Os sinais do Brasil sob regime arbitrário são agora lançados diariamente. Perseguições, ameaças, preconceitos, mentiras, difamação de opositores, decretos, assassinatos de ambientalistas e índios, até atentados com artefatos incendiários e a volta da censura. Na mesma semana em que a TV Brasil - onde o veto a determinados temas parece ter se tornado uma prática editorial - corta trecho de uma reportagem sobre uma exposição que revivia a história do Pasquim, eliminando a referência sobre a prisão dos jornalista na ditadura, um desembargador manda que a Netflix retire do ar o especial humorístico do Porta dos Fundos, a sátira "A primeira tentação de Cristo".
É uma espécie de segundo atentado ao grupo, depois de um bando lançar coquetéis molotov contra a sede da produtora.
O desembargador Benedicto Abicair alegou que "o direito à liberdade de expressão, imprensa e artística não é absoluto", daí a censura. Curiosamente, o mesmo desembargador se manifestou, em 2007, sobre um processo contra Jair Bolsonaro, em argumentação contrária. A propósito de declarações homofóbicas e racista do então deputado no programa CQC, Abicair declarou em seu voto, segundo reportagem do Globo, hoje, que não via como "em uma democracia censurar o direito o direito de manifestação de quem quer que seja".
Ou desembargador mudou de opinião ou deve-se considerar que o Brasil não está mais em uma democracia.
ATUALIZAÇÃO: A Netflix recorreu ao STF e o ministro Dias Toffoli liberou o especial do Porta dos Fundos, cancelando a decisão do desembargador.
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Um comentário:
Não sei se ele odeia o Rio de Janeiro, ma sei que é um péssimo administrador público. Como Ministro da Pesca , praticamente acabou com o ministério. Talvez a função real dele seja de Pastor Evangélico.
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