso músico norte-americano, fiquei por demais impressionado, com o seu sentido de profissionalidade, foi ao consultar um enorme livro ilustrado a cores, com milhares de fotos de " sela " equestres e procurar saber o tipo de sela, mencionado na tradução, que estava trabalhando. Entendi, que para você, as palavras não são simples vocábulos, elas encerram em si " ...mais coisas, em céus e terras...". do que podemos imaginar. Você busca a perfeição. Isso é a marca do homem genial.
A tradução do intelectual atuante.

J.A.Barros disse...

A minha passagem pela Bloch Editores, foi. muito marcante na minha vida. Vindo, já formado profissionalmente no ramo de diagramação e Chefe de Arte na Empresa Gráfica O Cruzeiro, além de ser bacharel em Direito, encontrei nesta Editora, um ambiente profissional e amigo. Trabalhei com vários Editores, não só no O Cruzeiro, como nessa Editora, p rincipalmente você, por longa data. Todos profissionais, de grande qualidade. Trabalhei com Justino ( Martins ), Flávio Costa, quem, depois de 3 convites, me trouxe para trabalhar com ele nas revistas Dirigidas. Sabia que não ia ser fácil. Enfrentei a animosidade do Ezio Speranza e suas " meninas ". Até, uma sugestão do Ezio na paginação da revista Economia, que se seguisse a sua sugestão, estaria despedido no mesmo dia. Mas, em compensação, vim a conhecer pessoas maravilhosas como Esmeraldo, claro você está nessa minha lista, Cony, Ney Bianchi, Renato Sérgio, Wilson Passos, Daisy Prétola e muitas outras e não poderia de deixar de lembrar Janyr de Hollanda, com quem tive uma participação muito importante. Mas, uma dessas pessoas que me impressionou e me deixou amigo, foi o Alberto Carvalho. Uma criatura de forte personalidade e de presença marcante na redação da revista Manchete e não me esqueço das suas falas, inteligentes e também críticas. Alberto Carvalho, um nome, uma vida, uma história para ser contada.