segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Ágatha: assassinato social



O assassinato da menina Ágatha, no Rio de Janeiro, domina a mídia social, principalmente, e os demais veículos. A clima é de indignação. Um sentimento que se repete a cada morte de crianças por balas perdidas ou perfeitamente direcionadas. 2019 já contabiliza milhares de mortes durante operações em favelas. Inocentes, suspeitos e PMs são os alvos que avolumam as listas de baixas na política de guerra. O tráfico mesmo pouco se abala, mantém-se, como é público em numerosos inquéritos, à base da sua própria política, a intimidação de moradores e a cooptação de agentes corruptos.

O Rio tem escolhido para todos os níveis uma maioria de políticos afinados com essa guerra sem trincheiras. Contraditoriamente, esses são bem votados nas comunidades pobres. Um fenômeno que é, em si, uma tragédia à parte. Traficantes, milícias, elementos que utilizam a religião como palanque eleitoral e currais políticos assimilados por essas forças controlam eleitoralmente milhões de votos no estado. Esse tipo de voto é o dedo invisível a apertar o gatilho que dispara contra inocentes.

2 comentários:

Tainá disse...

Infelizmente é verdade. As comunidades pobres votam obrigadas ou influenciadas por religião no pior para o Rio e para elas. Triste que o resultado são tragédias como essa e o pobre e negro é quem mais sofre.

J.A.Barros disse...

Por que essas balas perdidas que matam inocentes crianças, no seu brincar da vida, ao que tudo indica partem de fuzis ou pistolas de PMs? Por que sempre acusam de serem balas partidas de armas de policiais em confronto com quadrilhas de bandidos ? Será que os policiais não são treinados o suficiente para terem o domínio da arma que empunham e certeiros no alvo? Essa é uma duvida que vem me perturbando. Sim, porque treino de tiro ao alvo é caro com custo da munição usada nos treinos e será que as corporações militares fazem economia nos gasto de compra de munição? Essa é a minha dúvida e acho que nunca será resolvida.