terça-feira, 3 de maio de 2022

Grandes times querem Liga Nacional de Futebol. É solução ou confusão?

 

Matéria no Globo de hoje anuncia reunião para a formação de uma "liga independente" no futebol. Pode ser um grande passo para a modernização do futebol brasileiro. 

Pode? 

O problema é que quase tudo por aqui começa torto. A tentativa de formação da liga é comandada por instituições financeiras interessadas em comprar o "produto". Uma dessas corretoras é, como se lê no Globo, "conectada ao grupo formado pelo Flamengo e cinco paulistas da primeira divisão". Bom os demais clubes e SAFs ficarem ligados. A futura" liga independente" pode não ser tão independente assim. Se não houve direitos reconhecidos para todos os times que integrarem a nova liga e um regulamento equilibrado pode rolar dissidência. Não seria a primeira vez. Entre 1933 e 1937, o futebol carioca teve duas ligas e campeonatos separados. Conflitos entre amadores e profissionais e entendimento racistas de alguns clubes de "elite" motivaram a briga. 

Nada impede que times insatisfeitos ou excluídos formem outra liga. Há pontos sensíveis. Os direitos de transmissão dos jogos nas várias plataformas. Na lei brasileira o time que tem o mando de campo negocia com TV, You Tube e demais redes sociais e de streaming. Os futuros donos da liga respeitarão a lei? Os clubes participarão da formação de tabela de jogos. Haverá relacionamento com sites de apostas? Haverá regra de fair play financeiro? A distribuição do faturamento com direitos de transmissão será mais justa, como na Premier League, ou beneficiarão exageradamente os principais times, com faz a Bundesliga onde só dá Bayern de Munique?

ATUALIZAÇÃO EM 03-5-2022 - A reunião dos clubes, hoje em SP, citada no texto acima, terminou sem acordo coletivo. Os participantes ainda não se entenderam quanto aos detalhes para formação da liga. União apenas, como previsto, de Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino e Flamengo. Estes e mais Ponte Preta e Cruzeiro assinaram um documento que prevê a eleição de um Conselho. A grande maioria dos times favoráveis à formação de uma liga nacional não gostou que os clubes de SP e mais Flamengo já aparecessem com uma espécie de estatuto pronto. Achavam que iriam começar a discutir justamente o estatuto. Foi marcada nova reunião na CBF, no dia 12 de maio. A divergência agora é que os clubes que asisnaram o documento afirmam que a liga está criada. Os demais não pensam assim. Houve até quem dissesse que se não houver justiça e equilíbrio é melhor o grupo liderado por Flamengo e Palmeiras criar uma lliga só para eles. A confusão começou bem mais cedo do que se imaginava.

Um comentário:

Leão disse...

Se não for justa essa liga será apenas uma "máfia" de cínico ou seis clubes dominantes. A Bundesliga é exemplo de desequilíbrio, lá só dá Bayern de Munique.Espanha um pouco menos, disputa entre Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid. Ganância aqui atrapalha.