A Coluna da Place Vendôme comemora vitórias militares da França |
Em 1870, Courbert sugeriu a remoção da coluna. A massa de communards foi além e destruiu o monumento. |
Durante 72 dias, em 1871, Paris viveu sob um governo comunista. Foi a Comuna de Paris, instalada há exatos 150 anos em 18 de março. Socialista ardoroso, o pintor Gustave Courbet (1819-77) teria uma atuação marcante naquele que é considerado o ensaio geral para a Revolução Russa de 1917.
Gustave Coubert |
Quadro A Origem do Mundo |
Em 1870, durante a Guerra Franco-Prussiana, Courbet tomou uma atitude que lhe criaria problemas para o resto da vida. Numa carta ao Governo da Defesa Nacional, propôs que a coluna da Place Vendôme, erguida por Napoleão para comemorar as vitórias militares da França, fosse removida. Os communards, famintos de ação, foram mais longe e demoliram a coluna, à revelia de Courbet, que a queria apenas deslocada para outro local. Depois da supressão da Comuna, pela ação violenta do exército francês na “semana sangrenta” de 21 a 28 de maio de 1871, Courbet refugiou-se em apartamentos de amigos, mas acabou preso em 7 de junho. No julgamento reiterou que não advogara a destruição da coluna, mas apenas sua remoção. Mesmo assim, foi condenado a seis meses de prisão e uma multa de quinhentos francos.
Courbet saiu da cadeia em 2 de março de 1872, mas os problemas causados pela destruição da coluna não tinham passado. O novo presidente da República anunciou em 1873 que a reconstruiria e os custos seriam pagos pelo pintor. Sem dinheiro, Courbet exilou-se na Suíça, vigiado o tempo todo por agentes secretos. Em 4 de maio de 1877 recebeu a conta do governo francês: a reconstrução da Coluna Vendôme custara 323.091 francos e 68 cêntimos. Deram-lhe a opção de pagar em prestações anuais de 10.000 francos nos próximos 33 anos, até o seu 91º aniversário. Na véspera do Réveillon, 31 de dezembro de 1877, um dia antes do vencimento da primeira parcela, Gustave Courbet morreu aos 58 anos em La Tour-de-Peilz, Suíça, de cirrose hepática agravada pelo alcoolismo. Mais um exemplo de uma carreira artística promissora abreviada por um regime autoritário.
(Observação do editor: Aqui você poderá ler e ver a versão completa do texto de Roberto Muggiati, com a reprodução do quadro A Origem do Mundo, de Gustave Coubert. Por ser compartilhado no Facebook, o post anterior da mesma matéria, logo abaixo, não contém a reprodução da polêmica pintura em função das restrições da rede social.)
2 comentários:
Não existe mais essa mata de pentelho no século 21
Que comentário infeliz o de cima. Claro que existe! Tem mulheres que não raspam, raspam tudo, raspam pouco, enfim, há várias formas e os pelos são saudáveis para nossa vagina♥
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