por Flávio Sépia
Mais de 40 países estão fazendo campanhas de vacinação neste domingo. E cerca de quatro milhões de pessoas já foram vacinadas no mundo.
O Brasil não faz ideia de quando começará a imunizar a população em campanha nacional. Não que falte tudo: o governo só não tem a vacina, a seringa, a competência, a vontade e a condição moral para enfrentar a tarefa.
O Globo de hoje publica matéria sobre a "Geopolítica da Covid" onde informa que "países de alta renda dão as cartas no acesso às vacinas e os mais pobres ficam para trás". Em parte é verdade, segundo o Duke Global Health Innovation Center, da Carolina do Norte (EUA). Mas vários países fora do G-7 mostram que a eventual barreira não é intransponível. O Chile, por exemplo, aparece em sétimo lugar, tendo encomendado vacinas suficientes para o dobro da sua população. O México já tem contratos para compra de doses suficientes para mais da metade da população. Em vacinas encomendadas, o Brasil aparece atrás da Argentina e supera os hermanos apenas no vago quesito de "doses em negociação".
A verdade é que vacina efetivamente comprada só a Coronavac adquirida por São Paulo. O governo federal tem, por enquanto, um memorando de compra, uma espécie de promessa, assinado com a Pfizer no tardio dia 10 de dezembro. E um acordo de parceria da Oxford com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para fabricação da Astrazênica. E espera receber doses do consórcio Covax Facility, da OMS, criado para contornar a ameaça de monopólio dos países ricos e levar a vacina aos pobres. A maioria das nações adquire vacinas de várias procedências porque uma ou duas marcas não vão alcançar produção suficiente para atender aos mercados globais em 2021. Aqui, o governo federal segue a cartilha de Bolsonaro que renega a pressa, torce contra por motivos políticos, tem surtos ideológicos e não comprou, até agora, as vacinas desenvolvidas pelo chineses (Coronavac) e pelos russos (Sputnik V). Também não se habilitou a comprar a Moderna. Os governadores dos estados do Paraná, Bahia e Maranhão têm negociações em andamento para compra da Sputnik. Ceará assinou acordo com o Butantã para compra da Coronavac.
Fora o esforço de alguns governadores e prefeitos, o Brasil está catatônico e na rabeira.
Um comentário:
Não organizar direito a vacinação é um crime. E não conseguem nem comprar seringa. Criminosos escrotos
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